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SANTO ANDRÉ
ABRIL / 2010
Sumário
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2
2. OBJETIVOS.......................................................................................................................4
3. METODOLOGIA...............................................................................................................4
3.1. Materiais .....................................................................................................................4
3.2. Reagentes....................................................................................................................4
3.3. Métodos ......................................................................................................................5
3.3.1. Parte 1: Extração do amido da batata. ................................................................5
3.3.2. Parte 2: Preparo da suspensão de amido.............................................................5
3.3.3. Parte 3: Exame microscópico dos grânulos de amido. .......................................6
3.3.4. Parte 4: Reação de caracterização com iodo. .....................................................6
3.3.5. Parte 5: Pesquisa do poder redutor. ....................................................................6
4. RESULTADOS ..................................................................................................................7
5. DISCUSSÃO ......................................................................................................................9
6. CONCLUSÃO..................................................................................................................12
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................12
8. ANEXOS ..........................................................................................................................13
8.1. Anexo 1 – Outros testes com Benedict.....................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
Muitos produtos utilizados pelo mundo têm como fonte a flora brasileira, tendo
como exemplos: medicamentos, alimentos e seus aditivos, fibras, óleos naturais e
essenciais, cosméticos, produtos químicos, bio-combustível. Diversas são as classes
de compostos químicos que podem ser extraídos das nossas espécies vegetais,
sendo uma delas representada pelos polissacarídeos.
Os polissacarídeos pertencem ao grupo dos carboidratos e são formados por
polímeros naturais, constituídos de um único ou de diferentes tipos de
monossacarídeos podendo formar cadeias lineares como na celulose ou ramificadas
como no amido e no glicogênio. Possuem aplicações industriais diversas, sendo
extraídos de plantas (incluindo as algas), animais e fungos ou são obtidos via
fermentação microbiológica.
O amido é um composto que apresenta duas frações principais: a amilose e a
amilopectina, que correspondem respectivamente a cerca de 20% e 80% do amido
na maioria das plantas podendo ser encontrado em grande quantidade em certas
raízes (mandioca, batata doce), caules (batatinha) e sementes (trigo, arroz, milho) e
como todos os açucares possui papel energético no metabolismo destas [1, 2].
A amilose é composta por cadeias laterais de resíduos de glicose unidos pelo
carbono 1 (com configuração α) e 4, ligações α-1,4. A amilopectina, a fração
principal, contém cadeias lineares semelhantes à amilose, mas mais curtas (24-30
unidades de glicose) e contendo ramificações formadas por ligações entre carbono 1
e 6 (ligação α-1,6) [1].
As cadeias de amilopectina organizam-se em estruturas de complexidade
crescente, formando uma matriz semicristalina à qual se associam as cadeias
amilose, e que resultam na construção de grânulos de amido [1].
Na Figura 1 pode-se ver as ligações entre os monômeros de glicose para
formar a amilose.
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Figura 1 – Pequeno segmento de amilose, composto por unidades de D-glicose com lig. α-1,4. Uma
única cadeia pode conter milhares de unidades. Destaca-se que apenas uma extremidade terá
capacidade redutora, (grupo aldeído) [3].
Figura 2 – À esq. ponto de ramificação da amilopectina (lig. α-1,6). À dir. agregado de amilose e
amilopectina, a amilopectina forma duplas hélices com outras e com a amilose [3].
2. OBJETIVOS
Os objetivos deste experimento são extrair amido da batata e purificá-lo;
caracterizar morfologicamente o amido por meio de microscópio óptico, analisando-o
antes de fervido e após ferver com e sem reagente Lugol e verificar qualitativamente
os açúcares redutores com uso de Benedict.
3. METODOLOGIA
3.1. Materiais
• Liquidificador.
• Béquer 200 ml.
• Gaze.
• Estufa de secagem.
• Papel de filtro.
• Funil de Büchner.
• Balança analítica.
• Papel de pesagem (ou vidro de relógio) e espátulas.
• Proveta 50 ml.
• Tubos de ensaio e estante.
• Banho de aquecimento fervente (~ 100ºC).
• Pipetas.
• Conta-gotas.
• Pinça de madeira.
• Microscópio Óptico Primo Star Zeiss, (n° de série 3124000417).
• Lâminas de microscopia.
3.2. Reagentes
• Batatas in natura.
• Água destilada.
• Lugol.
• Reagente de Benedict.
• Solução de glicose 1,0 % (m/v).
• Solução de sacarose 1,0 % (m/v).
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3.3. Métodos
3.3.1. Parte 1: Extração do amido da batata.
Antes do inicio desta etapa era preciso coletar 50 g de batata descascada
utilizando a balança analítica para mensurar a massa obtida. No nosso caso, foi
obtida uma massa final de 50.614g com a utilização de uma batata e meia.
Feita, a coleta da amostra esta foi homogeneizada em um liquidificador com
200 ml de água destilada por 2 minutos obtendo uma solução viscosa de coloração
marrom. Feito isso, a solução resultante foi filtrada para separação entre a parte
sólida (restos de batata não homogeneizados) e liquida da solução deixando a parte
liquida em repouso por aproximadamente 5 minutos para que todo amido presente
na solução depositar-se no fundo do béquer.
Com o amido depositado no fundo do béquer a solução obtida na
homogeneização foi descartada deixando só o amido no fundo do béquer
inicialmente desprezando o sobrenadante.
Para a lavagem do amido, foram adicionados 100 mL de água ao amido
depositado no fundo do béquer seguido de agitação para que o amido se misturasse
á água e depois deixar a solução em repouso por 5 minutos para que o amido
voltasse a se depositar no fundo do béquer removendo completamente o
sobrenadante deixando só o amido no béquer. Repita esse procedimento por 5
vezes para lavagem completa do amido.
