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APOSTILA DE

BIOLOGIA
3º ANO
ENSINO MÉDIO

GENÉTICA
2010
TURMA: _____
TURNO:MANHÃ

ALUNO: _____________________________

Material Elaborado pela Bióloga Rosilene Thiele


GENÉTICA – O ESTUDO DA HEREDITARIEDADE

A HEREDITARIEDADE é o fenômeno que explica as semelhanças observadas entre pais e filhos ou


entre indivíduos de uma mesma linhagem. E a GENÉTICA é a ciência que estuda os fenômenos da
hereditariedade. A forma como é transmitida em uma espécie.
A GENÉTICA DE MENDEL
Mendel era um monge agostiniano que realizou experimentos com ervilhas durante oito anos. Durante
este tempo, ele observou que as ervilhas revelavam características que se transmitiam através de gerações e
que eram facilmente notáveis. Suas experiências constituem as bases da Genética Moderna.
Inicialmente, Mendel controlou a reprodução dos pés de ervilhas e fixou-se em algumas características
nas quais sempre era possível identificar duas formas alternativas de manifestação, evidentes e fáceis de
individualizar.
Observando todas essas características, ele concluiu que existem “fatores” que respondiam por cada
uma das características. A verdade é que ele apenas identificou a existência destes fatores, não sua
localização. E muito menos os chamou de gens ou genes.
No entanto, Mendel concluiu que os fatores apresentam-se sempre aos pares nas células somáticas
(células com 2n cromossomos) e isoladas nos gametas (células com n cromossomos).
Mendel detectou também a dominância e a recessividade, bem como a homozigose e a heterozigose.
Em resumo, Mendel chegou às seguintes conclusões:
1ª “Fatores Hereditários”
2ª O par de Fatores = Genes Alelos.
Indivíduos puros são aqueles que carregam os fatores iguais; e os que carregam dois fatores
3ª diferentes, são impuros ou híbridos.
4ª Existência de fatores dominantes e de fatores recessivos.

1ª LEI DE MENDEL:

Nas células somáticas, os fatores hereditários (GENES) se encontram sempre aos pares (2n).
Mas durante a formação dos gametas, eles se separam mostrando-se isolados ou segregados (n).
Para facilitar nosso estudo em genética, temos que nos habituar com alguns termos que são
freqüentemente utilizados, e que se fazem necessários:
GENES: são pedaços de DNA cromossômico que sintetiza uma proteína. Cada cromossomo abriga
inúmeros genes.
GENES ALELOS: são os genes que formam pares e encontram-se em cromossomos homólogos, e
respondem pelo determinismo dos mesmos caracteres e se posicionam identicamente.
CROMOSSOMOS HOMÓLOGOS: são aqueles que formam par em uma célula somática. São
homólogos porque contém genes para os mesmos caracteres.
CROMOSSOMOS NÃO HOMÓLOGOS: são aqueles que não formam par em uma célula somática.
Portanto não possuem a mesma seqüência de genes.
LOCO GÊNICO ou LOCUS GÊNICO: É o local certo e invariável no cromossomo onde se situa o gene
para determinado caráter.

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HOMOZIGOSE: é o indivíduo que possui os dois genes alelos para um determinado caráter, com idêntica
forma de expressão, ou seja, iguais (AA ou aa).
HETEROZIGOSE: é o indivíduo que apresenta os genes alelos diferentes, ou seja, um dominante e
outro recessivo (Aa).
GENÓTIPO: a palavra designa a constituição genética do indivíduo, não é visível. Ele é apenas
representado por letras. Para isso convencionou-se o seguinte:
• A letra que designa a manifestação dominante deve ser a mesma que designa a manifestação
recessiva;
• A manifestação dominante é representada por letra MAIÚSCULA e a recessiva por letra
MINÚSCULA;
• No indivíduo heterozigótico, indica-se em primeiro lugar a letra da manifestação dominante e, só
depois, a letra da manifestação recessiva;
• A letra preferível deve ser a inicial da manifestação recessiva.
FENÓTIPO: indica a manifestação visível ou apenas detectável da ação do genótipo.

