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AANOTACOES SAHLINS: LEITURA/AULA, Aula: : A sociedade afluente original (1972) Boas >> Kroeber/Cowir (Univ. Berkeley) >> Leslie White (determinismo ecolégicoy/Julien Steward (Univ. Michigan e Columbia) >> Marshall Sablins (foi aluno de Leslie White) (1930 - vivo até hoje) (Univ, Chicago) Sintese: Como as estruturas se transformam na agdo > As estruturas se transformam pelos acontecimentos; as estruturas atuam na interpretagdo das pessoas sobre os eventos, A sociedade afluente original: Mudanga/passagem intelectual de Sahlins de um certo determinismo ambiental/ecologia cultural (os meios que uma populagdo dispde determinam sua cultura) << visdo bastante determinista e neo evolucionista; influéneia de Leslie White. A. sociedade afluente original: Sociedades de “subsisténcia” teoricamente conseguiriam cagar e fazer tudo que necessitam em pouco tempo; ndo produzem e nao criam © nosso desejo insaciével/ilimitado de consumo >> A nossa sociedade que & a da caréncia, a da falta: nunca as necessidades “basicas” so satisfeitas Originalmente as sociedades utilizavam recursos ilimitados, Isso rompre com a logica capitalista da competigdo por recursos naturais escassos; as sociedades “primitivas” seriam entdo sociedades da afluéncia/abundancia, e a sociedade “moderna” seria a da escassez, De qualquer jeito, 0 colonialismo e o capitalismo, em geral, reservou terrenos mais hostis aos povos coletores As sociedades coletoras/eagadoras. so as_primeiras-sociedades da afluéncia/abundancia material, por conseguirem sobreviver com relativa fartura em meio ao seus recursos e ao que sua estrutura “entende como nei ssario para sobreviver”, has de histéria (1985) Culturas na pratica Estruturas: Performativas e Prescritivas Reavaliagdo Funcional de Categorias >> Estrutura e Histéria © Lévi-Strauss: histéria fria ¢ historia quente >> ndo tipifica sociedades mas distingue sociedades que positivam eventos e transformagdes << eventos dio ignigao a interpretagées de ambos os lados © Historia positivada: pro-transformagao; inovagdo e eventos sdo aspectos positives © Estruturas Performativas: estrutura prévia entende que se deve incorporar os eventos estrutura << “sociedade quente” para Lévi-Strauss. © Estruturas Prescritivas: incorporam ¢ entendem elementos € eventos “externos” através de uma concepgao que parte dentro da propria estrutura << “sociedade fria” istemas Mundiais (Eric Wolf, Wallerstein, Negri): “A periferia do mundo estd nas mos do centro”>>o que acontece no centro reverbera inexoravelmente na periferia. Para Sahlins, isso ocorre de fato, mas esse raciocinio retira o protagonismo das “sociedades periféricas”; centro influencia a periferia mas a periferia nao sO interpreta a seu modo essa influéncia como também, em diversos graus, responde a tal influéncia, reverberando de certa forma também no centro, © Cultura ¢ reproduzida na ago (Sahlins), em oposigdo a Lévi-Strauss © Reavaliago Funcional de Categorias: As pessoas ndo esto ‘paradas no tempo’, falando as mesmas coisas; as pessoas se transformam, uma vez. que sempre que algo ocorre, deve-se ponderar e ‘reavaliar funcionalmente’ as categorias de que se dispie afim de que 0 ocorrido possa ser compreendido e ser passivel de significagdo © Transformagées entendidas na dimensdo semiolégica>>as transformagdes devem se dar com um minimo de diélogo com as estruturas prévias, © Estrutura prévia se reproduz nos eventos/pratica mas também se transforma Leitura minha: © Historia € ordenada de acordo com os esquemas de significagio das coisas (p.1); culturalmente. Postulado reciproco: esquemas culturais também so ordenados historicamente. © Os esquemas sao repensados criativamente>>cultura é alterada historicamente na aglio>>transformagdo estrutural © Estrutura: “relagdes simbélicas de ordem natural’>>objeto historico (p.8) © Nao ha oposigdo ‘estrutura-historia’ © “estrutura na convengio e na ago, enquanto virtualidade e enquanto realidade"(p.9) © Seacultura for ordem de significagdo, os significados sio colocados a prova na ago. © Improvisagdes>>processo historico>>reavaliagao funcional de categorias: i.e."os homes antigos, que estdo na boca de todos, adquirem novas conotagdes, muito distantes de seus sentidos originais”(p.10). © Improvisagdes dependem das possibilidades de significagdo, mesmo porque, de outro modo seriam ininteligiveis ¢ incomunicdveis (p.11) >> mudangas estruturais escoram-se em possibilidades erigidas por estruturas prévias. © A forma cultural (morfologia social) atua em duas diregdes: a relagdo delimita/cria a ago; a ago, performativamente, criando/reiterando a relago adequada >> duas diregdes estruturalmente motivadas © Lévi-Strauss: estruturas cognitivas mais interiores e rigidas; Sahlins: estruturas mais fluidas e técteis, ©. Estruturas Prescritivas/Performativas: tipos ideais >> ambas diferencialmente abertas para a histéria © Prescritivas: “assimilam as circunstancias a elas mesmas, por um tipo de negagdo de seu cardter contingente ¢ eventual” (p.13); acontecimentos valorizados por sua similaridade com 0 sistema constituido. Performativas: “assimilamese s circunstancias contingentes"(p.14) © Culturas diferentes, logo historicidades diferentes (p. 14) © Um evento transforma-se naquilo que lhe é dado como interpretagao (p.15) © Evento = Fenémeno + valor significativo escorado em estruturas (atuando de forma a reavaliar funcionalmente suas categorias, improvisagao). © Estrutura da conjuntura >> realizagio prética/performatica das categorias a um contexto. © ‘Praxis’ enquanto sociologia situacional do significado (p.15). © Estrutura possui uma diacronia interna: relagdes mutantes entre (p.16). Cap. I: Suplemento a Viagem de Cook egorias gerais © “O que quero assinalar é que, ao nivel do significado, sempre existe uma reversibilidade potencial entre tipos de agdes e categorias de relagdes”(p.46). © Estruturas Performativas: forma cons! intemente relagdes a partir das praticas (p.46). “Enquanto a categoria dada € reavaliada no curso da referéncia histérica, as relagdes entre as categorias também mudam”(p.50) << carater sistémico. Auk has de H poria (caps. 2 € 3) © Estrutura e Historia (dicotomias artificiais Sincronia x Diacronia): Estrutura x Pratica Sistma x Evento Estado x Process Norma x Comportamento Substncia x Agdo Ser x Fazer © Sahlins em sua obra critica: teoria dos sistemas mundiais e materialismo cultural >> para tais teorias a cultura ocuparia papel muito passivo em relagdo a influéneia externa (hegemonia, condigdes materiais/ecol6gicas). © Processos histéricos nao sdo lidados de maneira dnica e universal; dentro de uma mesma sociedade pode interpretar um evento de inimeras maneiras, possibilitando a existéncia de diversas “historicidades’ © Cada sociedade tem seu modo de ago social; os individuos ndo sao reflexos apenas de imposigdes externas >> cada sociedade tem, assim como suas préoprias estruturas, sua propria historicidade (ex: aquela que no di poder aos seus individuos de agao historica; aquela em que o individuo é individualmente responsivel pela sua ago). © Critica a qualquer teoria universalista: critica de todo individuo é (i) totalmente autdnomo em seu sistema social, (ii) totalmente passivo. © Sahlins +- materialista dialético © Sablins: 0 antropélogo deve sim atentar-se a estrutura prévia, entretanto a pritica responsabiliza-se por modificar essa estrutura (as vezes a reproduz ¢ as v modifica-a, mas sempre em relagdo a ela mesma), Aula: Ihas de Historia (caps III, IV e V) Nativos possuiriam uma ‘lacuna’ passivel de ser preenchida: