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A literatura científica mostra que ao longo dos tempos a humanidade, num processo
lento, reuniu extensas informações que foram traduzidas como conhecimento. A
necessidade forçou o ser humano primitivo a observar o seu hábitat, ou seja, as plantas, os
animais etc. a criar objetos simples e a começar a praticar a arte da cura. E, para satisfazer
as suas curiosidades, por meio da imaginação e interpretação, criou mitos que explicavam a
seqüência dos acontecimentos. Segundo a experiência da vida cotidiana, o homem compôs
cultos mágicos para favorecer os espíritos, que, de acordo com suas concepções, dirigiam as
forças do mundo. Foram introduzidos conhecimentos de astrologia e numerologia, entre
outros.
A humanidade, aos poucos, baseada em superstição e no desejo de conquistar a
liberdade de pensamento, abriu caminho para descrever os fenômenos que estavam ao
alcance de sua inteligência, por intermédio da observação e da experimentação. Os povos
antigos, como os dos vales do Tigre e do Eufrates, e das margens do Nilo, descobriram
formas para medir áreas e volumes, baseados em cálculos numéricos; estabeleceram o
calendário para marcar a época dos principais acontecimentos e ainda fizeram o registro dos
eclipses.
Um dos textos mais antigos que chegou até nós foi o Papiro de Rhind ou de Ahmés.
Compilado por volta de 1700 ªC., por um escriba egípcio, de um manuscrito que se supõe ser
de 3400 ªC. Trazia o seguinte título: Instruções para obter conhecimentos sobre as coisas
obscuras.
Os conhecimentos empíricos dos egípcios foram organizados por Euclides, criador da
geometria. Aristóteles, por sua vez, descobriu o movimento celular dos corpos celestes, que
lhe deu fama e autoridade por vários séculos, preparou um estudo sobre as ciências naturais
e, em biologia, descreveu e classificou os organismos, usando os dados disponíveis. A
metodologia apareceu em seu livro de lógica denominado Organum. Por volta de 1620,
Francis Bacon escreveu O novum organum, referindo-se ao método científico, que deveria
começar com a experimentação.
Em 1637, Descarte publica o Discurso do método, obra na qual mostra que a verdade
pode ser obtida por meio de procedimentos racionais; iniciou pelo dado da própria
existência, com a frase: Penso, logo existo. As normas cartesianas do método apontavam
que tudo deveria iniciar a partir de um lado incontestável. Posteriormente, sua teoria foi
criticada.
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2 TIPOS DE CONHECIMENTO
A filosofia teve seu início na Jônia, Ásia menor, com Tales de Mileto, e na Magna Grécia,
sul da Itália, no século VI ªC.
Após o sucesso de Atenas na luta contra os persas, desviou-se e expandiu-se a
sabedoria na Grécia, e tiveram grande destaque nesses conhecimentos Sócrates (por volta
de 469-399 ªC.), Platão (mais ou menos 427-347 ªC.) e Aristóteles (por volta de 384-322 ªC.).
Por conseguinte, o pensamento filosófico foi difundindo-se por todo o mundo civilizado, com
uma tradição que prevalece até os dias atuais.
O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano a possibilidade
de reflexão ou a capacidade de raciocínio. Ela não é uma ciência propriamente dita, mas a
busca do saber. A filosofia, ou seja, a reflexão crítica deve ser uma atitude de todas as
pessoas que se propõem a fazer qualquer estudo, pois exercita e educa o intelecto; caso o
homem não se esforce para isso, seu raciocínio tende a atrofiar-se.
Em filosofia, podemos falar principalmente em duas fases que conduzem à reflexão. A
primeira tem como ponto de partida os objetos reais e é denominada realismo; a segunda
tem como ponto de partida as idéias, e é designada idealismo. Ambas as fases são criticadas
pelos estudiosos.
O problema do alcance do conhecimento é distinto, porque o fato certo de que somos
capazes de chegar ao verdadeiro deixa substituir à questão de saber que verdades ou que
coisas somos efetivamente suscetíveis de conhecer. Podemos, aqui, distinguir duas opiniões
que contém muitas variedades: uma afirma que podemos conhecer idéias (idealismo) e
outra admite que conhecemos as coisas reais (realismo).
