You are on page 1of 32
ROCHA LIMA, L. industrialicagdo do dlcoo! etlico no Brasil ~ sintese de algumas opedes. Curitiba: [s..}, 1975. 55p. ROCHA LIMA, L. Alco! carburante, alternativa para crise energética brasileira. Curitiba: [s.n.], 1976. Relatério téenico, 65 p. ROCIIA LIMA, L, Opgdes brasileiras para a industrializagao do ileooletiico, Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n, 58, 1977. CAPITULO3 TRATAMENTOS PRELIMINARES DA. CANA-DE-ACUCAR PARA PRODUGAO DE ACUCAR E ALCOOL Colheita manual da cana ana-de-agicar, apés sua maturagio, é colhida nos canaviais, A: ja manualmente ou com auxilio de colheitadeira mecanizada, colheita manual envolve um tratamento prévio do canavial para facilitara sua colheita, o que feito inicialmente com despalhamento (retirada manual das folhas velhas da cana) ou queima das mesmas no canavial, Esta tarefa tem a finalidade de faclitar 0 corte manual da cana. ‘A pritica agricola de despalhara cana manualmenteesté perdendo a adesio a cada dia, devido a escassez da mio-de-obra. A adogio da queima do canavial, com 0 mesmo objetivo de facilitar 0 corte, faz-se quase que obrigat6ria ‘A operagio de despalhar manualmente consiste no corte ¢ remogio das palhas do colmo, com auxilio do podio. Essa operagao & muito demorada e reduz sensivelmente 0 rendimento do operério. Desta forma, as usinas adotam o critério da queima das palhas antes do corte. Hoje, adota-se a técnica da queima em muitas regides agucareiras do Prara-Bo rasvarn ouvenserouast razed iesntnseianiad mundo. £ uma técnica consolidada em nosso pais, uma pritica normal em todas as regides canaviciras do Estado de So Paulo, Parané ¢ em todo Brasil. A operagao da queima é realizada tomando-se certas precaugdes para evitar a propagagdo do fogo além do necessério. O limite das éreas de queima é normalmente preestabelecido com protegaio pelos carreadores (ruas internas nos canaviais) e aceiros. A queima é conduzida quando ha pouco vento para se evitar a propagagdo do fogo nos talhdes vizinhos. Geralmente, os canaviais mantém homens especiali- zados na queima, que procedem toda tarefa com muita precaugao. Essa prética é discutida pelos técnicos, alguns condenam outros aconselham dizendo que a queima elimina parcialmente certas pragas, como a cigarrinha, brocas e, até mesmo, cobras, dando maior seguranga aos cortadores. Sabe-se que a cana nao é prejudicada pela queima. dade didria da usina, programando-se a queima, a colheita ea moagem para se evitar a deterioragao da cana. Desse modo, é importante que processamento industrial da cana queimada seja realizado 0 mai Tapidamente possivel,'dentro do menor espago de tempo, desde ‘momento da queima até a moagem. No processamento industrial da cana queimada para produgiio do agiicar, literaturas ressaltam aspectos negativos & sua industrializacdo, visto que certas mudangas podem acontecer em sua composigao, devido as altas temperaturas a que ela é submetida; assim, durante o proceso de clarificagio do agiicar, 0 caldo oriundo de cana queimada produz mais lodo e consome uma maior quantidade de cal, na ordem de 10 a 15%, causando ainda alterago na sua coloragio final. Na produgao do élcool, recomenda-se que a cana queimada seja processada num prazo maximo de 24 horas. Accolheita manual é, ainda, no Brasil, o sistema dominante, Nesta ‘operacio, o operdrio despalha o colmo e, em seguida, corta-o nas suas extremidades, com auxilio de um facio ou “podio de cana. ‘A despalha manual, proporeiona uma matéria-prima de melhor qualidade; contudo, hoje é rara, pelo encarecimento da mao-de-obra, Faz-se, entdo, a despalha a fogo que é, como se diz, “um mal necessétio”, Recomenda-se que esta somente se faga de acordo com a neces ‘acon corns: rerio maser corte da cana deve obedecer a certas técnicas quando este é feito na parte superior (ponta) e na parte inferior (base do colmo); a ponta deve ser cortada na altura da primeira folha verde. ‘A ponta tem baixo teor de sacarose € alto teor de gomas, sais etc. Jé.a base do colmo deve ser cortada o mais rente possivel do solo para melhor aproveitamento da planta e, principalmente, para melhor brotagio da soqueira ¢ facilitagao do combate a pragas. ( rendimento do trabalho de corte varia com a capacidade do ‘operiiio, com a variedade da cana, com o sistema de despalha, com a topografia do terreno etc. O rendimento de produgao, no corte com as ‘canas queimadas, atinge até mais de 50% da média. ‘O trabalho de corte da cana vem sendo realizado pelos chamados boias-frias, isto é, operarios que so contratados para o trabalho no sistema de empreitada. Sendo adotadas varias formas de pagamento para esse servigo, 0 que varia de regio para regiti. (O trabalho tem gerado uma série de problemas de ordem social, pois ¢ realizado por homens e mulheres que ndo tém outra qualificagao, nasceram e sio criados nesse sistema de trabalho desde a juventude. © rendimento do corte da cana no Brasil € muito baixo: um homem corta de 4 a 6 toneladas por dia, de dez horas, A operagio ‘seguinte ao corte é 0 denominado enfeixar, ou seja, fazer um feixe da cana cortada que consome um tempo de aproximadamente 30% sobre a ‘operagao total do corte, isto quando se tem um rendimento agricola proximo de 70 toneladas por hectare. 3s feixes so amarrados pelos préprios cortadores, cada um pesa aproximadamente 15 quilos, contendo de 8 a 15 canas, de acordo com ‘seu peso, sendo 0 rendimento de producdo varidvel de 100 2 400 feixes pordia, Jé existem certas variedades de cana que perdem uma parte das folhas, quando maduras, facilitando a colheita manual Past Bon oni @ Colheita mecanizada da cana Devido a dificuldades surgidas com a mio-de-obra, esté se iniciando, no Brasil, a colheita mecanizada, Sao varios tipos de colheita- deiras mecanizadas que esto surgindo, algumas inteiramente nacionais & utras adaptadas dle modelos importados. A capacidade destas méquinas, em condigdes favordveis de terreno, chega a até 70 toneladas por hora. A colheita mecanizada esta sendo introduzida cuidadosamente Por varias destilarias e usinas de agticar, mas sempre se mantém 0 corte manual. A capacidade de trabalho dessas méquinas varia muito de terreno para terreno, de poténcia da marca etc., variando sua capacidade de 40 8 até mesmo, 80 toneladas por hora. A colheita mecanizada oferece uma série de vantagens, tis como: 1, a cana praticamente nfo entra em contato com 0 solo, chegando, dessa forma, mais limpa &s usinas; 2. _aproveita melhor a capacidade itil do veiculo de transporte por possuir maior densidade; 3. _ menor quantidade de cana ¢ perdida durante o transporte; 4. obtém-se cana de melhor qualidade para a usina; 5. a cana nifo fica no campo quando ocorre interrupgao da usina, ‘Como essas mquinas tealizam uma série de operagdes de limpeza através de grades, ventiladores etc., o teor de impurezas da cana transportada é bastante reduzido e, muitas, vezes a lavagem da cana na usina € dispensével. Se a lavagem da cana recebida na usina for total, a perda de agiicar pode atingir até 6 quilos por tonelada de cana tratada. Isto representa uma perda sensfvel no processo industrial. Outro fator importante a ser observado ¢ 0 tempo entre o corte © 4 moagem, seja cana de colheita manual como mecanizada, pois ela € altamente perecivel apés 0 corte, devido ao desenvolvimento de microorganismos. Aico mn: stn masts Rendimento agricola rendimento da cultura da cana no Brasil é ainda baixo, ‘comparado com outras regides do mundo. O rendimento médio nacional 6 da ordem de 60 a 65 toneladas por hectare. Em Sio Paulo ¢ Parand, a ‘média atinge 70 a 75 toneladas por hectare. ‘Transporte da cana As usinas © transporte da cana do campo As usinas/destilarias € tradicionalmente realizado em veiculos especialmente projetados