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A História de Rondônia

Conhecendo a Fisiografia de Rondônia


Por Francisco Matias - Escritor regional e pesquisador da História Política de Rondônia
Aspectos Fisiográficos da Síntese da Formação do Estado de Rondônia de sua Autoria.

O Estado de Rondônia foi criado através da lei complementar 041, de 22 de dezembro de 1981,
aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República João Baptista de Oliveira
Figueiredo. Seu primeiro governador foi o coronel do Exército Jorge Teixeira de Oliveira, nomeado no
dia 29 de dezembro de 1981, pelo presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. A
instalação do Estado (posse do governador e secretariado) ocorreu no dia 04 de janeiro de 1982.
No ano de sua criação o Estado de Rondônia estava constituído por 13 municípios (Porto Velho, a
capital, Guajará-Mirim, Ariquemes, Jaru,Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médici, Cacoal,
Espigão do Oeste, Pimenta Bueno, Vilhena, Colorado do Oeste e Costa Marques).
Área Geográfica: 238.512,8 km2, representando 6,19% da região Norte e 2,80% do País.
É o 3º Estado em extensão territorial da região Norte. No contexto nacional, constitui-se o 15o em
extensão territorial e o 23o em termos populacionais.
População: 1.379.787 habitantes, sendo 64,11% urbanos e 35,89% rurais. A população masculina
representa 51,32%, e a feminina 48,68%. A população feminina é maior que a masculina nos
municípios de Porto Velho, Vilhena e Ji-Paraná.
(dados do censo demográfico do IBGE para o ano 2000, com projeção para 2001).

• Eleitorado: 882.546 eleitores (dados do TRE para as eleições 2002)


• Capital: Porto Velho
• Limites: ao Norte e Nordeste, estado do Amazonas; ao Sul e Oeste, República da Bolívia; a
Leste e Sudeste, estado de Mato Grosso; a Noroeste, os estados do Acre e do Amazonas.
A extensão da fronteira do Estado de Rondônia com a república da Bolívia é de 1.342
quilômetros.
Os municípios rondonienses localizados na faixa da fronteira boliviana são: Guajará-Mirim, Nova
Mamoré, Costa Marques, Alta Floresta do Oeste, São Francisco do Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, ,
Pimenteiras do Oeste e Cabixi.

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Coordenadas Geográficas dos Pontos Extremos de Rondônia.

Ao Norte 7o 55' 30'' L.S. (Latitude Sul) - confluência do igarapé Maicy com o rio Madeira.
Ao Sul 13o 41' 30'' L.S. (Latitude Sul) - foz do rio Cabixi.
A Leste 59o 50' 49" L.N.W. (Longitude Oeste) - salto Joaquim Rios, no rio Iquê.
A Oeste 66o 15' 00" L.N.W. (Longitude Oeste) - passagem da linha Geodésica Cunha/Gomes, no
divisor de águas Abunã/Ituxi.
Ao Norte, Nordeste e Noroeste - estado do Amazonas.

Divisão geopolítica: o estado de Rondônia é formado por 52 municípios e 57 distritos.


Municípios Rondonienses: Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho, Candeias do Jamary, Itapuã
do Oeste, Alto Paraíso, Monte Negro, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Rio Crespo, Cujubim,
Ariquemes, Cacaulândia, Machadinho do Oeste, Vale do Anari, Theobroma, Governador Jorge
Teixeira, Jaru, Vale do Paraíso, Nova União, Mirante da Serra, Teixeirópolis, Ouro Preto do Oeste, Ji-
Paraná, Presidente Médice, Urupá, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São
Francisco do Guaporé, Costa Marques, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste,
Castanheiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia do Oeste, Rolim de Moura,
Ministro Andreazza, Cacoal, Espigão do Oeste, Primavera de Rondônia, São Felipe d'Oeste, Parecis,
Pimenta Bueno, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Pimenteiras do Oeste,
Cabixi e Vilhena.
Dois municípios rondonienses estão entre os 15 municípios brasileiros que obtiveram as maiores
taxas nacionais de médias de crescimento populacional. Buritis, com 29,09% e Campo Novo de
Rondônia com 23,20%.
O Estado de Rondônia divide-se em duas meso-regiões: a primeira, chamada:
• Leste Rondoniense, é formada por seis micro-regiões, a de Ariquemes, a de Ji-Paraná, a de
Alvorada do Oeste, a de Cacoal, a de Vilhena e a de Colorado do Oeste; a segunda é formada
pelas micro-regiões de Guajará-Mirim e Porto Velho.

Aptidão econômica e sistema produtivo.


O sistema produtivo do Estado de Rondônia divide-se nos setores primário, secundário e terciário.

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Setor Primário.
• Agricultura, pecuária, piscicultura, apicultura, extrativismo vegetal e mineral.
• O extrativismo mineral destaca-se pela ocorrência de ouro, cassiterita, diamante, nióbio,
quartzo, granito e água mineral.
• O extrativismo vegetal destaca-se pela produção de cacau, madeira em toras, castanha-do-pará e
borracha silvestre.
• O setor agrícola destaca-se nacionalmente por produzir cereais, café, soja, milho, banana,
mandioca e algodão, além de hortifrutigranjeiros.
• O efetivo pecuário é composto, principalmente, de rebanhos bovinos de corte e de leite, com
mais de cinco milhões de cabeças e uma Bacia leiteira em franca expansão, notadamente nas
regiões de Porto Velho, Jaru e Ouro Preto do Oeste.

