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No final do capitulo, apresentamos ax idéias bésicas para a geragdo © 0 estudo das treligas isdstiticas no espaco, mostrande como obedecém is sesmas ‘idéias bisicas validas para treligas planas © quinto capitulo estuda os quadros isostéticos espaciais, recebendo énfase maior 0 ca80 das grelhas. Este estudo nfo aparece, normalmente, nas obras clissicas sobre Estitica, 0 que, a nosso ver, tem contribuido para criar ‘quase que um tabu a respeito destas estruturas, que jityamos poder evitar comegando a estudilas paralelamente a0 estudo das estruturas planas, Este procedimento vem sendo adotado, com grande éxito, nat cadeiras de Ansilise Estrutural na Pontificia Universidade Catdlica do Rio de Janeiro, 0 que nos levou & colocagdo do assunto no primeiso volume deste Curso. Finalmente, 0 sexto capitulo estuda os efeitos estiticos das cargas -moveis atuantes nas estruturas isostaticas, através do processo das linhas de influéncia. O processo é aplicado para todos 0s tipos de estruturas isostticas, obtendo-se a envoliorize recessérias 20 projeto das pontes, viadutos, vigas de rolamento ete. ‘Ao fim de cada capitulo apresentamos uma lista de problemas pro- postos, cuja resolugdo ¢ indispensivel a sedimentaso da feoria ¢ exemplos aptesentados durante # exposicfo de cada astunto € que representam a parcela de trabalho individual que cada leitor precisa realizar para atingir ‘um bom dominio da Isostatica~ base s6lida e indispensével para 0 prossegui- mento no estudo da Anilise Estrutural, Ne oportunidad, queremos deixar registrados nossos agradecimentos 20 amigo José de Moura Villas Boas, pelo trabalho de revisio deste volume, e 20s demais amigos que, com suas sugest&es, estimulo ¢ ajuda no tragado das figu- 12s, colaboraram para elaboragI0 deste trabalho. Rio de Janeiro, 3 de Junho de 1974 CAPITULO I CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1 — DOMINIO DE ESTUDO DA ANALISE ESTRUTURAL A Anilise Estrutural € parte da Meciinica que estuda as estruturas, consis tindo este estudo na determinacso dos esforgos e das deformagdes a que clas ficam submetidas quando solicitadas por agentes externos (cargas, variagdes téemices, movitnento de seus apoios, etc.) As estruturas se compSem de uma ou mais pecat, ligadas entre sie 20 meio exterior de modo a formar um conjunto estével, isto 6, um conjunto capar, de recebersolicitagdes externas, absorvé-las intemnaente e transmitilas até seus apoios, onde estas solicitagGes externas encontrardo seu sistema estitico equilibrante, ‘AS pegas que compéem as estruturas posiuem, evidentemente,tré, dimen sbes. Trés casos podem ocoreer: 2) duat dimens6cs s60 pequenas em relapto 8 terceira; +b) uma dimensfo & pequena em relagfo a outras duas; ©) as trés dimensbes sfo consideriveis. No 19 caso, que corresponde ao da maioria das estruturas da pritica, « imensfo maior & 0 comprimento da pega, estando as duas outras dimensGes situadas no plano a ele perpendicular (plano da seco transversal da peca) Neste caso, o estudo estitico da pega, que sexé denominada barra, pode set feito considerando-a unidimensional, isto é, considerando-a representada pelo seu eixo (lugar geométrico dos centros de gravidade de suas segdes trans versais). Uma barra serd dita reta ou curva, conforme set eixo seja reto ou curvo. Conforme os eixos das diversas barras que compdem a estrutura este- Jam ow ndo contidos no mesmo plano, a estrutura sera chamada estrutura plana ou espacial. © 29 © 0 30 casos sto aqueles, respectivamente, das placas; das cascas (Cuja espessura é pequens em presenga da superficie da pega, superficie esta 2 Curso de antlise estrutural plana para as placas e curva para as cascas) e dos blocos (caso das barragens) € nfo serfo abordados neste Cusov de Andlise Estrutural;sfo estudados, 4 par- tir da teoria da Elasticidade, em Cadeiras proprias (em nivel de especializacto ‘ou posgraduacio, dependendo da Universidade), Noss Curso de Andlise Estrutural serd, ento, um curso da Andlise Estru- tural das barras. A teoria que aqui desenvolvetemos tem precis4o excelen- te para barras cuja relagéo do comprimento para a altura seja superior 10 : 1, apresentando preciso ainda boa para relages até 5 : 1. Estas elagdes ‘englobam a esmagadora maioria das barras da pritica. (Nos casos em que esta, relaglo te torne inferior, a peca nfo mais poderd ser clasificada como barra, devendo ser estudada como placa, casca ou bloco, conforme 0 caso.) 2.— AS GRANDEZAS FUNDAMENTAIS: FORA E MOMENTO" 1 — Forga ‘A nogio de forga é das mais intuitivas possfveis: podemos exeroer uma forga sobre um corpo por meio de um esforgo muscular; uma locomativa exetce forga sobre os vagses que ela reboca; uma mola esticada exerce foreas sobre as pegas que fixam suas extremidades; etc. Em todos estes casos, 0 corpo que exerce a forga esti em contato com aquele sobre o qual ela é exer- cida — tratam-se, pois, de forgas de contato. Hé, também, forgas que atuam através do espago, sem contato, chamadas, por esta razio, forges de apo a distancia — s4o as forges devidas 3 existéncis de campos agindo sobre 0 corpo. E 0 caso das forcas elétricas, magnéticas, das forgas de gravitagto e, ‘io caso da Terra, das forgas devidas & gravidade (que sfo os pesos dos corpos). Estas Sltimas seco os mais importantes da Andlise Extrutural, conforme Yeremos em seu desenvolvimento, & comum chamar-se as forgas que atuam ‘numa estrutura de cargas, denomina¢o esta que manteremos em nosso Curso. ‘As forgas sfo grandezas vetoriais, caracterizadas por diego, sentido ¢ intensidade, Sua unidade, no sistema MT*S, que ¢ 0 adotado em Engenharia Estrtural,é 2 tonelads fore, eno simbolo 1%, ou, mais simplifcadamente, w ‘Nido & nosso objetivo, neste t6pizo, escever um trstado Sobre Eststica Abstrata, 1M estudada nat Cadeiras de Mecdnica Raclonal que antecedem as de Andlse Estrtural Faremos, apenas, uma reapresentacio, 3 nossa manelra, dos conceltas bisicos, a respeito dos quais, muita vezes, 0 aluno que s2 inicia no estudo da Andlis Estrotoral apresenta ‘vidas, conforme tem demonstrado nossa experiéncia, bem como a de diversos colegas de magistério. ?Nio confunai este ultima com a unidade de massa do sistema MTS. ‘ Conceitos fundamentais 3 'No caso mais geral, que & 0 das forgas situadas no espago, elas eam de- finidas por um ponto de passagem ¢ por suas componentes X, Ye Z segundo (05 cixos trlortogonais &, ¥. 2, & partir das quais podemos oxpressi-as pela igualdade 1.1: Fe ate rpezé ay Nio nos deteremos no estudo das propriedades das fospas, para ss quais valem as propriedades dos vetores, jé estudadas em Caleulo Vetorial 2.2 — Momento Seja a barra da Fig. I-1, suportada em C por um cutelo sem atrito e tendo tum peso de 10 kg suspenso em B, que se deseja contrabalangar por um peso suspenso em A, E ficil ver que 0 peso 2 ser colocado em A, a fias de contrabalangar 0 feito da rotagéo_ da barra em tomo do cutelo C, deve ser inferior 4 10 kg. por estar mait afastado de C do que este dtimo; por tentativas, veriamos que seu valor deve ser de 5 kg. Este exemplo simples foi excothide para i'ustrar 0 fato de que 0 efeito de rotagdo de uma forga em torno de um ponto depende do valor da forga ¢ também de sua distancia ao ponto, sendo diretamente pro- porcional a ambos. Se desejarmos, entio, criar uma srandeza fisica, através da ual queiramas representar a tendéncia de rotago em tormo de um ponto, provocada por uma forga, esta grandeza devers ser fungo da fosga e de sua distincia 20 ponto, Esta grandeza é 0 momento, que serd definido da maneira a seguir. ‘Chama-se momento de uma forca F em relaggo a um ponto O ao produto vetorial do vetgr OM (sendoM um ponto qualquer situado sobre