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Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
Joca: E no se lhes pode fazer mal. Vo andar nas ruas, nos autocarros, porta das escolas Me: O que tu queres dizer sei eu, Joca. Deixa-te de invenes e despacha-te. Joca: A nossa professora vai convidar lobos para comerem connosco, na cantina. Me: Boa ideia. Partilhas com eles do teu almoo. Levanta-te, Joca, que j ests atrasado. Joca: Mas os lobos comem imenso e no gostam de sopa nem de alface nem de pastis de bacalhau. Eu tenho medo de, logo noite, no chegar a casa inteiro. Me: Chegas. Tenho a certeza. Levanta-te, Joca, ou puxo-te por um brao e sais da cama magoado. Joca: Os lobos vo fazer ginstica connosco. E vo jogar bola, no recreio. Sabias que os lobos no gostam de perder? Me: No sabia nem isso, agora, interessa. Levanta-te, Joca. Joca: Quando os lobos perdem, do dentadas nos outros. Me: Nos adversrios, queres tu dizer. Mas, se assim acontecer, o rbitro expulsa-os do jogo. Joca: Mas os rbitros, hoje, so todos lobos. Esto feitos com eles. Me: J chega, Joca. Levanta-te ou eu zango-me. E, quando eu me zango, uivo. Joca: Tu uivas, me? Me: Claro que uivo. Queres ouvir: Uh! Uh! Uh! Se no sais da cama como-te cru. O Joca riu-se. Fartou-se de rir. E a rir-se, desmanchou a cama e saltou para o cho. Joca: Tenho uma me-loba! Tenho uma me-loba! 2
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Me: E tu s o meu lobinho. Joca: Somos lobos. Uh! Uh! Uh! Hoje o nosso dia. Me e filho juntaram num abrao riso e uivos, como numa gruta de lobos felizes. Daqueles dois seria sempre cada dia, fizesse o frio que fizesse l fora. O calor do abrao deles estava ali pronto para vencer e derreter o gelo todo do mundo.
FIM
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