Setor secundário.
Prevalece a agroindústria, notadamente na produção de laticínios, na região central do Estado.
Mas crescem as indústrias de transformação destinadas aos setores moveleiro, de confecções, couro e
calçados.

Setor terciário.
Envolve comércio e serviços, é o que mais cresce no Estado, tendo em vista a evolução urbana, a
exemplo de municípios como Vilhena, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ouro
Preto e Ariquemes.

Principais relevos.
Planície Amazônica (vale do Madeira), serra dos Parecis e serra dos Pacaás Novos (vale do
Guaporé). Nesta serra localiza-se o ponto mais elevado de Rondônia, o Pico do Tracuá.

Principais Bacias Hidrográficas.


Rios Machado ou Ji-Paraná; Guaporé, Mamoré, Madeira, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Aripuanã
ou Roosevelt, e Jamary.
Os principais rios que formam estas Bacias hidrográficas:

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• Rio Guaporé, nasce na serra dos Parecis, região de Mato Grosso, seu percurso é de 1.716 km
com direção inicial para o sul, seguindo depois para o oeste. Ao alcançar a cidade de Vila Bela,
toma a direção norte-oeste entrando em terras rondonienses na cidade de Pimenteiras do Oeste,
passando por Cabixi, Cerejeiras, São Miguel do Guaporé até Costa Marques. A 12o de latitude
sul recebe as águas do rio Mamoré. Seu trecho navegável é de 1.500 quilômetros e se constitui
em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia.
• Seus afluentes brasileiros são os rios Cabixi, Corumbiara, Mequéns, Colorado, São Miguel,
Cautário e Cautarinho, todos com nascentes na Chapada dos Parecis;
• Rio Mamoré, nasce na Cordilheira dos Andes, em território boliviano com o nome Grande de
La Plata, passando a ser designado Mamoré quando alcança a Serra dos Pacaás Novos, região
de Guajará-Mirim. Constituindo-se em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, recebe as
águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio boliviano, recebe a designação Mamoré
e passa a formar a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma extensão de 1.100
quilômetros e é totalmente navegável. Tem como principais afluentes brasileiros os rios Sotério,
Pacaás Novos, Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus acidentes hidrográficos são as corredeiras
Lages, Bananeiras, Guajará-Acu e Guajará-Mirim;
• Rio Ji-Paraná, ou Machado, nasce da junção dos rios Barão de Melgaço, também chamado de
Comemoração de Floriano, e Apediá, chamado de Pimenta Bueno, na chapada dos Parecis. Seu
curso tem uma extensão de 800 quilômetros, atravessando a região central do Estado até
desembocar no rio Madeira, região de Calama, no município de Porto Velho. Tem como
afluentes pela margem direita os rios Riozinho, Lourdes, São João e Tarumã. Pela margem
esquerda os afluentes são os rios Luiz de Albuquerque, Rolim de Moura, Ricardo Franco, Preto,
Jaru, Boa Vista, Urupá e Machadinho.

Seu principal acidente hidrográfico, dentre os vários existentes e que dificultam a navegação, é a
cachoeira 02 de Novembro, localizada no município de Machadinho do Oeste.
O Rio Madeira ou Caiary, nasce na junção dos rios Beni e Mamoré, sendo o maior afluente do rio
Amazonas pela margem direita. Sua extensão é de 3.240 quilômetros, sendo 1.700 em território
brasileiro. Mas, devido aos diversos acidentes hidrográficos, seu curso navegável é de 1.116
quilômetros, a partir da cachoeira de Santo Antonio, em Porto Velho até Itacoatiara,AM. Seus afluentes

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pela margem direita são os rios Ribeirão, Mutum-Paraná, Jacy-Paraná, Jamari e Machado. Pela
margem esquerda os afluentes são os rios Abunã, Ferreiros, José Alves, São Simão e o igarapé Cuniã.

Os acidentes hidrográficos existentes no rio Madeira são os seguintes: (trecho Porto


Velho/Guajará-Mirim)
• Corredeiras: Periquitos, Três Irmãos, Macaco, Morrinhos, Pederneiras, Chocolatal, Araras e
Lages. Guajará-Açu e Guajará-Mirim;
• Cachoeiras: Santo Antonio, Caldeirão do Inferno, Paredão, Misericórdia, Madeira, Pau Grande
e Bananeiras;
• Saltos: Teotônio, Girau e Ribeirão.

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As principais Ilhas do Estado:
• No Rio Madeira, Santana, Jacy-Paraná, Três Irmãos, 7 de Setembro, Misericórdia, 15 de
Novembro, Marina e Anús ou da Confluência:
• No Rio Mamoré, Soares e Saldanha:
• No Rio Guaporé, Comprida.

Principais grupos indígenas existentes

Suruí, Gavião, Cinta Larga, Karipuna, Pakaas Nova, Arara, Kaxarari, Eu-Uru-Uau-Uau,
Nhanbiquara e Karitiana.

Clima Predominante
• Equatorial quente-úmido ou tropical úmido, variando de acordo com a altitude, com a
temperatura variando entre 18o e 33o centígrados.

A variação mínima ocorre no município de Vilhena e região, e a máxima no de Porto Velho e


região.
• A estação chuvosa vai de outubro a março e o período de seca, de maio a setembro.

Localização Geográfica:

Região Norte, ao sul da Amazônia Ocidental.


A região amazônica abrange os seguintes países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname,
Peru, Venezuela e Brasil.
No Brasil, onde fica localizada a Amazônia Ocidental, a Amazônia corresponde a 50% do
território nacional e abrange os estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia,
Tocantins, parte do Maranhão e do Mato Grosso.

