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Ouvir e compreender
confronto.
Afirmar a nossa própria identidade pela negação dos outros empobrece e
compromete o desenvolvimento pessoal. Com essa atitude, em vez de
valorizar a originalidade, as diferenças que todos temos a oferecer, gastamos a
nossa energia em confrontos com tudo aquilo que é diferente.
Cada um de nós dispõe de uma “janela” para ver e sentir o mundo. E tudo
aquilo que percebemos está “carregado” da nossa história particular e única. É
isso que nos torna singulares.
Porém, às vezes a nossa “janela” fica demasiado estreita, não percebemos
realmente o que está a acontecer. Estamos tão ocupados com nós próprios que
somos incapazes de ouvir e compreender as pessoas.
Uma das mais fascinantes imagens que nossos olhos podem admirar graças à
evolução da tecnologia é, sem dúvida, a vista da Terra no espaço!
O Universo é imenso e, por mais que telescópios poderosos insistam em
procurar sinais de vida pelas galáxias, pelo menos até agora, não temos
notícias de que exista vida inteligente noutro lugar.
Só aqui na Terra!
Foi neste planeta azul que a espécie humana surgiu e evoluiu, dotada de um
cérebro muito sofisticado!
Aprendemos matemática e filosofia; descobrimos, criámos e inventámos coisas
incríveis e belas. Porém, ainda continuamos com dificuldade em ouvir e
compreender uma das mais importantes lições: preservar o nosso planeta, a
nossa casa. Esquecemo-nos que dependemos da Terra para a nossa
sobrevivência, tal como um bebé precisa da mãe para se desenvolver com
saúde. Parecemos não notar que neste planeta estão a água que bebemos, o
solo em que plantamos, o ar que respiramos!
Aqui convivemos com as algas que produzem oxigénio; com as bactérias que
reaproveitam as folhas mortas da floresta; com os pássaros que carregam
sementes para que árvores possam nascer em lugares distantes. E todos
colaboram, sem exigências, para a continuidade da vida.
Ao contrário de nós, humanos.
Apesar de termos o cérebro tão desenvolvido, somos os seres que mais
destroem os seus semelhantes. Por que eliminamos uma espécie viva a cada
vinte minutos? Por que inventámos armas capazes de acabar com a vida no
planeta rapidamente? Por que é que um quarto da água doce do mundo não
pode ser reaproveitada?
Afinal, como fazer para não prejudicar a saúde de nossa própria Mãe, o nosso
planeta?
O primeiro passo é compreender que, na natureza, tudo depende de tudo e
todos dependem de todos.
Os seres vivos, o ar, a água, o solo, a luz estão ligados entre si na complicada
trama da vida. Uma seca no Brasil afecta o preço das laranjas em França; o
fumo dos escapes dos carros de uma qualquer cidade, vila ou aldeia contribui
para o aumento de temperatura do globo; as políticas agrícolas, decididas
pelos políticos em quem votámos, interferem na qualidade da água que, por
sua vez, tem implicações na nossa saúde.
O desafio do homem e da mulher do século 21 é progredir em termos éticos e
sociais e preservar o planeta. Não se trata de uma tarefa simples, mas é
perfeitamente viável se cada um de nós fizer a sua parte.
Por isso vamos individual e colectivamente…
Despertar os nossos sentidos para a realidade
Tomar conhecimento do que acontece no nosso país e no mundo. Reflectir
sobre as causas da pobreza e das devastações ambientais.
Fortalecer o corpo e a mente
Procurando práticas físicas e meditativas que propiciem a serenidade e a não
violência quotidianas. Evitar a “poluição” do organismo com substâncias
nocivas. Alimentar-nos do contacto humano, de leituras e de filmes propondo
um mundo mais justo. Reconhecer e tratar nosso mundo interior, os nossos
sonhos e problemas. Ouvir a mensagem dos nossos sentimentos.
Desenvolver a cooperação na comunidade
Promovendo a análise critica da realidade entre todos os cidadãos, colaborando
no desenvolvimento da educação, da cultura, da protecção do meio ambiente,
da saúde pública, da inclusão social de todas as pessoas.
Votar de maneira consciente, preocupados com o bem comum. Vamos
E, digo eu, saber ouvir e respeitar todos os homens e a Terra é uma forma de
evitar a violência entre os cidadãos e contra o planeta Terra.
Rejeitar a violência