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[BIBLIOTECA DE CIENCIAS RATURAIS (ees Ss Pot) ease MARIO BUNGE, (Mc Univer, Montel) EPISTEMOLOGIA curso de atualizagio Tradupo de ‘CLAUDIONAVARRA 24 elgao T.A. QUEIROZ, EDITOR ‘So Paso i contro 1 ‘QUE E, E PARA QUE SERVE A EPISTEMOLOGIA? “AF Slmarn Insti de Invetgicnes Fest UNA, Mice, DE 1, A recente cclosao da Epistemologia ‘A Bpistemologi, ov Filosofia da éncla, 60 ramo da Flsofia que estuda + investiga cientifia seu prodato,o conhecimen'o| entice, Mere folba dt Arvore da Flosola melo seul atas, a Epstemelogia hoje um ramo imporante del Pera comprorar a afirmagdo anterior base atentar para 0 peso relatvo das publcagies e des congressos neste campo, Ene {Tutto hk msio seul ao havin enbuma revise especaizada fm Epistomologia, boje existem pelo menos tes de nivel intera- Sonal — Phorphy of Science, Phe Brith Journal forthe Philo Lophy of Scince © Syihece — assim como algumas publiagbes| ‘acionats, Também enislem colegesIneiras de livros dedicados «| temas pitemeligices. ‘© niimero de citedras de Bpistemologla multplicouse (as eres excssivament) so cada Yer mals qumerosas as unre Uades que possiem epartamentos oa insitutos de Epistemaogi, {Ss yeresjuntamente com Logica ou com Histria da cincin, Real {anes numeroses reunider nacionais e internacional, em par ‘lr congress inernaconsisquadenal organizados pela Inter fallonal Union forthe History and Philosophy of Slence. Exton famivim diversas organizagiesnacinals de funcionamento regular, {ais como a Phlosopy of Science Assoiation (U.S.A), 2 Brith | Sccity for the Phisophy of Sclence, 4 Canadian Soctty forthe History and Philosophy of Science, e as novissimas Atoeacion Mericana de Epistemolgis, Arocacion Venerolana de Epistemo- logis c 1 Sociedad Colombiana de Epistemologa precedidas pela jtextinta Agupacién Rioplatense de Ligia y Ficrofia Cendica 0 Grupo Uruguaye de Logica y Episteroigi, também extinto 6 — Imrodugio ‘A Bpistemlogia tansfrmov-s, em sums, numa drea impor tante da Flowofie, tanto cotetual com prefssionalmente,e por onteguinte vale «pena aveiguaro que cla & e para que serve cu poder serve 2. Opperiodo clssico da Eplstemologia [Até meio século ars a Epistemcloia nto era mais que um capital ds tora do coneiment, on goosloga Ainds nlp fav surg oe proiemas semantor, cnolgs, silico, core de ova aterera que a apesentam fo no earn da Invesigasio nifice como no da neierdo meacensic. Predo- Inuit ent problemas tis como o da atera aca do onheimeno senior opsgt 20 vulgar, da clnifeasto ‘G5 encasy 6-0 da possibildads de edear a encia indir. Ines paride observa. Durante ese prods gue podemos chamar de period clés sco, qu ested nada tenos que de Plato a Rast, « Est ‘og em calivacaprincplment por eas matendics rss horas de 80 ov quando falar plsras de algae, por ts sm grande propa iniice Ese Cimaramse Joba Hench, “Auguste Comic, Aden. Mare ‘Ampere, Berard" Babano, Wiliam Whevel,_Alsandet von Hambolt, Cleude Berard, Hermann’ son” Helnbalt, Emit Mach, Eugen ‘Ding Friodrich Engel Ladwig Bolin, Pare Duhem, Henry Pear, Care Saoder Pee, Cseppe Pesta, Aland” Pan Berrand. Roel Alled Nar ‘Whitest, Hans Valier; Wikia Ostals, Abel Rey, Vad. ‘i lich Leni, Ande alan, Federico Encgues, Emile Mese. ran Campbe, Ariat Eada, Ent Caster Hee ‘Pain Wal (Obuere-S conentagio