Poder Político.
A representação política do Estado de Rondônia é constituída por três senadores e oito deputados
federais que atuam no Congresso Nacional.
Em nível estadual, a Assembléia Legislativa é composta por 24 deputados estaduais.
No plano municipal, existem 537 vereadores, 52 prefeitos e 52 vice-prefeitos.

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O Poder Executivo Estadual é exercido pelo governador e, nos seus impedimentos, pelo vice-
governador.

Formação Étnica.
É semelhante ao restante do país, formada por brancos, negros e índios. Mas em virtude das fases
de atração imigratória e migratória ocorrentes durante os ciclos de produção econômica, diversos povos
dessas raças deram sua contribuição para o elemento humano rondoniense, cuja identidade regional
ainda está em formação.

Ocupação humana.
O processo de povoamento do espaço físico que constitui o estado de Rondônia começa no século
XVIII, durante o ciclo do Ouro, quando mineradores, comercializadores, militares e padres jesuítas
fundam os primeiros arraiais e vilas nos vales Guaporé-Madeira.
A decadência desse ciclo de produção aurífera causa a involução populacional desses arraiais,
vilas e cidades surgidas no auge do ciclo do Ouro, com o êxodo dos portugueses e paulistas que
formavam o topo da sociedade da época. Mas ficam os negros remanescentes do escravismo, os
mulatos e os índios já aculturados.
No século XIX, o primeiro ciclo da Borracha, em sua fase primária, atraiu basicamente
nordestinos e bolivianos para o trabalho nos seringais, mas não gerou núcleos de povoamento nesse
espaço geográfico tendo em vista o conceito econômico, que não produzia riquezas locais, por tratar-se
de uma economia de exportação, cujos principais núcleos localizavam-se Manaus e Belém.

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No entanto, os sub-ciclos gerados em decorrência da construção e funcionamento da Ferrovia
Madeira-Mamoré, o Ferroviário, e das Estações Telegráficas da Comissão Rondon, o do Telégrafo,
atraíram povoadores para as terras rondonienses originários de várias regiões brasileiras e de outros
países, que se fixaram e formaram núcleos urbanos.

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As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram, principalmente, matogrossenses, paulistas
e nordestinos, que trabalhavam nos serviços de telegrafia, e acomodavam-se em suas cercanias gerando
pequenos núcleos urbanos, como Ariquemes, Presidente Pena ou Urupá, Pimenta Bueno e Vilhena.
A Madeira-Mamoré atraiu vários contingentes imigratórios destinados ao trabalho nas obras da
ferrovia, nos setores técnicos e administrativos da empresa com seus diversos ramos de exploração,
comercialização e serviços, e ao comércio que se formava ao redor.

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Nesta fase de imigrações instalaram-se em terras rondonienses, notadamente nos núcleos
urbanos de Porto Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-Mirim e Costa Marques,
imigrantes turcos, sírios, judeus, gregos, libaneses, italianos, bolivianos, indianos, cubanos,
panamenhos, porto-riquenhos, italianos, barbadianos, tobaguenses, jamaicanos e bolivianos.

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A migração ocorreu com a fixação de nordestinos procedentes dos estados do Ceará, Bahia, Rio
Grande do Norte e Paraíba, além de amazonenses, paraenses e matogrossenses.
O segundo ciclo da Borracha, iniciado em 1942, funcionou completamente diferenciado do
primeiro e encontrou a região com sua infra-estrutura em fase de consolidação. Os povoadores dos
seringais eram nordestinos, mas divididos em duas categorias, os seringueiros civis e os soldados da
borracha, estes, incorporados ao Batalhão da Borracha.
Os núcleos urbanos desenvolveram-se. O sistema de saúde pública melhorou consideravelmente e
as ações de governo estenderam-se para o interior. A geopolítica regional passa por total transformação
tendo em vista a criação do Território Federal do Guaporé em terras desmembradas dos estados de
Mato Grosso e do Amazonas.
Nesse período, as estações telegráficas da Comissão Rondon funcionavam como receptores de
uma ocupação humana rural-rural, procedente do Mato Grosso, destinada á pecuária, formando grandes
latifúndios onde funcionavam antigos seringais.
O ciclo do Diamante promoveu mudanças substanciais na ocupação humana e desenvolvimento
dos povoados de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta Bueno, enquanto o ciclo da Cassiterita expandiu
a ocupação humana no espaço físico que compreende as microrregiões de Porto Velho e Ariquemes.
O ciclo da Agricultura, cuja atração migratória começou desordenadamente em 1964, fixou em
Rondônia contingentes migratórios procedentes do Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo, Santa
Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Acre e do Nordeste, destacando-se os
estados do Ceará, Bahia, Piauí, Paraíba e Sergipe.
As microrregiões formadas pelos municípios de Vilhena, Pimenta Bueno e Rolim de Moura,
receberam migrantes mato-grossenses, gaúchos e paranaenses, em sua maioria. As microrregiões
formadas pelos municípios de Cacoal, Presidente Médice e Ji-Paraná, recebem gaúchos, paranaenses,
paulistas, e nordestinos, em sua maioria. Migrantes capixabas, paranaenses, mineiros e baianos formam
a maioria dos que se fixaram nas microrregiões de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.
As regiões de Porto Velho e Guajará-Mirim receberam povoadores, mas em menor escala e de
categorias diferentes, considerando-se que o ciclo da Agricultura atraiu, em princípio, uma migração
rural-rural, para, em seguida, fixarem-se migrantes de características rural-urbana.