a linia de ago da forga F) pela forca F, conforme indica a Fig. 1-2. Temos: ii = OMAF (2) 4 Curso de anslise estrutural Represemaremos o vetor-momento | por wm vetor com seta dla fin'de 120 confundilo com uma for a). Sua diregdo é perpendicular 20 plano P que contém a reta-suporte da forga Fre © ponto O; seu sentida éda- do, a pattir do sentido ga rotagso do vetor OM para 0 vetor Fou, 0 que dé no mesmo, @ partir do sentido da rots- ‘plo da forga Fem torno do ponte 0, pela regra da mio direita, conforme Indica a Fig. 1-2, fazendo a mo direi- fa gitar no sentido desta rotagio ¢ obtendo-se 0 sentido do vetor-momen- to pela posigfo ocupada pelo polegar durante esta rotaso (0 polegar aponta para o lado em que esté situada a seta dupa do vetor-momento);seu mo: dulo é dado por |fi1 = |OMIIFIse0 d, isto 6, igual a0 produto do mé- dulo da forga F pela menor distancia do ponto 0 4 sua linha de agio. A.unidade de momento, no sistema MTS, € 0 mt (ou tm). Fig. 12 2.2.1 — Propriedades do momento Estudaremos, a seguir, algumas propriedades do momento, que conduzirdo a conclusbes importantes no estudo da Anilise Estrutural, 2.2.1.1 — O momento fi" de uma fora Fem relagiio a um ponto 0" & igual & soma vetorial do momento fi da forcs F em relagdo 20 ponto O com 0 momento de F, suposta aplicada em 0, em relagdo ao ponto 0” 3 7 r f H : Conceitos fundamentais 6 A partir da definigdo de momento, temos: ft = AAP ‘Como, a partir da Fig. 1-3, temos: OA = 5G + OA, podemos escrever: int = OG + DA) AF = OGAF + O4AF = tis OOAF a3), ficando demonstrada nossa propriedade, 2.2.1.2 — Os momentos de uma forga F em relagéo a diversot pontos situados sobre um mesmo eixo tém projecfo idéntica sobre este eixo, f 6f Fig t4 Seja uma forga Fe um eixo r, definido pelos pontos 0 e 0’, conforme indica a Fig. 1.4, Calculado 0 momento fi ae forga # em relagzo a0 pan- to O, podemos determinar sua projegao sobre a reta r, & qual chamaremos p. Caleulemos, agora, a projegfo do momento f° da forca F em relagfo 0 ponto 0’, sobre a reta r. ‘A partir da igualdade 1.3, podémos eserever que: 6 Curso de andlise estrutural PO), fi = projy Tat proje (DAF) = p + proj TUAF) éum Ora, sabemos, pela definigéo de produto vetorial,, que J vetor perpendicular & reta re que, portanto, projp(O'OAF) = 0. Com isto temos: projy ft = proj, if” = proj, fi” = -. 2.2.1.3 — O momento fi de uma forga F em relago a um ponto 0 pode ser representado por suas projecdes My, My ¢ M; na ditegio de 3 eixos cartesianos triortogonais, conforme indica a Fig. 1-5, a partir das quais pode ser definido pela igualdade 1.4: aM T +My T Mee a) [AS projegies My, My © Mz so cha- ‘madas momentos da forga Fem rela 0 208 eixos x, y ez, respectivamente. 0 momento de wma forga em relagio a uum eixo 6, entdo, uma grandeza emi hentemente escalar, cujo sinal & posi tivo ou negativo conforme a dupla seta do momento resultante im tenha sua projeedo sobre 0 eixo acompanhando ou nfo seu sentido positivo, ou, o que 4 no mesmo, verificando, pela regra Y da mao diteita, se 2 sotacdo da Forga rig em torno do eixo dé um momento no sentido positivo ou negativo do eixo, Levando-se em conta a propriedade 2.2.1.2 deste t6pico, podemos definir © momento de uma forga F enn celaszo a um eixo como sendo a projesio, sobre esse eixo, do momento desta forsa em relaglo a qualquer ponto desse eixo, Observacdes: a) Calculemas © momento de uma forga em relagdo a tum eixo que the seja coplanar, conforme indica a Fig. 1-6: 0 momento fi desta forga em elago a um ponto genético O deste eixo, xendo dado por ii = OMAF, € perpendicular a0 plano P definido pela forga Fe pelo eixo P. Sua projegdo sobre r serd.entdo, nula Podemos, pois, afirmar que © momento de uma forga em relagéo a um eixo que the seja concorrente ou paralelo € nulo (nos dois casos a forga ¢ © eixo so coplanares). Esta propriedade sera de grande importancia no nosso estudo, Conceitos fundamentais 7 Fig, 16 Fig 17 8).0 momento resultante de um sistema de frgas coplanats em reagS0 a qualquer pont situado no plano destasforgasseré sempre perpendicular 2 este plano, pos, a partir da obserapEo anterior, Imaginando st este plano qué contém os eixos x © y,terlaos My = My =O. o momento -esltante Fa fearia dado por += Mls, sendo ¢ 6 exo perpendicular 20 plano das forgas, eonforme Indica a Fig. 1-7. Ustremos esta propiedade no estudo das estruturasplanas xrregadss no prépro plano. £) 0 mbdulo do momento resultante de uma forga em relago a um eixo pode ser obtido diretamente, sem ser necessério calcular © momento resul- ‘ante para, apés, achar sua componente na direezo do eixo: Fig. 8 Sejacalular © momento da fsa Fem selagdo ao exo z. A forga pode ser decomposta nas forcas F, e F indicadas na Fig, 1-8, a primeira paralela 20 eixo z ea segunda situada num plano P a ele perpendicular. A componente a Curso de anélise estrutural por set parafela az. ndo,dard momento eit relayde a este ixo. sobrando apenas 0 da componente #,. cujo modulo ¢ igual ao do momento desta forga em relago 20 ponto O em que o eixa intercepta 0 plano P.O modulo do momento da forga Fem relagdo a0 eixo z seré. entio. igual a (Af, (= Fy = Fil sen a, sendo d a menor distancia do suporte da forga F a0 eixo z. conforme indica a figura (no caso, o momento seri positivo, pela tegra da fo direita), Podemos afirmar, ento, que © médulo do momento de uma forga em relaglo a um eixo é igual 20 produto do médulo da forga pela menor distancia entre a reta suporte da forya € 0 eixo e pelo teno do angulo formado pela forga ¢ 0 eixo: seu sinal € obtido pela regra da mfo direita, definida anteriormente. A aplicacdo seguinte esclareceri. Ex, L1_- Caleular 0s momentos My, My eM; em relagdo aas eixos-x, ye, 2 farce F, de origem no ponto AL). 4, 0), diregio e sentido do vetor AB e cujo médulo, em toneladas. ¢ igual ao modulo da distancia AB, Verificar, a partir de sua definigdo. que 0 momemto fi da force Fem relago a0 ponto 0 & dado por: Ria Mglt Myf Mak B10.) Ato Fig 19 _, Pela Fig, 1-9, podemos ver que a forea F pode ser expressa pela igualdade 1 + F; + Fs, em que cada uma destas tltimas forcas paralela a um dos eixos coordenadas. Cafeufemos os momentos de cada uma delas em relaglo a0s eixos x, y ez Temos: Para a forga Fy: My = 0 (Fy & paralela a Ox) My = 0 (Fy 6 concorrente com Oy’) My = -4X Fy= -12 mt Conceitos fundamentais 8 0 (F; 6 concorrente com Ox) (; € paralela a Oy) Para a forga Fy: My M, =-1X Fr = -4 mt Para a forga Fy: My = 4X Fy = 16 mt My =-1X Fy = -4 mt M, = 0 (Fy € paralela a Oz) (Os momentos da forga F em relagdo aos eixos x, y € = serdo, ento, por superposigdo de efeitos: My = 0404 16 = 16 mt My =040-4=-4 mt Mz =~12-4+0=-16 mt Calculemos 0 momento i da fora Fem relagdo ao ponto 0: Temos: #=(B- A)= 3-4) +4 © entto: Ele 0} = 16- 47-16% 4 =OAnF-|5 3. valor este que jé sabfamos a priori, a partir dos valores jé calculados para Mg, My © My. Observg 0 leitor a enorme simplicidade com que calculamos os momentos da forge Fem celagdo aos eixos x, y ¢ z, tabalhando com suas componentes nas diregSes dos 3 eixos coordenados (no foi nécessério calcular menor distancia entre,a reta AB e cada um dos eixos nem os senos dos ngulos formagos por F com cada um dos eixos, porque 10 trabalhamos dicetamente com F), Tal procedimento deve ser sempre empregado, a fim de simplificar 4 tesolugio numérica dos problemas, 2.2.1.4 — Um sistema de duas forgas paralelas, de mesma médulo e sen- tidos opostos, conforme indicado na Fig. I-10, tem a propriedade de possuir ‘momento constante em relago a qualquer ponto do expago, sengo vejamos. O momento das duas forgas ¥ em relaglo a9 porto genético O serd da- © do por: = OH'AF- OM A Be = MM’A P independendo, portanto, dia posigae de Q. Dizemvs, neste