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emPRego-que cpinio PERSPeGuiVas Santas Carneiro SAO MUITAS AS SOLUGGES QUE PODEM ALAVANCAR 0 PRO GRESSO E BEM ESTAR DA SOCIEDADE PORTUGUESA Assistimos diariamente a discusses sobre empraga em diversas vertentes, @ encerramento de empresas, as reestruturagdes/deslocalizacdes com perda de postos de trabalho, onimera de desempregacos, mutos delesjovens com graus académicas, os planos da Gaverna, etc. Deverd ser mesmo o empregootemamarcante detantas preocupagées? Na minha apinigo, 9 conceita de emprega cue muitas vez subjez nos bastidores destes discussdes é perverso, por- que 0 conceita de ermprego & 0 direito ao emprago acar- retam no s6 @ compensagao dum salério como cantra- partide dum servico prestado, visto tantss vezes como 0 Unico objective, mas tambem a obrigagso, de contribulr positiva e construtivamente para s sociedade direito 3 cabter, como retorno, uma verba e condi¢des que permitam, viver com elevada dignidade (na habitagéo, na Saude, a educegéo,.) e construir um patriménio cansubstanciado ‘om valores que no meramente os bens matoriais (patri- ‘ménia social, cultural, ambiental... D conceite de emprega tem assim sido malbaratedo pele auséncie da participagao activa e de valor acrascentado que 9 direita por si sé no implica, Quantos de n6s no agsistimos ¢ | nos revoltamos com situagdes em que 0 dircito ao emprego é abusivamente utilizedo para execu- ‘tar sem qualidade, para furtar-se a responsabilidade, dar pertura ao proteccionisma, com custas elevados pers @ sociedads? € porque alguns nde cumpram a.sua missao no emprega, outros também se acham no direito de se elhe- ‘arem das sua obrigacSes, que chegamos a uma saciedade em que o direito a0 emprego se complica mais @ col Foca no salério € no no valor do. capital human. E. por acréscimo, no se trata 66 de ter um salario, mas o direl tovitalicio ssseguredo pela lei de uma verba que supere a Select Vedior inflagéo, caja ala sari, tangival ou intangiva, ou raf ms, apesar da pressao do aceseo a reforma se querer, & muitos cases, cada vez mais ced! Coma 6 que a sociedade que queremas do conhecimanto, da inovago © da competitividede, pode sobreviver com estes conceitos anqulosedos tao arreigados numa porte relevente da populagic? A posturs usual écriticar e dizer o que est mal parte Fécl. A situagao actual pede-nos que 26 do tranefarmar essa capocidade da critica numa at tude positiva e construtiva, de accdes que poscem alte rar de alguma forma a situacao, que nos permite mudaro actual paracigma do emprege Considera que existe muito a fazer para encontrar solu- Gfes para a actual situagSa do emprego na nossa socie- dade, Impossivel € assistirins impavdos @ serenss a6 desenrolar dos acontecimentes, na expectstve de espe rar quo alguém faga 0 quo a cada um do nés compote Existem muitas oportunidades na sockedade para con tribuir com trebelna, talvez nem todo oo tipa tracicional 4 que nos habituamos, mas opartunidades para diminuir 8 boise de desempregacos que hoje & t8o signifieat - Estou pensar na utiizecdo de ‘desempregades’ em apoio nas aroas socias, da saude, no municipio, a tercaira idade e juvantude. € importante colocar 03 ‘deserrarege- dos’ perante os rabalhos que carecem de ser realizado, levando a complamentas do valor de subside da desem- prego device 8 contrbuigo positive pare @ sociedade E quem fala de ‘desempregados’ Fela também de ‘refor radios’ (cada vez erais ura populagao ainda jovern @ com arende capacidade para contribur). Néo pode ser spsnes lima dstriougéo de trabalho mas davers encontrar-oe forma de compensate Claro que estamos a falar de trabalhas de canz tem porério porque correspondem @ necessidades pontu- ais de sociedade. Mos a sociedade osté em permanen- te mutapae © sempre surpirgo novas necessidades de ‘apoio e de quem as preencha. No entretento, criam-se 85, opartunidados pare projectos de maior enverga- dure, que com melhores remunzragies, v8o continuar, na maior parte des vezes, @ manter o cariz temparério. (0 emprego para a vida @ um paradigma em extingao. Que Future pode ter © emprego para a vide no merca~ do globel e que soguranga pode garantir ao empregado? Esse @ o mercado de hoje e dos proximos anas, 2auele com ‘que as empresas © as instituigses Lem que lider no dia 6 di, ‘Acgerantia do empragada & da sobrevivéncia das emare- sas 36 pode baseer-se na competéncia, na experiéncia © ra vontsde de contribuir de todos, invasticares, diraccSo. @ empragades, Se cada um nao tiver continamente uma comperticinacao positive psra a consecusao dos abject vyos ds empresa, a8 Focas de deseinpraga 4 vista vo con- tinuar @ aparecer. Esta situecdo ocorre também quando 9 admissées nao sia e foram 2s adequades, ou 0s pro- fissionais por razdes diversas se afastaram do que deles, era esperada, E por isso que axicta também @ necessidade de redese- nnhar,reorientar e complementer as politica de recursos, humanos de muitas empresas portuguesas. A garentia do empregado e da sobrevivencia das empresas s6 pode basear-se na competéncia, na experiéncia e na vontade de contribuir de todos, investidores, direc¢éo e empregados Mas nao é suficiente. Concarda cenvictamente com o recente alerts do Senhor Presidente da Republica, Prof. Dr. Cavaco Silva, ode outros, ‘no mesma sentido sobre 2 corrupcéo, quando paiem adedo, numa ferida que nos afecta a todos de forms individual € como sociedade, colect'vamante, Reduzir drasticamente 08 nivais de corrupego é uma missB0 nacional que cabe a todos os portuqueses e em que todos temos de nos empe- har | corrupeae @ um predador que mata lentamente, que larrasa e mine 03 alicerces de uma sociedade. € corrupca0, falar am pradutividede @ inovago de empresas com pro- teccionismo aos menas qualificadas, impedir a pragresséo, dos meis capezes e pedir que pessoas executem tarefas ‘20m possuirem as qualificarbes ou perfis necessanios. A ‘corrupgao permite resaiver @ curto prazo, aconcretizaglo do lucro Facil, mas hipatece defiritivamete 0 futuro das, novas geragbes. A corrupgdo desvirtua @ competitivida- de, porque pera uma empresa que utilize boas préticas @ tenha que competir no mesma mercada com empresas, que utilzam préticas improprias, tem grandes dificulde~ es em no ser arrastada no turbilhéo. Sa0 muitas as solugtias que padem alavancar o progres- 50 € bem estar da sociedade portuguese. Vencida @ cor- rupee, teremos auta-astradas desobstruitas para nos, movimentarmns Falemos @ demos desteque aos "ricos” em principies, seleccionem-se os gestores competentes, rrevajam-se a6 estruturas das empresas e instituigaes em fungao das campeténcias, encerreguem-se de distribuir trabalho por aqueles que no tem empraga, remunere-se pela meritocracia @ em funséia do rigor e de melhor justice humana @ veremos 0 pragresso a crescer dia a dia, o apa~ recer dos talentos 0 o virar de pagina que todos reclama- ‘mos e ambicionamos. 0 sucesso do emprego esté nas mos de cada um de nds, mas pare que tal cuceda temas que atacar as causes nao actuarmas na matematice dos numeros.

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