para 0 trabalho; a forma mais usual, na regio sul do Brasil, é através de caminhes de fuciros, os quais transportam cana inteiras. A capacidade destes caminhées varia de 8 a 15 toneladas; algumas usinas adotam ‘caminhdes com carretas, com capacidade que pode atingir até 25 Sarita pax od oat importancia nas usinas € a distancia entre las ¢ 0 canavial, ou seja, 0 custo do transporte deve ser analisado caso caso, Logo que a cana chega as usinas, € pesada na entrada ¢ os caminhdes pesados novamente na safda, depois da descarga, conhecendo-se 0 peso liquido da carga. Usualmente, nas usinas, traballiam- se com duas balangas, uma destinada a pesagem do vefculo carregado € outra para tirar a tara, As balangas geralmente tem capacidade para pesar de 20 a 30 toneladas ¢ as mais modernas atingem até 50 toneladas, devido aos sistemas mais modernos de transporte. A pesagem da cana tem por objetivo o conhecimento de produgao de corte, do rendimento agricola e do rendimento industrial. ‘oars Banner Descarregamento das canas nas usinas ‘Sio varios os tipos de descarga mecanica nas usinas os quais visam alimentar o sistema produtivo. ‘As canas chegam aos patios das usinas em caminhies, carretas dos mais variados tipos e, até mesmo em vagoes, devendo ser descarregadas, aps a pesagem, diretamente nos sistemas receptores para ser encaminhadas a industrializagio. A descarga pode ser manual ‘emusinas de pequeno porte mecanizada, visando sempre a produtividade © 05 custos. So adotados guindastes rotativos, guindastes sustentados por cabos, guindastes auto-sustentiveis ¢ vérios outros tipos de guindastes ¢ plataformas basculantes ou, ainda, o tombamento lateral do vefculo ‘com auxitio de plataformas hidréulicas. Para a utilizagao deste sistema de descarga, os caminhdes devem ser preparados, isto é devem possuir uma das laterais articuladas, permitindo livre escoamento da cana por gravidade. So muito utilizados também os caminhdes com carrocerias basculantes, com pistes hidréulicos nos chassis que propiciam a nado da carroceria que pode ser lateral ou de topo. Aprovisionamento da cana nas usinas O sistema de trabalho nas usinas e destilarias & ininterrupto ‘durante toda a safra, no perfodo de 24 horas por dia. Mas, geralmente, 0 transporte € realizado somente no perfodo diurno, havendo assim necessidade de armazenar uma certa quantidade de cana para moagem noturna, com relativa margem de segurana. A quantidade de cana a ser armazenada é em fungdo da capacidade horéria de moagem. dimensionamento do patio de armazenagem deve ser feito cuidadosamente, sabendo-se que a densidade da cana varia de 150 a 300 quilos por m’. O patio deve ser organizado de tal forma que as canas Ascot caso: que chegam em primeiro lugar, para provisionamento, sejam as primeiras ser conduzidas para moagem, de modo a no haver sobras nos patios, para se evitar perdas por fermentagao da cana. Problemas da estocagem da cana ‘A cana-de-agicar é uma matéria-prima altamente perecfvel, sujeita a decomposigao bioquimica e microbiol6gica apés sua colheita. ‘As modificagdes que ocorrem com as canas sio devido a varios fatores: variedade da cana, estado de maturagio, condigoes climaticas, estado de sanidade dos colmos, métodos de colheitas, geadas, ressecamento dos colmos, perdas por inversdo e desenvolvimento de microrganismos. Inverso da sacarose ‘A cana, apés ser cortada, permanece com suas funcées metab6ticas em atividade ¢ as reservas nutritivas sio solicitadas, t como processo de respiragio, transformagio dos agticares devido a atividade das células vivas, dando lugar a gs carbénico e égua. ‘Assim sacarose softealteragdes por hidrélise, resultando glicose ¢ frutose, diminuindo gradativamente o teor de sacarose, ‘A inversio da sacarose pode ocorrer devide a combinagio de ts fatores: acidez. do caldo, temperatura e presenga de invertase. O tempo é fator predominante, Em alguns casos, a perda somente ‘ocorre depois de 24 horas apés 0 corte. Sabe-se que 0 caldo é um excelente meio para o desenvolvimento de microrganismos como eveduras, fungos e bactérias, que se desenvolvem com muita rapidez, as custas da sacarose. Do que foi exposto, conclui-se que a cana deve ser moida o mais rapidamente possivel, ap6s 0 corte, evitando-se desse modo, a perda da sacarose. Deve-se programar com muito critério 0 armazenamento da ‘cana, notadamente na época das chuvas. Lavagem da cana A lavagem da cana tem por finalidade reduzir as impurezas provenientes do campo, tais como residuos de terra, ¢ até mesmo fuligem resultantes da queima do cana Deve-se considerar que a terra conduzida as usinas € proveniente do solo, geralmente rico em argila. A quantidade de impurezas contida nas canas varia de 8% a 12%, dependendo do perfodo do corte. No perfodo chuvoso, 0 aumento das impurezas € sempre observado, atingindo até 15%. O caldo obtido com impurezas dificultaa clarificagao, com aumento da inversdio da sacarose, escurecimento do caldo e outras reagGes indesejéveis. Assim, a lavagem da cana antes da ‘moagem toma-se quase que obrigat6ria. © volume de agua de lavagem ¢ bastante varidvel: tem-se observado que, para lavagem razodvel, o minimo de égua a ser utilizada deve ser de 4 a 6 metros ctibicos por tonelada de cana por hora (TCH). Algumas usinas de produgao de agiicar atingem até 12 a 15 metros caibicos por TCH. A gua deve ser aplicada, sempre que possfvel, sob pressio, pois assim, aumenta o grau de eficiéncia no processo e, apds @ lavagem, deve ser tratada como efluente: fazendo peneiramento, floculagao © decantacio, reduzindo sensivelmente o teor de matéria organica. A lavagem pode ser realizada com Agua fria ou quente, aproveitando-se a gua dos condensadores. Preparo da cana para moagem ‘Apés a lavagem da cana, a operagio que segue € 0 da extragdio do caldo que se observa em duas etapas: a primeira consiste na desintegrago do colmo e rompimento das células e a segunda , é 0 da extragio do caldo. 7. Baan Ro. Aucooscasovor: eu st masts preparo da cana é necessario, uma vez que o caldo acha-se encerrado em células e somente 0 rompimento das mesmas permite a liberago mais eficiente, facilitando a moagem. Este processo é realizado com auxilio de facas rotativas e desintegradores. Os principais objetivos do preparo da cana para moagem sao os seguintes: 1. aumentar a capacidade das moendas pelo aumento da densidade da massa de alimentagao, tornando-a compacta ¢ homogénea; 2. romper a estrutura da cana, fazendo com que a extragio do caldo pela moagem scja mais facil e eficiente; 3. _produzir um bagago que, sob a ago da embebigdo, seja mais eficaz. 0 preparo da cana poderd propiciar um aumento da capacidade das moendas da ordem de 10 a 30%, conforme o lay-out do sistema. Além disso, 0 preparo da cana repercute diretamente na extragao do caldo, pois rompe a estrutura do colmo e toma mais fécil a liberagao do caldo contido nas cétulas. ganho no rendimento industrial com 0 preparo da cana é notério € observa-se: 1. aumento da capacidade da usina; 2. regularidade de alimentagao das moendas e difusores; 3. _redugiio do consumo de energia; 4, homogeneizacao do teor de fibra nos bagagos; 5. _redugo do desgaste e manutengio das moendas. O ideal, nas usinas, é ter uma extragao de 100%, o que na pritica €impossfvel, Entretanto, onde a operagao de preparo e moagem da cana siio bem realizados, a extragao do caldo pode atingir de 90 a 95%. Em destilarias e usinas, onde estas operagdes nao so bem observadas controladas, dificilmente a extracdo do caldo da cana ultrapassa a 90%, No preparo da cana utilizam-se, geralmente, os desintegradores, também conhecidos como desfibradores. Séo aparelhos que tém como objetivo destruir por completo a estrutura da cana, dando ganho significativo na extragio, pois iré influir na