Este documento resume e analisa vários autores e suas obras sobre democracia e sistemas políticos. Apresenta os modelos consensual e majoritário de democracia de acordo com Lijphart e discute autores como Downs, Elster e Tsebelis que analisam racionalidade de atores políticos e poder de veto dentro de sistemas democráticos e não democráticos.
Este documento resume e analisa vários autores e suas obras sobre democracia e sistemas políticos. Apresenta os modelos consensual e majoritário de democracia de acordo com Lijphart e discute autores como Downs, Elster e Tsebelis que analisam racionalidade de atores políticos e poder de veto dentro de sistemas democráticos e não democráticos.
Este documento resume e analisa vários autores e suas obras sobre democracia e sistemas políticos. Apresenta os modelos consensual e majoritário de democracia de acordo com Lijphart e discute autores como Downs, Elster e Tsebelis que analisam racionalidade de atores políticos e poder de veto dentro de sistemas democráticos e não democráticos.
Disciplina: Teoria do Estado e Cincia Poltica Professor: Fabricio Tomio Turma: Diurno A Aluna: Lasa Fernanda Alves Vieira
Resenha da bibliografia obrigatria DOWNS, Anthony. Uma teoria econmica da democracia. So Paulo: Edusp, 1999.
ELSTER, Jon. Ulisses liberto. So Paulo: EdUnesp, 2009.
LIJPHART, Arend. Modelos de Democracia. RJ: Civilizao Brasileira, 2003.
TSEBELIS, George. Jogos Ocultos. So Paulo: Edusp, 1998 .
TSEBELIS, George. Atores com Poder de Veto. Rio de Janeiro: EdFGV, 2009.
A palavra Democracia vem da palavra grega demos que significa povo. Ela refere-se a um regime de governo em que o poder de tomar decises polticas encontra-se na mo do povo direta ou indiretamente. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expresso e manifestaes de suas opinies. A maior parte das naes do mundo atual seguem o sistema democrtico. Arend Lijphart um especialista em instituies democrticas. Em Modelos de Democracia realiza um estudo acerca das diversas democracias ao redor do mundo. Para o autor, uma democracia pode se organizar e funcionar de vrias maneiras, mas h certo padro no que diz respeito natureza de suas prticas e regras. Ela pode ser definida como governo do povo e para o povo, o que levanta a questo de quem governar em caso de desacordo no povo. Para responder esse questionamento ele divide os pases democrticos em dois modelos: consensual e majoritrio. O modelo consensual como o prprio nome alude um modelo de concesso. Nesse modelo compartilha-se o poder de vrias formas, buscando sempre dispersar o poder. Por isso considerado por Lijphart o mais democrtico. No outro, o modelo majoritrio, o poder fica nas mos de uma pequena maioria.
Se analisarmos a constituio brasileira nos depararemos com a seguinte pergunta: o quo democrtica ela ? Analisando as incongruncias do sistema poltico brasileiro observamos que uma pequena maioria governa, levando em conta seus interesses pessoais. Outro problema da democracia do Brasil a amnsia eleitoral. Devido a fatores intrnsecos do sistema e aspectos culturais, o brasileiro tem dificuldade de lembrar em quem votou. Nota-se a urgncia de se realizar uma reforma politica no pas. Para resolver essa mazela, o autor sugere o sistema proporcional de lista fechada e o sistema majoritrio para reduzi-la. Parte da premissa de que "Qualquer mudana que seja feita para diminuir o nmero de candidatos ou obrigar, em maior ou menor medida, o voto em partidos ir ser uma mudana para melhor". Essa posio de Lijphart no deve ser levada em conta sem se analisar as particularidades e significativas diferenas dos diversos planos polticos. Atualmente, existe uma grande presso para a instaurao do Voto Distrital no Brasil. Esse Estado Democrtico, precisa possuir mecanismos que o assegurem legalmente e o petrifiquem. Jon Elster, filsofo noruegus, tambm estuda as instituies democrticas. Para montar sua teoria ele usa o raciocnio da auto- restrio. O autor em seu livro Ulisses Liberto ir falar acerca das Constituies escritas, que alm de se auto restringirem, restringem os outros. As democracias possuem a Constituio como smbolo. A Constituio vlida para restringir as aes das pessoas. Downs, autor visto no semestre, dir que o governo age predominantemente em nome de interesses pessoais. A restrio que a Constituio traz uma forma de barrar esse tipo de prtica. Elster dir que a Constituio servir para contrabalanar as paixes, superar a inconsistncia temporal e promover a eficincia, ou seja, frear no possvel esses legisladores que colocam seus interesses prprios em detrimento do interesse geral. Para isso, segundo Elster, faz-se necessrios a existncia do bicameralismo, separao dos poderes e o veto do executivo. Milton Friedman, economista norte-americano, em concordncia com as ideias de Elster tambm afirma que o Estado possui um papel muito maior do que simplesmente representar possui a competncia de aferir restries s aes individuais de maneira legtima.
