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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Faculdade de Comunicação
Departamento de Audiovisuais e Publicidade
Oficina Básica de Audiovisual
Professor David R. L. Pennington
Tatiana Tenuto

Escrito em: 04/04/2008

EBERT, Carlos. Pequena História da Cinematografia no Brasil.

A história do cinema brasileiro começa em 1896, com Alfonso Segreto, primeiro cinegrafista
a registrar cenas em terras brasileiras. Já em 1906, é lançado o primeiro filme brasileiro de longa-
metragem, Os Estranguladores, dirigido por Antônio Leal. Nasce daí também o gênero de filmes
policiais – esse trabalho de Leal é baseado em um crime que abalou o público carioca. No ano
seguinte, várias salas de exibição são inauguradas no Rio de Janeiro. São Paulo também se
envolveu com a cinematografia, iniciada por italianos. Apesar do precário nível técnico e artístico
dos filmes, destaca-se o trabalho do fotógrafo Gilberto Rossi.
A partir de Rio e São Paulo, o cinema se espalha pelo Brasil, no que é conhecido por “ciclos
regionais”. Destacam-se Campinas (SP), Recife (PE) e Cataguases (MG), que revelou uma figura de
poderosa imaginação: Humberto Mauro.
Na década de 30, Edgar Brazil foi diretor de fotografia de algumas obras primas da
cinematografia brasileira. Seu primeiro trabalho – e talvez o mais famoso – foi Limite, dirigido por
Mário Peixoto. Segundo Humberto Mauro, Brazil “era um artista completo; fabricou tudo: desde os
tripés até os difusores”. Edgar Brazil fotografou quase todos os filmes da Atlântida, a “Hollywood
carioca”.
O texto de Carlos Ebert também faz referência ao documentário realizado em 1929, São
Paulo, Sinfonia de uma Metrópole, uma das obras mais significativas desse período, dirigido por
Rodolfo Rex Lustig e Adalberto Kemeny. Paralelamente, a crise de 29 reduziu drasticamente a
produção brasileira. Apesar disso, a técnica evoluiu rapidamente com a introdução do filme sonoro;
a primeira produção foi de Luiz de Barros, Acabaram-se os Otários. Durante a Segunda Guerra
Mundial, diretores de fotografia europeus chegam ao Brasil e influem significativamente na
melhoria da qualidade da cinematografia brasileira, entre eles: Edgard Eichhorn, Ferenk Fekete e
Ugo Lombardi.
A partir dos anos 50, os cinegrafistas assumem a intensidade da luz tropical e começam a
trabalhá-la naturalmente, ao contrário do que se via em anos anteriores, em a luz tropical era
disfarçada com filtros e difusores, assemelhando-se ao estilo hollywoodiano.
É também na década de 50 que se concretiza o Cinema Novo, que não representou uma
verdadeira mudança na cinematografia brasileira, como se acreditava. Essa fase é primeiramente
representada por Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, inspirado pelo neo-realismo italiano
que Alex Viany divulgava. O cinema novo constitui uma cinematografia de exteriores, sem a
utilização de refletores para equilibrar contrastes, estilo típico do foto-jornalismo, de onde vieram
alguns dos novos diretores de fotografia, como Luís Carlos Barreto, que buscava para a fotografia
de Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos) a textura da gravura, o contraste.
Um dos mais notáveis diretores de fotografia do cinema brasileiro também surgiu dessa
época: Mário Carneiro, um dos jovens da zona sul carioca que se aventurou em fazer filmes, na
euforia dos anos JK. Carneiro trabalhava com poucos recursos técnicos, usava muito a luz natural,
fazendo com que os filmes tivessem um caráter bem brasileiro por captar a luz como ela era.

Escrito em: 04/04/2008

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