Por fim foi adicionado 200 mL de água ao amido purificado (após as 5 etapas
de lavagem), e deixado na bancada para que um técnico responsável o levasse para
ser filtrado em um funil de Büchner e conseqüente secagem na estufa.
Tabela 1 – Preparação de tubos de ensaio para análise de poder redutor com Benedict.
Tubos Amostra (mL) H2O (mL) Benedict (mL)
B – 1,5 1,0
1 1,0 0,5 1,0
2 1,0 0,5 1,0
3 1,0 0,5 1,0
O tubo B (de Branco) serve como referência para o caso do Benedict não
realizar nenhuma reação com alguma das amostras. Os tubos foram fervidos em
banho-maria por 5 minutos e observadas as suas respectivas alterações. Sabe-se
de antemão que as amostras 1, 2 e 3 são de glicose, amido e sacarose, sendo que a
sua correta identificação dar-se-á após ferver as amostras, ou seja, após o Benedict
reagir com as amostras.
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4. RESULTADOS
Tendo em vista a massa de batata empregada e a baixa quantidade de amido
obtida no processo, percebeu-se que o procedimento é inviável uma vez que o
rendimento da reação é muito baixo o que geraria a perda de muita matéria prima
(no caso a batata) na obtenção de uma quantidade baixíssima do produto (amido).
A Figura 3 consiste de um esboço da visualização feita no microscópio óptico
dos grãos sem adição de lugol. Antes de aquecer o grão tem aparência compacta,
só se vê o contorno bem definido. Após aquecer o grão parece maior e rompido,
como se tivesse estourado, isso se explica pois as cadeias da amilase e da
amilopectina são unidas por ligações de hidrogênio que são desfeitas no
aquecimento, apresentou coloração esverdeada.
Figura 3 – Esboço em AutoCad 2004 da visão em microscópio para o amido sem lugol, antes e
depois de ferver. A cor verde é uma forma de retratar os limites vistos ao microscópio..
Figura 4 – Esboço em AutoCad 2004 da visão do microscópio para o amido com lugol, antes e
depois de ferver. O Roxo simboliza o lugol, antes de ferver ele se encontrar bem acomodado no
amido, após ferver, é como se vazasse lugol para fora da molécula.
Figura 6 – Tubos após da adição de Benedict e antes de ferver. Todos os tubos encontram-se azuis
claro devido ao Benedict. A partir da esquerda: Tubo Branco, 1, 2 e 3.
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Figura 7 – Tubos após adição de Benedict e ferver. O tubo Branco (extrema esquerda) permaneceu
sem alteração. O tubo 1 apresentou coloração amarela no fundo (sacarose). O tubo 2 ficou marrom
(glicose) e o tubo 3 (extrema direita) assim como o Branco permaneceu inalterado (amido).
Figura 8 – Tubo 1 após ser agitado, verificou-se a coloração verde, mistura entre a cor amarela e a
cor azul.
5. DISCUSSÃO
A coloração roxa ocorre pois o amido se conforma espacialmente numa
estrutura capaz de aprisionar em seu interior o Iodo do lugol formando este
composto mais roxo.
Isto ocorreu devido ao amido ser constituído por amilose e amilopectina estas
são moléculas de alto peso molecular e podem sofrer complexação com iodo
formando complexos coloridos, sendo que a amilose forma um complexo azul com o
iodo e a amilopectina forma um complexo vermelho, a Figura 9 esquematiza a
formação do complexo amido-iodo [5].
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frutose) por ser um monossacarídeo seu carbono anomérico está disponível para a
redução.
6. CONCLUSÃO
O amido é uma cadeia de carboidratos utilizada pelos vegetais como reserva
energética por ser constituído de diversos monômeros de glicose.
Como o amido forma uma estrutura espacial de hélice, ele é capaz de
aprisionar iodo em sua cadeia formando o composto amido-iodo, dessa forma é
possível verificar a presença de amido numa solução com a adição de lugol (a base
de iodo), pela coloração adquirida pelo complexo, como foi confirmado na
visualização ao microscópio óptico.
O teste do Benedict mostra-se como uma ferramenta interessante para a
identificação de açúcares redutores devido à capacidade destes açúcares de reduzir
os íons de cobre advindos do Benedict e formar compostos com cores como
vermelho e marrom que são bem distintas do azul claro inicial do reagente. De
acordo com os testes, as amostras desconhecidas 1, 2 e 3 são respectivamente:
sacarose, glicose e amido.
De onde se conclui que a glicose possui poder redutor notável, a sacarose
pode conter vestígios de glicose e frutose em sua solução, além destes compostos
também poderem ser obtidos a partir da sacarose por hidrólise e, o amido apesar de
possuir uma extremidade redutora, não é capaz de formar o óxido de cobre I de cor
marrom avermelhada quando na presença do Benedict.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8. ANEXOS
8.1. Anexo 1 – Outros testes com Benedict.
As Figura 12 e Figura 13 ilustram resultados do teste do Benedict para
açúcares redutores.
Figura 12 – Resultados do teste com Benedict para glicose, sacarose e frutose. Glicose e frutose são
redutores, perceba a cor marrom-avermelhada como a obtida no neste experimento. Fonte da
imagem:
http://jchemed.chem.wisc.edu/JCeSoft/CCA/CCA5/MAIN/1ORGANIC/ORG18/TRAM18/B/0591308/M
OVIE.HTM.