abertura das células ¢ na melhora da embebigao, Extragio do caldo A extragao do caldo da cana constitui a primeira etapa basica na fabricagio do agticar e na produgdo do Alcool. Normalmente, esta operacdo ¢ realizada pelo processo da moagem, podendo-se utilizar também os difusores, pouco utilizados na produgao do alcool, no Brasil. Tradicionalmente, a moenda é considerada como unidade esmagadora e € constituida de cilindros dispostos de tal forma que a unio de seus centros forma um tridingulo isdsceles. As moendas sfio formadas por grupos de cilindros perfeitamente ajustados constituindo os ternos de moendas. (s cilindros so dotados de ranhuras coma finalidadle do aumento da superficie itil de contato com a cana e com 0 bagago. Existem os mais diversos tipos de ranhuras nos cilindros, dependendo do projeto industrial do equipamento, ‘A cana, depois de preparada pela ago das facas rotativas pelos desintegradores, na forma de massa compacta fina ¢ densa, 6 encaminhada & primeira moenda, onde sofre uma intensa compressao pelos cilindros. No primeiro temo € possivel obter uma extragdo de 50a 70% do caldo. bagago, ainda contendo caldo, é conduzido para a segunda moenda, onde passa novamente por compressées © um pouco mais de caldo & extraido na, segunda unidade esmagadora. Sofrerd tantas compressdes quantas forem as unidades esmagadoras e, para aumentar a extragdio da sacatose, procede-se uma embebico do bagago com 4gua ou ealdo dilufdo, sendo este um procedimento sempre recomendével. ‘A fase da embebicao é de grande importincia no processo de extragio do caldo; varias técnicas so adotadas, bem como o cuidado na medigao do volume da égua a ser aplicada nos embebidores. Pode-se Aucooe convene: earn saan, dizer que o rendimento de extragao do caldo € bastante sensivel com aplicagdo adequada do sistema. Das moendas resultam dois produtos: caldo da canae bagago, os quais analisaremos em separado. Caldo da cana proceso da moagem da cana e extragdo do caldo tem por objetivo a obtengéo do caldo para posterior processamento, seja para produgio do alcool como para a produgdo do agiicar e do. bagago para queima em caldeiras. Quimicamente falando ¢ sob o ponto de vista fisico-quimico, 0 caldo de cana que flui das moendas, € um dispersside constituido de ‘materiais em todos os graus de dispersdo, incluindo-se desde particula grosseiras até ions soliveis. As dispersdes grosseiras do caldo, recém extraidos das moendas, sto separados com facilidade, utilizando-se um sistema de peneiramento. As disperses coloidais, moleculares e iénicas sdo separadas, utilizando- ‘se processos de clarificagao. As dispersdes grosseiras sfo, na sua maioria: bagacilhos, arcias, terra, gravetos etc., todos maiores que 0, 0001 mm, geralmente, encontrados em quantidade inferior a 5%. As dispersdes coloidais sdo: graxas, ceras, protefnas, tananino, materiais corantes, coldides resultantes de microrganismos etc., que so encontrados em quantidades que variam de 0,05% a 3%. As particulas moleculares ¢ iGnicas so sais minerais, fosfatos, silicatos, sulfatos, fons Ca, Mg, K, Na ete. A variago da composicdo dos caldos de cana, apés moagem e seus componentes podem ser observados no quadro 1. os Roe Ln 00 Aan acon QUADRO | - COMPOSICAO MEDIA DO CALDO DE CANA APOS A MOAGEM ‘Componentes Variagio unalitica emt) Sacarose 30a 200 Aicares eduores Os: as Outros components ‘mg/100m a mag 100ea Ginza 250 an Caio (Cay CE Magnésio (lg 0) a0 Povissio (KO) wa _250 ‘Sin a0) o. | Feéstoro 0.5 St Awad Ferro (Fe30,) 2a 10 ‘Aluminio (ATO 3) ye anes ‘Cloro (CD, Sa 30 Sulleto 05) 30a 50 | [Stes (S103) | 0a 30 Proteinas (Nx 625) [150 w 400 Gomas 20a $0, — Peete 20a 100 ‘Cera e gorduras 50a 150 Keidos or 50a 150. FONTE: ESAL, 197, Cinzas - 0 teor de cinzas no caldo de cana varia de 250 a 600 ‘mg/100 ml c sua presenga no caldo destinado & produgaio do dleool nao causa alteragdes, pouco influindo sobre o pH do mesmo. Para a produgao do acticar, observam-se al a ; observamse algumas alteragées na clarifieagdo do caldo; para isto slo usadas resinas iénicas, com remogo de 90 a 95% do tcor de minerais no caldo. Petia < Sédio = sio componentes soliveis do ealdo ¢ sto encontrados na forma de fons. Sio clementos titeis no pri fermentativo do alcool eee _ __Ciilcio e Magnésio - so elementos presentes nas cinzas e nfo silo prejudiciais na produgao do alcool, ___ Fésforo - assume grande importincia na industrializagio do agdicar e do dlcool. Encontra-se no caldo de cana na forma mineral e orginica. Acredita-se que 0 f6sforo seja proveniente de adubos iw Accs canons: ous esmson suena fosfatados que se utilizam nos canaviais. E um dos elementos bastante estudados na indiistria agucareira. Silica - encontra-se no caldo sob trés formas : SiO, dissolvido, SiO, coloidal e silicatos em suspensio. principal componente organico contido no caldo da cana é a sacarose, que varia de 8 a 21%. A reagdo mais importante que se passa com a sacarose é a inversfio que, sob 0 ponto de vista quimico, nao causa grandes problemas na industrializagio do agiicar e do élcool. Agiicares redutores - sio representados quase que exclusivamente pela glicose e frutose. Nao interferem no proceso industrial. Compostos nitrogenados - so as prote{nas ou, mais precisamente, as albuminas. Que so praticamente removidas do caldo no processo de clarificagfo e, também, ndo interferem na produgdo do ‘Alcool. Purificagéo do caldo caldo extrafdo pelas moendas comega a ser purificado pela remogio do material em suspensio que ele encerra, através de peneiragem, Geralmente contém areia, terra, fibras de cana e de bagago, genericamente denominado de bagacilho. Varios sio os tipos de penciras utilizadas na prética para o tratamento do caldo, com objetivo de separar essas impurezas grosseiras nele contidas. Ocaldo que sai das moendas deve passar primeiramente através de penciras de malha de 1,0 milimetro de didmetro, onde as fragSes grosseiras do bagago sto removidas. Mesmo peneirado ainda contém ‘muitas partfculas finas, de tamanho inferior 1,0 milimetro, devendo assim passar por uma segunda peneiragem para remover particulas menores que 1,0 milimetto, devendo-se ter no final um caldo com nivel de impureza de(0,4.a0,5 gramas por litro. Existem varios tipos de peneiras para limpeza do caldo, todas contfnuas, de féci ‘mesmo, as rotativas, Apés a limpeza do caldo, ele deve ser pesado em balangas especiais ou seu fluxo deve ser obtido com auxilio de medidores de fluxOmetros de massa para caldos, iniciando-se assim processo de controle produtivo que tem por finalidade: impeza, estiticas ou vibratérias e, até 1. controlar o inicio do processo produtivo para assegurar que teré os melhores resultados priticos; 2. determinar os valores que indiquem a grandeza das perdas que ocorrem na proxugao; 3. acumulardados que permitam controlar a usina em diversos periods da safra; 4, controlar 0 processo produtivo de caldo com relagéo ao de entrada da cana na usina. A concentragio de sacarose no caldo, apés a limpeza, é fundamental e deve ser controlada pelo laborat6rio com registros reais em toda etapa. Occaldo, assim limpo, esta em condigdes de entrar para o proceso produtivo do élcoo!, apds corregdes devidas para o processo fermentative. Bagaco da cana Das moendas saem 0 caldo ¢ 0 bagago da cana, conhecido simplesmente por bagago. Este € constitufdo de fibras de celulose eéum subproduto resultante da moagem da cana. © bagago representa cerca de 220 a 260 quilos por tonelada de ‘cana moida e contém, a0 sair das moendas, cerca de 45 a 50% de umidade residual, dependendo do tipo da cana ¢ das moendas usadas. Detalhes sobre 0 bagago com a finalidade de produgao de vapor e geracao de energia elétrica, serdo estudados em separado (capitulo V, da parte IIT (p4gina 121). Aucoue camer: srsrin ven, Referéncias ALMEIDA, 1.R. Principios gerais da fabricagdo de acticar da cana. Piracicaba: Centro Académico Luiz de Queiroz, 1944, 228 p. AMARAL, A. ARMAS, R. Deterioro de lacafia quemada, ATAC, p.39-50,3.