O idealismo proposto por Descartes consiste em dizer que o homem não conhece
direta e imediatamente a não ser seu próprio pensamento. O idealismo faz as seguintes
colocações:
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A razão é considerada pelos filósofos como uma faculdade do espírito, a mais elevada,
cuja função consiste em ordenar nossos conhecimentos segundo as relações determinadas,
fazendo essas conexões sob seus princípios de identidade, de razão suficiente, causalidade e
também segundo a implicância e complicância, como relações de espécie e gênero, bem
como na faculdade de raciocinar, e comparar juizes, idéias para captar as diferenças e
semelhanças ideais e partir dos princípios às conseqüências, ou, reversivelmente, das
conseqüências aos princípios. Percebe-se que o homem é atraído pelo intelecto; a razão
deduz e induz e ainda demonstra, atraindo também relações entre fatos (objetos) de
estudos.
Segundo Wittgenstein, o filosofo pensante não percebe que os seus conceitos não
poderão jamais ser optativos dentro de limites precisos, pois é o cientista, não ele, que pode
traçar limites precisos; o cientista pode responder as questões que se coloca. Daí dizer-se
que não se deve ficar no eterno filosofar, pois o raciocínio tem a capacidade de conhecer a
verdade. Refletindo sobre a maneira pela qual conhece o objeto de estudo, a inteligência
tem consciência de seu conhecimento pela apreensão concreta do objeto; ela apreende
assim sua própria natureza, que é a de se aliar ao objeto que percebe.
Devemos reparar que o conhecimento filosófico não está isolado no topo da atividade
intelectual. Ele oferece seus princípios ás ciências de todas as áreas do saber, enquanto o
conhecimento cientifico oferece a filosofia novos dados, capazes de transformar e reformular
os princípios gerais tornando-os passiveis de novas descobertas.
Existe profunda interdependência entre o conhecimento filosófico e os demais
conhecimentos, como o cientifico, o teológico e o empírico. O conhecimento filosófico
unicamente guia para reflexão e conduz a elaboração de princípios e valores universais
validos. Não esta isolado dos demais tipos de conhecimentos, pois se dispõem como
elemento dinâmico e operante no processo geral do conhecimento humano.
2. 3 CONHECIMENTO EMPÍRICO
conhecimento também pode derivar das experiências casuais, por meio de erros e acertos,
sem a fundamentação dos postulados metodológicos.
O primeiro nível dos contatos entre o intelecto e o mundo sensível se faz sentir pelo
conhecimento empírico, pois ele se contenta com as imagens superficiais das coisas, com a
visão ingênua do contexto exterior. Por suas características, é um conhecimento que não
estabelece relações significativas de suas interpretações, proporcionando uma imagem
fragmentária da realidade. A forma pela qual se conduz somente proporcionam condições de
estabelecer relações entre as informações conseguida de maneira vaga e superficial.
As declarações do conhecimento empírico refere-se à vivência imediata dos objetos ou
fatos observados e possui grandes limitações. Por ser um conhecimento do dia-a-dia e preso
a convicções pessoais, passa a ser, muitas vezes, incoerente até impreciso. Outras vezes,
produz crenças arbitrarias com inúmeras interpretações para complexidade de fatos.
Geralmente, isso é fruto de uma inclinação de interesses voltados para o assunto práticos e
aplicáveis somente às áreas de experiências cotidianas.
Por exemplo, pelo conhecimento empírico, os indivíduos sabem o que são folhas de
uma planta ornamental, porém não conhecem sua classificação, pois esse assunto compete
à área de botânica, ou seja, as pessoas não sabem que uma folha, quando completa,
apresenta as seguintes partes: bainha, pecíolo e limbo. É um conhecimento limitado, não
proporciona a visão unitária global da interpretação das coisas ou dos fatos.
O conhecimento empírico é considerado prático, pois sua ação se processa segundo os
conhecimentos adquiridos nas ações anteriores, sem nenhuma relação científica, metódica
ou teórica. E, quando obtido por informações, ele tem ligação e explicação como uma ação
humana. Seus acontecimentos procedem de vivencia e parecem contidos previamente
dentro dos limites do mundo empírico. Exemplificando as pessoas que sabem escrever
conhecem o objetivo lápis, porém, poucas notaram que ele é composto de grafite, que é um
condutor de energia.
Reparem que o conhecimento empírico é a construção para se chegar ao
conhecimento cientifico; embora de nível inferior, não deve ser menos prezado. Ele é a base
fundamental do conhecer, e já existia muito antes de o ser humano imaginar a possibilidade
da existência da ciência.
2. 4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO
conhecimento, mesmo em seu grau mais elevado, nada mais nos proporciona que um
segmento do mundo existente. E a realidade é, em si, parte de uma realidade mais ampla.