GENÓTIPO + MEIO AMBIENTE = FENÓTIPO

As proteínas possuem diferentes papéis biológicos: enzimas – regula as


reações celulares que determinam a manutenção da vida nas células e
definem as características do indivíduo. Concluímos assim que para cada
caractere, existem genes e enzimas específicos que condicionam a sua
manifestação.

“OS GENES ATUAM ATRAVÉS DA AÇÃO DE ENZIMAS ESPECÍFICAS POR ELES PRODUZIDAS.”
GENE (DNA)  RNA  PROTEÍNA (ENZIMA)  CARACTERÍSTICA

MONOHIBRIDISMO
Monohibridismo é o cruzamento onde se considera a transmissão de apenas uma característica. Neste
caso há sempre a participação de um único par de genes.
O Monohibridismo pode ser de diferentes maneiras, as formas como os genes se expressam nunca é a
mesma. Então foram identificados vários tipos de manifestações dos genes, e eles serão descritos conforme
vamos nos familiarizando com os cruzamentos em genética.
Vimos que Mendel identificou a existência de fatores que dominavam e outros que eram dominados, o
que passaremos a chamar de genes DOMINANTES e genes RECESSIVOS.

Como ele identificou isso, veremos agora:


Mendel usava linhagens puras (que denominamos de GERAÇÃO PARENTAL = P) diferentes e as
cruzava.
Como as flores são hermafroditas (macho e fêmea) ele as fazia macho, retirando a estrutura feminina
de reprodução. E para fazê-la fêmea, retirava os grãos de pólen.

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RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO MONOHIBRIDISMO COM DOMINÂNCIA

Sempre que se cruza um homozigoto dominante (AA, por exemplo) com um homozigoto recessivo
(aa), em F1 resulta uma geração com 100%de heterozigotos (Aa)

P: Altas (AA) x anãs (aa)


G: A x a
F1: 100% Altas (Aa)

a a
A Aa Aa
A Aa Aa

Sempre que se cruzam dois indivíduos iguais heterozigóticos (Aa, por exemplo) obtém-se uma prole
com 1/4 (25%) de homozigotos dominantes, 1/4 (25%) de homozigotos recessivos e 2/4 (50% de
heterozigotos).
F1 x F1: Altas (Aa) x Altas (Aa)
GF1: A,a x A,a
F2: 75% Altas (1/4 AA e 2/4 de Aa) e 25% anãs (aa)

A a
A AA Aa
a Aa aa

Sempre que se cruza um indivíduo homozigótico (dominante ou recessivo, tanto faz) com um indivíduo
heterozigótico, os descendentes se distribuem em 50% iguais a um dos cruzantes e 50% iguais ao outro
cruzante.
Exemplo:
F1 x F1: Altas (AA) x Altas (Aa)
GF1: A,A x A,a
F2: 50% Altas (2/4 de Aa) e 50% anãs (2/4 de aa)
A a
a Aa aa
a Aa aa

Sempre que pai e mãe forem fenotipicamente iguais e o filho resultar com um fenótipo diferente ,
pensa-se, em primeiro lugar, que a manifestação do filho é recessiva e que seus pais são provavelmente
heterozigóticos.
O que Mendel fez:
Mendel cruzou, por autofecundação várias ervilhas, várias vezes até conseguir indivíduos puros.
Mendel cruzou uma planta alta (AA) com uma planta anã (aa), e obteve uma geração F1 (Filha 1) toda
alta.

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Cruzou dois indivíduos da geração F1, obtendo uma geração F2 composta por indivíduos altos e
baixos.
Mendel concluiu que "os indivíduos devem conter fatores em pares que se separam durante a formação dos
gametas e se unem na formação de um novo indivíduo", Mendel não sabia que esses "fatores" eram os genes.

