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ROLAND BARTHES ELEMENTOS DE SEMIOLOGIA ‘Tredugio de Tatworo Buxsrein a EDITORA CULTRIX Sho Paulo “ial do rig He ELEMENTS De sEMOL Coppel © 1964 Edom da Sei Pas ha Dts esereadoe FORA FENSAMENTO.CULTRDC LTDA RouD Mine Ven 368 1270.00 - So Pal, SP Fone 3731909 — Fax 72470 mul pecameitestn om apt penser le om Ingres am masa ofa rfias. INDICE {Ao terror mustang vrawugto 1. LINGUA E FALA Lt, Bo Lingsisice 1” Em Srmace 2. A Logan 3. A Fale 4 Dinca da Ligon eo Fale 5. Eo Hinsley Probleme TO idiot 8 Earotora dupe 1.2, Perpectios Semiléicar 1. "Lgos, Fas Clencas Humanas 2. O reat. 3. A alimentagso 4 O tutemitl, 0 mobilisio 5 66. Droblemas (1) erigem dor sinemae 1. Prolemae (II): a tle Lingoa/Fala |. SIGNIFICADO E SIGNIFICANT M.A, 0 Signo 1. Kelsi dow sigs 20 ‘igo Hngtinico 3. Forma e atic 4. O sino temioigco U2. 0 Signifcado 1 Nate do signindo 2 SRE Ss wee » % 4% z a 13. 0 Signcante 1, Natwrem, do siguiente ssc dow sgaiiantes ma. MIL. 0+ Dois Bios de Lingus {A prove de comstario ‘Ae nidads slong 5. ‘As premies comblonit Weide edn de ides satagmcas ms. IV. DENOTAGAO E CONOTAGAO WV.1. Or Sitema deengtadon 1V.2. A conatagio 1.3. A metalinguogem IVA. Conoagi € metalingnsent Conclasao:« pegssesemilSics Buaiocear carica tater seordcic> wee EME BEE gSageudad veveeee ALS ESbaesays AO LEITOR BRASILEIRO A Kixtira de Semiologia€ curtae, todavia, jé bastante rice, ie forma Hen ees eB ee eat ice ‘quando se relomou 4 postulagdo feite por Saussure mo sex Garso ‘de Linglsticn Geral, saber: que pode existir, que cxitird uma cibncia dos ‘sgnos, que tomeria emprestado de Lingilstice seus conceitos principais, mas da qual a prépria Linguistica nio passaria de um departamento. Em seus prinr. dios franceses, (que podemortituar 2 volte de 1956), 2 tarefa ‘da Semiologia era dupla: de um lado, esbogar uma teoria gerak de pesguita temioléplce, de outro elaborar semiéticas particla- 122, eplicedas a abjetos, 2 dominios circunscrtos (0 vestuério, @ limentagio, cidade, « narrativa, et.) (Os Eumneentos De SeMIOLoGiA, que slo boje epresente- tor 40 letor brasileiro, dicem respeito & primeira dessas terefas: originariamente, foram organizados em forme oral no primeiro Semindrio que realized na Escola Pritice de Altos Estudos ent 1962-63; Joram a seguir publicados em italiano @ pedido do ‘gande escritor Plo Vitorini, pouco tempo antes de sua mort. Se recordo equi o nome desse autor & porque devemor desde logo convencernos de que 2 voca;io de Semiologia (eu, pelo ‘menos, penso estim) neo & puremente cienifica, mas relacio~ nase com 0 conjunto do saber e da escrtura. Cumpre, som divide, monejar com precausio os concetos tranomitider pele Lingitstce 2 Semiologia, e & a essa exigéncia ‘que buscare atender estes EvEMENt0S: dio-se definigbes que (sido firmadas na citncia lingiitica (a de Saussure, Hielmsleo, Jakobson, Benveniste: « de Chomsky parece ter pouceinfluéncia. sobre a Semiologia, a mio ser no gue concerne a anilise da narrativa) e que, no entanto, sto sempre levadas até os limites 7 ingistce, onde o signa & tadvaivel em outros sistemas que io da. Os Evawenros 0g Seneiorocta propiem um vocebuléric, sem 0 qual a invengio de pesquisa mio seria postivel Por outras paleort, cumpre passer por estes ExiMenr0s, sts nto dete wn’ Cae tor dle toprol ow 0 ‘movimento bistrico que, « partir destas bases necesirias,levou 4 Semiologia ndo somente a aprofundarse (0 que € normal), ‘mas também a diversiicarse, Jragrentarse, até mesmo contra dizerse (entrar no campo fecundo das contradigs), em sums, expose, 10, « Semiologis 0 pde faer porque, jovem ciéncis recém=esbocada e ainda {rétil, buscou ele vidamente, poss0 dizer, contato com outres cibucias, outras discipline, outras eigdncas. Pet dex anot que a Semiologia (francesa) se m0- vimenta considersvelmente: forads a deslocarse, @ aricar bastante em cada enconiro, manteve ela um didlogo constante € transjormador com: o estraturaismo etnoldgico (LéviStruss), e das formas ltersrias (os formlitas rassos, Propp), & re (Lacan), a Flosofe (Derrida), 0 marsiomo (Altbus- ser), @ teoria do Texto (Soles, Julia Kristeva). toda este Igiracao ardente, frequent, por vexes polémice, arrscada, que se deve ler retrospectivamente na bstéra da Semiologa: sendo Drecsamente slinguogem aque questiona coninusmente a lingua ‘tem, ela bona, por naturezs, ab duas tarcfas que Brecbt assina- laa’ ao intelectual nese peiodo da Historia: Uquidat (as antigas slg «tei (0 ara seb, «tome get sae relagio socil).