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ASPECTOS HISTÓRICOS
(Síntese)

Século XVII
Uma importante parcela da área geográfica que constitui o Estado de Rondônia passou a ser
percorrida no início do século XVII, época em que aventureiros e exploradores holandeses, franceses e
ingleses, penetravam na floresta para coletar as chamadas "drogas do Sertão", como eram conhecidos
nas Cortes de Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda essências e frutos tipo pimenta-do-reino,
anil, urucum, baunilha, âmbar, canela, cravo, pau-brasil, pau-preto, e, principalmente, o cacau,
abundantes no vale do Madeira e valiosamente comercializados naqueles países.
Posteriormente, após o controle de Portugal sobre a região, a exploração desses frutos e essências
era feita por colonizadores portugueses com a utilização de mão-de-obra indígena, escravizada, apesar
da Coroa portuguesa reconhecer os índios como os naturais senhores da terra, desde 1609 quando foi
baixado o Alvará que declarava o direito dos índios à liberdade, situação que evoluiu até ser instituído
o regime de capitães-de-aldeia, em 1611.
As primeiras expedições portuguesas que percorreram, total ou parcialmente, o rio Madeira,
procediam do Grão-Pará ou do Maranhão e eram formadas por militares, civis contratados, índios
escravos, e mestiços. Estas expedições, exploradoras ou de limites, combatiam e aprisionavam índios,
que eram comercializados nas capitanias de São Paulo, São Vicente, Grão-Pará e Maranhão.
Do final do século XVI até meados do século XVII (1580/1640), Portugal e suas colônias estavam sob
domínio da Espanha, no que se chamou de União Ibérica.

1616 - É fundado por Francisco Caldeira Castelo Branco, o Forte do Presépio, na foz do rio Amazonas,
que se constituiu o primeiro núcleo de colonização portuguesa na Amazônia e deu origem ao povoado
de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, hoje cidade de Belém.

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1621 - A União Ibérica (Portugal e Espanha) divide o Brasil-Colônia em dois Estados: o estado do
Maranhão e Grão-Pará, abrangendo do Ceará ao Amazonas, e o estado do Brasil, que abrange as
demais regiões.

1637 - A primeira expedição portuguesa que percorre a região do Alto Madeira, parte do povoado de
Cametá, no Grão-Pará, com destino a Quito, hoje capital da República do Equador.
Comandada pelo capitão-mor Pedro Teixeira, esta expedição exploradora e de limites era
composta por 2.000 pessoas e 45 canoas. No retorno, o capelão da flotilha, padre Cristóbal de Acunã,
jesuíta espanhol, registra no seu diário de viagem o nome do rio que os indígenas chamavam Cayari,
como rio Madeira.

1647 - A Expedição Tavares, comandada por Antonio Raposo Tavares, parte de São Paulo, percorre os
rios Tietê, Paraná, Paraguai, Guaporé ou Itenez, Mamoré ou Grande de La Plata, e Madeira, até
alcançar o Forte Gurupá, na capitania do Grão-Pará.
Em seu roteiro esta Bandeira, considerada a "Grande Bandeira de Limites", deixa um rastro de
sangue, exterminando índios e arrasando aldeias.

Na época, a Coroa portuguesa já ocupava parte da região Amazônica, a partir das capitanias do
Maranhão e do Grão Pará.

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1669 - Os padres jesuítas espanhóis Cristóbal de Açuña, Manoel Pires e Garzoni, fundam, no rio
Amazonas, próximo à foz do rio Madeira, uma missão, na ilha onde vivia a nação indígena
Tubinambarana (hoje cidade de Parintins, AM).
No final do século XVII Portugal e Espanha envolveram-se em questões territoriais na Amazônia,
tendo como motivo os desentendimentos causados pela sucessão do trono espanhol. Esse conflito ficou
conhecido como a Guerra de Sucessão, que envolvia ainda interesses políticos e econômicos da França
e da Inglaterra.
A Coroa portuguesa apoiava as posições da Inglaterra de tentar interferir no processo sucessório
espanhol em defesa do arquiduque Carlos da Áustria. Por outro lado, a França lutava para ver no trono
Felipe de Bourbon, neto do rei Luis XIV, que terminou coroado rei de Espanha, com o nome Felipe V.

Século XVIII

1. As bases da ocupação colonial da Amazônia e dos Vales do Madeira e Guaporé.


2. Povos Indígenas dos Vales do Madeira e Guaporé e a Sociedade Colonial.
3. As Políticas do Estado Português para as Regiões do Guaporé e Madeira e a Questão de
Fronteiras.
4. A Economia Colonial no vale do Guaporé e do Madeira: Mineração, Drogas do Sertão, o
Escravismo Indígena e Africano, o Contrabando, o Comércio e as Rotas Fluviais.
5. A Crise e Decadência do Vale do Guaporé

A Coroa portuguesa volta suas atenções para o Vale do Guaporé devido à descoberta de ouro na
região de Mato Grosso, o que dá início ao Ciclo do Ouro.

1717 - O bandeirante Antonio Pires de Campos percorre a região do Planalto dos Parecis e "descobre"
a Serra dos Martírios.

1718 - Grande jazida de ouro é descoberta no rio Coxipó-Mirim, afluente do rio Cuiabá, pelo
bandeirante Pascoal Moreira Cabral.

1719, 08 de abril - O bandeirante Pascoal Moreira Cabral funda o arraial de Cuiabá.