° trim, 1971 BARNES, A.C. The sugar cane. London: Leonard Hill, 1964. 456 p. DELGADO, A. A. A clarificagio do caldo de cana despalhada manualmente © a fogo em fungio do tempo de espera para industrializagao. Tese (Livre Docéncia) - Escola Superior de Agronomia "Luiz de Queiroz”. Piracicaba, 1975. 150p. DELGADO, A. A.;CESAR, M. A. A. Elementos de tecnologia e engenharia do ‘acticar de cana. {S.1.}: Zanini S.A. Equipamentos Pesados, 1977. v. 1 GUPTA, A. P.ctal. The loss of in sugarcane after harvest. Inst. Sug. J, n. 842, p.47, 1969. HUMBERT ,L. G. Mechani: v. Tym. Lyp. 1013, 1972. HUGOT,E, La Sucrerie de Cannes, Paris: Dunod. 1970..989 p. ion of sugar cane harvesting. Outlook on Agric; HUMBERT, R. P. The Growing of Sugar Cane. Amsterdam: Elsevier, 1963.710 p. JENKINS, G. H. Introduction to cane sugar technology. Amsterdam: Elsevier, 196.479 p, MAADE, G. P. Manual del azicar de cafa, Tradugio Mério G. Menecal, Barcelona: Montaner y Simon S. A., 1967. 939 p. OCTAVIO, A.; VALSECHL A queima da cana-de-acticar e suas consegiléncias, Piracicaba, 1951, 123 p. Tese (Livre-Docéncia) - Escola Superior de Agronomia uiz-de Queiroz”, 1951. 123 p. PARANHOS, S. B. Colheita mecénica da cana-de-agticar. Piracicaba: Departamento de Tecnologia Rural, Escola Superior de Agronomia “Luiz. de Queiroz”, 1974. Palestra. RIPOLI,T.C. Corte, carregamento, rransporte ¢ recepedo da cana-de-agticar. 2. ced. Piracicaba: Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz", 1975. 51 p. Pane Boe ns poppe Cereal CAPITULO 1 PROCESSO INDUSTRIAL NA PRODUGAO DE ALCOOL - FERMENTAGAO Processo fermentativo ‘Alcool, julgamos oportuno expor, em ripidas consideragdes, os princfpios bisicos da fermentagao aledolica industrial Entende-se que a fermentagio aledolica ¢ a agdo de leveduras sobre agticares fermentaveis contidos em uma solugao/suspensao. E um proceso biolégico no qual a energia formada por reagGes de oxidago pode ser utilizada para o crescimento das leveduras ¢ a oxidagao parcial anaerdbia da D-glucose utilizada para a produgio do alcool e do CO,, ‘A reagdo se dé em trés fases: A ntes de abordamos 0 processo fermentative para producio do 1 — Via aerobia D-glucose —> respiragio —> CO, + H, O (crescimento celular ripido) 2~ Via anaerdbiea D-glucose —> fermentagio celular lento) > C,H, OH + CO, (crescimento D-glucose + 2ADP + PO? ° —>2C,H, OH +2C0, +2ATP+H, Leveduras so fungos unicelulares que pertencem a um grande ‘grupo heterogéneo de organismos eucariéticos. Sao basicamente duas espécies de leveduras: Sacchardmyces cerevisae © Saccharomyces pombe. As leveduras se reproduzem tanto em estado hapldide como diplside, A nutrigdo © sexo desempenham papel importante no controle do ciclo de divisio celular. Quando os nutrientes so abundantes, as Jeveduras proliferam-se como células dipléides, com um tempo de ciclo celular de cerca de duas horas. Se os nutrientes sio deficientes, as leveduras entram em miose para formarem esporos hapldides, 0s quais germinam quando as condigdes methoram. Essas células podem se proliferar ou se fundir sexualmente para originarem células dipldides. As leveduras de fusio proliferam tipicamente como eélulas hapl6ides que se fundem em resposta & privagio de nutrientes para formarem células diplsides. Algumas espécies de leveduras reproduzem-se sexuadamente formando esporos, tendo seu ciclo de reprodugao assexual quase sempre vegetativo, conhecido por germinacao ou brotamento, do qual as células filhas efetuam a fermentagio aleodlica. As variedades de leveduras usadas na produgio do alcool sio selecionadas entre a Saccharomyces cerevisae, S. ellypsoideus, S. Fragilis © outras, mas a que predomina é a primeira. As leveduras so selecionadas para fermentagao altamente produtiva; alto rendimento em etanol; toleriincia ao etanol; 6tima tolerdincia ao baixo pH; ea eee ETE Fee eco 5, alta tolerdncia na faixas de temperatura; 6. alta tolerdncia & contaminagao. {As leveduras selecionadas sob alto controle tecnolégico permite um bom rendimento industrial. Vérias universidades ¢ centros de pesquisas, no Brasil e no exterior, procedem constantemente selegdo de boas variedades de leveduras industriais para produgao do etanol. Cinética da fermentagio A cinética da fermentagio aleoslica é um assunto altamente estudado e pesquisado nos centros de pesquisas especializados, tendo em vista seu aspecto industrial e econdmico. Em resumo, podemos dizer ‘que 0 que se passa no mecanismo € a conversio de agticares redutores (D-glucose) em etanol, com produgdo simultanea de etanol ¢ gas carbdnico. Na reagao global obtém-se dois moles (moléculas grama) de etanol e dois moles de gas carbénico com liberagao de energia (ATP). C,H,,0, —> 2C,H,OH +2CO, +energia (ATP) (processo fermentativo) ‘Via mecanismo de conversio acima apontado, todo agiicar redutor (D-glucose) é convertido e transformado em etanol, com rendimento te6rico de 0,511 g por mol de D-glucose. Ocorrem, no mecanismo, reagdes secundérias, resultando na redugdo de rendimento teérico, conhecido como Rendimento Pasteur, QUADRO I -RENDIMENTO OTIMO DE FERMENTAGAO DE LEVEDURAS EM CONDIGOES ANAEROBICAS Prades [por 100g de D-ghsoae Bianol 434 [Diexide de earbono 4665 lier 33 ‘Acido wines 06: [Lotase de clon 12 FONTE: HODGE E HILDEBRANDT, 1954 {que demonstra que no processo o rendimento maximo real é de 95%. O quadro 1 mostra este fato de forma mais clara: O rendimento fermentativo obtido em laboratério (64,33 litros de Alcool/100 quilos de sacarose) nao é atingido nas destilarias industriais, e representa um méximo ideal. Em unidades industriais tecnicamente bem conduzidas, atinge-se um rendimento de 60 litros de alcool por 100 quilos de sacarose, alcangando, em alguns casos, 61 litros em destilarias em condigdes étimas, de funcionamento. Rendimento Pasteur Estequiometricamente, a partir de 100 gramas de D-glucose, -ia 51,1] gramas ou 64 mililitros de Alco]. Pasteur (1822-1895), quimico francés, demonstrou que em ccondigées de trabalho reais, embora com todo rigor da técnica, obtém. ‘partir de 100 gramas de glicose, 48,5 gramas ou 61 mililitros de etanol als. Isso porque 5% do agticar é consumido no crescimento celulare para a formagao dos subprodutos da fermentacao, tais como glicerol, obter: Esse rendimento, que € conhecido como Rendimento Pasteur ¢ 6 facilmente atingivel empregando-se o sistema de reutilizagao de leveduras (Melle Boinot) ou de fermentago continua, tem uma grande importancia para os sistemas cléssicos que nao envolvem 0 uso de elevadas concentragdes de leveduras. ‘A natureza do substrato € 0 conhecimento da sua composigao siio de grande importancia para avaliagao da eficiéneia da fermentacao alcoslica, Quando se trabalha com substratos (mosto) complexos, em processos industriais, notadamente na presenga de corpos estranhos a0 meio (fibras, gomas, leveduras selvagens etc.) observa-se a geragdo de novos subprodutos ¢ o rendimento industrial € reduzido para até 90%, geo -cee eee eee EEEEEESEEEEeSECSCa Tar Aso Ton As condigées fisico-quimieas do meio fermentativo tais como a temperatura, a aeragio, o ph do meio entre outras, tém notavel influéncia sobre a reprodugdo das leveduras durante 0 processo da fermentacao. No processo fermentativo aleéolico, nas destilarias, a temperatura ideal para a maioria das leveduras é na faixa de 25 a 30° C, até o limite de 32°C ‘As leveduras necessitam que o meio fermentative tenha um pH ideal, bem como necessitam de ar para aumentar sua vida vegetativa na primeira fase de crescimento e da transformago em élcool, na segunda