No Brasil, o setor sucroalcooleiro vem se destacando nos últimos anos pelo seu grande potencial de cogeração de energia. O bagaço da cana-de-açúcar, principal subproduto das usinas sucrooalcoleiras é utilizado como combustível nas caldeiras para a produção do vapor que aciona o conjunto turbina gerador e produz energia elétrica. Após a moagem da cana-de-açúcar, o bagaço ainda apresenta umidade de aproximadamente 50% em base úmida (b.u.). Este bagaço com alto teor de umidade possui baixa eficiência de combustão e exige um maior consumo para a produção de vapor. Assim, para um melhor aproveitamento do bagaço como combustível este deve passar por um processo de desidratação ou secagem. Para a realização da secagem do bagaço, tinha-se a disposição um secador elétrico e um secador solar. Com o propósito de comparar a eficiência energética destes equipamentos no processo de secagem do bagaço, foram realizados sete ensaios experimentais de secagem, sendo quatro no secador elétrico e três no secador solar. Nesse contexto, os ensaios para determinação do conteúdo de umidade inicial do bagaço apresentaram um conteúdo de umidade média de aproximadamente 60,58%. Considerando a secagem do bagaço no secador elétrico, o ajuste da temperatura em 70°C e a velocidade em 7,1 m/s resultou em uma maior remoção de umidade do bagaço. Contudo, levando em conta a eficiência energética do secador elétrico, o ajuste da temperatura em 60°C e a velocidade em 4,3 m/s mostrou-se mais eficiente. Para o secador solar, verificou-se que a melhor condição de operação tanto para remoção de umidade quanto em termos de eficiência energética, ocorreu para o ensaio realizado com os maiores valores de radiação solar incidente. A partir dos resultados encontrados nos sete ensaios, identificou-se que a temperatura foi o parâmetro de maior influência na secagem convectiva do bagaço e que a velocidade de escoamento do ar secante teve grande impacto sobre o consumo de energia elétrica dos secadores. Para a avaliação energética dos secadores foram calculados os indicadores de desempenho do secador elétrico e do secador solar, respectivamente: eficiência de secagem 16,4% e 1,22%, eficiência térmica 60,8% e 15,1% e consumo específico de energia 14,4 MJ/kg e 200,9 MJ/kg. Por fim, concluiu-se que o secador elétrico foi o equipamento que apresentou o melhor rendimento energético no processo de secagem do bagaço de cana-de-açúcar.
Original Title
Análise comparativa da secagem do bagaço de cana utilizando secador elétrico e secador solar
No Brasil, o setor sucroalcooleiro vem se destacando nos últimos anos pelo seu grande potencial de cogeração de energia. O bagaço da cana-de-açúcar, principal subproduto das usinas sucrooalc…