caso, que as 2 forgas formam um binério, que 6, cofiforme vimos, um invariante em relagdo a qualquer ponto do espa- 50. Fig. to * 10 Curso de andlise estrutur 23 Redusdo de um sistema de forgas a um ponto. Conceito Sea forge Fenda isto ¢, cujos efeitos em relagé Fig. 1-11.1, que queremos reduzir ao ponto O. av ponto O desejamos conhecer. fof bo ma ene hans Fig LL Nada se altea, sob,o ponto de vista estaico, se acrescentarmas, no ponto 0. duas forgas Fe (- F), conforme indicado em f-1 1.2. Analisando o esquemg indicado nesta figura, podemos encaré-lo como constitufdo por uma forca aplicada em © e pelo bndri formado pela forgas (-F)aplcada em Qe aplicada em A, que pode ser -ubsttuidg pelo momento f= OA AF. que se confunde com 0 momento da forga Fem relagHo a0 ponto O, conforme indica 1-11.3. Podemos, entdo,afirmat que, para reduriruin sistema de forcas um determinado ponto do espago, basta transferir todas as forgas para este ponto, acrescentando, para cada uma delas, seu momento em relagdo a es- te ponto Um sistema de forgas €, entio, redutivel a uma resultante R/€ a um momento resultante i em relasfo a qualquer ponto O do espago, n0s casos mais geras, iguais, respectivamente, & soma vetorial de todas as forgas ¢ a soma vetorial dos momentos de todas estas forgas em relagio £0 ponto 0. A resultamte simboliza a tendéncia de translagf0 do sistema e€ © momento resultante, sua tendéncia de rotaglo em relagio a um eixo passando por 0. 3 — CONDICOES DE EQUILIBRIO Para um corpo, submetido a um sistema de Forgas, estar em equilfbrio, € necessirio que elas ndo provoquem nenhuma tendéncia de translaggo nem rotagHo a este corpo. Como a tendéncia de translagfo & dada pela resultante R das forgas ¢ a tendéncia de rotagfo, em torno de qualquer ponto, € dada ‘pelo momento resultante Fi destas forcas em relagio a este ponto, basta que estes dois vetores R e ii sejam nulos para que o corpo esteja em equilibrio. ‘A condigdo necessaria e suficiente para que um corpo esteja em equilibrio, Conceitos fundamentais " submetido a um sistema de Forgas, & que estas forgas satisfagam as ey vetoriais cem que R € a resultante das forgas e fi seu momento sesultante ein rela qualquer ® ponto do espaco. Levando-se em conta que: R-anlrenireak | f= (ZMy)I + 2My)j + (EME, as 2 equagdes vetoriais de equiibrio (1.5) podem ser substitusdas, cada uma delas, por trés equagses excalares de equilforio, obtendo-se 0 grupo das seis fequagdes (1.6), que sfo as seis equagdes universsis da Estitica, regendo 0 equilforio de um sistema de foreas, 0 mas geal, no espago, (ey 3 Meito afirmar que, se para um dado ponto O do espaco temos R= De 1s mesmas igualdades se repetirfo para todos os demals, seni sejamos Sejaum sistema de forgas que, redurido 2 ‘um ponte Q do espaco, nor fornecew uma resultante #¢ um momento eesultante cconforme indica a Fig. 112. Reduzindo es tas solicitagBes pags © ponto 0’, teemos, Sonik por influéncia de Ro aparccimento de oina OOAR forga ede um momento dado por OAR, Pd aplieados em Oe, por influéncia do momen: to &, um momento adicional de & em O° Gi que uma carge-momento, por poder ser substitufds por um binirio, 6 um iavaiante fm elagio a qualquer ponto do espace), No ponto O° temor, eqtio. uma forga Re tum momento +O A Ri). Logo, see O # forem nulos num dado ponto, também 0 Serio. para'todos os demas, asecpirando © equifbtid do conjunto ue Forges Fig. 112 : 2 Curso de anilise estrutural 3.1 — Casos particulares importantes 3.1.1 ~ Sistema de forgas concorrentes 10 espago Seja o sistema de forgas no espago, concorrentes no ponto 0, indicado na Fig. 1-13. Seu equilibrio é, conforme sabemos, ditado pelo grupo de equa- ges (1.6). Por se tratarem de forgas concorrentes no ponto O, as trés th timas equagbies do grupo, que simboli- zam 0 momento resuliante nulo, de- genera em meras identidades (pois tuma forga no dé momento em relago um ponto situado sobre sua linha de po), perdendo, pois, sua expressfo como equagges. Tal caso serd, enti regido apenas pelas equagSes que ca- racterizam a resultante aula, ou seja, pelas equages (1.7). a7) Observagdo: Este caso de sistema de Forgas ocorrerd no estudo do equilf- bria dos n6s das treligas espaciais, conforme veremos no Cap. IV deste volume. 3.1.2 ~ Sistema de (orcas paralelas no espaco Seja o sistema de forgas patalelas no espago indicado na Fig. I-14, Por serem todas as forgas peralelas 30 eixo Oz, as equgses EX = 0, EY = 06 EM, =0 degeneram em ‘identidades, pois nfo hé componentes de forcas paratetas a um dos eixos coordenados nas diregBes dos dois demais, bem co- mo ndo existe momento de uma forga fem selagZo a am €ixo que Ihe scja paralelo. Permanecerdo validas, entdo, como equagOes, as indicadas no grupo (18), que segerdo o equifibrio de um sistema de forgas paralelas ao eixo Oz. Conceitos fundamentais B YMy = 0 EMy = 0 (sp eA Observagdes: a) A equayio ©Z = 0 pode sex substituids por uma terceira ‘equago de somatério de momentos mulo em relagdo @ um 39 eixo f, situado sobre © plano xy, mas nio-concorrente com estes 2 eixos em O, conforme indica a Fig, 1-15, sengo vejamos: Se temos Ey = ZMy = 0, isto nos garante que © sistema de forgas no apretenta um momento tesultante em telagio a0 porto O (pois E My = = EM, = DM, = 0). Um sistema de forcas paralelas, que satisfaga a estas, duas primeiras condigses, poderia ser apenas redutivel a uma resultante pas- sando por O; para indicar que esta resultante deve também ser nula, pode- mos exapeegar a equacéo ©Z = 0, jf discutida anteriormente, ou ume equa ¢d0 de soinatério de momentos nulo em relagio a um eixo # ndo-concorrente com 0s eixos x € y em 0. ( grupo de equactes (1.9) poderia ser. onto, empresado para estudo do eq ilibrio deste sistema de Forgas, em ver do grupo (1.8): Fig. Las EM, = 0 =My= 0 as) 2M, = © equilibrio de um sistema de forgas paralels no espaco pode ser estuda- do, entio, = partir de trés equagdes de somatério de momentos muto em rela g¥0 a3 elxos, nfo-concortentes os ttés 0 mesmo ponto, tem patalelos os trés entre si, ¢ situados num plano perpendicular ao das forgas (ndo existe obrigagdo de dois desses trés eixos serem ortogonais, pois basta eles serem concorrentes num porta e termos somatério de momentos nulo em relaggo a les, para podermos afirmar que 0 momento resultante € nulo em relacio a esse ponte, recaindo-se no raciocinio que introduziu © grupo de equaydes 19). bb) Este tipo de sistema de forcas sera abordado em detalhe no estudo das arelhas, que se fara to Cap. V deste volume. “ Curso de anilise estruturat 3.1.3 ~ Sistema de forcas coplanates Soja o sistema de Forgas situadas no plano xy ind As equagdes BZ = 0, EM, = 08 EM, =0 se transformam em meray : - Identidades, pois sabemmos que um sis. | a ‘ tena de fog sivado no pan 3 t | | ndo possvi compantentes na dirego Oz | / nem di moimentos im elagio aos eixos ! x ey, por the serem coplanares. Per- | ‘Manecem, entgo, vilidas como equa- anes Hex gbes a8 duas outras equastier de proje- Fig H16 goes EX = Oe ZY =Oea outa equagio de somatério de momentos nulo EM, = 0 (que, no casa, coincidird com Eig = 0, pois todos os momen- tos terdo a diregdo 02). O grupo de equagGes (1.10) tegers, entio, o equilé brio dos sistemas de Forgas coplanares: BX z =Mo sendo Mo 0 momento de cada uma das forgas em relagio a um ponto O inteiramente arbitrério, situado no plano das forgas. 10} Obsernepties: 2) As duas equagoes de projesies EX = Oe EY = 0 podem ser substituidas por duas equagSes de somatétio de momentos nulo ‘em felagdo a dois outros pontos 0” e 0” do plano xy, desde que 0, 0’e 0” ‘Go sejam colineares, conforme indica @ Fig. I-17; ou por uma equagio de somaério de momentos nulo em relagfo ao ponto 0" e outra de somatério de projegdes nulo segundo um eixo t que nfo seja perpendicular a 00’, conforme indica a Fig, 1-18: o yo o 7 > Gas 2 Ae oF A rt) % oO 2 ° . 