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Das metáforas de professor apresentadas, situamo‐nos num quadro teórico que
coloca o enfoque no professor reflexivo. Partirmos da perspectiva de professor
reflexivo veiculada por Donald Schön (1983), na obra The Reflective Practitioner e
completamos essa perspectiva com a visão de Isabel Alarcão (1996c) no seu texto:
Reflexão Crítica sobre o Pensamento de D. Schön e os Programas de Formação de
Professores, onde problematiza a questão da reflexão na formação inicial e propõe
estratégias, na linha de pensamento daquele autor.
Mestre em Ciências da Educação, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas
‐ Estudos Portugueses e Ingleses. Professora de Português do ensino Secundário e
orientadora de Estágio do Ramo de Formação Educacional, junto da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa.
Donald Schön surge, na década de 80, com uma visão inovadora em matéria de
formação de professores. Ao longo dos anos, as suas obras giram em torno de três
temas actuais: o conceito de um professor profissional que tem de ser eficiente e
que tem de prestar contas do seu desempenho; o da relação entre a teoria e a
prática e a temática da reflexão. A perspectiva de Donald Schön integra uma visão
crítica sobre o «modelo de racionalidade técnica» que não apresenta soluções para
a resolução de problemas reais que a prática pedagógica coloca. Segundo o autor, o
ensino universitário contemporâneo enferma de um problema que é o
desfasamento entre aquilo que ensina, de acordo com os planos curriculares para
futuros professores, e aquilo que eles terão de enfrentar na prática. O currículo dos
futuros professores parece ter por base o princípio de que o conhecimento
científico e teórico de âmbito pedagógico‐didáctico se transforma em competência
pedagógica e, posteriormente, em competência profissional. Esta visão coloca em
evidência a noção de «transposição didáctica do conteúdo», ou seja, a capacidade de
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VALÉRIO, E. (2007) O conhecimento pedagógico‐ defesa de uma “razão escrita”. In, V.
Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora:
Universidade de Évora.
transformar uma dada matéria em conhecimento adequado para alunos com
determinadas características (sociais, etárias, linguísticas, literárias, culturais), em
circunstâncias específicas, numa dada situação.
No âmbito do paradigma do professor reflexivo, Donald Schön (1983), no seu
livro The reflective practitioner: how professionals think in action sintetiza o seu
pensamento pedagógico ao defender que a formação do futuro profissional deve
incluir a reflexão a partir de situações práticas reais, com base na teoria
aristotélica em que praxis, conhecimento prático, e poiesis, conhecimento criativo
se interligam, binómio que aliás caracteriza o conhecimento científico. Segundo o
autor, este é o caminho necessário para que o profissional se sinta capaz de
enfrentar as situações, sempre novas, com que necessariamente se irá deparar, e
também para ser realmente capaz de tomar decisões apropriadas em zonas de
«indefinição», que também caracterizam o quotidiano docente. A prática reflexiva
defendida por Donald Schön (1983) constitui um paradigma que interliga a teoria
e a prática, na formação de professores.
Para construir a sua visão acerca da formação, Donald Schön (1983) procurou
compreender a actividade profissional dos professores, a qual nos é descrita,
segundo as palavras de Isabel Alarcão (1996b, p. 13), como «actuação inteligente e
flexível, situada e reactiva, produto de uma mistura integrada de ciência, técnica e
arte, caracterizada por uma sensibilidade de artista aos índices manifestos ou
implícitos, em suma, uma actividade a que dá o nome de ‘artistry’». Um conceito
fundamental na visão do autor sobre a actividade profissional dos professores é
precisamente «artistry». A este propósito, seleccionámos as seguintes passagens
do livro de Donald Schön (1987), transcritas por Isabel Alarcão (1996b, p. 31‐32):
«Artistry is an exercise of intelligence, a kind of knowing, though different in crucial
respects from our standard of professional knowledge (…)»; «In the terrain of
professional practice, applied science and researchbased technique occupy a
critically important though territory, bounded several sides by artistry. There are an
art of problem framing, an art of implementation, an art of improvisation all
necessary to mediate the use in practice of applied science and technique».
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Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora:
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soluções. Este último nível de reflexão relaciona‐se mais directamente com a
planificação.
Os momentos de reflexão, de balanço retrospectivo sobre os percursos pessoais
e profissionais são momentos em que cada um produz a «sua vida» e, no caso dos
estagiários, agindo desse modo, «produzem a sua profissão», conforme realça
António Nóvoa (1995b).
