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Noticia 2

A tortura
Ligamos a televiso e vemos um homem vestido de laranja, ajoelhado,
rodeado pelo deserto onde o ar asfixia, assim como o medo e o aproximar
da morte, exaltando-se a pena capital como um trofu de guerra, uma
celebrao do terror e desespero. Desligamos a televiso e chamamos o ato
de brbaro e de ignbil. A tortura de ver, sentir e sofrer, como a soma de
todos os medos.
O Senado dos Estados Unidos da Amrica divulgou um relatrio de 525
pginas em que apresenta os mtodos de tortura contra suspeitos de
terrorismo, aps o fatdico dia 11 de Setembro de 2001. O primeiro local que
nos vem memria: Guantnamo. Ali, tambm vemos homens de laranja,
rostos cobertos pelo medo, pelo pnico. Ali, as cmaras de televiso no se
ligam, registam apenas os seus crimes como interrogatrios sumrios, mas
cujos destinos esto previamente traados. A tortura como instrumento
inquisitorial em plena democracia dever ser considerada um ultraje s
regras da liberdade, igualdade e dignidade entre todos os cidados do
mundo.
A razo humana dever preservar valores como a dignidade e o respeito
pelos outros - esses ecos to fortes, que por vezes se encontram
silenciados, apagados ou simplesmente esquecidos. (...)
por Tiago Aboim, DN Noticias, 19 dezembro 2014

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