0” 4 ea “pf ; Conceitos fundamentais 6 De fato, se temos Mo = 0 ¢ Mo' = 0, isto quer dizer que a Unica possibi lidade do sistema de forgas nfo estar em equitrbrio seria a dele ser redutivel a uma resultante cuja linha de ago fosse OO": para amarrar 0 valor nulo dessa resultante, podeinos empregar ou uma equagio de somatorio de momen. tos mulo em relago a um ponto 0”, situado fora da reta OO", ow uma equacaio de somatdrin de projesdes nulo em relagio # um cixo ¢ que nde seja per pendicufar 4 reta 00". Sendo assim, as equagdes do grupo (1.11) (re“erindo-se ao esquema da Fig. I-17) e do grupo (1.12) (referindo-se a0 da “ig, 1-18) podem, também, ser emptegadas para teger 0 equilibrio dos sistema de forgas ‘oplanares: EMo = 0 EM = 0 EMo = 0 (1) 4 EM: = 0 ta) EMo = 0 =r = 0 b) O caso de sisteme de forgas copianares é 0 mais freqente na Anélise Estrutural, pois a grande maioria das estruturas que se nos apresentam so estruturas planas, submetidas a carregamentos atuantes no seu prdprio plano. ©) Abordaremos, agora, dois casos particulares dos sistemas de forgas captanares, que sf0 0 caso de todas as forgas serem concorrentes num mesmo onto 0, conforme indica a Fig. 1-19, ¢ o de todas as forcas serem paralelas entre si, conforme indica a Fig. 1-20 Fig 119 Para 0 caso da Fig. I-19, em que todas as forgas passam pelo ponto 0. a equagio BMo = 0 petde,evidentemente, a expressf0, transformando-se nu- mma identidade. Permanceem apenas, entdo, as duas equagdes de projecOes EX =0e ZY = 0 que regerdo, pois, o equilibrio de um sistema de forras coplanares e concorrentes num mesmo ponto (este s2r4 0 caso do estudo do equilorio dos nés de uma trliga plana, conforme veremos no Cap. IV deste volume). 16 Curso de anblise estrutural Para o caso-da Fig. 1-20, em que todas as forgas sav paralelas a0 cixo Oy, perde a expressdo a equagiio 2X = 0 que se transforma em mera identi- dade, permanecendo vilidas como equagbes EY = Oe ZMo = 0, que rege- Ho 0 equilfbrio de um sistema de forgas paralelas e coplanares. A equagio ZY =0 pode ser substituida por uma equacZo de somatério de momentos nulo em relago a um 29 ponto 0’, desde que a reta OO” nfo seja paralela & ditegdo das forgas (pois, caso 0 fosse, restaria « possibilidade do sistema ser redutivel a una resultante passando por esta reta). © caso de um sistema de forcas paralelas no plano ocorte no estudo das vigas, que serd feito, em detalhe, no Cap, II deste volume, Resumindo:— um sistema de forgas coplanares e concorrentes ¢ regido pe- lo grupo de equagdes (1.13), a seguir: 13) — um sistema de Forgas coptanares © paralelas € regido por um dos dois. grupos de equagbes (1.14 ou 1.15), a partir do esquema da Fig. 1-20: zy=0 Eig = 0 es o ia) ewe is) 4 ~ GRAUS DE LIBERDADE. APOIOS. ESTATICIDADE E ESTABILIDADE 4.1 — Graus de liberdade Ji sabemos que a acio estitica de um sistema de forgas no espaco, em relagio a um dado ponto, é igual 4 de sua resultante ¢ a de seu momento resultante em relago aquele ponto; provocando, a primeira, uma tendéncia 4e translagio e, 0 segundo, uma tendéncia de rote;f0. Como, no espago, uma translagfo pode ser expressa por suas compostentes segundo 3 eixos triortogo- iis ¢, uma rotago, como a resultante de trés totagdes, cada uma em toro de um desses eixos, dizemos que uma estrutura no espaco poss um total de 6 graus de liberdade (3 translagdes e 3 rotagtes, segundo 3 eixos triorto- gonais). £ evidente que estes 6 graus de liberdade precisam ser restringidos, de modo a evitar toda tendéncia de movimento da estrutua, 9 fim de ser possf- vel sew equilfocio. Esta restiggo € dada por apoios, que devem impedir as diversas tendéncias possiveis de movimento, através do aparecimento de reagdes destes apoios sobre a estrututa, nas diregSes dos movimentos que Conceites tundamentais ” Jes impedem, isto &, dos graus de liberdade que eles restringem. Estas reagdes cde apoio se oporso as cargas aplicadas &estrutura, formando este conjunto de cargas ¢ reagSes um sistema de forgas em equilibrio, e regidas, portanto, pelos rupos de equagSes deduzidos no item anterior, para 08 diversos tipos de sistemas de forgas que podem ocorter na pritica. 4.2 — Apoios ‘A angio dos apoios, conforme vimos em 4.1, 6 a de restringit graus de liberdade das estruturas, despertando com isto reagGes nas diregtes dos movimentos impedidos. Eles serfo classificados em fungfo do numero de agraus de liberdade permitidos (ou do nimero de movimentos impedidos), po- dendo ser, ento, de 6 tipos diferentes (isto ¢, podendo permit 5,4, 3,2, 1 ‘ou nenhum grau de liberdade). Os exemplos seguintes esclarecerdo. 2) Seja 0 apoio representado na Fig. 1-21, em que temos a estrutura apoisda sobre uma esfere perfeitamente fubrificada. O nico movimento que ela sera capaz de impedir é a translagdo na diregdo vertical Oz, aparecendo com isto uma reago R; agindo sobre a estrutura, conforme indica a Fig, 1-21. O spoio serd dito, enti, um apoio com 5 graus de liberdade (ou com 1 movimento impedido). fim vig. Lat y Fig. 122 es we { My Ry ) Seja, agora, 0 apoio aa Fig. 1-22, constituido por trés esferas ligadas sive al po tds haste, de sno «Beat formado um confunto ride. Feam 18 Curso de anélise estrutural impedida, no caso, além da translagdo na ditesio z, as rotagdes em torno dos eixos x ey. O apoio serd dito, entZo, um apoio com 3 graus de liberdade (gue sd, n0 e350, @ zotagdo em torno do eixo Oz e as translagGes nas diregSes dos eixos Ox e Oy) ou com 3 movimentos impedidos. Aparecerdo, agindo sobre a estrutura, as reagdes My, My eR; indicadas na figura ©) O esquema da Fig. J-23 representa a tigagéo rigida entre a estrutura e seu apoio, de dimensdes tdo maiores que as da estrutura, que podem ser consi- deradas infinitas em presenga daquelas. Neste caso, 0 apoio impedira todos 05 movimentos possiveis, sendo dito um apoio sem grau de liberdade (ou com todos os movimentos impedidos). Correspondendo a cada um dos movi- mentos impedidos. aparecem, agindo sobre a estrutura, as reagdes Ry, Ry, Re, ‘Mg. My eM, indicadas na figura, Este tipo de apoio ¢ chamado engaste. { _ a ie » Fig. 323 4.2.1 — Estruturas planas carregadas no proprio plano. Para o caso das estruturas planas carregadas no proprio plano, que é 0 mais frequente da Andlise Estrutural, existem 3 graus de liberdade a combater, senfo vejamos. y Vp. Supondo a estruturasituada no pla- a | 3 no xy, conforme indica a Fig, 1-24, 08 graus de liberdade a combater sf0 as aie | { > translagBes nas diregdes Ox e Oy © 8 J Fg rotagfo em torno de um eixo perpen- L dicular a0 plano (no caso, Oz), pois ~~ % estas sto as Gnicas tendéncias de movi mento capazes de serem produzidas vig 24 pefo sistema de forgas indicado. Conceitos fundamentais 19 So 0s seguintes os apoios utiliziveis para impedir estes movimentos: 2) Apoio do 19 género ou charriot v t |x 1254 1252 bas. Fig. 25 0 apoio do 19 género pode ser obtido por uma das duas formas represen tadas nas Figs. 1-25.1 ¢ 1-25.2; na primeira, temos a estratura apoiada s0- bre um rolo lubrificado que impede apenas o deslocamento na diregfo y, permitindo livre rotacéo em torno dele, assim como livre deslocemento na direcfo x; na segunds, a rotagdo ¢ assegurada por wm piao sem attito e a ‘transfago, na diego x, pelos rolos ditetamente em contato com 0 plano ‘que serve de apoio, continuando impedido 0 deslocamento na ditecdo y. Representatemos esquematicamente, em nosso Curso, 0 apoio do 19 género pela forma indicada na Fig. 1-25.3. Na direeao do dinkeo movimento impedido, aparecerd uma reago de apoio R, conforme indica 1-25.3. b) Apoio do 29 