fase da fermentagio. + pHideal para uma grande gaia de microrganismos é de 4,0 1500. + A concentragao ideal, em graus Brix, € de 12 a 13, até 0 limite de 16. Na fase fermentativa, 0 mosto, em condigdes ideais de concentragio, pH e temperatura, recebe a levedura. O caldo de cana tecnicamente tratado, isento de impurezas, com pH corrigido, constitui 0 substrato ou mosto de fermentagio. E 0 meio fermentativo para produgao do alcool. Consideragies teéricas sobre fermentagio alcodlica Efeito da concentragao de agticar [As hexoses (glicose, frutose, sacarose, maltose ou galactose) so reactantes primArios no metabolismo da fermentagio alcodlica, Sob as condigdes fermentativas, a taxa de produgao de etanol pode ser avaliada, sob o ponto de vista da concentragio de agiicar no mosto, pela classica equagao de Monod: Ve VagC,/(K, + Cs) (Cinética da fermentago) Taare boron on, Ome éapreuividade espeitca de tan! (getanol esl » C, 6a concentragio de agticar no substrato (gl); K, € uma constante de saturagio, tendo um valor muito baixo 02-04 at’); Em umaconcentragio muito baixa em agticares (menorque3 gl), as leveduras nio desenvolvem e a produtividade decai acentuadamente (LEVENSPIEL, 1980). Em altas concentragics, (0 limite de saturagio de agticares. no mosto ¢ atingido quando se atinge 150 gl ~) 0 processo fermentativo & perturbado observando-se uma inibigdo das enzimas no processo ¢ a taxa de conversio, como conseqiiéncia, 6 reduzida (HOLZER, 1968; WANG et al., 1979). Efeito do etanol sobre as leveduras etanol é tim elemento téxico para as leveduras, por isso & recomendivel se utilizar variedades de de alta toler‘incia nos processos industrais. (O efeito da inibigdo do etanol sobre as leveduras é pequeno em baixas concentragées de ctanol (menor que 20 gl"), mas aumenta rapidamente em altas concentragées. Em concentragées maiores que 110 g de etanol/itro a atividade das leveduras cessa rapidamente (BAZUA; WILKE, 1977). Efeito do oxigénio sobre as leveduras E importante se evitar a oxigenagdo excessiva (metabolismo aerébio) uma vez que somente atuard na reprodugio de células, com baixa produgio de etanol. Emaltas concentragées de oxigénio observa- se umestimulo ao desenvolvimento de leveduras, porque ele é necessério Paste ma os Aveo Canmore es Rear Bees a0 desenvolvimento de novas células. A producdo alcoslica é realizada em meio anaerdbico, Efeito da temperatura O efeito da temperatura € muito importante no proceso fermentativo do dlcool, existindo uma faixa ideal que nfo deve ultrapassar 32°C. A exposigio das leveduras em temperaturas maiores que 30° C provocara uma excessiva degradacao das enzimas desenvolvidas pelas Ieveduras resultando em baixos rendimentos alcoslicos. No processo fermentativo aver’ uma intensa liberagio de enengia térmica, resultando no aquecimento do mosto. ‘0 metabolismo das leveduras libera 11,7 quilocalorias por quilo de substrato de calor por cada quilograma de substrato consumido (LAMPRECHT; MEGGERS, 1969), Na fermentagao alcoslica deve-se ter em mente 0 ponto eritico (maior intensidade de produgio), que acontece de 12 a 15 horas apés 0 inicio do processo e € quando se observa 0 maior calor do meio, Efeito dos nutrientes Muito embora 0 caldo de cana (mosto) seja um meio rico em nnutrientes naturais, conveniente a adigdo de outros nutrientes ao meio, pois nem todo mosto tem a mesma composigaio. Pesquisas revelam que € recomendavel a adigao de nutrientes secundérios ao mosto da cana para produgao do etanol, nutrientes necessérios & manutengo € crescimento das células. JONES et al., 1981; GRYLLS, 1961). Observou-se em testes de laboratério, que as células crescem muito rapidamente, com alta produgao do etanol. O ineremento de produgio foi observado em meio de glicose suplementado com NH Cl, MgSO,, CaCl, (CYSEWSKI; WILKE, 1943). 1004 Roc Ls Ase ox Amey Manone s fons aménia fornecem nitrogénio para protefnas e sintese do lo nucleico. Os estratos das leveduras sohiveis em 4gua contém todos os fatores para o crescimento das leveduras: amino écidos, purinas, pirimidinas e vitaminas, bem como sais mincrais. Fésforo, potassio (do estrato das leveduras), magnésio e céleio so incorporados ne massa celular e agem como co-fatores, ativando muitas enzimas. Para estabelecer o melhor meio nutricional requerido pelos mostos, Wong (1983) desenvolveu um meio sintético bem definido (quadro 2) que, depois de adaptagao das leveduras em culturas continuas, resulta emalta produtividade e rendimeito. Sais minerais (NH), SO, ¢ KCI, vitaminas, biotina, sio simultancamente agentes de crescimento, enquanto tiamina e piridoxina siio agentes de rendimento do etanol. A tiamina age também no aumento da tolerdincia do ctanol (RAHN, 1952). (QUADRO 2- MEIO SINTETICO PARA. LEVEDURAS DE FERMENTACAO ALCOOLICA ‘Navies Goneznagio —[Nusiente Concenago Gis roagt" MaSOs 13mg [aH 50, [3.547 050 mg" 0.625 gi HPO, Oat gt" [ Mss. O06rg 1 Cac 0.022 a Pantotenato HBO: ‘S0mgi" [Tanna ZiSOy 28 mgh"finosiot —| ‘AL (SO) LSmgl ‘Biota x80, Lime FONTE: WONG, 1983, Eficiéncia global da fermentagao No processo produtivo observami-se perdas inevitaveis de alcool por evaporagio e reagies secundarias, tais como esterilizagio e oxidagdo, havends também 0 consumo de parte de agticares por microrganismos contaminantes. Cars ys secs Reuss ‘A maneira pritica e simples de se calcular 2 eficiéncia do processo fermentativo éa de relaciamar 0 ter alcoslico obtido na destilaria com 0 valor te6rico que se auferiria a partir da equagaio de Gay Lussac, obtendo-se, assim, a eficiéncia global do proceso, Supondo-se, por exemplo, que, de um lote de cana-de-aguicar com 14,18% agticares totais, expressos em glicose, obteve-se 70 litros cle élcool absoluto (uma tonelada de cana com 14,18% de agticar). Teoricamente, poder-se-é obter 90,75 litros de Alcool absoluto, considerando-se que todo o agticar foi convertido e que nao houve perdas em nenhuma das etapas do processo. A produgio de 70 litros representa, portanto, 77% do rendimento tedrico. Preparo do mosto No tanque de pré-iluigdo procede-se a corregio do pH do caldo de cana, resultando © mosto, solugao ideal para realizar a fermentagio alcoslica nas domnas de fermentacio Portanto, o preparo do mosto é realizado com a pré-ciluigaio do caldo até se atingir a concentracdo ideal e corregao do pH. Dornas de fermentacio ‘Todo proceso fermentativo ¢ realizado em dornas de fermentagio com refrigeragio externa e/ou interna, procurando-se conduzir 0 processo fermentative, ent toda sua fase, em temperatura na, ade28.2.36°C, até o limite de 32°C. ‘As domas sio fabricadas com chapas de ago comum € seu ‘volume ndo deve ir além de 300 metros ctibicos, sendo que as usinas de grande ¢ médio porte tém, em média, 10 a 12 dornas, permitindo um fluxo continuo de produgao para operagao eficiente econdmica das destilariasfusinas. (0 mosto, apés a fermentagao, rico em alcool, recebe a denominagio de vinho (mosto fermentado). A levedura, para o processo fermentativo, & obtida através da centtifugagio do vinho da fermentagio anterior. O concentrado de leveduras é denominado de leite de leveduras. Este, ap6s ser separado do vinho, €tratado com uma solugio de dcido sulfirico e nutrientes antes de ser enviado para nova dorna. O material utilizado nas centeifugas € tanques de tratamento das leveduras é de ago inoxidével. Para se iniciar urna fermentagio sem partir de uma anterior, utiiza- se a levedura obtida comercialmente ou através de selegdo na propria usina, a qual terd de ser multiplicada através de fermentages sucessivas em laboratério aumentando-se os volumes sucessivamente até se atingir uma quantidade suficiente para uma doma. Este trabalho ¢ iniciado em laboratério, em equipamentos de vidro, ¢ finalizado em dommas de pré- fermentagdo