interpretam 0 Capito Cook como deus Lono. © Atualizagdo unica de um evento geral Qualquer evento é uma ago individual e uma agdo coletiva. Como uma histéria vivida e uma historia “acima das pessoas” Dialética entre estrutura ¢ evento/agao particular e coletiva. © Uma presenga historica é existéncia cultural: sintese dialética entre o ato individual és de uma estrutura de que é contigente e particular, mas s6 entendida como tal atra significagdo prévia que ¢ coletiva (permite inteligibilidade). © As categorias s4o funcionalmente reavaliadas. © Sociedade pensada como um sistema de signos; © Toda mudanga pratica (ago?) € uma alteragdo © Estrutura ¢ e se reproduz na historia © Risco das categorias na agdo (em decorréncia da reavaliagdo). © Classificagao formal ¢ inevitavel tendo em vista a composigdo simbélica da realidade ao ser interpretada através de categorias prévias Leitura: Ihas de histéria (cap.[1) © “As diferentes ordens culturais tém seus modelos préprios de ago, consciéncia e determinagao historica - suas préprias praticas histéricas”(p.62). © Ilistoria diferencial como relagdo de autoridade/poder (para que retém) (p.74) Cap. 1V © Qualquer evento se desdobra simultaneamente em dois planos: como agdo individual e como representagao coletiva, ou melhor, como a relagdo entre certas histérias de vida € uma histéria acima e além dessas outras (p.143+144) © Geertz: O evento ¢ uma atualizagao unica de um fenémeno geral ©. Sahlins: “Estrutura da conjuntura”: um conjunto de relagdes histéricas que, enquanto reproduzem as categorias culturais, Ihes dio novos valores retirados do contexto pragmatico"(p.160), Cap. V © “Se as relagées entre as categorias mudam, a estrutura ¢ transformada”(p.174) © “a cultura funciona como uma sintese de estabilidade e mudanga, de passado ¢ presente, de diacronia e sineronia”(p.180) Aula: Metiforas historicas e realidades miticas (cap. ID) Transformagdo de uma cultura/estrutura prévia (oposigdo a reprodugaio) -Estrutura e Pritica -Cultura na Pratica -Estrutura da Conjuntura: no evento utiliza-se uma estrutura anterior para reavaliar categoricamente Sistema Vs. Evento © que fez Sahlins: submeter um evento, pratica, ete, a interpretagdo estruturalista << Toda reprodugdo também termina em transformagao (categoria, estrutura). Conceito de signo é muito importante >> signo componente da estrutura 7 signo na ado. Signo s6 faz sentido dentro de seu esquema referencial simbélico, mas é na pritica que ele acaba fazendo sentido (de acordo com o interesse) >> Interesse <> Sentido. © social existe mas ele, em ultima instancia, atualiza-de através de individuos em frente a uma situagdo pratica. (p.128-129) Diferenga do emprego do signo pelo sujeito e seu valor na sociedade. Sablins nfo é nem fenomendlogo (signos reavaliados evento) nem estruturalista (signos socialmente situados e significados) Leitura minha: Metiforas histéricas... Intro Cap. 1 . Saussurre: o valor conceitual do signo é fixado por suas relagdes com outros signos coexistentes << sistema (p.20) “No evento, 0 discurso insere os signos em ‘novos’ contextos de uso, acarretando contradigées que tém de, em contrapartida, ser abarcadas pelo sistema”(p.24). Objetivo do ensaio: “mostrar de alguma forma que a historia € organizada por estruturas de significagao"(p.27) “O grande desafio para uma antropologia histérica é nao apenas saber como os eventos so ordenados pela cultura, mas como, nesse processo, a cultura ¢ reordenada. Como a reprodugao de uma estrutura se torna sua transformagao?"