- Isto é, qualquer que sea « exigencia cientilce dde que se deca investr'« pesquisa semioldgice, ex pesquisa tem imediamente, no snsndo il come 6, ume reponsablidade Iumena,bistries, josie, pol Tive mutes vewes 1 fli oportunidade de conbecerpesguic sudores, etudiotos,exeitres bratleros, pelo que estou. con tencido de que coniderario ees Euewtnros. 130. modestos (isto € dito ‘tem nenbume coguetismo) com espirto lore, etl roo, translormador, auilo que pretendiam ser desde o coméco: tem ponto de par Setembro de 1971. ROLAND BARTHES INTRODUGAO Em seu Curso de Lingistice Geral, publicado pela primeica vvez em 1916, Saussure postulava a existéncia de uma ciénc ‘eral dos signos, ou Semiologia, da qual a Lingistca nio set sendo uma parte. Prospectivamente, a Semiologia tem por objeto, entio, qualquer sistema de signos, seja qual for sun substinci, seam quaie forem seus limites: imagens, os gestos, cs sons melédicos, os objetos e os complexos dessas substincias que se encontram nos rites, protocolos ou es 5, $e no ‘constituem “linguagens”, so, pelo menos, sistemas de signifi ceasfo, TE certo que o desenvolvimento das comunicagSes de massa dé hoje uma grande atualidade a esse campo imenso da significasfo, exatamente no momento em que 0 éxito de disc. como « Linglstica, « Teoria da Informagio, a Légica Formal e a Antropologia Estrutaral fornecem novos meios a andlize semintica, Atualmente, hi uma solicitagio semioligica coriunda, néo da fantasia de alguns pesquisadores, mas da propria Fistéria do mundo moderno Entretanto, embora 4 iia de Saussure tenba progredido muito, a Semiologia invetigase lentamente, A rao disto é simples, talver: Saussure, etomado pelos prinipais semiGlogos, ppensava que a Lingifstica era apenas uma parte da citncia ge dos signos, Ora, nio é absolutamente certo que existam, ni vida social de nosso tempo, outros sistemas de signos de certa smplitude, lm da linguagem humana, A Semiologia 36 se un ‘ocupou, até agora, de cédigos de interesse iersério, como cbdigo rodovidtio; logo que passamos a conjuntos dotados de ‘uma verdadera profundidade sociolégia, deparamos novamente ‘com 4 linguagem. Objetos, imagens, comportamentos podem significa, claro est, e 0 fazem abundantemente, mas nunca de utdnoma; qualquer sistema semioligico repassa-se de linguagern. A substincia visual, por exemplo, confirma suas signifcagSes 20 fazerse repetit por uma mensagem lingiistica (€0 caso do cinema, da publicidade, das historietas em quads ‘hos, da fotografia de imprensa etc), de modo que ao menos tama parte da mensagem icénica esti numa relagio estrutural de redlundincia ou revezamento com 0 sistema da lingua; quanto 0s conjuntos de objetos (vestuétio, alimentos), estes s8 alcan- am o estatuto de sistemas quando pastam pela mediagio da lingua, que Ihesrecorta os signifcantes (sob a forma de nomen- dlaturas) e Thes denomina os signifcados (sob a forma de usos ou rizbes); nds somos, muito mais do que outrora e a despeito da invasio das imagens, uma civiliangio da escrita. Enfim, de ‘um modo muito mais gceal, parece cade ver mais difctl con- ceber um sistema de imagens ou abjetos, cujos signifcados potsam cxistr fora da Hinguagem; perceber © que significa uma substincia 6, fatalmente, recorrer ao recorte da lingua: sentido 6 existe quando denominado, e o mundo dos signficados nfo outro seilo o da linguagem. Assim, apesar de trabalhar, de inicio, com substincias nao -lingisticas, 0 semidlogo levedo a encontrar, mais cedo ou iis tarde, a linguagem (a “verdadeira") em seu caminho, nfo 6. titulo de modelo mas também a titulo de componentes, de rmediagio ou de significado, Essa linguagem, entretanto, nio € cexatamente a dos lingists: & uma segunda Linguagem, cujas lunidades nfo sfo mais os monemas ou os fonems, mas fragmen- tos mais extensos do discurso; estes remetem a objetos ou . 