género, articulaggo ou rétula 126.2 126 Fig 126 Se, no apoio da Fig. 1-25.2, substituirmos os rolos por uma chapa presa completamente ao plano-suporte, conforme indica 1~26.1 estaremos impedin- do todas as translagées possiveis, permanecendo livre apenas a rotagio, assegurada pelo pino lubrificado indjcado na figura. A este apoio. capaz de zeetcingit todas as translagdes possiveis no plano, chamamos apoio do 29 sénero. Ele seré representado esquematicamente, em nosso Curso, por uma Mh 20 Curso de andlise estrutural das 2 formas indicadas em 1-26.2 ¢ 1-26.3. Na ditegfo das translagdes impe- didas, aparecerso as reagdes He V indicadas na figura, cuja composigso vetorial nos dard a reagZo de apoio resultante no apoio do 29 ginero. Observagdo: Nao somos obrigados a decompor a reagio de apoio resul- tante em diregSes ortogonais*, conforme fizemos na Fig. 1-26; podemos decompéla em duas diregOes quaisquer (nfo-paralelas, evidentemente), a partir das quais obteremos a reagfo resultante. Escolheremos sempre 0 ca- ‘minho que mais simplifique 0 cdlculo das reag6es de apoio. ©) Apoio do 39 género ov engaste ty 1 Estrutura — th uaa Fig 27 Se ancorarmos a estrutura num bloco de dimensdes que possam ser consideradas infinitas em presenga das dimensSes da estrutura, conforme indica a Fig. T-27.1, na seefo de contato entre ambos o bloco estaré impe- indo, por sua enorme rigidez, todos os movimentos possiveis da estrutura e dizemos ent que ele engasta a estrutura. Um engaste serd representado, es- quematicamente, da forma indicada em I-27.2, aparecendo, na diregio de cada um dos 3 movimentos impedidos (2 translagGes € 1 rotagéo), as reagdes de apoio H, Ve M indicadas. 4.2.2 ~ Céleuto das reagbes de apoio Definidos os apoios, 0 célculo de suas reagGes & imediato, pois elas sf0 forgas (ou momentos) de ponto de aplicagio e ditecfo conhecidas ¢ tais que equilibrem as cargas aplicadas a estrutura. Serdo calculadas, entSo, a partir das equagOes de equilfbrio institufdas no item 3 deste capftulo. Os exemplos seguintes esclarecem. “Ver explicagSo para esta observacio no item 4.1 do Cap. I Concsitos fundamentals 2 Ex. 1.2 — Caloular as reagies de apoio para a estrutura da Fig. 1-28. Aplicando nos apoios do 29 género A e do 19 género D suas reagbes, nas diregBes que jd conhecemos, e arbitrando para elas um sentido. conforme indica a Fig. 1-29, teremos, a partir das equagbes de equilfbric 1.10, que regem 0 equilforio de um sistema de forgas coplanares: et tr eat He t% tvs Fig 29 PorEM,=0: 8p +8-6X4~4xX6=0. Y= St PorZ¥=0: 14 +%p=6. Va=h Por E. Hg =4t Os sinais positivos encontrados confirmam os sentidos arbitrados para 188 forgas. Caso tivéssemos encontrado algum sinal negativo, isto quereria dizer ue o médulo da reaio seria o encontrado, ¢ o sentido correto 0 inverso do arbitrado, nfo sendo necessério refazer qualquer célculo. 22 Curso de anilise estrutural Ex. L3 — Caleular as reagdes de apoio no engaste A da estrutura espacial da Fig, 130, cujas barras formam, em todos os nés, angulos de 90°. Fig, 130 Como um engaste impede todos 0s movimentos possiveis, nele aparecerdo as reagoes de apoio indicadas na Fig. 1-31, que serdo calculadas a partir do grupo de equacdes 1.6 que regem 0 equilibrio de um sistema de forgas no espage Teremos: if Fig 3 Por 2 = Por ZY = Por 22 Por EM =U: Wye +2X4-4X345X3-3K 4-0 (Hedg= tm Por 0: Ute 1K 4+ SX =D 4 UMy)a = -6mt =0 Por Da = 0: My + 1X 3-32 (Mya = 3mt Conceitos fundamentais 23 As reagoes de apoio no engasle Aso, entao, as indicadas na Lp. I-32 i Gmt ar a Observapdes: a) Nao exercitaremos mais profundamente, agora, cileuly das reagdes de apoio porque este assunto seri retomado, ao longo de todo este volume, para cada um dos tipos estruturais que estudaremos, b) Os apoios sao 0s vinculos externos da estrutura, isto €, seus vinculos fem relagdo a seus suportes (solo ou. outra estrutura). Podem existir, também, vineulos internos nas estruturas; pseferimos go apresenté-tos js, a fim de go confundir 0 leitor principiante com um excesso de conceitos novos, deixando para defini-los nos préximos eapitulos, quando aparecerio de tonina espontanea, 4.3 — Estaticidade ¢ Estabilidade Acabamos de ver que 4 lunge dos apoios € limitar os graus de hberade de uma estrutura, Trés casns podem entdo ocorrer 8) 0s apoios so em nimero estritamente necessrio para impedit todos os movimentos possiveis da esteutura [Neste caso, 0 mimero de reagoes de apoio a determinar € igual ao nimero de equagses de equilbrio dispon veis (sto &: nimeso de inedgnitas = ndmevo de equagdes), chegandose a um sistema de equagoes determinado que resolver 0 problema. (Foi 0 caso dos exemplos 1.2 ¢ 1.3 anteriores.) Diremos, entéo, que a estrutura € isostitiea, ocorrendo uma situagio de equilibrio estavel. 'b) Os apoias so em nimero inferior ao necessério para impedir todos os movimentos possiveis da estrutura. Neste caso, evidentemente, teremos mais equagdes que inedgnitas, che: gando-se a um sistema de equagoes impossivel, nos casas gerais, A estrutura seed dita hipostitica © seri, entso, instivel. (Pode ocorrer uma situagao de carregamento tal que 0 proprio carregamento consiga impedir os graus de liberdade que os apoios ndo forem capazes de impedir; ser, entao, um 24 Curso de anélise estrutur 280 de equilibrio, mas de equilibrio instivel, pois qualquer que seja a deformagdo imposta a estrutura, ela tenderé a prosseguir até a sua ruina), AS estruturas hipostdticas so, entio, inadmissiveis para as construcdes. ©) Os apoias s0 em nimero superior 40 necessirio para impedir todos os movimentos possiveis da estrutura. Neste cas0, teremos menor aimero de equagdes que de incdgnitas, conduzindo a um sistema indeterminado. AS equagOes universais da Estitica nfo serdo, entdo, suficientes para a determinagdo das reagbes de apoio, sendo necessérias equagbes adicionais de compatibilidade de deformacaes, coriforme veremos no Vol. Il deste Curso. A estrutura serd dita hiperestética, continuando 0 equilibrio a ser estavel (alids, poderfamos dizer, um pouco impropriamente, que o ¢quiliprio € mais que estével). Obseragdes: a) A partir do exposto neste item, pode o litor ser tentado a estabelecer o seguinte eritério para classificar uma estrutura (sem vinculos internos) como extemamente® isostatica, hipostética ou hiperestitica: contar @ mimero de apoios © ver se & igual, menor ou maior que © nimero de graus de liberdade da estrutura. Este critério é perfeito mo caso das estruturas hhipostéticas, mas, no caso das estruturas sostéticas e hiperestéticas, fornece apenas uma condigdo nevesséria, mas nfo suficente, conforme ésclarecem (5 exemplos das Figs. 1-33 ¢ 1-34 | ! | A B c¢ bd € | Fig, £33 Fig 134 No caso da estrutura plana da Fig. I-33 que, como tal, possui trés graus de liberdade, temos um apoio do 2 género e um apoio do 19 género, dando lum total de trés reagOes de apoio a determinar. Isto sugeriria que a estrutura fosse isosttica, fato que nko ocorre, entretanto, pois © apoio A impede translagbes nas diregdes Ax © AY © 0 apoio B translagio também na SA rando desta palavra “externamente” serd vista quando estudarmos, no Vel. IL deste Curso, a determinacio do grav hiperestitico de uma estrutura, Conceitos fundamentais 25 diregdo Ax. A rotagdo do sistema no esti, pois, impedida e a estrutura 6, entfo, hipostética (embora aparentemente isostética). Analogamente, a estrutura plana da Fig. I-34 € aparentemente hiperesté- tica, pois temos trés graus de libetdade para cinco reagdes de apoio a determinar. Entretanto, ficil ver que nenhum dos apoios impede 2 translaggo na diregao ABCDE; com isto, a estrutura € hipostética (embora aparentemente hiperestética). Portanto, para classiicar uma estrutura (sem vinculos internos) como extemamente isostétice ou hiperestatica, nfo basta comparar 0 nimero de reagdes de apoio a determinar com o de graus de liberdade da estrutura; € necessétio nos certificarmos também que os apoios restringem, de fato, todos os graus de liberdade da estrutura em questo (com isto € que poderemos afastar completamente a possibilidade da estrutura ser hipostitica. Este assunto serd retomado ao longo deste volume, no estudo dos diversos tipos estruturais que serio abordados. b) As estruturas isostéticas serdo estudadas neste volume, ficando o estudo da Hiperestética para os Vols. II ¢ III deste Curso. 