Fenótipos Genótipos Freqüência Genotípica Proporção Fenotípica


AA 1/4
Alta 3
Aa 2/4
Anã aa 1/4 1

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Que tipos de gametas pode ser formados por um indivíduo de genótipo Aa ?
a) Aa e Aa b) AA, Aa e aa c) A e a d) AA e aa e) unicamente A

2. Algumas pessoas demonstram uma transpiração excessiva mesmo em condições ambientais normais. Esse caráter é
determinado por um gene dominante S. Como será o genótipo de uma pessoa normal?
a) ss b) SS c) Ss d) S e) s

3. O fenômeno da dominância em relação a dois genes alternativos para um mesmo caráter significa que:
a) o número de genótipos é sempre igual ao número de fenótipos correspondentes.
b) o heterozigoto é fenotipicamente semelhante a um dos homozigotos.
c) é possível reconhecer o genótipo através dos fenótipos dos indivíduos.
d) todos os genótipos são fenotipicamente diferentes.
e) O fenótipo é sempre exclusivamente condicionado pela ação do genótipo.

4. A probabilidade de um casal heterozigoto para uma determinada característica condicionada por um par de genes ter um
filho também heterozigoto para a mesma característica é de:
a) 0 b) 1/4 c) 1/2 d) 3/4 e) 100%

5. Certo tipo de idiotia aparece em filhos de casais normais e, no entanto, trata-se de uma manifestação hereditária. Como
você explica esse fato?
a) Os pais são homozigóticos
b) os filhos são todos heterozigóticos
c) a idiotia é condicionada por um gene dominante.
d) o gene para idiotia é recessivo.
e) os filhos normais são todos homozigóticos dominantes.

MONOHIBRIDISMO SEM DOMINÂNCIA


O Monohibridismo Sem Dominância também pode ser chamado de dominância intermediária ou
ausência de dominância. É uma forma de herança em que dois alelos diferentes de um dado par têm
potencialidades semelhantes e, em conseqüência o indivíduo heterozigótico revela um fenótipo intermediário
ou, então, bastante diferente daqueles apresentados pelos homozigotos.
Entre as boninas, um tipo de planta conhecida também popularmente como maravilha ou dama-da-
V V B B
noite, os indivíduos puros ou homozigóticos costumam apresentar flores vermelhas (B B ) ou brancas (B B ).
Mas os heterozigóticos possuem sempre flores róseas (BVBB).
P BBBB – BRANCA X BVBV - VERMELHA
F1 BBBV – RÓSEAS (100%)

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) Realize os seguintes cruzamentos, determinando: o genótipo, o fenótipo, a proporção genotípica e a


fenotípica das seguintes características a serem consideradas:
a) Cabelo preto: L / cabelo loiro: l
Cruzamentos:
LL x ll Ll x ll Ll x Ll ll x ll

P B
b) Rato preto: R / Rato branco: R
Cruzamentos:
P P B B P B B B P B P B
R R x R R R R x R R R R x R R

2) Explique por que é necessário realizar o cruzamento entre heterozigotos para que se determine as
proporções genotípicas e fenotípicas.

Outros tipos de MonOhibridismo:


Dominância completa
Nos casos de dominância completa, o indivíduo heterozigótico apresenta o fenótipo condicionado pelo
alelo dominante, ou seja, o alelo recessivo só se manifesta em homozigotia. Existem apenas dois
fenótipos possíveis.

Dominância incompleta ou sem dominância


Nos casos de dominância incompleta, o indivíduo heterozigótico vai apresentar um fenótipo diferente dos
indivíduos homozigóticos. Neste caso vai apresentar um fenótipo intermédio entre os dois indivíduos
homozigóticos antagônicos, ou seja:
Ex:

Co-dominância
Nos casos de co-dominância, o indivíduo heterozigótico vai apresentar um fenótipo diferente dos
indivíduos homozigóticos. Neste caso vai apresentar um fenótipo que resulta da mistura dos dois
indivíduos homozigóticos antagônicos, ou seja:
Ex:

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2ª LEI DE MENDEL E O DIIBRIDISMO:

Descoberto o mecanismo de transmissão “isolada” dos caracteres hereditários, Mendel passou a


estudar como esses caracteres se transmitiam de uma maneira “conjunta”. Ele pôde observar que cada par de
genes alelos agem na manifestação de seu caráter como se os demais não existissem.
DIIBRIDISMO = é o estudo da transmissão de dois caracteres ao mesmo tempo.
Ao avaliar um cruzamento de diibridismo, você deve adotar, na ordem, a seguinte série de procedimentos:
1º. Disponha em linha os genótipos dos cruzantes (geração P);
2º. Abaixo de cada genótipo, coloque todos os gametas possíveis daquele cruzante;
3º. Arme o genograma, dispondo os gametas de um cruzamento na linha horizontal de cima e os
gametas do outro cruzante na primeira vertical da esquerda;
4º. Cruze as linhas verticais com as horizontais e vá completando ou preenchendo as casas do
tabuleiro, atentamente;
5º. Interprete estatisticamente os dados obtidos, não só do ponto de vista genotípico mas também
fenotípico.

Cruzando plantas de sementes amarelas e lisas com plantas de sementes verdes e rugosas, obteve a
geração F1 composta totalmente de plantas de sementes amarelas e lisas.
Cruzando indivíduos da geração F1, obteve plantas de sementes amarelas e lisas, plantas de
sementes amarelas e rugosas, plantas de sementes verdes e lisas e plantas de sementes verdes e rugosas
Mendel concluiu que "os fatores segregam-se uns dos outros independentemente".

P: Amarelas e Lisas (VVRR) x Verdes Rugosas (vvrr) F1 x F1: Amarelas e Lisas (VvRr) x Amarelas e Lisas (VvRr)
G: VR x vr GF1: VR, Vr, vR, vr x VR, Vr, vR, vr
F1: 100% Amarelas e Lisas (VvRr) F2: VVRR, VVRr, VVrr, VvRR, VvRr, Vvrr, vvRR, vvRr, vvrr
VR Vr vR vr
vr Vr
VR VVRR VVRr VvRR VvRr

Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr


VR VvRr VvRr
vR VvRR VvRr vvRR vvRr

VR VvRr VvRr vr VvRr Vvrr vvRr vvrr

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Fenótipos Genótipos Freqüência Genotípica Proporção Fenotípica
VVRR 1
VvRR 2
Amarela Lisa 9
VVRr 2
VvRr 4
VVrr 1
Amarela Rugosa 3
Vvrr 2
vvRR 1
Verde Lisa 3
vvRr 2
Verde Rugosa vvrr 1 1

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Em cobaias ou porquinhos-da-índia, o pêlo negro (B) e arrepiado (L) dominam sobre pêlo branco ou albino
(b) e liso (l). Como se distribuirão fenotipicamente os descendentes de um cruzamento entre cobaias de pêlo
negro e arrepiado, ambos heterozigóticos para os dois caracteres?

2) No quadro abaixo, os números representam os descendentes do cruzamento entre duas ervilhas híbridas
(heterozigóticas) de genótipo VvRr. Indique os indivíduos que terão genótipo igual ao dos pais.
pólen
óvulo VR Vr vR vr
VR 1 2 3 4

Vr 5 6 7 8

VR 9 10 11 12

vr 13 14 15 16

3) De acordo com as leis de Mendel, os indivíduos com genótipo:

a) Aa produzem gametas AA, Aa e aa. b) AaBb produzem gametas A, a e B.


c) AaBb produzem gametas Aa e Bb. d) AA produzem gametas A
e) aa produzem gametas aa.