em tro pales: Ale ‘anha,Atsira, FrangaeGr- Brean) ‘enh dar pensagors menconidos pode ser cosierado como epitensiogsprofiaena Sas ccupates pingpais ersm suas" nestplo cxnica ov nutes, a bisa dat fata, «poles ov sigma out cn, Somente den den — Hoizinnn e Mach elegaram a oupar una eiteda de Epis ‘logs, Pousos dle pssiram uma rid Hsin de conus {quae sempre sc ccvpram de poblcas bastante epeciaizados Fo cbstnte tdon ssn pentdores foram itretntes Ses the therm grande iso e ecretamy uma fre ifn Alguns, xpedaimente Come, Bernard: Mach, Engel Eni, Dam, Fonere, Ruse!’ Whites, sto largest dos daemon Que d epara queseme eEpistemologia? — 7 preciso reanhecer que esses pensadores,guase todos epst- sméloges amadores, esceveram lifes mais interessantes © dura ‘lures, «também melhor eros, que a malaria ds lieos sobre Epistemologla que se public hoje em dia. Um dos motives € que ‘les se ocuparam de problemas mutations orgs © de ener” ‘odura 40 inves Ge encarat problemazinhos intranscendentes ou Timiter-se a comentaro que os otros fzem, como atid acontce atualmente. Alem do mals, ees pensadores do perodo elssico ‘inham opiibespréprias © as defendiam com eloquéncia © com bilo, smbora nem sempre em igor. 3. Aprofissonalizagdo da Epistemologia ‘A sitwagdo qu acabamos de desererer deforma sucinta modi ficouseradialmente com a fundagio do Wiener Kr, em 1927 Pel primera vez na hiss reunia-se um grupo de episiemblogs, guns dels profisionais com o fio de wocar lias ¢ mesmo de laborer caltvamante uma nova Epistemologia, 0. empinsmo logio. A reflerdo fiséfce individual Solada, portant incor frolada, erm agora complementada pelo tabaibo em equipe & “Imagem esemelhanga do gue se iaera nas cénias. Pertenceram ao Cireuo de Viena matemiteos, lglos, fb soos, hstoradores,centsas nalurais e lonstas soa. Per- fencem ao Cireulo ou com ele estveram relacionadas de um modo de outro, on primeires epstemblogos profsionais: Merits ‘Scatick, Rudolf Camap, Hans Reichenbach, Viktor Kafe, Herbert Feige —alnda que tangencalmente ao Citculo ~ Karl Popper e Ferdinand Gonssth, A atividage do Circulo foi breve — duro menos de una década — embora intense e enormemeate influent. Reunia-se semanalmente, ipirava. gropes afias na Alemanha, rang, Teheco-Esloriguiae Sula, organiaouo pimirocongresso Internacional de Epistemelogia (Pars, 1935), ¢fundou a revista Exkonntnis, ‘0 Circulo de Viens alterou a face técnica da Filosofia a0 pe em pri edesenolver o programa de Dertand Russel, de fazer fiosotia more geomeirice, parcularmente com ajuda da logica matemidea. Os neokantians logo fiearam para iis © extingi zamse, enguanto or exsteneialistat foram coberct de clo €| of fomisias'e materialisas dace foram submetidos a duras| fritias A Fonfla exata, que jt tivera Belo esporaicos com Teibniz, Bolzano, Russell e outros mais, estabeleceuse defini ‘mente gras a0 Circulo de Vins. orem, « Epistemalogie que fasiam e preconizavam os mom ‘rot do Cirelo de Viena tnha um defeto fatal tava presa 8 — Iniroducto tradgtoempirsae indus de Bacon, Hume, Berkeley, Comte Mich rio gue ea itcompa com 4 Eptelogi e- lista ierente go enfoque centce. E verdade que os empiratas legioe respetavam a pea ese eslogavam por lazer Festi Eero também que todos les procuravam fazer Fosaia ino ,deacodo como espitioe com alta dacfaca. Ninguém'oconseqiu,contado, pretismente