5 — ESFORGOS SIMPLES JH vimos como um sistema de forgas, atuando sobre um corpo, encontra seu equilioria através das reag6es de apoio que provocam. Vejamos, agora, quais 0s efeitos estéticos que estas cargas ¢ reagdes provocam em cada uma das segdes do corpo. Fig 1.35 Para tal, consideremos 0 cowpo representado na Fig. I-35, submetido ao conjunto de forgas em equilibrio indicadas (nfo importa quais sto as forgas aplicadas € quais as reagdes de apoio; importa, sim, que elas constituam 26 Curso do andlise estrutural um todo em equilibrio}. Seecionemos © corpo por um plano 2, que_o intercepta segundo uma se¢io S, dividindo-o nas duas partes (E) ¢ indicadas nas Figs. 1-36.1 ¢ 1-36.2. 1364 1362 Fig £36 Para ser possivel esta divisfo, preservando o equilibrio destas duas partes, basia que apliquemos, na set 5 da parte (E), um sistema esttico equi valente a0 das forpas que ficaran na parte da direita ~ jd que estas ultimas podem ser encaradas como sendo as forgas tais que equilibram as forgas situadas na parte da esquerda, pois 0 conjunto de forgas da esquerda e da Glgeita estd"em equllforio —e, analogamente, na sesto $ da parte (D), ‘um sistema estético equivalente a0 das forgas situadas na parte da esquerda. Esses esquemas estéticos equivalentes sfo obtidos, evidentemente, reduzindo a5 forgas & esquerda € A direita da segSo S a um ponto qualquer situado nesta segdo $. Este ponto, pelas razdes que ficarfo claras quando do estaxto da Resisténcia dos Materiais, seré sempre 0 centro de gravidade G da segio. Assim, teremot, redusindo 8 forgas stuns na parte (B) a0 exptro de tyasdade G dn seo Sd parte CE) oapaecimento da revltate Re dests forgas ¢ de seu momento sesultsnge & em relagfo a0 ponto G. Reduzindo as forgas situadas na parte (B) ao centro de gravidade G da segso S da parte D, obteremos uma resultante R e um momento resultante fi de eso médulo e sentidos opostos aos encontrados pela redugdo das forgas situadas na parte (D) 20 panto G, o que € evidente, pois, no 19 caso, R ¢ FR representam um sistema estitico equivalente as forgas existentes na parte (D) ¢, no 29 caso, um sistema equivalente as forcas existentes na parte (E), que se equilibram, © mesmo acontecendo, entSo, com os vetores # e i indicados em [-36.1 ¢ 1-36.2, Resumindo, a resultante R que atua na parte da esquerda foi obtida pelas forgas da direita, e vice-versa; 0 momento resultante fi que atua na parte da csquerda foi obtido pelas forgas da direta, e vice-versa Concaitos fundamentals a Podemos, entio, dizer. que uma secéo $ de um corpo em equilibrio esté, em equilibrio, submetida a um par de forcas R e (-R) e a um par de momentos # ¢ (-#2), aplicatos no seu centro de gravidade e resultantes da redugao, aeste centro de gravidade, das forgas atuantes, respectivamente, & esquerda ¢ a diteita da segio S. Na Fig. 1.37 este feita esta tepresen- tagdo, respeitando-se os sentidos in cados na Fig. 1-36, para um elemento za] do corpo de comprimento infinitesimal re que contém a segio S como secio transversal, Fig. 137 Fagamos um estudo detathado dos efettos estéticos provocados por R efi na segao 5. 1382 Fig. 38, Decompondo os vetores & e fi em duas componentes, ume perpendicular 4 segdo S (endo, portanto, a diteydo do eixo da barra, que representaremos sempre_por x) ¢ outra situada, no proprio plano da secio S, oblemos as forgas I (perpendicular a 5) e G (pertencente a 5) ¢ os momentos 7 (perpen- dicular aS) Ai (pertencente a $). Facamos 2 andiise de cada um desses vetores, 20s quais chamaremos estorgos simples atuantes na seedo S. (Observacao: Pelo exposto, vemos que € indiferente calcular 08 esforgos simples atuantes numa seefo, entrando com as forgas da parte a esquerda ou da parte a diteite da segio. Na pritica, usaremos as forgas do lado que ‘nos conduzit ao menor trabalho de célculo.) an Representendo duss segSes infinitamente préximas, a tendéncia das forgas NV serd a de promover ums variagfo da distancia que separa as segdes, permanecendo as mesnas paralelas uma a outra®, conforme indica @ 0 estudo do valor desta varingdo de dstincia € feito na Resistencia dos Mate 45 28 Curto de anilise estrutural Fig. 1-39.2. Por acarretar, entéo, uma tendéncia de movimento da segao normalmente 4 mesma (que € a directo do eixo), chamaremos a N de ‘esforgo normal stuante na secfo, Podemos, entdo, definir esforgo normal Atuante numa segio como sendo a soma algébrica das componentes, na diregdo normal & segio, de cada uma das foreas atuantes de um dos lados desta seco. Q esforgo normal seré positivo quando de tragéo (isto ¢, quando tender a afastar duas seg0es infinitamente pr6ximas ou, enn linguagem mais simples, quando estiver “saindo” da segio), sendo negativo em e330 contrério (caso da compressio). ds, 2s et o ren (Ax AG = DB 1392 1 a tN | y Fig. 139 Ooservagdo: O sentido de esforgo normal representado na Fig. 1-39 € © positive, isto 4, o de tragto. wd Representando duas seg0es infinitamente préximas, a tendéncia das duas forgas O € a de promover um desizanento relative de uma em relagSo 3 outra, conforme indica 2 Fig. I-40.2, aparecendo, entéo, uma tendéncia de corte. Por esta razio, O € chamada de esforgo cortant ds rt bao ‘| ie 402 gl Fig 1-40 Definimos, entlo, esforgo cortante atuante numa sego como sendo igual & soma vetorial das componentes, sobre 0 plano da se¢io, das foryas situadas de um dos tados desta seglo. Conceitos fundamentais 2 Nao usual, entretanto (por requerer uma soma vetorial) calcula direta- mente 0 esforgo cortante atuante na se¢g0; preferimos ealcular suas compo- nentes Qy € Q, segundo 2 eixos artogonais y € z arbitrérios, situados no plano da seg, conforme indica a Fig. I-41, pois que, para efotuar tal tfleulo, basta efetuar uma soma alyébrica de projegdes, 0 que € bem mais ebmodo que uma soma vetoria. ‘Assim sendo, podemos definir esforgo cortante atuante numa seqdo, na direggo de um eixo pertencente a esta segfo, como sendo igual & soma algébrica das projegdes das forgas situadas de um dos lados da segio segundo a diregfo deste eixo. Orientando os eixos y ¢ z nos sentidos mbitrérios indicados na Fig. 1-42 (0 eixo x tem sempre a diregdo normal e290), diremos que um esforgo cortante Q, ou Q; ¢ positive quando, calculado pelas forgas situadas do lado esquerdo da seco, tiver 0 sentido positive dos eixos y e z ou, 0 que dé no mesmo, quando for calculado pelas forgas situads do lado diteito da segao, tiver 0 sentido oposto 20 sentido positive dos eixos y ¢ z. Em caso contrério, diremos que 0 esforgo cortante & negativo. W (Ke 30 Curso de andlise estrutural ‘A razdo desta convengdo de sinais ficard clara no desenvolvimento dos demais capitulos deste volume, de modo que, por ora, nao faremos maiores comenttios sobre ela. Observagéo: Note 0 leitor que os sinais obtidos para os esforgos cor- tantes Oy € Q: $40 Fungo dos sentidos que arbitramos para os eixos x € z Conhecidos Q © Q:. 