4) Num experimento com linhagens puras, cruzaram-se ervilhas de sementes amarelas e lisas (dominantes)
com ervilhas verdes e rugosas (recessivas). Considerando-se apenas o fenótipo relativo à cor, pode-se esperar
que na geração F2 a relação de indivíduos com sementes amarelas e de indivíduos com sementes verdes
esteja, respectivamente, na proporção de :

a) 1:1 b) 1:2 c) 1:3 d) 2:1 e) 3:1

5) Um homem míope e albino casou-se com uma mulher de visão e pigmentação da pele normais, porém filha
de pai míope e albino. Sendo a miopia e o albinismo caracteres recessivos, qual a probabilidade de vir esse
casal a ter filhos (de qualquer sexo) de visão e pigmentação da pele normais?

a) 1/2 b) 1/4 c) 3/4 d) 1/8 e) 1/16

6) Os experimentos de Mendel com cruzamento diíbrido mostrando distribuição independente dos dois pares
de alelos resultam em uma proporção:
a) fenotípica de 3:1 b)genotípica de 3:1 c) genotípica de 1:2:1
d) fenotípica de 9:3:3:1 e) genotípica de 9:3:3:1

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7) Do cruzamento de um diíbrido (AaBb) com um duplamente homozigoto (aabb), resultaram 160
descendentes. A proporção esperada de descendentes com o genótipo igual ao do pai diíbrido é:
a) 6,25% b) 18,75% c) 25% d) 50% e) 56,25%

8) Um casal de amigos seus, Márcio e Olga, ambos de olhos castanhos e cabelos lisos, trazem duas crianças à
sua casa: José de olhos castanhos e cabelos crespos, e Luis, de olhos azuis e cabelos lisos. Márcio e Olga
pedem para você adivinhar qual dos meninos é filho deles. Cabelos crespos são dominantes.
a) José b) Luis c) Ambos podem ser d) Nenhum pode ser
e) Resposta impossível com apenas esses dados.

9) Certo tipo de miopia é um caráter condicionado por um gene recessivo m. A adontia hereditária é
determinada por um gene dominante D. Um homem com adontia e visão normal casa-se com uma mulher
míope e com dentes, tendo um casal um filho míope e com dentes. Se o casal tiver mais um filho, qual a
probabilidade de ele ser homem e normal para ambos os caracteres?

a) 1/8 b) ¼ c) 1/16 d) 1/32 e) 0%

TRIIBRIDISMO E POLIIBRIDISMO

Agora, vamos nos preocupar com problemas nos quais os cruzantes e seus descendentes diferem por
3 ou mais caracteres. Logo, em cada genótipo devemos encontrar 3 ou mais pares de genes. Para tanto, é
oportuno que você conheça algumas constantes que permitem avaliar determinados dados com precisão e
rapidez.
Você pode determinar: Pela constante:
• Número de gametas diferentes no poliibrido 2n
• Número de fenótipos diferentes em F2 2n
• Número de genótipos diferentes em F2 3n
• Número de casas do genograma em F2 4n
n = número de características considerados (somente heterozigotos)

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Veja o seguinte genograma, onde cruzou-se ervilhas amarelas e lisas e de vagem estufada (todos dominantes
(VVRRMM) com ervilha verdes e rugosas e de vagem murcha (vvrrmm):

A proporção fenotípica dos descendentes, quando cruzam dois triibridos, é de:


27 : 9 : 9 : 9 : 3 : 3 : 3 : 1
Em F2, para cada grupo de 64 plantas descendentes, temos:
27 com sementes amarelas, lisas e vagem estufada ( dom / dom / dom) - 3 dominantes
09 com sementes amarelas, lisas e vagem murcha ( dom / dom / rec ) - 2 dominantes
09 com sementes amarelas, rugosas e vagem estufada ( dom / rec / dom) - 2 dominantes
09 com sementes verdes, lisas e vagem estufada ( rec / dom / dom) - 2 dominantes
03 com sementes amarelas, rugosas e vagem murcha ( dom / rec / rec) - 1 dominantes
03 com sementes verdes, lisas e vagem murcha ( rec / dom / rec) - 1 dominantes
03 com sementes verdes, rugosas e vagem estufada ( rec / rec / dom) - 1 dominantes
01 com sementes verdes, rugosas e vagem murcha ( rec / rec / rec) - 1 dominantes

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Quantos tipos diferentes de gameta pode formar um indivíduo heterozigoto para 5 pares de alelos distintos
situados em cromossomos diferentes?

