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Transtornos alimentares e do sono ‘CPRINCIPAIS TRANSTORNOS ALIMENTARES Bulimia nervosa, ‘Anorexia nervosa Transtorno de compulsio alimentar Estaristicas ‘{ CAUSAS DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES Dimens6es sociais Dimensées biolégicas Dimensées psicolbgicas Um modelo integrado. ( TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES ‘Tratamentos com drogas ‘Tratamentos psicologicos Prevenindo os transtornos alimentares (OBESIDADE Escatisticas Padres da alimentagao desordenada nos casos de obesidade Causas Tratamento « TRANSTORNOS DO SONO: AS DISSONIAS MAIORES (Uma visio geral dos transtornos do sono InsOnia primaria Hipersonia primaria Narcolepsia Transtornos do sono relacionados &respiracio TTranstornos do ritmo circadiano do sono {TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DO SONO Tratamentos médicos Tratamentos ambientais ‘Tratamentos psicol6gicos Prevenindo os transtornos do sono Parassonias e seu tratamento Eu nao queria ser vista como bulimica. Queria ser anoréxica ) )) uma pessoa cujas paixdes eram ascéticas em vez de hedonistas. Marya Hornbacher Wasted: a memoir of anorexia and bulimia [A partir de agora, comecamos uma série de trés capitulos sobre a interagao dos fatores psicologicos e sociais com o funcio- namento fisico. A maioria das pessoas nao presta aten¢io ao proprio corpo. Levantamo-nos pela manha supondo que esta- remos alertas o suficiente para conduzir nossas atividades didrias; fazemos duas ou trés refeigbes por dia e talvez lanchinhos entre as refeicdes; podemos praticar alguma atividade fisica vigorosa em determinados dias e, em outros, nos envolvemos em atividade sexuais. Nao nos concentramos em nosso funcionamento a menos que sejamos afetados por alguma enfermi- dade ou doenca, Além disso tudo, os fatores psicologicos e sociais podem interromper essas “atividades de sobrevivencia’. Neste capitulo, discutimos as interrupgto de dois comportamentos que so automaticos, comer e dormir, e exercem impacto substancial sobre outros comportamentos. No Capitulo 9, abordamos os fatores psicol6gicos envolvidos no mau funcionamento fisico, especificamente no caso de enfermidade ou doenga. Por fim, no Capitulo 10, discutimos o compor- tamento sexual desordenado. » PRINCIPAIS TRANSTORNOS ALIMENTARES Embora alguns dos transtornos que discutimos neste capitulo possam levar & morte, no temos consciéncia de que eles ‘estado disseminados entre . sio seguidos por voritos aut so excessivo de laxantes ou outras tentati- vvas de “purgar” (colocar para fora) a comida. Ja no caso Se REE AMR cle de quantida- des minimas de comida, como consequéncia, o peso corporal dimintit a niveis perigosos. A caracteristica primordial desses transtomnos relacionados € um: Entre as pessoas cor ery que sao acompanhadas por um periodo suficiente, cerca de jor exemplo, Keel et al., 2003; Ratnasuriya et al., 1991; Sullivan, 1995; Theander, 1985; Zipfel et al, 2000) (Agras, 2001; Thompson e Kinder, 2003; Keel et al., 2003). No transtorno de 0s individuos bebem e comem repetidamente € acham isso muito aflitivo, mas nao tentam purgar a comida Um nte de estudos em diferentes paises indica que le acordo com dados recentes (Hoek, 2002). Na Suica, de 1956 a 1958, 0 mimero de novos casos de anorexia nervosa em mulheres em tratamento entre 12 € 25 anos foi de 3,98 para cada 100 mil. Houve 16,76 novos casos para 100 mil mulheres durante 0 perfodo de 1973 a 1975, um aumento de quatro vezes (Willi € Grossman, 1983), Resultados semelhantes foram obtidos na Escécia por Eagles et al. (1995) entre 1965 e 1991; por Lucas et al. (1991) em Minnesota, em um periodo de 50 anos: € por Moller Madsen e ao (1992) na Dinamarca, entre 1970 1989, le ‘Ainda mais impressionantes sao os dados da bulimia nervosa. Garner e Fairburn (1988) revisaram os indices referen- ciais de um centro no Canada que trata de transtorno alimentar maior. Entre 1975 € 1986, os indices referenciais da anorexia elevaram-se lentamente, mas as taxas da bulimia elevaram-se muito — de quase zero para cerca de 140. Consta- tacdes semelhantes foram relatadas em outras regides do mundo (Hay e Hall, 1991; Lacey, 1992). Outros estudos estimam. um (Crisp et al. 1992; Patton, 1988). De fato, (Harris e Barraclough, 1998; Keel et al., 2003; Vitiello e Lederhendler, 2000), Transtornos alimentares edo sono» 303 (© aumento dos transtomos alimentares seria confuso o