com volume entre 1 a2 metros eiibicos, em ago inoxidavel. No proceso industrial, todo sistema de limpeza e higienizagio das doras deve ser altamente rigoroso ¢ controlado. A assepsia das domas € fundamental, pois uma contaminacdo das leveduras resultaré em grandes prejuizos de produgao ¢ tempo para se atingir novas situagoes ideais. : Curvas de fermentagao ‘Todos os processos fermentativos apresentam uma curva de fermentagio bem definida em fungao de: 1+ concentragao inicial do mosto — grau Brix; 2. produgio de etanol/tempo de fermentagio; 3+ temperatura de trabalho, Accurva de fermentagao representada na figura 1 representa um, proceso fermentativo em uma doma de grande porte (650 metros ciiblicos), dotada de sistema de agitagdo controlada, resfriamento com serpentinas intemas, dorna fechada com sistema de lavagens e recupe- ragio de gas carbénico. Avcoo Cosine wa Esc Bec, (0 mosto fermentado foi dextrina/glucose resultante de processo enzimatico. Veja apéndice II. infcio da fermentaao foi de 12°Brix, etanol zero. ‘A.curva representa a produgio de etanol/horas, indicando o teor alcodlico a cada duas horas. Portanto, observa-se que a maior produgao aledolica se realiza na décima hora (32% de etanol). FIGURA 1 - CURVA DA FERMENTACAO 35) cuwaocrementacho 43.67 994198597 1021 Pras Ars Dao 10 os Roc Luss Anny Macon Dornas de fermentagdio industrial bem projetadas As dornas de fermentagio so recipientes nos quais se processa a fermentagdo alcéolica. So construidas em chapas de ago a0 carbono, cilindricas, com altura igual a uma vez e meia ou, duas vezes, 0 seu didmetro, em média, So instaladas sobre suportes metélicos (vigas/ cantoneiras), com 80 a 120 centimetros de altura, dependendo do seu volume ¢ didmetro. O seu fundo ¢ cdnico, com vélvula de descarga de Jodo (lama) no seu vértice, descarga da agua de lavagem, limpeza e envio do vinho para os tanques-pulmao da destilaria, apés a fermentagdo. O dimensionamento e especificag2o das chapas de construgao dos fermentadores envolve muitos fatores te6ricos, tais como volume do fermentador, sistema de refrigeracdo, de agitagio, dorna aberta ou fechada et. Asdomas modemas utilizam sistema de refrigeragio intera por ‘meio de serpentinas, outras trabalham com refrigeragdio externa e existem algumas sem sistema de refrigeragao, Sua vida ttl, com boa manuter € de 15 4 20 anos, com taxa de depreciagio de 5 a 6% ao ano ¢ 1,5. 2,0% de manutengio. O seu volume é varidvel, porém, tecnicamente, é recomendavel que seja harménica com a capacidade das colunas de destilacHo, B ideal que uma doma tenha volume suficiente para alimentar 2.43 horas a primeira coluna. ‘Tomemos, por exemplo, uma destilaria com capacidade de produgo de 200.000 litros de alcool por dia (24 horas), ou seja, 8.400 litrosfhora. © vinho, apés completa fermentacdo terd uma média de 7,5% de {lcool © a relagio dlcool/vinho pode ser tomada como 1: 12. Nestes parmetros poderemos indicar, a principio, domas de 200 metros etibicos. ‘Tomando-se por base o perfodo de 18 a 20 horas, o tempo de fermentagio completa, num total de 10 domas, 0 seu volume total ser de 2.000 metros caibicos. Cada dora, em 18 horas, teré produzido 200x0,075 = 15 metros ciibicos de Aleool, o suficiente para alimentar a coluna durante 2 horas _____ Com uma programago bem feita, as 10 dornas de 200 metros ‘ibicos sero adequadas para atender toda demanda de vinho da destilaria, Aucoce Cams ns Exar Brass As dornas sto distribuidas e ordenadas lay-out de forma a permitir acesso facil aos registros de controle e toda a sua volta para reparos, manutengao ¢ higiene. ‘A. velocidade de fermentagao pode ser aumentada de 30 a 40% quando se utilizam sistemas de agitago € controle de temperatura adequados. Em dornas de grande porte recomenda-se a circulagéo do ‘mosto com auxilio de agitadores tipo hélices propeler, com yelocidades, varidveis para efetuar a mistura de todo mosto, sem deixar cantos mortos. ‘A movimentagio deve ser calma, nao turbulenta, durante todo processo fermentativo. Os motores dos agitadores que podem ter até mais de 50 HP, so instalados no topo do fermentador ¢ todo sistema de controle deve ser de facil acesso ao operador. E recomendavel um sistema de velocidade controlada, nao mais que 50 rpm no eixo central. Todos os fermentadores deverio ser interligados a um sistema de lavagem para CO, (coluna de lavagem) onde todo gas resultante da fermentagio é lavado € 0 Alcool, arrastado pelos gases, sera recuperado (pode-se recuperar até 1% do volume de produgio didria). Na sala de fermentacdo serdo instalados um pré-fermentador ‘emago inoxidavel, um tangue para dcidos (Scido clorfdrico ou sulfirico), um tanque de dissolugo de melago, um tanque para antiespumante, um tanque para detergente, um tangue de diluigao de produtos quimicos (autrientes), compressor de ar, filtro biol6gico e sistemas auxiliares: bombeamento, transporte ¢ controle, No sistema de refrigeragio recomenda-se a circulagdo externa em trocadores de calor de placas. Nos fermentadores de refrigeragio interna recomendam-se trocadores de calor de serpentinas bem centralizadas, no junto as paredes para faclitara lavagem higicnizagio. Nos fermentadores de refrigeragZo externa sio adotados os trocadores de tubos © cascos ou trocadores de placas. As placas ficam separadas entre si por diminuto espago, que varia, normalmente, de 2a 5 milimetros. Sendo a superficie das placas corrugadas, os graus de turbuléncia alcangados so bastante altos ~ com valores Reynolds, na faixa de 10.2400 Re -, dependendo do padrio geométrico do fermentador. Esses fatores combinam-se para dar alta taxa de transferéncia de calor, 1s 4 Roca La Au As caracteristicas dos trocadores de placa permitem condigdes apropriadas para trabalhos Ifquido/Ifquido com fluxo turbulento, como 60 caso do resfriamento dos mostos em fermentagao. Trata-se de um resfriamento em circuito fechado de égua e fluido nao incrustante. As placas sio geralmente do tipo Paraflow, prensadas, em ago inoxidavel AISI-3 16, tténio, niquel 200, mone! 400, aluminio-latio ¢, até mesmo, de tntalo ou qualquer outro material diictil, suficiente para ser prensado. Um perfil especial de canais ¢ pequenas ondulagdes reforgam as placas, aumentando a érea efetiva de transferéncia decalor e induzem a turbuléncia no fluxo de liquidos entre placas, que apresentam espessura centre 0,61 milimetrose 1,22 milfmetros e espagamento 6 da ordem de 2,5 5,00 milfmetros, Dependendo do tipo, so disponiveis com area de transferéncia de calor desde 0,026 metros quadrados até 2,2 metros quadrados, sendo que, dependendo do seu suporte, pode-se instalar até 700 placas. As maiores unidades permitem até 1.500 metros quadrados de superficie de troca térmica. Os grandes fabricantes de trocadores de calor de placa contam com excelentes informagies técnicas a respeito dos mesmos. Como conclusio, podemos dizer que os intercambiadores de calor de placas siio os mais econémicos para atividades liquido/liquido, como é 0 caso do resfriamento dos mostos em domas na produgdo de élcool (circulagio externa). © maior calor desenvolvido na fermentagao aleodlica ocorre durante o perfodo que denomina-se de turbuléncia (fermentagao intensiva), demandando grande pico de refrigeragao. Projetos bem planejados podem reduzir sensivelmente o investimento no sistema de refrigerago externa, permitindo utilizar um sistema que atenda a dois ou trés fermentadores porsimples manobra de vélvulas. Sala de fermentagdo - Sao as edificagdes onde se abrigam as dornas, os denominados pré-fermentadores, as centrifugas, os tanques de auxiliares e outros equipamentos ligados ao processo fermentativo. ‘Sio construgdes projetadas para atender todos os prinefpios daengenharia bbioquimica (bioengenharia), os quais variam