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1722 - Miguel Subtil descobre grande jazida de ouro no rio Cuiabá, na área que ficaria conhecida como
as "Minas do Sutil".

11 de novembro - o sargento-mor Francisco de Mello Palheta comanda uma expedição exploradora,


composta por 128 pessoas, embarcadas em 7 canoas, formada por ordem do governador da capitania do
Grão-Pará, João Maia da Gama. Esta expedição parte de Belém e percorre os rios Madeira e Guaporé.
1723 - A Expedição Palheta alcança o rio Guaporé. Ao retornar, Francisco de Mello Palheta confirma a
designação do rio Madeira, registrada durante a expedição de Pedro Teixeira 86 anos antes. Em seus
registros de viagem Francisco de Mello Palheta o denomina de rio Madeira e "rio das Mortes".

Na época, a região do Madeira era habitada por importantes grupos indígenas, dentre os quais
destacavam-se os Tora, os Matanawí e os Mura. Esta, a nação indígena que combateu ferozmente os
colonizadores portugueses.

1726 - 15 de novembro - É fundada, no local onde funcionavam as "Minas do Sutil", a Vila Real do
Senhor Bom Jesus de Cuiabá, pelo governador da capitania de São Paulo, Rodrigo Cezar de Menezes.

1727- 1º de janeiro - É instalada a Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, com a posse do primeiro
Ouvidor-Mor, Antonio Álvares Lanhas Peixoto, diante do governador Rodrigo Cezar de Menezes.
Nesse período, a via de acesso ao Mato Grosso, partindo de São Paulo, era através dos rios Tietê,
Paraná, Paraguai e Cuiabá. Nas penetrações mais para o interior, o acesso dava-se pelos rios Jauru e
Guaporé.
No trecho Mato Grosso/Grão-Pará, os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, formavam o
sistema hidrográfico de acesso.

1728 - O padre jesuíta João Sampaio funda a aldeia de Santo Antonio das Cachoeiras, na região do
Alto Madeira.

1733 - 27 de outubro - Com o objetivo de coibir o contrabando de ouro, a Coroa portuguesa proíbe a
navegação na hidrovia Guaporé-Madeira no trecho Mato-Grosso/Grão Pará/Mato Grosso.

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1734 - Os irmãos Artur e Fernando Paes de Barros, avançando para o interior de Mato Grosso,
descobrem ouro no rio Guaporé e, em 1736, no Mamoré. Em decorrência do povoamento surgido,
fundam os arraiais de Santa Ana e São Francisco Xavier.

O sistema comercial da região desenvolve-se em duas frentes: uma extrativista vegetal, que
explora as "drogas do Sertão", onde eram comercializados essências e frutos amazônicos, destacando-
se o cacau, mas envolvendo outros produtos como plumas de aves, guaraná e manteiga de tartaruga.
A outra frente de comércio é metalista, prevalecendo a exploração de ouro, na qual predomina o
contrabando, fortalecido por dois fatores: a ausência de fiscalização e as relações comerciais "não-
permitidas", entre portugueses e espanhóis ao longo do rio Guaporé.
Com essas características, os sistemas de comércio, formadores da base da economia regional,
não geravam riquezas locais, por serem destinados à exportação e, desse modo, gerar riquezas nos
pontos mais afastados como Cuiabá, São Paulo e Belém.
A descoberta de grandes jazidas de ouro nos rios Guaporé e Sararé provocou o avanço de
mineradores paulistas, cuiabanos e goianos mais para o interior, em terras "rondonienses", procedendo
da região de Cuiabá, a partir de 1731. Desses, destacam-se os irmãos Fernando e Artur Paes de Barros.
A descoberta de outras jazidas auríferas no rio Galera motivou a ocupação de outras áreas da
região por mineradores e comercializadores de ouro.

1737 - Mineradores cuiabanos e paulistas fundam o sítio que denominaram Pouso Alegre, às margens
do rio Guaporé.

1743 - A Coroa portuguesa eleva o sítio Pouso Alegre à condição de feitoria.

1745 - Tristão da Cunha Gago descobre rica jazida de ouro no rio Corumbiara, em "terras
rondonienses".

1746 - 05 de agosto - A Coroa portuguesa eleva a feitoria de Pouso Alegre à categoria de município e
modifica sua designação para Vila Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso.

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1748 - 09 de maio - A Coroa portuguesa cria a capitania de Mato Grosso e Cuiabá, em terras
desmembradas das capitanias de São Paulo e do Grão Pará, e nomeia como primeiro governador o
capitão-general Gomes Freire de Andrade, Conde de Bobadela. Nomeado pela Carta Régia de
09.05.1748, exerce o governo até 17 de janeiro de 1751.

A área geográfica desta nova capitania abrange a maior parte das terras hoje formadoras do
Estado de Rondônia.

1749 - O sargento-mor Luiz Fagundes Machado comanda expedição exploradora e de limites que parte
do Grão-Pará até alcançar as minas de ouro em Cuiabá.
1750 - 13 de janeiro - Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madri, através do qual o governo
português assegura a posse das terras localizadas á margem oriental do rio Guaporé, determinando os
limites territoriais desses dois reinos na América do Sul.

1751 - 17 de janeiro - Assume o governo da capitania de Mato Grosso e Cuiabá o capitão-general


D.Antonio Rolim de Moura Tavares, cartógrafo e astrônomo, nomeado pela Carta Régia de
25.09.1749. O governador toma posse em Cuiabá, perante as autoridades constituídas.