0 esforgo cortante resultante na seggo ¢ imediatamente ‘obtido a partir do esquema da Fig. 41 oF Representando duas segdes infinite pot mente préximas, a tendéncia do mo- o> mento Fé a de promover uma rotagio fa Se latva destas dat sepdes em tome de um eixo que thes € perpendicular, ce pascanda pelo seu centro de gravidade zr be (eixo x, portanto). Podemos dizer, em cd linguagem simplista, que o momento e esté torcendo a pega e ele ¢, pois, denominado momento torgor atwante Fig. 43 na segto. Definimos, entéo, momento torgor atuante numa segio S como sendo 4 soma algébrica dos momentos das forsas situadas de um dos lados desta ecd0 em relaglo a0 eixo normal & seyio que contém o seu centro de sravidade. A convengio de sinais que adotaremos para o momento torgor é inter mente andloga & do esforgo normal. Diremos que um momento torgor & positivo quando 0 vetor de seta dupla que o representa esté como que tracionando a seefo em questdo, sendo negativo em caso contrério (no cas0 da Fig, [-43, 0 momento torgor indicado é positivo). oit Repteentando dust sepdes infntamente proximas, a tendéncia do mo mento H, conforive a regra da mo dlls, ¢ a de provocar uma rtapso da seqHo em tomo de um eixa situndo no seu prbprio plano, Como um momento pode se substituido por um binéio, vemos que © efeito de i pode ser asimilado 20 do bindrio indieado nu Fig, I-44 Que provoce uma tendénca de alongamento en uma dts pues da seGf0 tua tendéacis de encurtamento na outra parte A pega flert entdo feta, tendo, por ito, dnominado Mf de momento tor Conceitos fundamentais a yet i> Fig 144 Definimos, entdo, como momento fletor atuante numa seco, & soma vetoril das componentes, sobre o plano da segio, dos momentos de todas a foreas situadas de um dos tados da segio em relagdo a0 seu centro de sravidade. Nao € usual, entretanto, por requerer uma some vetorial, calcula deta mente o momento fletor atuante numa segdo; preferimos calcular suas componentes My © Mz segundo 2 eixos ortogonais abitririos (os mesmos adotados para 0 cileulo de Q © Qz)¥ ¢ 2, situados no plano 4s ses, conforme indica a Fig. -45, pos que, para tal cfleulo, basta efetuar uma zh soma algébrica de valores, 20 invés de j= ‘uma soma vetorial. Conhecidor My e M,, a obtengao de M & imediata, a partir do esquema da Fig. 1-45. Assim sendo, definimos momento fletor ati -~-+y ante numa segfo, na direglo de um cixo pertencente a esta segio e que contém 9 seu centro de gravidade, como sendo a soma algébrica dos ad momentos das forgas situadas de um Fig 14s dos lados desta segdo em relagio a esse eixo. Para o momento fletor, desejamos sempre conhecer que fibras estao tracionadas ¢ que fibras est¥o comprimidas (para, no caso das vigas de conereto armado, por exemplo, sabermos de que lado devemos colocar as barras de ago, que sf0 0 elemento resistente a tragdo). Nio ter’, entsa sentido fisico algum estabelecermos uma convengao de sinais baseada em rientacio dos eixos y € 2, de modo que ndo agiremos desta forma, pteferindo caleular 0 médulo do momento fletor, acrescendo-o da infor- magi de que fibras ele traciona (para obter que fibras da sego estao tracionadas pelo momento em questio, basta substitutlo por um bi 32 Curso de andlise estrutural de mesmo sentido que ele, ficando a parte tracionada definida pela forca do bindrio que tiver 0 sentido de tragio). Assim, para o caso da Fig. I-45, © momento M, tracions as fbras do lado esquerdo da seeso (em perspec: tiva, na Fig. -46.1, correspondendo as fibras da frente) e 0 momento My traciona as fibras da parte superior, conforme se pode verificar pelo esquema da Fig, 146.2. Fig. 46 (As setas, nas figuras, indicam 0 sentido em que as fibras da segio tendem a se deformar.) Resumindo, podemos dizer que, numa seglo_tuam, no caso mais geral, quatro esforgat simples: um esforgo normal WV, um esforgo cortante @ (efinido por suas componentes Q, ¢ Q-segundo 2 eixos ortogonais y © z pertencentes a0 plano da sega), um momento torgor 7 ¢ um momento fletor M (definido por suas componentes M, e M; segundo estes mesmos ixos y 2). Estes esforcos simples s60 obtidos pelas forgas atuantes de tum dos lados da segdo, trabalhando-se, em geral, com aquele que conduzir 0 menor trabalho de célculo numérico. Ex. 14 — Obter os esforgos simples atuantes na segao S indicada para a estrutura da Fig. 1-47, cujas barras formam, em todos os nds, angulos de 90°. Conceitos fundamentais 3 Entrando, no caso, com as forgas situadas 3 dieita de segao (o que € muito mais simples, pois, se quiséssemos entrar com as forgas da esquerda, terlamos que fazer o efleulo prévio das reagdes de apoio no engaste A), cobtemos, reduzindoas a segto S, os esforgos indicados na Fig. I-48 4x3-12mt — oe Fig. 148 ‘A partir do esquema da Fig. 1-48 temos, levando em conta as definig6es, © convengdes de sinais dadas para esforgos simples neste item, «s esforgos seguintes na segdo S: Esforgo nonmal: N= -2+ (comprime a seco) Esforgos cortantes: Qy = -It (calculado pelas forgas da dircita tem 0 mesmo sentido que 0 sentido positive de Oy) Q, =, 4t (calculado pelas forgas da direita tem Bentido oposto a0 sentido positivo Oz) Momento torgor: T= -12mt (0 vetor de dupla seta esté como que “comprimindo” @ seco) Momentos fletores: My M; 8 mt, tracionando as fibras superiores Smt, tracionando as fibras da frente, Observagdes: a) A identificagdo das fibras tracionadas pelos momentos ‘My eM; € imediata a partir dos bindrios equivalentes indicados na Fig. 1-49 Gs fibras tracionadas estado hachuradas).. Teapto Compressto 149.41 Fig 149 149.2 ft 4 Curso de andlise estrutural ') Pela composiso vetorial de Qy com Q; € de My com M, podlemos obter 0 esforgo cortante Q ¢ 0 momento resultante “etor M resultantes atuantes na sego, que sto iguals a OVE «VTi m= VubeHE = 8VEm No é usual, entretanto, fazermos este eélculo, pois trabalhamos diretamente com as componentes Oy. Q-. My € Mz, conforme se verd no Cap. V deste volume e no Vol. II deste Curso. ¢) Recomendamos a0 leitor, como exercicio, refazer 0 céloulo destes esforgos simples entrando com 43 forgas do lado esquerdo (que sio as eagbes de apoio no engaste). Chegarse-d, evidentemente, aos mesmos resultados. 4) Como os eéfeuios de esforgos simples sio feitos para o centro de gravidade das segoes, representaremos daqui para a frente as estruturas compostas de barras pelo seu eixo (lugar geométrico dos centros de gravidade das sep0es). 5.1 — Caso particular importante: estruturas planas carregadas no priprio plano ‘Seja a estrutura representada na Fig. 1-50.1, que admite um plano P de simetria, estando todas as cargas aplicadas nesse plano. 90. 150.2 Fig £50 Destacando o trago da estrutura neste plano de simetria P, que contém © eixo da estrutura, obtemos 0 esquema representado na Fig. 1-50.2, em que a linha tracejada representa 0 eixo da estrutura, Tratese, entio, de tam sistema de foreas coplanares, caso particular de um sistema de forgas Conceitos fundamentais 35 10 espago. Os esforgos simples s20, ent, um caso particular do caso do espago ¢ teremos, chamando xy ao plano da estrutura, os seguintes esforgos nulos: M, = 0, 7 = G (pois ambos seriam momentos das forgas situadas de um dos lados da seedo em questo em relagso a eixos situados no mesmo plano das forgas, momentos estes nulos, conforme vimos em 2.2.1.3 observagdo a) © Q, = 0 (pois no hé carregamento na diregfo 2). Sobram, entio V, M, © Qy, que serio, respectivamente, © esforgo nor-nal, o momento fletor ¢ 0 esforgo cortante atuantes na segio em estuo. No vaso da estrutura plana carregade ao proprio plano, o momento M; se confunde com 0 momento resultante M das forgas situadas de un dos lados da segdo em relagio a0 seu centro de gravidade © & preferivel tepresenti-lo por uma curva que indica sew sentido de rotagso, conforme mostra @ Fig. I-51, a0 invés de um vetor de dupla seta, pois a cutva ertence ao plano das cargas, a0 passo que o vetor de dupla seta seria a