por extarem sorts {tune Fiscoia oemplrsmo ~ incapan de Gar conta das torias lenticns que sto qualguer cosa menos sates de dados empl Fees, Fat Popper quem melhor perceeu a ineapaidade do empl Fito Iogico de cesposar a mesma clncia a que delaava seu for, Inleizment, ese albeamento dos enpirtas lgiew com Fespeitocenea no diminuiu com o Tempo: anes aumentoa, 4. Comepa a Epistemologia artificial Ladirig Wittgenstein, com Seu desintresse pela Matematica «pela cits, e sua cbsesto pelos jogos Lngstics, infls poderocamente sabre a Cirulo de Vien, a pont de faze ia perder Ge vista seus objetivo inicias.Deouse de falar da efnca para falar da inguagem ds idncia: do intressarse pelos problemas autaticoscolocados peas novasteoras atfeas para frmula-se ‘quests tvs aeren do ut de expresies. Em soma, a Filosofia ingUistica maou o Clealo de Viena a partr do seu proprio inte for antes que 9 naskiio emproendese sua Difskrieg conta ate, ‘ ‘O.citeuo disclveu-e com a anexagt da Austria Alemanba ‘A maior pare dos membros do Cirelo emigrou e, 20 emigrar, ‘quis todos perderam contato com os centsas © matemiticos hmm ct qual costumavam trocar iéas. Um acontciment pol tico oro assim a obra de decomposilo iniiada por Witigen- ‘ein, A partir de ento os empirisas logos passarar 3 interest. fe cadaver mas por problema formals, mulls dees Diantinos. A Filosofia ds cacia que culdvavam era cada vez mais afc: os problems que sbordavam ratamentetisham rela cam a ciéa Siareal ‘Ar reologes centifiss — tai como o nascimeato da tora simtédea da evlugdo, a Biologia molecular, a matematizagto dss ‘acl sucase @apliagto do metodo cence ao planejamento (as atvidades tumanas ~ panearamIhes despereebdas. A Epste. ‘ologn artificial — que a rigor ao & Epistemologi,sonto gins fea intelectual, como dia Einstein — fechow-e dentro de uma problems pequens que nio tila eatengao dos pesquisadores Queé,e pura queserve a Epistemologia? — 9 entices. Eset ignoraram os esritas dos epistemblogos conte porinoos. A fends entre cenistas« ot filsofos aumentoy 40 {vs de diminoe "Vejamos a seguir um exomplo caractriatico de Epistemologia, porém cet a diversi tntatias de resolver problemas eps temoldpeat com able do concrito de probebldade S. Um exemplo de arificialidade: » probabiliomo exagerado ‘Sem divide conesito de probabidade & central na ciénia moderna, desde + mectnica quanta até pesquisa operacional, passando pela Gentica, pela tora da aprendzagem pela tora a moblidade social. Mas, naturalmente, a probabiidade ato traolve tad os problemas celifcos. Nao ha motives para supor ‘que a probablidade devia sera pansctaflsifica. NUO obstate, Mi entsastas que defender a tse extremista de que todos 0° conectos flosfces — pariclarmente os de smpliciade, eu tara, signifiado, verdade e confirmasto — podem ser elucidados ‘et terms de conceit de probablidade Por exemplo, Reichenbach props “igularo grau de verdade de uma proposio com sua probablidede. Carnep propos igualar| ‘0 gra de confirmagao com sua probabllidade, Mats tarde, Carnap fe BarHilel ~ seguidos de pete por Popper « Hina ~ prop ‘Seram igualar o eonteido (ou a quantidade de informasto) de ‘uma proposio com sua improbablidade, Todas estas propostas| Slo atrantes porque, una vez acctas, tode a riguera's todo 0 igor do ellelo de probabiidades sa