O objetivo da coletânea de trechos apresentados a seguir é trazer material para a reflexão sobre a relação entre Filosofia e os passeios no Livro III da obra “Os Ensaios” de Michel de Montaigne. O filósofo apresenta concepções interessantes sobre a conexão entre pensamento, movimento, corpo, sociabilidade no contexto dos passeios, do ponto de vista da Filosofia. Complemento duas passagens do poeta Walt Whitman, do livro “Folhas de Relva”, no qual se destacam como os caminhos abarcam essa relação entre ser humano, natureza e conhecimento.
Original Title
A Filosofia e o Passear - Um passeio por Michel de Montaigne e Walt Whitman
O objetivo da coletânea de trechos apresentados a seguir é trazer material para a reflexão sobre a relação entre Filosofia e os passeios no Livro III da obra “Os Ensaios” de Michel de Montaigne. O filósofo apresenta concepções interessantes sobre a conexão entre pensamento, movimento, corpo, sociabilidade no contexto dos passeios, do ponto de vista da Filosofia. Complemento duas passagens do poeta Walt Whitman, do livro “Folhas de Relva”, no qual se destacam como os caminhos abarcam essa relação entre ser humano, natureza e conhecimento.
O objetivo da coletânea de trechos apresentados a seguir é trazer material para a reflexão sobre a relação entre Filosofia e os passeios no Livro III da obra “Os Ensaios” de Michel de Montaigne. O filósofo apresenta concepções interessantes sobre a conexão entre pensamento, movimento, corpo, sociabilidade no contexto dos passeios, do ponto de vista da Filosofia. Complemento duas passagens do poeta Walt Whitman, do livro “Folhas de Relva”, no qual se destacam como os caminhos abarcam essa relação entre ser humano, natureza e conhecimento.
O objetivo da coletnea de trechos apresentados a seguir trazer material para a reflexo sobre a relao entre Filosofia e os passeios no Livro III da obra Os Ensaios de Michel de Montaigne. O filsofo apresenta concepes interessantes sobre a conexo entre pensamento, movimento, corpo, sociabilidade no contexto dos passeios, do ponto de vista da Filosofia. Complemento duas passagens do poeta Walt Whitman, do livro Folhas de Relva, no qual se destacam como os caminhos abarcam essa relao entre ser humano, natureza e conhecimento. Vitor Vieira Vasconcelos Doutor em Geologia Mestre em Geografia Bacharel em Filosofia Agosto de 2014
Os Ensaios (edio em 1595) Michel de Montaigne
Livro III De Trs Relacionamentos Todo local isolado requer um espao onde perambularmos. Meus pensamentos dormem se os fizer sentar. Meu esprito no avana se as pernas no o agitarem. Os que estudam sem livro so todos assim. (p. 63)
Da Vanidade No quero que o prazer do passeio estrague o prazer do repouso; ao contrrio, pretendo que ambos se alimentem e se favoream mutuamente. (p. 245) Costumo responder aos que me indagam o motivo de minhas viagens: que sei muito bem do que fujo, mas no sei o que procuro. [...] Que sempre vantajoso trocar um mal estado por um estado incerto... (p. 280-281) Alm destas razes, viajar parece-me uma atividade proveitosa. Ento a alma exercita-se continuamente em observar as coisas desconhecidas e novas; [...] O corpo no fica ento nem ocioso nem fatigado, e essa agitao moderada mantm-lhe o flego. (p.282-283) Mas em tal idade nunca retornareis de to longo caminho. Que me importa? No o empreendo nem para voltar dele nem para complet-lo; pretendo apenas movimentar-me, enquanto o movimento me apraz. E passeio por passear. Os que correm atrs de um benefcio ou de uma lebre no correm; correm os que brincam de pegador e parar exercitar-se na corrida. Meu projeto (plano de viagem) totalmente divisvel; no se fundamenta em grandes expectativas; cada jornada constitui seu final. E a viagem de minha vida conduz-se da mesma forma. (p. 289) Deixei alguma coisa para trs de mim? Volto para l; sempre meu caminho. No trao nenhuma linha determinada, nem reta nem curva. No encontro o que me haviam dito? Como amide advm que os julgamentos dos outros no coincidem com os meus, e mais frequentemente achei-os errneos, no lamento meu trabalho: aprendi que o que diziam no est l. (p. 301) De resto, a maior parte das companhias casuais que encontrais no caminho so mais incmodas que agradveis; no me prendo a elas, menos ainda agora que minha velhice me singulariza e de certa forma me isola das atitudes comuns. [...] uma sorte rara, mas de inestimvel alvio, contar com um homem culto, de inteligncia firme e costumes conformes com os vossos, que goste de acompanhar-vos. Sofri extrema falta deles em todas as minhas viagens. Mas uma tal companhia, preciso t-la escolhido e conquistado ainda em casa. Nenhum prazer tem sabor para mim sem comunicao. No me vem alma nenhum pensamento vigoroso sem que me aborrea hav-lo produzido sozinho e no ter a quem oferec-lo. [...] Agradou-me o pensamento de Arquita de que, sem a presena de um companheiro, no haveria prazer nem mesmo no cu e em passear naqueles grandes e divinais corpos celestes. (p. 302-303) Bem sei que, seguido risca, esse prazer de viajar d prova de inquietude e de inconstncia. Alis, essas so as nossas caractersticas mestras e predominantes. Sim, confesso, no vejo coisa alguma, nem sequer em sonho e por desejo, a que possa me agarrar; apenas a variedade me satisfaz. isso mesmo que me fortalece (sustenta-me, faz-me perseverar neste gosto) para viajar: que posso deter-me sem prejuzo, e tenho como desviar-me dela (da viagem, parando) facilmente. (p. 305)
Da Experincia No h nada que devamos recomendar juventude tanto quanto a atividade e a prontido. Nossa vida s movimento. (p. 469) Meu andar rpido e firme, e no sei qual dos dois, o esprito ou o corpo, tenho mais dificuldade em deter no mesmo lugar (manter imvel). (p. 489)
Folhas de Relva (edio em 1855) Walt Whitman
Esta manh, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o cu povoado. E disse a minha alma: quando abarcarmos esses mundos, e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos? E a minha alma disse: no, uma vez alcanados esses mundos, prosseguiremos no caminho. [...] A terra e o mar, os animais, peixes e pssaros, o cu, as florestas, montanhas e rios, No so temas pequenos... mas as pessoas esperam que lhes indiquemos Mais do que a beleza e a dignidade que sempre se anexam nos objetos reais e mudos... Elas esperam que lhes indiquemos o caminho entre a realidade e suas almas.
Referncia MONTAIGNE, Michel de. Os Ensaios. Livro III [Les Essais: Livre III]. Traduo de Rosemary Costhek Ablio. So Paulo: Martins Fonte, 2001. 501p. WHITMAN, Walt; Folhas de relva: a primeira edio (1855). Traduo: LOPES, Rodrigo Garcia. Iluminuras, 2005.
“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”