nota perdida de uma sinfonia a se romper no vácuo, eis a vida em sua forma final, pronta para morrer, quando todos os anjos acenam com suas vestimentas asquerosas sinalizando impiamente sem saber o porque trafegando entre mundos axias - fenômenos participativos ratos que se jogam ao mar mas não afundam com o navio ondas e nuvens e pedras e raios que se desfazem, mas não deixam de existir. Reconhecemos o brilho da manhã quando o vemos, e o mundo está sob nós. Não esperemos mais. aquecemos nossas peles um no outro. Não morda muito, só um pouquinho. Estendidos na areia - joga-se o corpo contra a onda, e o meu sentimento e o seu sentimento de dor vão embora Não carregue muito deste peso injusto. Pesemos o humor de todos nós. Foi convite da vida, de estarmos aqui. Louvemos o anfitrião; peçamos a carne o pão - o vinho - e a água - Olhas agora para Oeste, não vês mais a escuridão introspectiva, mas raios fulgentes, que se entrelaçam a escuridão. Levanta os braços, abre as mãos, ergue os dedos. O que o anfitrião nostrará? Estamos gratos de nossa satisfação, mas nossa satisfação é sentir. - Desejamos tudo agora - descemos a ver nossos membros despencados devorados e perdidos Silencia a mente por um instante, então deixa a nota romper-se em sua mente, deixa a vida fluir. Eu me hospedo neste organismo, e ele filtra minha percepção para que eu possa entender este mundo. Retornemos do desejo afundemos o navio e boiemos lembraremos, sim, naquele momento desafiador de morte e mistério e dor Onde esteve você? Lentamente acorda-se na caverna O mundo brilha lá fora Conta para nós de tuas estranhas jornadas queremos saber tudo queremos sentir tudo queremos querer tudo e não agüentamos nada Conta para nós da maravilha de estar aqui Deita-se para o outono Em que estação decidiremos chover Em que estação resolveremos brilhar todos stão certo da força vindo em nossa direção, e como a nota esplendida a arrebitar o âmbito de nossas almas olhamos por sobre as vastas paisagens de nossas personalidades e sorrimos para com nossas complicações, tão e só nossa, distração suicida, discórdia assassina, abraço afectuoso de caos risonhas estações e sinfonias Vestes estes verdes aqua e azuis safira, longas tranças - orna-se da cor da beleza que reside aqui e sobrepõe o ímpeto do trovão sobrepõe supera e transforma a sede de existir - realiza seja lá o que for criar. Reservemos uma estação para o futuro - reservemos também a credencial para a alegria Abrimos os livros do perdão Limpamos com nossas mãos cada canto deste planeta Um traçado displicente e tortuoso revela seu milagre, e você desfruta desta visão no sair da caverna. Levanta-se agora, não se ajoelha mais como subalterno. Olha a miríade impetuosa em seu ímpeto Olha o milagre do deserto girar seu turbilhão ancestral de poder Olha o furor impiedoso do destino A sorte é um cachorrinho carente querendo carinho, pronto para lhe oferecer os dentes Você ai sentado nesta cadeira movendo sua mente a centenas de lugares, pessoas e abstrações sem sentido - ouvindo cada palavra repetir-se dia a dia, na habitualidade imparcial da solidão, estamos apenas aptos a nos habituar - não a promover Desdilago e avulso, procurando um excesso convincente de realidade Porre existencial - solos repetitivos e hipnotizantes que nos envergam a horizontal - Nos movendo como dois peixes e um mar Procurando nossas estações nossos fusos, fantasiosos habitats dias valiosos e confusos - algo parece faiscar um sentido - logo percebido - então o barco começa a afundar. Içando as velar para que a barca vá Prossigamos a fantasiar o que não há Desliga-se e olha, o som suave da chuva invadir sua mente, preenchendo seu coração de melancolia. Guitarras tristes que compuseram a música de tua vida. O que falta na comunhão dos mortos? Aproximam-se lentamente os marinheiros do rochedo. o lobo do alto da torre encara a ventania Seis cores estelares desabrocham O mar tem velada tua alforria Cantas para mim com teus olhos fechados a canção do amanhecermos juntos Decida para que lado encaram teus pensamentos Que direção iluminam-se tuas idéias Vem insana para meus braços Comeremos pêssegos enquanto Mudam as estações Estou chegando em casa Recebe-me de alma para alma E o futuro nos céus desenhamos Olhamos - em êxtase - e existimos Traz tuas mãos róseas às minhas Uma nota só, entrelaçando Eclodindo a febre do sentir
Emerson Ehing, Aluga-se um cérebro Revoltado, Livro II, Dois