Posteriormente, o governador parte para o vale do Guaporé, com ordens de Portugal para fixar
seu governo na ex-feitoria de Pouso Alegre, agora município de Vila Bela da Santíssima Trindade de
Mato Grosso.
Assume o governo da capitania do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do
marquês de Pombal.

1752 - 19 de março - D. Antonio José Rolim de Moura Tavares instala seu governo na feitoria de
Pouso Alegre que tem sua designação mudada para Vila Bela da Santíssima Trindade do Mato Grosso
e passa a funcionar como capital da capitania de Mato Grosso, em virtude de ser local estratégico de
vigilância e defesa do Vale do Guaporé contra os espanhóis que ocupavam a margem direita do rio
Guaporé, região pertencente ao vice-reinado do Peru (atual Bolívia).

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Esse governo é o marco da colonização portuguesa no espaço físico que hoje constitui o Estado
de Rondônia.
Nesse período, começa a se formar na região uma sociedade mercantilista e escravocrata,
constituída por uma elite militar, religiosa e de funcionários da administração pública, além de
sertanistas, faiscadores de ouro, comerciantes, pequenos fazendeiros e donos de engenho.
No patamar mais baixo dessa pirâmide social estavam os negros alforriados, mulatos e índios.
Mais abaixo, os escravos.
Esse modelo da sociedade guaporeana que se formava, tinha como membros de sua elite os que
descobriam grandes jazidas de ouro, os que aprisionavam índios, os que lutavam na conquista das
fronteiras lusitanas, os políticos, os senhores de escravos, os religiosos e funcionários da administração,
além de grandes comerciantes.
O ciclo do Ouro no vale Guaporé, no entanto, foi dominado por grandes dificuldades, a partir da
política conturbada entre Portugal e Espanha que se refletia em suas colônias localizadas,
respectivamente, à direita e à esquerda, do rio Guaporé, no abastecimento de víveres e, principalmente,
por conta das graves incidências de doenças tropicais, incrementadas pela total ausência de
saneamento, principalmente em Vila Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso.
Apesar de projetada em Portugal para ser uma cidade moderna, não houve preocupação com a
questão sanitária.
As doenças reinantes desse período foram: febre amarela, tifo, impaludismo ou malária, cólera,
sífilis, leishmaniose e o maculo ou corrupção, também chamada de "mal de bicho", um tipo grave de
diarréia que causava o alargamento do ânus e reto, fatal na maioria das vezes.
Outras doenças que acometiam aos povoadores eram a varíola ou peste, o sarampo, o escorbuto e
a tuberculose, além de afecções de pele como a sarna e impíngens.
Esse quadro sanitário levou ao governador Rolim de Moura a referir-se à região como "O terror
das Américas" em razão das epidemias que assolavam os subespaços geográficos compreendido entre
os Vales do Guaporé e do Madeira.
O tratamento dessas doenças era feito com o conhecimento da medicina popular e a base de
remédios vindos da Europa.
Essa profilaxia era aplicada utilizando-se o mercúrio para o tratamento da sífilis; o maculo era
tratado com um preparado á base de tabaco, pólvora, aguardente, erva-de-bicho, limão e pimenta

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malagueta. As doenças catarrais (pneumonia e tuberculose) tratavam-se com aguardente. A malária
somente passou a ser tratada com eficiência a partir da descoberta do quinino em 1798.

1754 - O governador Rolim de Moura funda um destacamento militar na Missão de Santa Rosa, que
denominou Guarda de Santa Rosa Velha, para combater e impedir ataques dos espanhóis.

1755 - 03 de março - É criada a capitania de São José do Rio Negro, hoje cidade de Manaus, AM,
cujos limites territoriais estendiam-se à cachoeira de Santo Antonio, no rio Madeira (atualmente área
pertencente à cidade de Porto Velho).

Neste mesmo ano é criada, por autorização do marquês de Pombal, a Companhia Geral de
Comércio do Grão-Pará e Maranhão encarregada do transporte de mercadorias e escravos destinados
aos vales Guaporé-Madeira, e de produtos procedentes desta região, como ouro e drogas do sertão.
Ao criar esta empresa ele desgostou profundamente aos jesuítas tendo em vista a concorrência
que passou a existir com a Companhia de Jesus, que, até então, monopolizava o comércio das "drogas
do sertão". O lema dos jesuítas era "Deus e o Lucro".
Na visão política do marquês de Pombal, a Coroa portuguesa precisava desvencilhar-se do
domínio inglês e, desse modo, ele estabelece um novo programa de comércio e navegação, na tentativa
de reorganizar a economia da Coroa portuguesa a partir de benefícios procedentes de suas colônias.
Na Amazônia rondoniense prevalecia como principal atividade econômica o ciclo do Cacau e das
"drogas do Sertão", próspero comércio exportador, que teve início no século XVII e expandia-se em
meados do século XVIII.
Os padres jesuítas eram os principais comercializadores desses produtos da floresta, que
abrangiam, além do cacau, essências e frutos, destacando-se, canela, resinas, madeiras duras, baunilha,
salsaparrilha e urucum. Esta condição sofreu profundas alterações por conta da criação da Companhia
Geral de Comércio do Maranhão e Grão-Pará.
Outro fator econômico adotado pelo marquês de Pombal que modificou a política de ocupação da
Amazônia rondoniense, foi a introdução de escravos africanos em substituição aos índios.
O transporte e comércio de negros escravos tornaram-se monopólio explorado pela Companhia
Geral de Comércio do Maranhão e Grão-Pará, conhecida como a "empresa de Pombal".