posts servi da Fllosaia, ‘2 gual nfo tem sento que rouber os fruos do abalho dos mate ‘mdlicos Infelzment, esas reduges de eorias Mosieas a cdleulo ‘de probabiidades sho llsdrinestrata-se de uma enatidlo oct, ‘come veremos seguir Na linguagem comum costumames dler de uma proposito verosimil, ou confirmada parcialmente, que ela €. prowl. Isto sugeru define verosimilhangs ou graa de verdad de una Propostao como sie probabiidade. Esta defnigo, a primeca vist plnsivel, mio € vdvel porque consagra a flicia Jyica da Birmagio do consegente. Com efito,sja um condicional "Se p fentdo q” ou p = 4. gue afirmamos ¢ do qual sabemos que seu conseqtente g € verdadeiro. Segundo a teoria probabilisticn da ‘verdade deveemes por Pr(p = g) = 1¢Pr(q) = 1. Pla definigto ‘ual do condiconal eo worema a ado obtemos Prip> a) =Propva) = Prop) + Pra) 10 = Introduce Por hip o priairo membro e timo trmo sto igus & oi fade, Alm ds, pet teorema do complemento, Pr (=p) = TPrip) Por consequinc, resulta 1S 1-Pep)+ Pri) donde Pr (p) = Pr (q) = 1, Ou sin, 6 verdad de ge infers de pre toma lic, Portant, atin probulisaca da verdad ropstaporReshenbach insitetie soa pa rare eae props or Poppe snd galt verona de uma propa [pause tnpatabildds, ones Vg) == Fgh Com feo se ns cel ators subst a unidade plo nro (Gor ‘crvapondera A verdede ota cbiémse_o. resultado Parada Pp) ~ low sj, a confirma do consequent com Tuan tar antecedent. A glo € qu ogra de verdade mio {Elful&problldade pem i mprobabiadeAlnda mas, € um fro mutta pretender far depender a verdade da proba ‘Sade uma er que to jlgar os thuncados de probablidade fEmprepamess nao de weraade. Vale er, a nog de verde 6 Stoned eprobubidade. ‘Qtano bideningt do ga de confirmasto de uma propor sigo eum sua probabiidade, propos por Carp, ea tem Plo Foner dat oneoqensas dsasoas. A primete€ que beste {buire pron uma probrbiidade a una propose para aceite eres, uaquer que sj ox retagon ds provas ep ‘Hoa sognda € gov probnbidade dates univers resulta {ul rocumente or veer upostment) pars na infnade {de cane, Contes pis: que gr de conimagto de ama pits nto deve guia eva probable (nem sua impro= ‘ida 6. Outro exemplo: a teoriasemntica da informario Finalnente, evanemos « bse das ters sma de informagio, a primeira dat qual proposta por Carnap e Baril ss base € «definite do contetdo Cont (p) de wpa proposiao p ‘somo vendo improbabiidade da mesma Cont(p) = 1 ~Pr(p) Esa definigto nfo formaliza os coacsitesintuitis de con teido ov sentido, No momento. as contadigdes adgulrem Um seatldo aime: Queé,eparaque sera Epistemalogia? — 11 sep €uma contradigto,entto Pr) Cont o) (Para obter ese resultado bata tomar p = 9 & 9 e splicar @ teorema de De Morgan a fim de poder usar otecrema da adigdo, do chleulo de probabildades.) Segundo ease seam p g duaspropoxgdes cotingentemente uivalenes, fs como "2 +2 = 4" e"O ebilit € um alimento| pobre". Ao aplcar a teria probabilistic da inermagao obtemas Brig) = Pr(q)edai Cont (p) ~ Cont ()- Ouse, o edleulaatibut as duas proposes o mesto conteidembora una dlas refr's a certs nimerose, ora, a0 hil. Nose entende de que posse fervir uma tora do sentido que irbul igual conteido's propo: Seb que nom soqucreomparitham os ses referents. ‘Mas, 0 principal deleto de todas esas fentaas de cedusir ‘conceit chav flosbficas ao concelo de prebablidade € partir de tim prestport also, on se, o de que se pl uribulr probabil dudes 2 proposes De fat, ndo hi manera (savo por deceto farbidrio) de teibuieprobabildades a proposisbes. Com ello, para poder aplicar oconceito de probabldade €necesério que se umpram duas condjces: (a) 0 coajnto sobre o qual se define a ‘medida de probsbllidade deve ser uma flgebra sigma (um anal de Conjunts): (2) os elementos de tal canjunto ‘ever stadt beidos ao aaso: deve aver um mecaniamo alestrio, Obviament, tm conjunto de proposises, sempre que fechado com relago 35 operas ligias,cumpre o prinlzo fequlsio, de natura ale trea: Mas fo compre segundo: nada hi de casual num conjunto| ‘de proposes tal como as gue formam uma tera Por esse motivo ado ¢possivelarbuirprobabldades ds propor sigdes (salvo arbiteariamente). Em outs palavras, no existem regras eojeivas que permitam atrbair probabligades a propo. ‘sige; donde se conclu que o cleulo de probablidades nese caso inapliclvel Sera cferente seas proposes fosem objeto isco, tals como bolinfas, moedas, genes ov acontecimentos. Neste caso ‘im, se poderiam formblar modelos estordtcoe,p. 2x Gens, © ‘plcar raciciicsprobabiistios, Mas, eno os objets em ques to teiam propriedadesisicas, nfo propriedades semantices tas ‘omo condo de veréade, © potanto seriam cbjeto de estudo| Sas céncasfatuals, nto da Flosala. Resumindo: posto que mo tem sentido falar da probabiidade de uma proposiao, nfo & pos eles un ina sd em ee as tomes OT 12 = Introdugzo sivel elucidar as propriedades semfntcas das propsiges em ter nos 6 probabilidades ‘Os exemplos que acabamos de examinarnlo so os nics de Slosofa ariel ¢ portant inti Tanto para # compreensio a tarefa cienfica como para a sua promoyao. Outros exemples: a6 unser flosfcas sobre a explcagio esastica nas guals se confundem les estocisticas (como a8 da mecnica on da Gendtica) ‘om meras generlizagées do tipo "95% dos mexcanos comem tortdar's ss izcusibes sobre os mites entre a clncia e a Meta. seas as dicustes sobre predcados extravagantes, tals “ven (verde até 0 ano 2000, azul da por diane); as fantasas sobre os mundes passives; as teorias sobre os emunciados eon trafatuis ve Bune, 197). Em consiio, existe uma Episemalogis academicamente respetivele amide vata, emborafotalments int. E uma Epis Tomologla superficial, que ndo examina eeiicamente seus presu posts, que nfo est casada com a pesquisa cence e que amide Eescolistica, por ocuparse de miiproblemas ov, ainda de seu Adpreblemas, © de seule opines de safes ao ivés de pro. blemasfilséios vivos que surgem no curso da investigapto. Esta [pistemologiaabrange um lapso de tempo mal defnido que pode ser denominado perido escldsteo. Serh posvel tar 4 Epstemologia da estgnagio em que se ncontraalualmente! Pode-se caperar um pesado rnascontista faracterizado ndo s6 pela cratidao mas tambim pela relevincia para a citocia? Ao inés de coniauar conrrvindo frases grand. [ngienes sobre ax revalogSex cients, teremoncapazes de cont trulr uma Epistemologia apa a analsar algumas das relugoes sientfias ocorridas em nosso tempo, e também de-anuaciar a Icessiade de otras revalueses nos campos da investiga clen~ fica que continuam ‘watando de. problemas noves com idélas ‘his? Realizar uma revolugio epstemologics depende em grande Pare de perceber sua ectsidade, de