para cada regio, de acordo com as condigies climéticas, de tal forma que se obtenha sempre 0 ‘maximo de higiene, de controle de temperatura, de iluminaedo.e ventilagzo Dae TTT i is acon Cais: en Bris Busses adequada. O seu piso deve ser apropriado para permitir lavagem © escoamento facilitado dos residuos. Devem-se projetar galpées cobertos, construgies sélidas ¢ suficientemente amplas para que os equipamentos sejam instalados com espago livre & sua volta, permitindo fécil assepsia, reparos © manutengio. Higienizagao do sistema fermentativo ‘Todos 0s processos fermentativos esto sujeitos a problemas de infecgio © contaminagio bacteriolégica. Podem ser facilmente contaminados por microorganismos, que contagiam todo meio fermentativo. Para controlar este problema usam-se antissépticos para criar ambiente desfavordvel a outros microorganismos, em nada prejudicando o desenvolvimento das leveduras. Cada anti-séptico atua cde maneira diferente, agindo sobre um ou mais grupos de microrganismos. ‘Alguns agem favoravelmente sobre a levedura, ao mesmo tempo que inibem bactérias e fungos estranhos ao meio. ‘Nas destilarias de dleool usam-se de4 a 5 miligramas de hexaclo- rofenol por litro de mosto ou, 0,01 20,05 gramas de pentaclorofenol por litro de mosto. Até 0 écido sulfiirico que se usa para corregio do meio de cultura, age como anti-séptico. Hoje, pode-se contar com produtos assépticos de grande poder, marcas comerciais bastante difundidas, eficientes e econdmicos. r problema da assepsia dos meios de cultura pode ser analisado sob dois aspectos: desinfecedo propriamente dito e esterilizacao. A desinfecgao, geralmente, €feita por produtos quimicos ¢ utiliza métodos para evitar contaminacdo por microrganismos estranhos ao meio, sem afetar os que sio titeis ao processo. fF Toergensen define adesinfeega0 como sendo “a destnigo ou inibigao de certas espécies de microrganismos, prejudiciais ao meio de cultura. ‘A desinfecco é um grau mais atenuado de esterilizagdo e ¢ vit ao lado desta. £ largamente utilizada em industrias que envolvem microorganismos, tais como produgio de élcool, alimentos, farmacCuticas © aesterilizagéo, propriamente dita, é realizada por vapor imido, calor seco, filtragdo bacteriolégica, pasteurizagao, radiagao etc. Nesse caso, sio destruidas as células microbianas na sua totalidade, existentes no meio ou no equipamento, Como dissemos anteriormente, a desinfecgao é um grau mai atenuado da esterilizagio e € a mais empregada nas indistrias de fermentagio, porque evita contaminagées altamente prejudiciais ao processo fermentativo, as quais alteram profundamente o meio, transformando a matéria-prima em produtos secundérios ou reduzindo sensivelmente o rendimento do processo. Os principais inconvenientes da infecgao sii: 1. modificar as condigdes da fermentagao; 2. aumentar 0 consumo de nutrientes; 3. _alterar a pureza do produto final; 4. contaminar meio ambiente. ____ Ocmprego das técnicas de desinfegao e esterilizagao é de grande importincia em todo e qualquer processo fermentativo, A contaminagio pode ter origens diversas, desde 0 ar, a agua, 08 produtos quimicos etc. A formagio de espumas é, muitas vezes, uma ‘manifestagdo de contaminagéo. Podemos afirmar que, nos meios fermen- tativos, ela estd sempre presente onde existem nutrientes ¢ temperaturas adequadas. Diversos produtos quimicos tém sido utilizados como desinfetantes em indistrias bioquimicas: dcidos, élcali, compostos halogenados, compostos fenolados, formaldetdos, gua oxigenadac, até mesmo, alguns antibi6ticos. Os desinfetantes quimicos, em alguns casos, atam até mesmo como estabilizadores, conforme a concentragao usada, 0 pH e a temperatura, Muitos deles destroem qualquer célula viva. Em alguns casos utilizam-se, durante 0 proceso fermentativo, produtos denominados anti-contaminantes, tais como os fendis, halogenados e até mesmo antibisticos. ___ entre os anti-sépticos de emprego mais comum, em dornas de fermentagao, encontram-se 0 H,SO,, 0 formol, a H, 0,, KmnO,, e 0 fenol. Destes, 0 de maior uso é 0 H ,SO,, em conjunto com o pentaclorofenol. i ane Arc cs Aico Commoner ns Exsrsns Bruns Desinfetantes quimicos A desinfecga0 6 a esterilizagZo, via imida, de microorganismos nocivos ao processo fermentative. Dentre os desinfetantes qufmicos destacam-se O Fenol, bastante difundido nessa drea, serve para definir 0 chamado “coeficiente fenélico”, que € a intensidade de poder de desinfecgdio de uma determinada substancia. E um anti-séptico seletivo, ‘muito mais usado na “esterilizagao quimica” que na desinfecgdo. O fenol exige sempre uma adaptaco preliminar da levedura ou de outro microrganismo wil, para fermentagiio a que esté servindo.. Usam-se, com boa eficiéncia, fendis halogenados, 0 pentaclorofenol ¢ seus sais na concentragdo ao redor de 0,002%, em fermentagies alcoslicas. Outras substdncias halogenadas tém sido utilizadas, tais como 0 hipoclorito de céicio, em diversas concentragdes, principalmente em presenga de hidrdxido respectivo, com bons resultados, Os hipocloritos funcionam como anti-sépticos no melago, em fermentagdes alcosticas, inibindo microfloras prejudiciais ao meio. A proporcao varia de 50 a 100 g de cloro ativo por tonelada de melago. Na prética, observa-se que a agio positiva de um desinfetante se caracteriza por inibigao de contaminantes ¢, ao mesmo tempo, facilita a ago dos micoorganismos obtendo-se maior rendimento no processo fermentative 0 pentaclorofenol ¢ 0 hexaclorofenol sio produtos que tém sido muito estudados na fermentacao alcodlica, demonstrando excelentes resultados na concentracdo de 3 a 4 mg por litro de mosto. Acidos minerais, tais como 0 dcido sulfiirico, siio recomendados para modificar 0 valor do pH do mosio e melhorar a acdo dos agentes, de desinfeegao e, ao mesmo tempo, que dao condigdes consideradas 6timas para a fermentagao. ‘Além dos fendis e derivados, outros agentes de desinfeccao tm sido usados na fermentagio alcodlica, destacando-se: anidrido sulfiirico (g4s), sais de cobre para impedir infecgdes lécticas € butiricas (0,2%) © benzoato de sédio. oo Rocks Lat x Ata Ama Macon —_ O sulfonol (dodecilbenzeno-sulfonato de sédio) mostrou ser um timo desinfetante, na produgao de alcool a partir do melago (meio facilmente contaminavel).. Antibisticos (Os primeiros antibiéticos utilizados, em processos fermentativos, datam de 1946, quando forant usados inicialmente em cervejarias ¢ indlstrias de vinho, com bons resultados. A penicilina ea polimixina foram utilizadas com muito sucesso, principalmente no controle dos gram-positivos e dos gram-negativos. A penicilina tem demonstrado bastante eficiéncia no controle dos contarinantes, nfo interferindo na atividade da levedura, quando presente na concentragao de 500,000 unidades por litro. Outros amtibisticos sto utilizados:tetraciclinas, riboflavinacte. A Penicilina G potassica vem sendo testado, desde, 1963, com bons resultados; mostrou-se bastante cficiente e com atividade uniforme nas concentragées dle 500 unidades por litro de mosto. Varios testes foram realizados, em escala industrial, em dornas de mais de 80 mil litros, em. perfodo de safra completa. Bons resultados econémicos e técnicos foram. cconstatados. Milhides de litros de élcool foram produzidos com estes testes, reais em destilarias, Referéncias AQUARORONE, E.; BORZANI, W.; LIMA, U; Biotecnologia, Sto Paulo: Eaitora da Universidade de Sao Paulo/Edgard Blucher Ltda, 1975. v.1, 2e3, BUILOCK, J. D. Industrial aloophol. Microbral Technology. Cambridge: University Press, 1979. v.29, p.310. Aucoo Cormnsne es Err Busts GRYLIS, FS. M. The chemical composition of yeasts. Biochemist's handbook. London: C. Long, 1961. p. 1050. HARISSON, J.; GRAHAN, J. Yast in distilery. Rose, H.; Harisson, J. S. The ‘yeasts, New York: Academic Press, 1970. v.13. HODJE, H. M; HILDEBRANDT, F. M. Alcoholic Fermentation of malasses. Industrial fermentation, New York: Cheinical Pub.Co. 1954. v.1,p.73, YANG, V3 TRINDADE, S. Brazil's Gashol Program. Chem Eng. Prog.,¥.75,.4, p11, 1979. PLEETH, S. J. W. Aleohol — a fuel for internal combustion engine. London: (Chapman & Hall Ltda, 1950, SPENCER, G. L. Cane sugar handbook. 