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1757- 21 de fevereiro - O juiz de fora Teotônio da Silva Gusmão, por ordem do governador Rolim de
Moura, funda o Arraial de Nossa Senhora da Boa Viagem, às margens da Cachoeira do Salto Grande
(hoje Cachoeira do Teotônio, em Porto Velho) no rio Madeira.

Este arraial entrou em declínio devido aos constantes ataques dos índios Mura, às doenças
regionais e os desentendimentos políticos entre Teotônio de Gusmão e os jesuítas.
No mesmo ano, Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras e marquês de Pombal,
ministro todo-poderoso do rei D. José I, cria os "Diretórios dos Índios", que visam ao aldeamento,
assegurar a liberdade dos índios e sua aculturação.
Na verdade, a legislação dispondo sobre a proteção e defesa dos índios no Brasil-Colônia nunca
foi bem aplicada em razão de ser contraditória, haja vista que proibia o escravismo indígena, mas
apoiava as chamadas guerras justas levadas a efeito pelos colonizadores contra índios insubmissos
desde o início do século XVII.

1758 - 07 de maio - É instalada a capitania de São José do Rio Negro, com a posse do primeiro
governador, Joaquim de Melo Póvoas.

03 de novembro - A Coroa portuguesa, sob o reinado de D. José I e orientação política do marquês de


Pombal, expede a Carta Régia que ordena a expulsão dos jesuítas da colônias.

Este fato agradou ao governador Rolim de Moura que não gostava dos padres inacianos.
Esta ação política do marquês de Pombal contrariou os conceitos do processo de colonização
desenvolvido pela Coroa portuguesa em conjunto com a Igreja católica, marcada pela presença
constante da Cruz e da Coroa, sendo a religião um importante ponto de apoio para a execução da
política de conquista e povoamento praticada por Portugal.

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1760 - O governador Rolim de Moura funda o Forte Nossa Senhora da Conceição, às margens do rio
Guaporé, onde funcionava a Guarda de Santa Rosa Velha.

1762 - agosto - O governador Rolim de Moura funda a povoação de São Miguel, às margens do rio
Guaporé.

O ciclo do Ouro gerou povoações nas áreas garimpeiras e cercanias das missões jesuíticas,
principalmente.
Os mais importantes núcleos de povoamento nas áreas de garimpo foram: Subtil (que deu origem
a Cuiabá), São Francisco Xavier, Pouso Alegre (que originou Vila Bela) Nossa Senhora do Pilar, Santa
Ana, Santa Bárbara, Ouro Fino, São Vicente Ferrer, Lavrinhas, Arraes, Arraial Velho, Corumbiara,
Santa Izabel, Rio Preto e Guajarajus.
Muitos desses arraiais foram abandonados em razão do desabastecimento de gêneros alimentícios
e das moléstias regionais como a malária (impaludismo) lepra (hanseníase) e, de moléstias acidentais,
como a febre amarela.

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As missões jesuíticas foram Santa Rosa, São José, São Miguel e São Simão. Diferentes das áreas
de garimpo, as missões desenvolviam a agricultura, pecuária e o comércio de víveres.
No rio Madeira (região do Alto Madeira) as principais povoações foram: Santo Antonio das
Cachoeiras, Balsemão, Girau e Arraial de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Apesar do ciclo do Ouro promover o povoamento dos Vales Madeira-Guaporé, outro ciclo
econômico desenvolvia-se, tendo como estrutura o extrativismo vegetal, baseado nas "drogas do
Sertão", iniciado no século XVII.
No século XVIII, a Europa e os Estados Unidos descobrem o chocolate, que passou a ser
consumido nas Cortes européias e pela burguesia norte-americana, gerando, na Amazônia, o ciclo do
Cacau, que era explorado em larga escala na Amazônia rondoniense.
Ao comércio das "drogas do Sertão" foram incluídos ainda a castanha-do-pará e o tabaco.

1765 – 1º de janeiro - O capitão-general João Pedro da Câmara assume o cargo de governador da


capitania de Mato Grosso, em substituição a Rolim de Moura. Sua nomeação deu-se pela Carta Régia
de 16.07.1763.

D. Antonio José Rolim de Moura Tavares governou a capitania de Mato Grosso com total apoio
do Conselho Ultramarino, o que lhe dava plenos poderes no governo e elevado prestígio em Portugal.
Exerceu o cargo de governador da capitania de Mato Grosso durante 13 anos e 11 meses. Ao deixar o
governo de Mato Grosso foi nomeado governador da Bahia e vice-rei do Brasil. Promovido a marechal-
de-campo, recebeu o título de primeiro Conde de Azambuja e a comenda Samora Corrêa.

1768 - 30 de setembro - Luiz Pinto de Souza Coutinho, Visconde de Balsemão, nomeado governador
da capitania de Mato Grosso ao dirigir-se à Vila Bela para tomar posse, navegando pelo Madeira,
funda, acima da cachoeira do Girau, a vila de Balsemão, (nome dado em homenagem à sua cidade
natal). Sua nomeação ocorreu pela Carta Régia de 21.08.1767.

1769 - É fundada a Missão de São José, no vale do Guaporé, por padres jesuítas.

1771- O governador da capitania de Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho, que governou de

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1768 a 1771, muda a designação do Forte Nossa Senhora da Conceição para Forte Bragança. Este
forte foi destruído por uma enchente nesse mesmo ano.
No governo de Luiz Pinto de Souza Coutinho ocorreram importantes mudanças na toponímia do
vale do Guaporé. Além do Forte Bragança, o governador mudou as designações dos povoados de São
Miguel, que passou a ser designado Lamego, e São José, que ficou denominado Leomil. O Sítio das
Pedras passou a chamar-se Destacamento de Palmela.