2) B ‘mente © modelo lingtitico®. Contentamo-nes com propor € cselarecer uma termisologa, deefndo que ela permita intro- dizir uma ordem iniial (mesmo provséia) na massa hetré- clita dos fats sigiiantes: tratase, em suma, de um principio de castfasio de quests. ‘Agropaemos, pos, ests Elementos de Semiologin sob quatro geandes rubrics, oviundas da Lingstin Estroural: 1 Lingua ¢ Fale; I. Sigufcedo e Sigificnte; I. Sintzgna Sistem; IV. Denotegio « Conotaio. Estas rubrias, perce: hese, aprescotame sob forma dicorbmica; observarenos que 4 clasfcagio Bintia dos conceiton parece freqiente no pens rento estrutara, como se a metlinguagem do Hingis repro- dlsite “em abiamo” « estutua bindia do sistema que desre: ‘ej indcaremos, de pastagem, que seria muito instrtiv, sem lida, estadar « preemingncia du classifiasio biniria no dis- cur das céncas humanas cootemporinest; « taxinomia dessas itis, se fose bem conberda,informaria ceamente a tes prito dagilo que se poderia chamar o imapndrio intelectual de nossa pect. 2, Pein, sblinhado, por Cauoe LémSraauss, Anioplone rg 998A. xr we Oni Sed e io, Tempo Brae, 1967] LINGUA E FALA I. 1, Eu Linobisrica T.A.1. © conceito (dicotémico) de Lingue/Fala & cen tral em Saussure ¢ constituiu certamente uma grande novidede com relio A Lingifstica anterior, preocupada com procirar as causas da mudanga histéeica nos deslizamentos de pronin- cia, nas associagées espontineas e na s¢io da analoia, e que xa, por consequinte, uma Lingifstce do ato individual, Para claborar esta eélebre dicotomia, Saussure partiu da naturera “multiforme € heteréclita” da Linguagem, que se revela & pri- imeira vista como uma realidade inclasificével ‘, exja unidade io se pode isola, jé que participa, 40 mesmo tempo, do f- sco, do fisil6gico © do psfquico, do individual © do social ois essa desordem cesta st, deste todo heterclto, se abstai lum puro objeto social, conjunto sistemético das convengées ne- ’ comunicasio, indiferente & matéria dos sinais que © lingus, diante de que a fale recobre a par- te puramente individual da linguagem (fonasio, realizagio das regras © combinasdes contingentes de signos), 1.1.2. A Lingus € entio, praticamente, a linguagem me- 9, 20 mesmo tempo, ume institugio social e um sis 4. Obvervese que a princi definifo de lingus & de ores staat: Cm printfa de Gafcago, wv tema de valores. Como instiuigéo social, ela no € absolutamente tum ato, ecapa a qualquer premeditacio; & a parte social dx linguagem; o individuo no pode, sozinho, nem crf nem mo- clfie6la. Tratese exsencilmente de um contato coetivo 20 qual temos de submeter-nos em bloco se quisetmos comunicar; além isto, ete produto tocial € aut6nomo, 2 maneica de um jogo com ss suas regres, pois #6 xe pode manejilo depois de uma aprendi- zagem, Como sistema de valores, a Lingua € constituida por um ppequeno niimero de clementor de que cada um é, ao mesmo tempo, um sale-por e o termo de ume funcio mais ampla onde 2 colocam, diferencalmente, outros valores cotrlativos; sob 0 ponto de vista da lingua, 0 sino € como uma mocda*: esta vale por certo bem que permite comprar, mas vale também com relasio a outs moedas, de valor mais forte ou mais fraco. O saspecto institucional e o aspect sistemético estio evidentemente ligados: & porque a lingua € um sistema de valores contratuais (em parte arbiteérior, ou, para ser mais exato, imotivados) que resist As modificagies do individuo sozinho e que, conseqtien- temente, & uma instituigio socal. 