Quando um professor reflecte sobre os aspectos da prática pedagógica procura
conhecer esses aspectos à luz de referentes, conceptuais e teóricos, que lhes
confiram significado. Esses referentes podem ser os conhecimentos que o
professor possui, adquiridos pela informação, pela prática, pela experiência
pessoal. Ao analisar e reflectir, o sujeito reorganiza esses referentes, aprofundando
ou gerando novos conhecimentos, com consequências ao nível da acção.
Concordamos com as palavras de Isabel Alarcão (1996c, p. 179) ao afirmar: «É
nesta interacção que reside para mim a essência da relação teóricoprática no
mundo profissional dos professores e penso ser esta a relação que Wallace (1991)
estabelece entre o saber documental e o saber experiencial que, através do que
chama ciclo reflexivo (prática/reflexão), conduz ao desenvolvimento da competência
profissional. Penso ser ainda esta a perspectiva de Dewey segundo a qual não se pode
conhecer sem agir e não se pode agir sem conhecer».
Uma das características da actuação do professor, afirma Isabel Alarcão (1999,
p. 259), «é a capacidade de mobilização cognitiva de conteúdos vários em função da
realização de tarefas com fins educativos» que estão longe de implicar quer um
hábito, quer uma improvisação. A metáfora da improvisação, usada por Donald
Schön (1987), para caracterizar a acção do professor, afigura‐se‐nos pouco clara na
medida em que o professor mobiliza saberes teóricos e práticos, cuja orquestração
lhe parece, ao agir, adequada às circunstâncias, ao contexto e aos intervenientes.
As decisões que toma não são tomadas com base no vazio, são o resultado de
conhecimentos teórico‐práticos interiorizados que, aliados às características
pessoais e relacionais do professor, o levam agir de uma maneira aparentemente
improvisada, em situações de «indefinição».
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Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora:
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O uso da palavra «descontextualizado», como própria do ensino escolar, é relativa ao facto de o mesmo ensino
não visar o conhecimento de pessoas e de relações entre essas pessoas, mas sim um conhecimento de «factos»,
tratando as pessoas como seus objectos e as relações sociais como instituições. Estamos perante uma «cultura
escolar» que se caracteriza precisamente por ser escolar, como realça Suzanne Citron (1983), e que não parece
ter evoluído no sentido de uma humanização, ou seja, no sentido de uma cultura que procure os instrumentos
de desenvolvimento do sujeito e que passam pelos utensílios de comunicação interpessoal, entre os quais a
escrita se inclui.
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candidatos a arquitectos devem possuir noções, por exemplo, de equilíbrio
estético‐funcional e competências relacionadas com o desenho e o traço.
Partilhamos a ideia de Flávia Vieira (1994), citada por Isabel Alarcão (1996c, p.
181), ao reforçar a ideia de que as estratégias de formação reflexiva se articulam
com princípios de formação que colocam o «enfoque no sujeito, nos processos de
formação, problematização do saber e da experiência, integração teoria e prática,
introspecção metacognitiva». Neste âmbito, formação implica, por parte do sujeito,
uma postura de questionação do saber para a compreensão de si e da realidade
profissional da qual é parte integrante. Aliás, reflectir começa por ser um «diálogo
interno» com o próprio, onde existe o questionar e o ensaio de possíveis respostas.
Isabel Alarcão (ibidem) explicita as capacidades aliadas à reflexão que devem
ser desenvolvidas: observar, descrever, analisar, comparar, interpretar, avaliar de
forma crítica e, principalmente, auto‐avaliar‐se, o que implica quase todas as
capacidades anteriormente referidas. Para a autora, o contexto em que a formação
inicial se desenrola deve ser rico em termos de percursos dicotómicos de
experimentação/reflexão. Esse contexto abrange o ambiente institucional
(universidade, escola) e humano (os alunos, os o núcleo de estágio). O contexto da
formação deve permitir ao estagiário a possibilidade de reflectir conjuntamente
com o seu núcleo (na escola e na universidade), ou seja, a exteriorizar e partilhar
essa reflexão, ou «diálogo interno»3. A tese fundamental de Vygotsky (1987) é
precisamente a de que a linguagem ajuda a encontrar soluções para os problemas
com que as pessoas são confrontadas e o domínio da escrita favorece, através da
verbalização, a identificação e resolução desses problemas.
As dimensões da reflexão transportam‐nos para as questões relacionadas com o
conhecimento inerente ao exercício da docência. Entendemos conhecimento como
saber profissional e, nessa acepção, o saber profissional dos professores desdobra‐
se em diferentes tipos de conhecimentos e de saberes. Para melhor compreender a
natureza do conhecimento que os estagiários devem desenvolver, situamo‐nos nas
propostas de dois autores: Marcelo García (1999) e Telmo Caria (2000).
