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Tribunal Superior do Trabalho 02/06/2003 Depositrio no pode ser punido quando bens foram consignados A Subseo Especializada em Dissdios

Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho concedeu habeas corpus a um empregado da Ferroban, concessionria da RFFSA, cuja priso havia sido decretada pela Vara do Trabalho de Campinas. O empregado havia sido nomeado como depositrio de crdito que a empresa devia RFFSA, executada em reclamatria trabalhis ta, mas no apresentou os bens penhorados (motivo da ordem de priso) porque estes estavam depositados em juzo. A RFFSA possua crditos com a Ferroban em virtude do contrato de con cesso firmado entre ambas. Como a RFFSA entrou em regime de liquidao extrajudicial, a Ferroban, por medida de segurana, uma vez que havia dvidas sobre quem deveria receber o pagamento das parcelas decorrentes do contrato de concesso (que constituam os crditos penhorados), deci diu ajuizar ao de consignao em pagamento, depositando os valores penhorados em juzo. Por conta disso, o depositrio no pde apresentar os valores quando lhes foram solicitados. O relator do recurso ordinrio em habeas corpus foi o ministro Ives Gandra Martins Filho. Em seu voto, ele observa que o depositrio de bens penho rados , por imperativo legal, responsvel por sua guarda e conserva o, devendo restitu-los imediatamente quando determinado pelo juzo de execuo. Essa responsabilidade, porm, pressupe que a restitui o seja possvel. "Como, no caso dos autos, evidencia-se a impossi bilidade de o depositrio apresentar os valores penhorados, por motivo alheio sua vontade, no se caracterizando m-f ou dolo relativo a essa atitude, mas mera impossibilidade material, verifica-se que no h permisso legal para a decretao de sua priso civil", afirma o relator. O ministro lembra ainda que a priso civil, embora seja medida privativa de liberdade de locomoo fsica do depositrio infiel, no tem carter de punitivo, e sim dissuasivo, com o objetivo de desincentiv-lo do descumprimento de sua obrigao e lev-lo a cumpri-la e satisfazer de forma eficaz a execuo. (ROHC 2208/2001)

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