1.1.3. Diante da lingua, instituigio ¢ sistema, a Fala é ‘exeenctlmente wm ato individual de seleséo e atuslzagio; cons tituem-na, primeizo, as “combinagées graces ds quais o falante pode uailizar 0 cédigo da lingua com vistos a exprimir 0 pen samento pessoal” (poderseia chamar de discurso esta fala esdobrada), © depois of “mecanismos picofsicos que Ibe ‘permite exteiorizerextas combinacBes”;€ certo que & fonagio, pot exemplo, nfo pode ser confundida com a Lingua: nem a rem o sistema so alterdos, se o individuo ques cles ecorre fala em vor alta ov baixa, conforme uma elocusio Jenta ou ripida et O aspecto combinatétio da Fala € eviden 5. Ch inka, 5,1, 8 temente capital, pois implica que a Fala se consttui pelo retorno de signos idénticos: € porque o8 signos se repetem de um discurso a outro e num mesmo discurso (embora combinados segundo a diversidade infnita das palavras) que cada signo se torna um elemento da Lingua; € porque a Fala & essencialmente uma combinatéria que cortesponde a um ato individual e nfo 4 uma eriago pura, L.A, Lingus ¢ Fala: cada um destes dois temas sé tira evidentemente sua definiso pleaa do process dialético que tue um ao out: no hi Hogua sem fala © no I fala fou da lingua; &nesa roca que se situa a vedadeta praxis ling, «como 0 indicou Maurice Merle Ponty. "A Lingua, também disse V. Brondal', & uma entdade puramente absinas, uma rorma superior aos indeiduor, um conjunto de tpos essen, ue relize 6 fla de modo infnitmente vrive”. Liogua ¢ Fala esto, portato, uma regio de compreenio repro; de tum lado, Lingua & “o tesouro depositado pele préica da Fala nos individuos pertencentes « ume mesma comunidade’ e, pot ser uma soma coletva de marcas individuis, el 6 pode ser incomplet no aivel de cada indvfduo isola; a Lingua existe perfeitamente apenas na “masa falante™. Sé podemos manear ‘uma fala quando a destacamos na lingua; mas, por outo lado, 4 lingua 36 posivel pats da fal: histovcamente, os fates de fala precedem sempre 0s fats de Kingua (E a fala que faz a lingua evoluit), e, genetiament, 2 lingua constiulse no ind vidoo pela aprendizagem da fala que o envolve (nfo se ensna 4 gramitica € 0 voeabulto, isto &, a Hingua, de um modo gers tos bebés). A Lingua é, em sum, o predato © 0 instrumento da Fala a0 mesmo tempo: tratzse realmente, portanto, de uma verdadeia dialésica, Notaremos (fato importante quando pasar “eta Linguistics, 3, 1, w 5 » mos is perspectivas semiolégicas) que aio podesia haver (pera Saussure, pelo menos) uma lingistica da Fala, pois qualquer fala, desde que tomada como processo de comunicagio, jé € lingua: s6 hé cigncia da Lingua. Isto afasta de pronto duas quests: € indul perguntarse se cumpre estudar 2 fala antes da lingua; a alternativa & impossivel e s6 se pode estudar imedia- tamente a fla no que ela tem de lingfstico (de “glético”). £ jqualmente indtil perguntarse, primero, como separar a lingua da fala: no se trata af de wina diligéncia prévia, mas, muito 0 contririo, da propria esstncia da investigacio lingiistica (e semioligica, mais tarde): separar a lingua da fala é de sm 36 lance, estabelecer © procesio do sentido. 13 tink an sm wig ie a me ee a ne € a lingua como forma pura (Hjelmsley hesitou em dar a esse fan nee it ac ga soy wn i a ated sn ee i ade cn Tei Sela a ie a francés oral, seja qual for sua proniincia (mas nfo o do francés sium tere Sa te Cr ne wie eek ecto pmen TL Hsetastat: Essie lings, Copenhague, 1959, p. 6 es. 20 spacer ni, de fate, dois panos fundamentis: 1) o exquems, Cuin teria se confunde com a tora da forma *e da insta 2) grupo NormatoFal, xj toa se confunde com tora da substincia® ¢ da execugio; como — segundo Hjelmslev — 4 norma € uma pure abrrafo de metodo ea fla ota simples concetasio ("am documento pata”), teencontese, pat terminar, uma nova dicotomia, Exquema/U, que se sat 0 par Lingus/Fale. O remancjamento biemslvino, ene tant, nfo éindiferente: cle formalzaradcalmente 0 conceito de Lingua (sob 0 nome de esque) e liming x fala concrete fem proveito de um concio mais soci, 0 wo; fomalzagio de lings, socalngfo de fala, este movimento permite