bastante se eles ocorressem em toda a populacdo. O que os toma ainda mais intrigantes é que ‘Até ha pouco tempo, os transtornos ali- mentares nao eram encontrados em paises em desenvolvimento, onde obter alimento suficiente é uma luta ditia em muitos casos; somente no Ocidente, onde o alimento geralmente é farto, eram desmedidos. Atualmente isso esté mu- dando; evidencias sugerem que os transtornos alimentares esto ocorrendo no ambito mundial. Entrevistas nao sistems- ticas com profissionais da area da satide da Asia (Efon, 1997), bem como estudos mais formais (Lee, 1993) mostram que estimativas predominantes nessa regido em, particular no Japao e em Hong Kong, estao se aproximando das estimativas dos Estados Unidos e de outros itais. Nem todas as pessoas correm risco, De fato, _IEREEVGRERHS, que vive em um maoria de familias cujagass@s0e}0¢¢On0- SOURED alee 0 excep ee oro sea de Diana, Princesa de Gales, que ato, oe anos contra a bulimia (Morton, 1992). Ela relatou que comeu compulsivamente € vomitou quatro ou mais vezes ao dia durante sua lua-de-mel A verdadeira @Speeificididé clesses transtornos no que diz respeito a sexo, idade e classe social a busca pelas causas o principal foco. ‘mas nés a consideramos, porque se supde que ela seja atualmente uma das epidemias mais perigosas, um desafio para as antoridades da satide publica em todo 0 mundo. As ultimas pesqui- sas indicam que 65% dos adultos nos Estados Unidos estao com sobrepeso ¢ cerca de 30% se enquadram nos critérios de obesidade, As definigdes de subpeso, sobrepeso e obesidade discutidas adiante so baseadas no indice de massa corporal (IMC), que ¢ estritamente relacionado com a gordura corporal. Para determinar o seu IMC, verifique a Tabela 8.1, aplicével tanto a homens quanto a mulheres. Tenha em mente que dessa tabela pode se mostrar inadequada para algumas pessoas, como um jogador de futebol norte-americano muito musculoso que apresenta sobrepeso nos graficos ot uma pessoa com peso normal que esta fora de forma e tem muita gordura. Contudo, essa tabela é precisa em quase todos 0s casos. Neste capitulo, enfocamos tanto a subnutricdo séria (IMC abaixo ae como a obesidade (IMC acima de 29) Obviamente, quanto mais sobrepeso considerando a altura, mais riscos para a satide, Esses riscos sio amplos e en- volvem o predominio crescente da doenca cardiovascular, diabetes, hipertensio, ataque cardiaco, doenca da vesicula bi- liar, doenga respiratoria, problemas na estrutura muscular e cAnceres relacionados a horménios (Must et al:, 1999; Henderson e Brownell, 2004), A obesidade esta incluida neste capitulo porque decorre do consumo de uma quantidade de calorias maior do que o gasto energético. O comportamento que produz essa equacao distorcida de energia contradiz um pressuposto comum: as pessoas obesas ndo necessariamente comem mais ou se exercitam menos em comparagao com quem é magro. Embora a tendéncia a comer em excesso e exercitar-se pouco tenha um componente genético, como des- crito antes, a alimentagao excessiva no cerne do problema é um motivo pelo qual a obesidade poderia ser considerada um transtorno alimentar. ‘Comecemos examinando alguns detalhes da bulimia e da anorexia nervosa, Posteriormente, abordaremos a obesidade Bulimia nervosa Provavelmente vocé esta familiarizado oi ria experiéncia ou pela experiéncia de um amigo. Ela € Considere 0 caso de Phoebe. ey eae ce | Phoebe era uma garota que se destacava: era popular, | sentava O Quebra-Nozes;, Phoebe atraia muita atencao | ataente,iteligene ¢talentosa e, naquela época, era es- pelo seu desempenho harmonico no papel principal. Ela tudante ¢ havia realizado um grande feito. Era lider de | jogou em diversas equipes atléticas da escola. Matinha a clase de todo 0 colegio, tornou-se princesa no seu se- | média A menos", era considerada estudante-modelo e_| gundo ano do ensino médio e foi rainha do baile de for- foi conduzida para uma universidade de nivel excelente. matura. Ela namorava 0 capitto da equipe de futebol Contudo, Phoebe tinha um segredo: era atormen- norte-americano. Phoebe tinha muitos talentos, entre eles | tada pela crenca de que era gorda e feia. Cada pedaco de uma bela voz e uma notavel habilidade para o balé. Todo _alimento que colocava na boca era, em sua mente, um ano, na época do Natal, sua companhia de danca apre- | paso no caminho inexoravel que a levava ao final de seu Le

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