compreendar se que pode € ‘eve baver uma Epstemologia Uti, Por este motivo pasaremos & stato ga de uma Epemolog ft gu ete ar ts © ferindo eaclstico para inauguear um renascimento epee logic 1. Em direcdo ao renascimentoepistemolégico ‘Una Hella da efaci ilo merece o apo da sociedad se so consituir um enviquesimento da Filosofia e nto for itl & ‘Gencin E uma Epistemologia € tise saislas Seguintes com Adios Que és «para que serve Epistemologia? — 13 {e) Referee cinea propriamente dita, nto & imagem pueeil ‘eds vrer af criata toma de res texto elementres; (b) Osupsse de problemas Mostios que se apresentam de {ato no curso de investigagdo clentifien ou na reflex sobre os problemas, mézador © tenia da egacla,em ez de prebleminhas Fntasmas {o) Propae solugtesclaras para ths problemas, em particular solugSesconsstntes em feoria Figorosas «intel, bem como ‘Adequadas 4 realidad da investigpao cenica, em logar dete ‘as confuses ou inadequacar 4 experizciacentica; (a) E capas de dstingursciaciaautntca da pseudocincia, ‘a ivertgngo profunda da superficial, a procura da yerdade da preoura do pao decada dia; {e) E capar de erticar programas e mesmo resultados 7+ eas asim como sugete novos enous promisors ‘Uma vez que aspirams & renovagdo da Epstomotoga,e dado {que parncaraceriza uma csipina nada ha de melhor que exibit Aiguns de seus problema, agamos uma breve lst de problemas {gue # ova Epistemelogia deverd abordar. Emibor alguns dsses problemas n80 tejam novos, a mancira de coloc-los ede lena Foleo € que deterla ser moa, iste, alustandose aos crtrios ‘e utldade la) ee) enunciadgt cima. Els uma lista possivel 1 Problemas gis 1.1. Que relagtes formals (em particular lgicas ¢ algtbricad) cnt entre das eras dadas? 12 Que mudanas = podem esperar em uma dada teria clonic se modifica de ceria manera Sua logic subjacente (pee se s substitu login ondiniia por ua Hoyle intl Sensi me ee 1.3 £ verdade que s experiécia centfea pode forga-nas transformar a logics subjacente numa teria factual? Em partie ular, certo que a mecinica quanta uss uma Wiea propria Sierente da somum? 2, Problems semintioas 2.1 Qual Go conteido factual de uma dada tora? 222 Em que consiste « inerpretagto factual de uma teora sateen? "3A que cleuo abedeceoconcito de vrdude aproximada? 1. = sais 3. Problmas gnosioligioos 3.1 Querelagto exit entre a obeeragto de um fato eas pro pest Que representa? "2 Querelagto existe entre ot concelosempireos (como © calor eros como o de temperatura)? 3 B vedade que se impse o uso do conceito de probabil «dae somenteqvando se dispede infrmastoinsufkiente? 4, Problmas metodlipicos 4.1 Que'um indcadorsxal? 42 Bm jue consiste a reapto de confirmagio inclada nas propesigbes forma " confirma k"? “43. Com se pode mediro grav de confirmasao de uma hips ‘ese, C9 de ura tdra(u sistema de hips)? 5. Problmas antoligicas $41 Que: uma el scial ou natural? 15.2 Queé uma propredade, em opasggo ¢ um atibuto ou predicado? 3.3 Qual tore do epagtempo omaliads pet tice tual 6, Protas acoligicos 6.1 Quepapel exer a valuapdo & prefeéacia na atv. dade Gente? 6.2 Com se definem os conceites de valor cognosctvo © de valor pritico? 6.3 E pose! reconstrir «teria da dcisto usando somente probabiidade objetvase valores cbjetvos? 7, Problasétcas 711 Que elagio existe entre os valores cognoscitvs da eincia cos valoes mea? "12 E acinciaeicamenteneutra? 