Marcelo García (1999, p. 84) utiliza o termo «conhecimento» para se referir, não
só a áreas do ‘saber’ pedagógico (conhecimentos teóricos e conceptuais), mas
também a áreas do ‘saber fazer’ (esquemas práticos de ensino), assim como de
‘saber porquê’ (justificação da prática)». O autor distingue igualmente
«conhecimento do conteúdo» e «conhecimento didáctico do conteúdo». García
distingue dois tipos de conhecimentos: o didáctico do conteúdo disciplinar (de
carácter mais teórico) e outro que abrange um saber ensinar esse conteúdo e
3
O diálogo colaborativo entre os estagiários e o orientador revela‐se indispensável. A forma para dialogar mas
recorrente é a oralidade, mas a partilha de reflexões escritas constitui igualmente uma estratégia dialógica de
construção do conhecimento. Tal como Vygotsky (1987) realçou, existe uma diferença entre aquilo que o
indivíduo, perante uma tarefa, é capaz de fazer sozinho e o seu desempenho em situação de interacção social
ou «zona de desenvolvimento proximal». Para o autor, o conhecimento é construído socialmente e é possível
activar o seu desenvolvimento através do diálogo, ou método socrático, através da maiêutica «maieutiké», ou
seja, a arte de fazer dar à luz o conhecimento. Os textos argumentativos do padre António Vieira são um
exemplo escrito deste método.
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VALÉRIO, E. (2007) O conhecimento pedagógico‐ defesa de uma “razão escrita”. In, V.
Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora:
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também a justificação, a teorização sobre esse «como» e «porque» se ensina de
determinado modo.
O «conhecimento do conteúdo» inclui o conhecimento substantivo e sintáctico. O
conhecimento substantivo diz respeito à informação, aos conceitos, às definições e
aos procedimentos. O conhecimento sintáctico completa o anterior e é adequado
ao conteúdo que o professor tem de leccionar. Relaciona‐se com o domínio que o
professor deve ter dos paradigmas, tendências e perspectivas na sua disciplina4.
Marcelo García (ibidem) refere que o conhecimento disciplinar dos professores
se destina a ser ensinado e, por isso, deve ser organizado em função, não apenas da
estrutura disciplinar, mas também dos alunos‐alvo da aprendizagem desses
conteúdos. Por isso, é necessário que os estagiários possuam um conhecimento
didáctico do conteúdo a ensinar (que inclui o pedagógico e o didáctico), tal como
afirma o autor (ibidem, p. 88): «O conhecimento didáctico do conteúdo representa a
combinação adequada entre o conhecimento da matéria a ensinar e o conhecimento
pedagógico e didáctico de como a ensinar».
Por seu lado, Telmo Caria (2000) dá ênfase ao conhecimento que advém da
prática e é regulado por ela. O autor realça também a escrita como uma tecnologia
a ser usada pelos professores na construção do conhecimento. No livro, A cultura
profissional dos professores, Telmo Caria (ibidem, p. 155) apresenta um estudo que
desenvolveu no âmbito das «formas sociais escriturais: para entender as relações
sociais que suportam a escrita e são veiculadas por ela». Relativamente à questão
dos meios «tecnológicointelectuais» de que a escola se serve para ensinar
conhecimentos, Telmo Caria (ibidem) argumenta que essa tecnologia é a escrita e
foi através de textos escritos que procurou compreender o ensino veiculado pela
escola, enquanto aprendizagem das relações sociais e também compreender os
professores e a sua relação com a docência.
Telmo Caria (ibidem, p. 158) apresenta‐nos uma visão antropológica da escrita
porque possibilita o «exercício continuado da reflexão crítica e do pensamento sobre
o pensamento passado, pois existe um passado de ideias identificável, mesmo após o
desaparecimento dos seus autores. Segundo Caria (ibidem), os professores usam a
escrita para fixar a realidade e as práticas sociais (uso dogmático), mas sem
utilizarem essa escrita para reflectir criticamente e agir em contexto profissional
(uso prático). Por isso, o autor defende o uso articulado da escrita nas vertentes
dogmática e prática, ou seja, defende a aprendizagem de uma «razão escrita».
4 No caso dos professores de Português o «conhecimento do conteúdo» (substantivo e sintáctico) consiste no
domínio das características linguistico‐discursivas e no domínio das técnicas de interpretação e análise das
diversas tipologias de texto. As características linguísticas compreendem as regras de funcionamento da língua
portuguesa nas realizações oral e escrita; as características discursivas são referentes à exposição e
organização do discurso, oral e escrito. A interpretação e análise de texto deve abranger textos não literários
como banda desenhada, publicidade, carta, notícia, entre outros e também textos dos três géneros literários:
narrativo, dramático e poético (ou lírico).