9. ed. New York: Wiley, 1963. SUZUKI, M. Molasses and industrial alcohol, 98. The Japanese Alcohol Market. Paris: Dev. Center/ECD, 1976. THAMPY, R.T: Ethyl alcohol production techniques, Chemicals from Alcohol. earl River, New York: Noyes Dev. Corp., 1976. p 132. \VERVALIN, C. H. Biomass fuel may account for 10% of US energy in year 2020. Hydrocarbon process, v.59,1.8,p- 15, 1980. WEBB, R. Industrial alcohol, Biotchemical Engineering. Van Nostrand, London F.C. Webb, 1971..630 p. WILKIE, H.F;PROCHASKA. J. A. Fundamentals ofdisttery pratice. Louisville, H.Ph. D. Thesis, Berkeley,CA: University California, 1983, WONG, H. PhD. Thesis. Berkeley, CA: University California, 1983. CAPITULO2 DESTILAGAO DO ALCOOL Consideragées gerais ode-se definir 2 destilaglo como um proceso fisico no quail, Presi srt cnponents vol Se mistura liquida por evaporagio. Nese processo, a concentragéo do componente mais volatil é cada vez mais concentrada na fase vapor; no caso da destilagaio do Alcool, o componente mais volatl é 0 Aleool ¢ 0 menos volatil é a gua. processo ¢ realizado em aparelhos industriais denominados colunas ou torres de destilagao. fi continuo e, em linhas gerais, tem trés partes bésicas constituintes das colunas: 1. colunapropriamente dita; 2. reebulidor, 3. condensador. too Recs Ln At Am Mascon Coluna de destilagio Accoluna € constitufda de um corpo cilindrico de chapas de ago a0 carbono ou ago inoxidavel. O seu didmetro e sua altura variam de acordo com os célculos realizados em fungdo da volatilidade dos ‘componentes a destilar. A parte mais alta € denominada topo da coluna ¢ a mais baixa base da coluna. Seu corpo € constituido de pratos € borbulhadores dispostos ordenadamente. Existem outros tipos, pouco utilizados na indistria do Alcool, so as denominados colunas de recheio, Colunas de pratos e borbulhadores As principais colunas utilizadas na industrializagao do Alco! s asde pratos ¢ borbulhadores, que abordaremos em répidas consideracdes. ‘Sao constitufdas de um corpo cilindrico, no interior do qual esto instalados Vrios pratos e borbulhadores, sobrepostos que so também denominados de bandejas e calotas, (Os pratos sio dispostos um sobre 0 outro, desde a base até 0 topo. Sobre cacia um o existe um grande niimero de borbulhadores, que nada mais so do que dispositivos de forma cilindrica, com aparéncia de um copo metilico, dotados de ranhuras laterais até certa altura, com 3 a 5 milfmetros de abertura (geralmente 1/3 da sua altura). Estes borbu- Ihadores sao fixados por solda ou parafusos especiais sobre os pratos, distribufdos harmonicamente segundo detalhes técnicos. (O miimero de pratos em uma coluna varia de 30 até 70.0 ntimero de borbulhadores sobre cada um deles varia de acordo com seu didimetro © a simetria de distribuigdo. Estes so detalhes técnicos estudados por 0 nimero de borbulhadores em cada prato pode alcangar de 150 a 200, dependendo do didimetro da coluna. Assim, em uma coluna pode haver mais de 70 pratos e 5.000 borbulhadores. A figura 1 esquematiza uma coluna de destilagao de pratos € borbulhadores e seus componentes bisicos. FIGURA 1 - COLUNA DE DESTILAGAO . Ccondensader ert = Retina Feu ‘Almentagso. ———p a Paar Tea hws 18 oon Roce La «Au oe Amey Mnconaes Reebulidores ___ Osrecbulidores constituem o sistema de aquecimento das colunas € esto instalados em sua base. (© aquecimento das colunas pode ser de dois tipos: vapor direto (vapor vivo) © reebulidores. Ambos sistemas se destinam exclusivamente @ aquecer ¢ levar a mistura a separar até a ebuligio, emissio de vapores dos componentes mais volateis. Podem existit Colunas com um ou dois reebulidores, calculados em fungdo do volume da mistura a destilar. Nos reebulidores ndo_ existe 0 contato direto do vapor de aquecimento com a mistura a aquecer. Sio verdadeiros trocadores de calor de feixes de tubos, FIGURA 2 - PRIMEIRA COLUNA DE ALCOOL Besar I I im ‘Pane Ae Poss Aecooe. Camus en aren 0 contato direto 86 é adotado quando um dos componentes € a égua, como € 0 caso da primeira coluna de élcool (figura 2) Condensadores No topo da coluna esto dispostos os condensadores, que so dispositivos que tém por fim proceder a condensagao dos vapores leves que atingem 0 topo da coluna, ‘Apés a condensagio, tem-se 0 produto desejado com a composico especificada. 0 célculo de uma coluna, bem como dos reebulidores condensadores tem, exatamente a finalidade de se ter um equipamento «que possa produzir 0 produto com a concentraco e quantidade desejadas. Sistema de refluxo Junto aos condensadores existe, na maioria dos casos, um retorno de parte do condensado ou vapor rico em componente mais volétil, ao topo da coluna, o que se denomina refluxo. Este pode ser em forma de ‘vapor parcialmente condensado ou liquido saturado a um dos pratos abaixo dos condensadores. O procedimento tem por fim enriquecer a cabega (topo da coluna) em vapores bastante voliteis permitindo, assim, uma perfeita obtengao do produto denominado puro, na especificagaio desejada, ‘Cada empresa especializada em projetos de colunas tem sua técnica e métodos de célculos, bem como de detalhe dos desenhos de todo 0 conjunto, Neste trabalho, procuramos simplesmente dar as informagdes bésicas ¢ essenciais aos técnicos que operam as colunas. Mediante célculos, pode-se definir o mimero de pratos das colunas, © miimero de borbulhadores, seu didimetro © ranhuras, bem como 0 didmetro e altura da coluna, sistema de aquecimento, direto ou indireto, condensadores, refluxos e outros detalhes. Ou seja, 0 proj 0 i Ie: ieja, 0 projeto det de cada coluna. oan mid Uma coluna, bem projetada, permite uma eficiéneia de até 95% de eficiéncia. toi. Agua No caso do dlcool carburante, o material utilizado na confeogiio das colunas so, geralmente, chapas de ago ao carbono, bem como na confecgio dos borbulhadores. Exemplares mais esmerados so construidos em ago inoxidivel em toda sua estrutura (figura 3). Colunas de destilagio de Alcool Nas colunas de destilagdo de dlcool, os vapores de élcool so conduzidos para o topo da coluna até atingir a concentragio desejada © componente dgua nao chega a evaporar, ficando cada vez mais pobre em cool dirigindo-se, por gravidade, & base da coluna, formando o residuo de processo (vinhoto ou vinhaga). Isto se passa na primeira coluna de destilaczo. ‘No topo da primeira coluna ~ denominada coluna A a mistura sgua/éleool, cada vez mais rica em élcool 0 processo de destilagdo de sco! se passa como segue: ‘Apis a fermentagiio, 0 vinho com 7 a 7,5% de etanol em peso, & bombeado para o setor de destilagdo para separar o alcool dos produtos secundarios resultantes da fermentagio. A destilagdo do alcool ¢ realizada em trés etapas distintas 1, separagio inicial; 2. retificagaio; 3. desidratacao, 1e obtém Separagiio inicial 0 vinho, proveniente dos fermentadores, passa preliminarmente pelos pré-aquecedores, para ser aquecido entre 50 ¢ 60° C, e daf & coluna A, para desgaseificagdo e destilagao priméria, dirigindo-se 0 destilado a um condensador que pré-aquece 0 vinho que alimenta a Coluna A. ‘rare vane eee a Nesta coluna ¢ feita a separagio: do dlcool bruto resultando, no topo da coluna, vapores ricos em élcool e, na base, o vinhoto, também denominado vinhaga, ‘Na separagao inicial (primeira concentrago), obtém-se vapores ricos em dlcool, uma mistura de dlcool/égua (35 a 45% de etanol),

You might also like