Jon Elster consegue com suas ideias creditar importncia ao estudo das Constituies, que so a norma maior que regulam a vida das pessoas. Elas refletem a vida da sociedade democrtica de direito e promovem a estabilidade constitucional. O sistema democrtico, expresso do mundo contemporneo, visto como modelo poltico racional. Anthony Downs um economista e estudioso da racionalidade. Ele analisa as decises dos indivduos como se elas fossem tomadas por mentes racionais. Como a democracia um sistema formado por indivduos racionais, a teoria de Downs uma excelente fonte de estudo. A anlise econmica de Downs refere-se descoberta dos objetivos que aquele que toma a deciso est perseguindo e a anlise dos meios mais razoveis para atingi-los. Downs s utiliza o termo racional no estudo dos processos de ao, ou seja, meios de um agente. A racionalidade em Downs no analisada conforme as inclinaes pessoais do indivduo, seus motivos, e necessidades emocionais so descartados. Analisa apenas a racionalidade estrita. Segundo Downs o governo deve maximizar seu apoio politico, visando reeleio. Alm disso, o autor assume que todo comportamento racional egosta, portanto os partidos formulam polticas a fim de ganhar eleies, e no ganham eleies a fim de formular polticas (p. 50). Na democracia estamos sujeitos a ser governados por pessoas que agem racionalmente com o fim explcito de permanecer no poder. Outro pensador, Adam Przeworski, acreditava que mesmo que o governo instalado no poder tente manipular a economia, para a mesma saudar resultados positivos e ele permanecer no poder, isso no seria suficiente para ganhar todas as eleies infinitamente. Os eleitores mudam constantemente suas preferencias, que no so mensurveis. A teoria de Downs deve ser vista com cautela, pois tende a simplificar o mundo real, que bastante complexo. Sua teoria reduz o cidado a um tpico homem burgus, mero consumidor. O modelo de Downs depende de um forte aparato miditico que o assegure. Sua teoria tem de positivo a possibilidade de prever as consequncias das aes deliberadas. George Tsebelis foi outro estudioso dos fenmenos polticos. Em Jogos Ocultos, o autor, quer fornecer uma exposio sistemtica, empiricamente precisa e teoricamente coerente das escolhas aparentemente subtimas (p. 17). A escolha subtima aquela que no considerada como sendo a melhor alternativa.
Ao estudar a racionalidade, Tsebelis, ir de acordo com Downs no sentido de dizer que os atores polticos agem de acordo com seus interesses e no visando um bem comum. Mas ir contradizer Downs, ao afirmar que o cientista social que admite que os atores se comportam de maneira racional efetua uma reduo (p. 51). A diferena que Tsebelis inova ao criar uma teoria que adota o princpio do individualismo metodolgico. Esse princpio afirma que todos os fenmenos sociais podem e devem ser explicados em termos das aes dos indivduos que operam sob determinadas coeres. Ao transfigurarmos a teoria de Tsebelis democracia podemos entender que as instituies sociais ( vista como coercitivas) moldam as aes individuais dos indivduos. Essas instituies fixam as regras do jogo, determinando os comportamentos dos atores. Em seu outro livro Atores com Poder de Veto George Tsebelis compara diversos sistemas polticos, refletindo acerca das capacidades de se gerar mudanas na poltica. Tsebelis discorre sobre o sistema democrtico e o antidemocrtico (no democrtico). Esses sistemas esto presentes em diferentes pases e possuem caractersticas e particularidades prprias. O sistema democrtico definido como o sistema em que h vrios atores com poder de veto. J o sistema no democrtico possui apenas um apesar de essa generalizao ser errnea. A diferena entre o nmero de atores com poder de veto no a mais crucial para analisarmos esses dois sistemas. Outros sistemas abordados por Tsebelis so os presidencialistas e o parlamentaristas. O presidencialista o sistema do Brasil, onde o lder do governo o presidente. O parlamentarista o tpico governo da Inglaterra que possui um primeiro Ministro. O presidencialista foi criado pelos norte- americanos no sculo XVIII. O sistema parlamentarista um sistema de governo no qual o poder Executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamento para ser constitudo e para governar. Este apoio costuma ser expresso por meio de um voto de confiana. No h, neste sistema de governo, uma separao ntida entre os poderes Executivo e Legislativo, ao contrrio do que ocorre no presidencialismo. Verifica-se uma maior semelhana entre os partidos polticos
do sistema presidencialista. J no sistema parlamentarista os partidos polticos apesar de serem em nmero menor- possuem ideias mais divergentes. Alm disso, o presidencialismo mais democrtico que o parlamentarismo, pois os cidados elegem diretamente seus representantes. No parlamentarismo, deputados escolhem no lugar dos cidados. Normalmente os atores com poder de veto so mutveis. Podem existir pases com mais de uma constelao com atores com poder de veto. No presidencialismo necessria mais atores com poder de veto para aprovar as leis. J o sistema parlamentarista precisa de um nmero menor de atores de veto. Deduzimos, portanto ser mais democrtico que o parlamentarismo. Ao analisarmos diferentes faces da democracia, utilizando as teorias de diversos autores percebemos como esse modelo de governo diverso. A ideia de democracia, em sua plenitude participativa, talvez seja algo utpico. O que se pode alcanar so estgios democrticos tidos ou considerados como mais ou menos completos, mas a plenitude democrtica talvez seja apenas um ideal. De qualquer modo, criticada ou no, a democracia parece ser ainda o melhor sistema de governo j pensando pela humanidade, o qual oportuniza a convivncia com a diversidade de opinies e a possibilidade de as mesmas serem efetivamente consideradas num contexto decisrio mais amplo.