passrncs todo 0 “postva” o “sbstanca” para 0 lado da fala, todo 0 diferencia pra 0 Ido ds lingo, 0 qv € vanttoo, como vere ‘mos daqui a pouco, por levantar uma das contradigdes colocadas ela ditngso sausnuiana da Ling © da Fala 1.1.6, Seja qual for sua riquezs seja qual for © proveito que dela se posse tirar, tal distingio’ afo tem quadrado, na verdade, sem colocar alguns problemas. Indicaremos aqui ts deles. O primeiro ¢ 0 seguinte: serd que se pode idenifcar « lingua com o c6digo e a fala com a mensagem? Esta identifice ‘io € impossvel segundo a teoria hjelmsleviana; Pierre Gi as convengies do cédigo mente aceitével na perspectiva saussuriana, © Andeé Martinet «leva em conta" Anilogo problema pode ser colocado ao intet- 8. CE far, 1, 3,3 9. Cl if Mh, 1,3 0. “La = Vanayee quanitaive ca lnguisigue, is Ender de ingtigaewppgate 2 Bila pr 11, A. Mariner: Elémens de Lintuigue générale, ta, By iustiqe pln, Arad Co a rogarmo-nos a respeito das relagdes entre a fala € o sintagma"*; 4 fala, jf 0 vimos, pode ser definida, além das amplitudes da fonasio, como uma combinagio (variada) de signos (recorren- tes); no nivel da Mogua em si, todavia, jé exstem certos sine tagmas cristlizados (Saussure cita uma palavea composta como ‘magranimus); 0 limiae que separa a lingua da fala pode entio ser frigil, jf que & aqui constituido por “certo grau de combi ragio". eis introdusida desde entio a andise dos sintagmas cristalzados, de natareza linghfstica (glética) todavia, visto que te oferecem em bloco a vatiagio parsdigmtca (Hielmslev de- romina tal andise a morfosintaxe); Saussure notara esse fend: meno de passagem: “Hd também, provavelmente, tode uma série de frazes pertencentes 2 lingua, as quais o individuo no tem mais de combinar por si mesmo.” ™ Se esses esteredipos per tencem 3 lingus, € néo mais 2 fala, e se se verifcon que nume- rovor sistemas semiolicos os utilizam, tratase entio de uma verdadetn lingustica do sintagme, que se deve prever, neces- sivia para todas as “escrituras” fortemente estereotipadas. terceiro problema, enfim, que indicaremos aqui, concerne as relagies entre a lingua ¢ 4 pertintncia (isto é, do elemento pro: priamente sigficante da unidade); identificow-se (0 pr6ptio Trubetskoy), 2s vezes, a pertinéncia¢ a lingua, tjeitando assim da Lingua todos os tragos no-pertinentes, isto é, as variantes combinatériss ‘entretanto, causa problema, pois existem (dependentes, portanto, 3 primeira vistz, da fale) que sio, contudo, imposter, isto é, “sbitrviag”; em francés, € imposto pela lingua que 0 1 scja surdo apés uma surda (once) e sonoro apés uma sonora (ontle), sem que estes fatos deixem de pertencer & simples Fonética (© TR. Gh ine, acre do sista, cop. 1 13, Smut, in: R, Gopnus Ler sources etnies du Cours de Lingtigue Glntnde de F. de Sesssare, Doe, Mat 1397, 9-90 2 rio & Fonologia); véwe « conseqiénca testica: & preciso admi tir que, conttariamente 3 afirmagio de Saussure (“na lingus 23 ‘4 diferengas”), 0 que nio € diferenciativo possa assim mesmo Pertencer a lingua (A institugio)? Martinet astim pens; Frei fenta poupar # Saussure a contradigfo; a0 localiza as diferengas nos subjonemas: p nio seria, em si, difeencial, mas somente, tele, 0s tragos consonintco, ocksivo, surdo, labial etc. Nio & ‘xatamente este 0 momento de tomar partido a respeito de tais problemas; de um ponto de vista semiolégico,reterse-4 a neces sidade de acetar a exiséncia de sintagmas ¢ de variagSes mio- -Sigificantes que sejam contudo “létias”, vale dizer, que per ‘engam 3 lingua; esta lingistica, pouco revista por Saussure, pode adquirit uma grande importincia em qualquer lugar onde Feinazem os sintagmas ersulizados (ou exteredtipos), 0 que & sem divida o caso das linguagene de massa, e sempre que vatia- es nfosignficantes formarem um corpo de significantes segundos, © que € o caso das linguagens de muita conotagio +: or “roulé" € uma simples varigho combinatéria no nivel da

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