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VALÉRIO, E. (2007) O conhecimento pedagógico‐ defesa de uma “razão escrita”. In, V.
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Entendemos que a aprendizagem dessa «razão escrita» deve ser impulsionada
na formação inicial para desenvolver, nos estagiários, uma atitude positiva face à
escrita e à profissão docente. Essa atitude deve passar pela consciência da
importância do uso da escrita para registar aspectos da escola, do ensino e do
quotidiano docente, para reflectir sobre esses aspectos e para agir em contexto
profissional; uma espécie de «razão prática» que envolve, articuladamente, a
triangulação: escrita, reflexão e acção.
Neste contexto, podemos perspectivar o conhecimento necessário ao ensino e à
aprendizagem como um conhecimento contextualizado, historicamente situado,
mas nem por isso estático. Ao contrário, as transformações sociais exigem uma
adequação da escola, dos professores e dos formadores, conduzindo
necessariamente a uma visão dinâmica do conhecimento, que os professores e
alunos mobilizam no ensino, e na aprendizagem, em contexto escolar. O carácter
dinâmico do conhecimento relativo ao exercício da profissão docente leva‐nos a
afirmar que esse conhecimento «não existe», não é um corpo estático com regras e
conceitos imutáveis e aplicáveis; ao contrário, ele; tem de ser constantemente
(re)construído pela prática, pela reflexão e pela manipulação das tecnologias que
impliquem mecanismos cognitivos, como é o caso da escrita. O verdadeiro
conhecimento pedagógico é aquilo que «se sabe fazer», um saber que se adquire
com a experiência. Portanto, seria insensato pensar que é possível o estagiário
adquirir, ou apreender todo esse conhecimento durante o estágio pedagógico. Ele
deverá ser exposto a experiências e percursos de formação enriquecedores com
base na reflexão, oral e principalmente escrita, que o possam dotar, não «do
conhecimento», mas sim de instrumentos de construção do conhecimento que lhe
possibilitem adequar a sua actuação às situações e aos contextos que irá
futuramente encontrar e, assim, construir gradualmente o seu desenvolvimento.
Concordamos igualmente com a perspectiva de Caria (2000) porque acrescenta
a necessidade e a funcionalidade da escrita para objectivar o conhecimento
teórico‐prático. Baseando‐se no pensamento de Raúl Iturra (1990), Telmo Caria
(2000, p. 164‐165) afirma a necessidade da escola possuir a «acção e as palavras
para acompanhar a acção». Refere‐se o autor à palavra escrita como instrumento
de racionalização da cultura e de «generalização de um determinado conteúdo de
5
Segundo uma concepção tecnicista de professor e da sua formação.
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VALÉRIO, E. (2007) O conhecimento pedagógico‐ defesa de uma “razão escrita”. In, V.
Trindade, N. Trindade & A.A. Candeias (Orgs.). A Unicidade do Conhecimento. Évora:
Universidade de Évora.
Pensamos que as visões dos autores Marcelo García (1999) e Telmo Caria
(2000) se completam pois entendemos que existe um conhecimento do conteúdo
necessário ao professor para poder actuar, mas a sua eficácia passará pelo
conhecimento pedagógico‐didáctico do conteúdo a leccionar, que o mesmo
professor possui. Embora com perspectivas diferentes (uma pedagógica e outra
antropológica), ambos os autores reforçam a ideia da construção do conhecimento,
dando relevo a um dinamismo às tarefas de reflexão/teorização sobre a prática.
Telmo Caria (ibidem) acrescenta a importância da escrita, e aos mecanismos
cognitivos nela implicados, como uma tecnologia para dar corpo a essa
reflexão/teorização.
A escrita reflexiva, tal como a concebemos, é uma actividade porque envolve a
elaboração de textos de natureza descritiva e crítica que dão conta da realidade
docente e das experiências de formação vividas pelo sujeito, às quais outros podem
ter acesso através da leitura desses textos, e, assim, partilhar essas experiências e a
análise que delas é feita. A escrita constitui uma estratégia, enquanto modo de
operacionalização/objectivação/distanciação e partilha dessa reflexão. Assim
sendo, quando nos referimos à escrita como estratégia, perspectivamo‐la, por um
lado, como um estratagema, um meio de facilitar e optimizar a formação dos
professores em situação de estágio, mas, por outro, também a escrita é uma
actividade necessária porque, através dela, o estagiário transmite a forma de ver e
compreender a sua profissão.
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