A literatura metodológica mostra que o conhecimento cientifico é adquirido pelo
método cientifico e, sem interrupção, pode ser submetido a teste e aperfeiçoar-se,
reformular-se ou até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método. Para melhor
entendimento, segue exemplo da evolução cientifica na área da genética, especificamente a
clonagem, que é o processo da copia idêntica de outro ser vivo produzido artificial e
assexuadamente.
O cientista Jan Wilmut, embriologista do Instituto Roslin, instituição de pesquisa
agropecuária de Edimburgo, Escócia, por meio da clonagem copiou uma ovelha em
laboratório e deu-lhe o nome de Dolly. Tal evolução cientifica inaugura o século XXI, dando
origem á era dos clones. A engenhosa invenção não deixou de provocar discussões ética e
moral.
Reparem que, no conhecimento, ocorre uma retomada constante de novas
descobertas ou ampliações, do passado para o presente, por meio dos procedimentos
metodológicos e científicos.
CONHECER
O conhecimento é uma adequação do sujeito com o objeto; o sujeito tem seus meios
de conhecimento e o objeto se revela a ele conforme tais meios. Os sentidos nos apontam à
maneira de ser das coisas ou objetos, e o que conhecemos das coisas ou objetos vai
depender dois nossos sentidos. Observem que o conhecer é uma relação que se determina
entre o sujeito e o objeto.
CONHECER
CONHECIMENTO
Toda compreensão exige um contato com o real. O intelecto traça seus contornos por
meio da experiência com o real, que nele se concretiza no ato de conhecer. O que
conhecemos das coisas depende dos nossos sentidos. Nós conhecemos o mundo objetivo
como ele é. Se perante meus olhos está uma gota de água clara e cristalina, ela é,ante meus
olhos, como ela é. Mas, se ao microscópio, vejo nela um mundo infinito de seres, gigantescos
na proporção, ao lado de outros de minúsculas dimensões, também essa é a sua realidade.
Meu conhecimento não destruiu a realidade da gota de água.
O mundo,tal qual é, pode ser captado pelo sujeito. A variedade do conhecimento é
dependente da maneira de o sujeito revela-lo, como exemplo;”dessa montanha vejo a
cidade, em brumas, e nítida montanha. Por acaso não são ambos os aspectos reais? O
sujeito capta a realidade do objeto,pois sei que é da sua realidade parecer brumosa,vista a
distância, e nítida , vista de perto. Em nada modifiquei a realidade do objeto. Se o objeto se
presta a múltiplas captações, não é ele diverso por isso, nem essa multiplicidade implica a
não-captação da realidade do objeto, porque esta é verdadeira,tanto a daqui como a dali. É
verdadeira a montanha brumosa vista da cidade, como a montanha nítida vista de perto”.
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As formas dos objetos estão nas coisas concretas, que são essências.A determinação
do conhecimento é a proporção entre a expressão intelectual e o objeto conhecido. É o
acordo entre o significado e seu referente.
Contudo, vale dizer que o sujeito não conhece tudo das coisas , mas apenas parte. No
processo do conhecimento, o sujeito toma posse, de certo modo, do objeto conhecido. Os
indivíduos (sujeito) não são aptos a captar tudo quanto às coisas apresentam. A própria
ciência tem um preceder de acumular conhecimentos, o que conduz sempre a uma
incessante revelação.
CIÊNCIA
Deus
o Filosofia Homem
Natureza
• Cosmológicas ou da natureza
Noológicas ou do espírito
Segundo Comte, todas essas ciências deverão ser estudadas de forma positiva, isto é,
pela real observação de seus fenômenos e da ordenados fatos observados. A classificação
de tais ciências já representa muito da conceituação moderna da ciência, particularmente
quanto ao seu aspecto relacional, que tende para uma unificação. A crítica a essa
classificação reside no fato de Comte ter subordinado as ciências particulares às universais.
Classificação de Spencer.Herbert Spencer, filosofo inglês que viveu no século XIX,
oferece a seguinte classificação das ciências:
Nota-se que a classificação de Wundt ainda padece dos efeitos das anteriores, contudo,
já apresenta aspecto bastante unificado.
Classificação Moderna. Nos tempos modernos não existe propriamente uma
classificação, pois a ciência torna-se unânime, e seu espírito motiva e sistematiza todas as
preocupações científicas do ser humano. Contudo, temos uma classificação de Aguiar Neto
denominada Conjunto Orgânico das Ciências, elaborada da seguinte forma:
50 Le ste
0 Oe ste
1° Norte
Trim
16
RESUMO