1772 - 13 de dezembro - Assume o governo da capitania de Mato Grosso o capitão-general Luiz


Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, nomeado pela Carta Régia de 03.07.1771.

O governo do capitão-general Dom Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres preocupou-se


com o sistema de defesa e de organização geopolítica do vale do Guaporé e fundou povoações como
Albuquerque, hoje Corumbá, e Vila Maria, que hoje o homenageia, sendo a cidade de Cáceres.
Em terras "rondonienses" fundou no local onde funcionava a Casa Redonda, o povoado de Viseu.
Em seguida, aprofundando o povoamento mais para o interior, fundou Guarajus.
O capitão-general Dom Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres era o 10o Senhor de
Morgado do Casal Vasco, 9o. Senhor de Morgado dos Melo e Lousa, 5o. Senhor de Insua e de Espichel
e Comendador da Ordem de Cristo.
A Coroa portuguesa, no reinado de D.José I, seguindo a política de expansão e fixação de suas
fronteiras amazônicas, sob a orientação política do ministro Sebastião José de Carvalho Mello, o
Marquês de Pombal, decide aumentar seu poderio militar no vale do Guaporé contra os avanços da
Coroa espanhola na região.

1776 - 20 de junho - Inicia-se a construção do Real Forte do Príncipe da Beira próximo ao local onde
havia funcionado o Forte Bragança.

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A Coroa portuguesa, seguindo a política de expansão e fixação de suas fronteiras na Amazônia,
sob a orientação do ministro José de Carvalho Mello, marquês de Pombal, aumenta seu poderio militar
no vale do Guaporé contra os avanços da Coroa espanhola na região.
No mesmo ano morre o rei D. José I, fato que modifica a política de Portugal para o Brasil-
Colônia, principalmente em virtude da ascensão da rainha D. Maria I ao trono, da renúncia do marquês
de Pombal, substituído no cargo por Martinho de Melo e Castro,. Inaugura-se, desse modo, um novo
ciclo que ficou conhecido por "Viradeira".
Posteriormente, ocorre a extinção da Companhia Geral de Comércio do Maranhão e Grão-Pará.
1778 - É extinta a Companhia Geral de Comércio do Maranhão e Grão-Pará.

Grave crise econômica ocorre na região dos vales Guaporé-Madeira em razão do aumento geral
dos preços das mercadorias.

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1780 - Morre, vitimado pela malária, o engenheiro italiano a serviço de Portugal, Domingos
Sambucetti, primeiro construtor do Real Forte do Príncipe da Beira. Sargento-Mor Ricardo Franco de
Almeida Serra

1782 - O sargento-mor e engenheiro militar Ricardo Franco de Almeida Serra chega à cidade de Vila
Bela da Santíssima Trindade de Mato Grosso acompanhado pelos engenheiros Joaquim José Ferreira,
Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida, com a missão de continuar as
obras de construção do Real Forte do Príncipe da Beira.

1783 - 31 de agosto - É inaugurado o Real Forte do Príncipe da Beira.

O Real Forte do Príncipe da Beira foi construído durante governo de Luiz Pereira de Mello e
Cáceres, governador de Mato Grosso durante 17 anos (1772/89). Coube-lhe a escolha da designação do
Real Forte do Príncipe da Beira, em homenagem ao primogênito de D. Maria I, D. José II, príncipe da
Beira, uma cidade em Portugal.
Seu primeiro construtor foi o engenheiro militar Domingos Sambucetti. A conclusão das obras foi
feita pelo engenheiro militar, sargento-mor Ricardo Franco d'Almeida Serra.
Quando foi inaugurado o Real Forte do Príncipe da Beira já não tinha mais importância militar
devido aos vários acordos celebrados entre Portugal e Espanha e ao declínio acentuado do ciclo do ouro
no vale do Guaporé. Desse modo, o forte passou de quartel de vigilância e combate para presídio do
governo imperial brasileiro e, posteriormente, do republicano, até ser totalmente esquecido no meio da
floresta.
A mão-de-obra utilizada na construção do Real Forte do Príncipe da Beira foi, principalmente, a
de escravos negros e indígenas.

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A escravidão negra no Vale do Guaporé deu-se com a descoberta e exploração do ouro e a
fixação de povoadores ligados à comercialização desse metal e à atividade agro-pastoril.
O período do escravismo negro na região do Vale do Guaporé teve como característica, além dos
suplícios e angústias impostas aos negros escravos, as revoltas e fugas que marcaram a resistência à
escravidão, com diversos grupos negros rebelando-se, lutando contra o sistema escravagista e fugindo
para o interior da floresta.
Os escravos fugitivos fundaram vários quilombos na Amazônia rondoniense, sendo o mais
importante o Quilombo do Piolho ou Quariterê, (1752/95) que resistiu durante 43 anos às expedições
punitivas da Coroa Portuguesa.
Os principais quilombos localizados no Vale do Guaporé foram: Galera, Galerinha, Taquaral,
Pedras, Cabixi e Piolho.

1789 - 20 de novembro - É nomeado governador da capitania de Mato Grosso e Cuiabá o capitão-


general João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que substitui a seu irmão Luis Albuquerque
Melo Pereira e Cáceres.

Fonte: rondonoticias.com.br
Autor: Francisco Matias

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