ele perpendicular, o que nos obrigaria 9 representar uma terceita dimenséo perpendicular ao plano. O momento fletor seri definido, como sempre, elas fibras que esté tragionando. @® “ss sv> © ksi eel sta Fig Ls © esforgo cortante Qy se confunde, também, com o esforsy cortante fesultante na sego (pois Q; = 0) € representivto-emos, entdo, por Q. Sua convengdo de sinais € a mesna do cato do espago, mas, apertas pars evitar © grau de liberdade na escotha da arientagdo dos eixos, oriemtaremos 0 eixo y para cima” (a diregdo x & sempre a do eixo da barra em estido) © Podemos, entio, dizer que o esforgo cortante & positive quando, ealculado, pelas foreas da esquerda, for voltado para cima, ou, quando catculado pelax forcas da direita, for voltado para baixo. Quanto a0 esforgo normal, nada hé a acrescentar, valendo tudo que foi dito no caso do espago tridimensional. Na Fig. 151, reptesentamos os esforgos simples M,N, Q, que podem atuar numa segdo S de uma estrutura plana. Notar que 0s esforgos indicados como atuando na parte da direite (Fig. 1-51.2) foram caleulados com as. Ver observacio b deste item. 8 368 Curso de anilise estrutura) forgas existentes na parte da esquerda e vice-versa. No caso da Fig. I-51, 0s esforgos cortante € normal indicados sf0 positivos € 0 momento fletor tracione as fibres de bsixo, conforme mostra o esquema da Fig. 1-52, em que substituimos Mg por um bindrio equivalente, indicado em pontilhado, Resumindo, podemos definir da maneira seguinte os esforgos simples atuantes numa segfo de uma estnitura plana, carregada em sea proprio plano: — Esforgo normal: & a soma algébrica das projecdes das forgas atuantes de um dos lados da seco na dirego do eixo de estruture (diregio normal a segto); — Esforgo cortante: & 2 soma algébrica das projegves das forcas atuantes de um dos lados da sego na dirego perpendicular a0 eixo de estrutura; — Momento fletor: & 2 soma algébrica dos momentos das forcas atuantes de um dos lados da segto em telagdo a seu centro de gravidade. AAs convengbes de sinais pare esforgo normal ¢ esforgo cortante jé foram explicadas anteriommente € © momento fletor deve ser acrescido da infor- ‘magdo de que fibras da segdo ele traciona, Observagées: a) Muitos autores, a fim de eliminar a necessidade de se ‘esorever, com palavras, que fibras da segio 0 momento fletor traciona, adotam para ele a seguinte convengio de sinais: Pontilh:ndo um dos lados da estra- tura, conforme indica a Fig. I-53, dire- mos que 0 momento fletor € positivo quando traciona as fibras do lado ontilhado, sendo negativo em caso contrério. E uma forma, como se vé, de se dizer, através de um sinal, quais ‘fo as fibras tracionadas pelo momento fletor € que nés adotaremos também. Fig, 53 No caso de todas as barras serem horizontais (caso das vigas, que estuda- ternos no Cap. Il) suporemos sempre Conceites fundamentais a7 que © pontithado esteja do lado de baixo, isto ¢, suporemos positivo o momento fletor que tacionar as fibras inferiores da estrutura.? Para as estruturas espaciais, ndo ¢ interessante a adogZo desses pont thados, pols, devido 20 fato de existirem momentos fletores em 2 planas d stintos, setfamos obrigados » pontilhar 2 ledos da esteutura, representagao « ta que, feita em perspective, poderia trazer 0 perigo de um entendimente Fig. 145 Para obtermos a posigfo desta resullante, basta lembrarmos que, como cla € a forga tal que & capar de substitu estaticamente o carregamento distribuido atuante, ela deverd dar, em relaggo a qualquer ponto do espaco, co mesmo momento que 0 das forgas da qual ela éresultante. Assim, chamando a distincia da resultante a um ponto genérico 0, temos: ; [a . Soma dos momentos das eomponentss = J" (aus arom [i ate 5 [ro } Pela expresso obtida para J, podemos encarar esta distincia como sendo a razo entre 0 momento estitico da area em relag#o a0 eixo z ¢ o valor & desta érea, Isto, a partir da definigio de centro de gravidade de uma drea 2°, indica que ¥ € a distancia do centro de gravidade da area 2 20 eixo z e podemos escrever, entio, finalmente, que a resultante de um carregamento distribuido ¢ igual a érea compreendida entre a linha que define este carregamento € 0 cixo da barra sobre 2 qual esti aplicado, sendo seu ponto de apficagae o centro de gravidade da referida drea. Momento da resultante = &' Igualando, obtemos: F "Ver em livros de Cilculo Integral, Mecinica Racional ou Resisténcta dos Materias. 4 Curso de anélise estrutural Ex. 7 — Obter as reagdes de apoio para a estrutura da Fig. 1-66. ae Tm Para obter as reag6es de apoio devemos, inicialmente, substituir 28 carges Aistribuidas por suas resultantes (que produzem os mesmos efeitos estéticos que elas). Astim, temos, levando em conta as conclusdes obtidas para carregamento distribuido neste item, a partir do esquema da Fig. I-67, as seguintes reagbes de apoio: Por EMy=0: 6¥p+1X2-4X2-6X420 2 Vp=5t Por EY V4 =6- Vp Por EX <0: Hy =4- (Os sinais positivos confirmam os sentidos arbitrados na Fig. J-67.) 2m % x 26-66 a1 a 22 Concsites fundamestais 45 Ex. L8 ~ Obter os esforgos simples atuantes na sepdo $ da Fg. 166. Entrando, por exemplo, com as forcas atuantes 4 esquerda da segdo € que se encontram indicadas na Fig. 1-68, obtemos, substituindo o carrega- mento distribuido atuante nesse trecho por sua resultante (que vale 21, na posigdo indicada): atts 3-2-18 3X2-2X 1 = 4mt fh i MSN Fig. 1468 Note o leitor que, para fins de determinagio dos esforgos simpl . atuantes ‘numa segdo, devemos substituir por sua resultante, apenas, as ca gas distri bbuidas atuantes de um dos lados de segdo, 6.3 ~ Cargas-momento Ua estate pole, alé de estar slctad por caa-forr (eee tradas © ou distribuides), estar soficitada por cargas-momento. As cargas moment, cyjo tratamento estético néo apresenta dificuldade adicional cea oer ana iat eonsT eSpace Tana on estrutura, mas tém importincia fundamental como ferramenta de resolugio Gas eaaras pers, eonforme es ae eoreceater Ue non Cu, de moto ue eden fomoc a ta ‘mtxima thf net tolume, tina eargemomento €. ev S————— 5 dentemente, caracterizada pelo. seu Imoduy, diego, sen # pono de ‘pln conte suomi o cass are. rete 48 Curso de anilise estrutural Ex. L9 — Obter as reagSes de apoio para a estrutura da Fig. 1-70. bagmf— am} amb, Fig. 1-70 amt amt Tmt ha Far “ ' + 8m —_—__+ Fig. 71 Temos duas formas de encarar este problema. A primeira consiste na utilizago pura ¢ simples das equagdes da Estética, conduzindo, a partir do esquema da Fig. I-71 a0s seguintes resultados: Por EM,=0: 8¥g+7-3-8=0 3 Ve=05t Por EY =0: V4=Ve=O5t Por EX Hg =0 A outra forma ~ muito mais elegante — de encarar 0 problema ¢ verificar que existe uma carge-momento resultante de (3 + 8 - 7) = 4mt, que s6 pode ser equilibrada por um bindrio de sentido oposto, formado pelas reagbes verticais, cujos sentidos devem ser, entio, of indicados na Fig. I-71 € cujos médulos valem V4 = Ve =4= 0,51. Observagdes: a) Podem ocorter, também, cargas-momento distibuidas; esta ocorrénca ¢, no entanto, ratssima na Andlise Estrutural das estruturas compostas por barras, cujo estudo estamos iniciando. No daremos, pois, Snfase especial a tai carga em nosso Curso (embora seu estudo ndo apresente 23 ificuldade aigama, pois elas sto regidas pelos mesmos principios a que sbedecem as demas) Conceitos fundamentais a7 b) Neste Cap. 1, nosso objetivo foi o de apenas apresentar conceitos bésicos, limitando a exemplificagio a0 nimero minimo necessirio a boa compreensio destes conceitos, cuja sedimentago se fard a0 longo dos roximos capitulos, onde os assuntos aqui introduzidos serdo estudados, em detalhe, para os diversos tipas estraturais que ocorrem na priti

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