(p.28) p.34 explica o porque do nome Metaforas histéricas. “Capacidade da cultura havaiana de reproduzir-se como hist6ria”(p.35) © O mito nao é como pensava Malinowski: uma justificativa para os arranjos priticos do presente (p.38). © “0 assassinato do Capitao Cook ndo fora premeditado pelos havaianos, Mas tampouco foi um acidente, estruturalmente falando”(p.55) << Cook transgressor de tabus © grifo p.64 ¢ Estruturas de Longa Duracdo: permanecem ante as transformagdes e sto categorias importantes para 0 raciocinio nativo (ex: mana), © “O contetido do sistema se modifica, mas nao suas normas"(p.67) © Importante p.67-68 Concluséo: Estrutura na histéria © p.125 toda: tese central. © “Por outro lado, a ificidade das circunstdncias praticas, as relagdes diferenciais sp das pessoas com elas, mas também o conjunto de arranjos particulares que seguem (estruturas da conjuntura) sedimentariam novos valores funcionais em antigas categorias”(p.126). © Transformagdo e reprodugdo tomam-se patentes em contato cultural (mas nio exclusivamente). © Interesse e Sentido intrinsecamente relacionados ao signo (p. 127-129), © “J4 que implementado pelo sujeito histérico, 0 valor convencional do signo adquire um valor intencional, ¢ 0 sentido conceitual, uma referéncia acionavel”(p.128). © “A referéncia é uma dialética entre a polissemia conceitual do signo e sua conexdo indexieal com um contexto especifico”(p.130). © “A. significagao de uma dada forma simbélica depende da co-presenga dos outros”(p.132). © “A dialética da historia, entdo, é completamente estrutural”(p.134) Leitura minha: O pessimismo sentimental Parte I © Cultura nomeia ¢ distingue o fendmeno da organizagdo da experiéneia ¢ da agdo humanas por meios simbélicos (p.41). © Sahlins critica concepgées pos-modemas que tentavam derrubar o conceito de cultura, pois estas imputam uma postura discriminatéria e colonialista ao conceito, Mas, segundo ele, isto é uma redugdo funcional da cultura, entendé-la como um instrumento. © “Em suma, di-se @ alegada fungdo da ‘cultura’ uma histéria conjectural, Interpretado como intengdo origindria, seu efeito discriminatério se torna sua causa histérica"(p.45) << Mas, Herder: “A associagdo original da ideia antropolégica de cultura com a reflexdo sobre a diferenga se opunha. “Transmitidas com a linguagem materna no seio da familia, as tradigdes ancestrais gerdadas davam a cada povo seu mundo possivel de felicidade e realidade”(p.48). © Criticas validas ao entendimento de ‘cultura’: supervalorizar a ordem (p.49), © “O problema é que ao negar qualquer autonomia cultural ou intencionalidade histérica alteridade indigena, as antropologias do sistema mundial se tormaram muito semelhantes ao colonilismo que elas, justificadamente, condenavam”(p.52) © “Como as imposigdes do imperialismo ndo sio de fato capazes de constituir uma existéncia humana, ¢ como a consciéneia e a capacidade dos povos vitimados de forjar significados permanece intacta, o industrialismo colonial nao consegue forga-los a ‘intemnalizar’ seus proprios pressupostos sobre a natureza humana’(p.57). © Intensificagdo Cultural (p-60). © “A tradigdo nao era mais estatica no passado do que ¢ agora”(p.64). © “Uma cineia do futuro nao tem objeto” Durkheim (p.64) Parte I © Developman, definigiio: Desenvolvimento das pessoas em vias de ‘intensificagdo cultural’; transformagao sofrida pelo ser humano, © Sociedades transculturais como ‘modelo de adaptagdo’ de sociedades em um contexto proporeionado pela influéncia ocidental: nao se dissolvem; “florescem’ a seu modo, “Na luta contra o Leviata modermo, a continuidade das culturas indigenas consiste nos mods especificos pelos quais elas se transformam”(p.126). © “Os meios so modernos (...) mas os fins indigenas”(p.128), © “Eles [reagdo indigena] querem engobar a ordem global em suas proprias ordens cosmolégicas”(p.132) © “Essa cultura mundial ¢ mareada mais por uma organizago da diversidade que por uma replicagdo da uniformidade (p.133). © Inversio da Tradigdo (p.134),

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