7.3 Qualseria 0 eédigo moral minimo iene?” ra a comunidade Que de pera queserve a Epistemologia? — 18, 8, Problemasetétioe {8.1 Ainvestigagto cents tem valores estetios? 8.2 Quandose diz que uma tora bela? 8.3 Em que consist oestlo de um pesguisador? Repito que a tsta anterior no & mals que ume lista breve, ¢ quase ao acaio, dos problemas que uma Epstemologa iva deveia Shordar, em erteto contato cn a tavestgagto clenhca, Gl fanto a Flosofia em geal como a idnciae, através desta, a sci: dade, No nos falta os problemas nem as ferramentas formals necessiias para bord os falta-nos 56a conscizacla de qu tis problemas exstem que precsumos nos ocupar dos mesmos © m0 [Scproblemas biantinoseaborerdoe 8. Ramos da nova Epistemologia A lista de problemas acims pressupse uma ida da Epste- ‘mologia distant da habitual uma Epstemolopla quese compa dos ‘Sepuintes ramos: (4) Légien da ciénia, ou investigagto dos problemas logcos€ metalic que diem respeito a Toga requerda pela clnea, ‘assim como a esirutura lie ds eri clenticas: () Semintin da léncin, ow pesquisa (anise © sistema zagto) dos conceltes de releréncia,representagzo, conehdo (Ob ‘eid, interpretagdo, verdadee fia, que se aprsentam na inves. {igagae ones ou metacientca (e) Teoria do contecimentocientfieo, dstinta de otros tipes de cotteinenty nico, tel, ati, mora coe.) (Wd) Metodoloia da ciéncia, ov estudo do mbtodo petal d Jnvestigaio cates, bom como dos mitodos ou tenicas Prop deca cnc em particular: (e) Ontolopa da cénca, ou anise «sistematizagzo dos pres suposis © resultados ontligicas (metafsicos) da investigagto ‘enfin (p. cx, o postal da legaidade); ) Aviologia da eincia, os estudo do sistema de valores da comida cet (e) Buca da cncia, ow investigaso das normas moras eum rid ou iningidas pels pesquisadoes entices (hy Escada egnca, 09 estudo dos valores echoes esté- os da investigagto inten 16 — Invrodusao Esta conestuagto da Episemologia & muio mais amp que @ hubital, que se feduz aos quatro primers ramos. Portanto, também € muito mals ambicioss;e, send, elama um esfon ho ab de mimerosoe pewuisadores mas tamem de equipes a2 ‘stuoss, que nent ndviduo pode faz sori, 9, Epistemologas regionals No parigafo anterior dstingimos sito ams de Epsemo- toga 06 acrdo com sun erent fle: ada amo ama undo apis da Folia Mi, seoraliarmos Hose: etmente me lscoto cuales ens, cieemos tanto rumor de Epstemolgia quanta oe w clcas que ig ‘tiem il casas, Por comodiade, ingens sense Cr aegintes amos da etna para sutiarscompreesio fhinfemon alga problemas que carateaan as eptenciogs Srrepondetes 1, Floafia de Lgia, Que 6 ue prporo,dieenements dos ennciados que a dvgnam’? Basa, Ris Hencias factas, 0 Soncao de quaniicador extencl par carerzar a exten fica 7, Filsofia ds Matondtic. im qu conse a exits de um dt atest Qe regio samen Maen Saeenn 5 Pilla da Flic, De gue trata a8 eras reat e met sli ode Scnas fies e= eral? A estes hiner oral ofndeerminss? “Floss da Qudic, oss a Quins i pris 08 50 toca as ete tl? Const guimto wn ne de real dae distin doco? 3 Pltsfe de Bltogi, Disingsese » Bigs das ours toc or tas teleas pears ou pla manga rma de foclvar entender stenosis? Os bossa sh apenas ‘Stee ques telerogener ot propiedad meget, {ors Quite nto esta 6. Filaofa da Ptoogia, © que &» mee: uma subi ui genera conju Ge ies cetera Que lao exe ‘ie or venice metas seu Inieaderes flies som Sitnor "Flop ds incas sca. Que va socked: um conju de dbus una twadade opus 1 ane, 3m ‘Eft do pena ncragentes? Osorio rz a Bolg ©. or consent, Secolop pode explcars fu Boga? Quedepara que serve Epistemolopa? — 17 8. Floofia da tenologia, Quais sto 0 trayos pecliares 40 ajo técic, ciferentomente do natural? Em que w diferencia 0 onhecimente leenolgio com relagdo ao centiion? 9. Flsofia das teorias dor sirvemat. Em ques dstinguem a6 teoras gers ce sistemas das tcoras clentifleasespecials? Bast ‘sas eons par entender ou contol sistemas reals or or, sero suficientes of problemas formlados anterior ‘mente para dar uma idl esquemitin do que pode ser 8 Nor Epstemologa qu proconiramon. Nos capitulo que se segues tere ‘mos oportuldae de rata dels mais delidament. Terminemos| sta introduylo com uma brew reflerao sabre a llldade que pode ress nova Epstemologa 10. Uilidade da nova Epistemologia 0 foto da ciéniaalastado da problemdtica cenitea do seu tempo pode ser ti estadandoalgumas iatinssientificas 0 pas Sado. 0 epstemdlog lento &cenca do su tempo pode sr ainda ‘ak Gt una vs gee pode pertipr do dasenvefemnto cen ‘en ainda go iirtament a0 conebair para muda po thamente or alcerces flies da perguisa «de plea da Gea tia Em particular o epstemblog gato clea feramentas formals ds Flos ontempornes pe dar contribu dos syst: (a) Trazer& tone os pressuposts flasfcos (em parti semantco, gosaigos © entligis de plans, metodo fulades de vestiges cetieasd ataldae (0) Blcdar e sitematzer soncios flea empregados cm divers Gc, tat como ore objet fc ste qu Ino, sistema seca, empo, causeldade, acaso, prove, con imasdoconpcaco: (©) Aner «resolver problemas centficofosfcos, tis como oe saber ses vidas dstinge pela leonomia ¢a sigue ‘ela inespacilidade; (@) Reconsrvir toras cenfieas de manera asiombtica, sprovetando a ceasito para por a descoberto seus pressopostas Fosdicon ra pica (0) Partcpar das discuss sobre navuresa 0 valor da cténca pura eaplcad,apudando esate tas ep, incusveaelaorar pottics eats: (0 Snir de moto a outros ras da Flosofia — em part colat onan o'0Stea que podenam benefiiarse eum Sntaco mais estreito com a nies formas com as cena, 18 = Inrodugio basia de preparatves © promorto: poahamos mios 4 BIBLIOGRAFIA ‘Ayer, As xnalador (1859: Logical Postivom. Glencoe, The Fre ‘pe eat, Vio (1950) The Vena Clete, Nove Yor, Pilesphical Library. Popper ca R UO La ligt dee Ineigec cones, Ma, "Fon (Bago oral The Loi of Sientie Dicey. Lond Hovhison, 197460 eta. Trade sll Agha dpe ‘quarcontien So Pal, Cae EDUSP, 1975) carinui0? ‘QUE, EQUAL AAPLICACAO DO METODO CIENTIFICO? Uneridad Antnoma Metopottana Masts, Di Ninguém mais davida do éxito sensacional do método den: sijeo nas eleneasnaturais. Mas nem todos eoncordam com 6 qe sejt método centfio, E nem todos acreditam que 0 métedo cent fico ponsaestender sea Drago além do seu berg, a caca da Tnteresa, pos, evaminar ambot ot problemas, tanto mais ‘que esto itimamente relacionados. Com efeito, se se concebe 0 ‘todo clentico em seatdo restrito, identifieando-o com o modo perimental, eno sea aleance fia automstica e radalmente Timitado, Mas, quando & concebido em sentido amplo sev dominio

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