2. Se o indivíduo da questão anterior for cruzado com uma fêmea de genótipo igual ao dele, quantos genótipos
diferentes serão possíveis nos seus descendentes?

3. Calcule o número de fenótipo diversos que podem ocorrer em F2 a partir do cruzamento de dois indivíduos
homozigóticos para 4 pares de alelos, sendo um dos cruzantes homozigóticos dominante e o outro,
homozigótico recessivo.

4. Quantas casas teria um genograma formado pelo cruzamento dos gametas de dois indivíduos idênticos
heterozigóticos para 4 pares de alelos.

5. Na espécie humana, mecha branca nos cabelos, sarda e polidactilia são manifestações determinadas por
genes dominantes. Um indivíduo com mecha branca nos cabelos, sardento e portador de polidactilia, cujo pai
não tinha mecha no cabelo nem era sardento, mas tinha polidactilia, e cuja mãe tinha mecha, era sardenta,
mas não revelava polidactilia, casa-se com uma prima de genótipo idêntico ao dele. Qual a probabilidade que
tem esse casal de vir a ter uma criança sem mecha, sem sardas e sem polidactilia?

CÁLCULOS DE PROBABILIDADE:

PROBABILIDADES = é a freqüência “esperada” de um acontecimento dentro de um certo número de


tentativas. É a chance que um evento tem de ocorrer, entre 2 ou mais eventos possíveis. Podemos representá-
la pela seguinte expressão:

número de vezes da
ocorrência esperada
PROBABILIDADE =
Número de vezes de
Tentativas

Por exemplo: se você quer tirar um ás num baralho, tem 4 possibilidades isoladas ao mesmo tempo (o ás de
ouros, o ás de copas, o ás de paus e o ás de espadas). Você terá então:

REGRA DO “ E ”

A probabilidade de dois ou mais eventos independentes ocorrerem conjuntamente é igual ao produto


das probabilidades de ocorrerem separadamente. Esta regra corresponde à pergunta: Qual a probabilidade de
ocorrer um evento E outro, simultaneamente?
Suponha que você jogue uma moeda duas vezes, qual a probabilidade de obter duas “CARAS” , ou
seja, “cara” no 1º lançamento E “cara” do 2º?

REGRA DO “ OU ”

Diz que a ocorrência de dois eventos que se excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades
que cada evento ocorre. Esta regra corresponde à pergunta: qual a probabilidade de ocorrer um evento OU
outro?
Por exemplo, a probabilidade de obter “cara” OU “coroa”, ao lançarmos uma moeda é igual a 1, porque
representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada à probabilidade de ocorrer “coroa”.

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EXEMPLO: Considere que a queratose (anomalia genética em que o indivíduo revela espessamento da
camada córnea da pele, com rachaduras dolorosas) seja devida a um gene dominante N. qual a probabilidade
de que um casal em que ambos os cônjuges têm queratose e são heterozigóticos venham a ter 4 filhos
(independente de sexo), todos com queratose?

P: Nn X Nn

Gametas: N n N n

GENOGRAMA: N n
N NN Nn
n Nn nn

F1 : 25% ou 1/4 NN (c/ queratose)


50% ou 2/4 Nn (c/ queratose)
25% ou 1/4 nn (normais)
∴ Probabilidade de nascer filho com queratose: 3/4

Como o problema indaga sobre a possibilidade de o acontecimento (nascimento do filho com


queratose) se repetir por 4 vezes seguidas, teremos:

3 3 3 3 81
PROBABILIDADE = X X X =
4 4 4 4 256

Se quisermos dar o resultado em percentagem, basta fazer uma simples regra de 3:

Se em 256 _______________________ temos 81


Em 100 __________________________ teremos X
X = 31,6 %

Se quiséssemos saber qual a probabilidade do filho nascer com queratose OU sem queratose, teremos
que realizar outro cálculo, aplicando a regra do OU:

3 1 4
PROBABILIDADE = + = simplificando = 1
4 4 4

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Em casos de Diibridismo, aplicamos o seguinte macete:

Suponha o seguinte cruzamento: EeVv X EeVv


Quero saber qual é a probabilidade de sair um indivíduo Eevv
a. do cruzamento de Ee X Ee, resultam 2/4 de descendentes com genótipo Ee;
b. do cruzamento de Vv X Vv, resultarão descendentes na proporção de 1/4 com genótipo vv;
c. ora, como a pergunta se refere à probabilidade de as duas coisas ocorrerem simultaneamente no mesmo
indivíduo (descendentes Eevv), avaliamos essa possibilidade pelo produto das duas probabilidades isoladas,
ou seja:

2 1 2
PROBABILIDADE = X =
4 4 16

OBSERVAÇÃO: Assim, se você fizer o genograma, encontrará exatamente o mesmo resultado. Para tanto, os
cálculos de probabilidade facilitam a obtenção dos resultados, evitando assim fazer aqueles genogramas
enormes !! Eles estão assim, a serviço de você , portanto faça bom uso desse recurso.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Nº 05
1) A proporção esperada de indivíduos duplo-heterozigotos para dois pares de genes de um casal também
duplo-heterozigoto é de:

a) ½ b) ¼ c) 3/8 d) 1/16 e) 2/16

2) A chance de um casal ter 3 filhos homens é de:

a) ½ b) 1/3 c) ¼ d) 1/8 e) 1/16

3) Um casal tem 3 filhas. A mulher está grávida e diz ao marido: “Espero que nosso quarto filho seja do sexo
masculino”. O marido que estudou genética, pensa um pouco e responde corretamente: “a probabilidade de
que nosso filho seja um menino é de:

a) 50% b) 66% c) 75% d) 33% e) 25%

4 ) Diversas cobaias pretas heterozigóticas são cruzadas entre si. A probabilidade de os três primeiros
descendentes serem alternativamente preto - branco - preto ou branco - preto - branco é de:

a) 9/64 b) 27/4096 c) 3/4 d) 3/16 e) 27/64

5) O albinismo no homem é condicionado por um gene recessivo (a), e seu alelo (A) é responsável pela
pigmentação normal da pele. Qual a probabilidade de um casal heterozigoto ter quatro filhos de qualquer sexo,
sendo dois albinos e dois normais?

a) 3/4 b) 3/8 c) 9/256 d) 27/128 e) 27/256

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HEREDOGRAMAS
HEREDOGRAMAS: são gráficos utilizados para expor a genealogia ou pedigree de um indivíduo ou família.
Através de símbolos e sinais convencionais são caracterizados todos os integrantes da linhagem sobre a qual
se questiona alguma coisa.

SINAIS CONVENCIONAIS UTILIZADOS EM HEREDOGRAMAS

= MULHER NORMAL = HOMEM NORMAL

= MULHER AFETADA = HOMEM AFETADO

= O TRAÇO DE UNIÃO ENTRE AS FIGURAS INDICA O CRUZAMENTO

= O TRAÇO DUPLO DE UNIÃO INDICA CRUZAMENTO ENTRE PARENTES

= GÊMEOS DIZIGÓTICOS (BIVITELINOS)

= GÊMEOS MONOZIGÓTICOS (UNIVITELINOS OU IDÊNTICOS)

1 2 3 4

QUATRO IRMÃOS CONTADOS DA ESQUERDA PARA A DIREITA NA ORDEM EM QUE NASCERAM

= INDICATIVO DE INDIVÍDUOS DE SEXO NÃO INFORMADO

= FÊMEA PORTADORA (PARA CARÁTER LIGADO AO CROMOSSOMO X

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Exemplo: Heredograma ou Genealogia de uma família portadora de Polidactilia:

I 1 2

II 1 ? 2 3

III 1 2 3 4 ? 5 ? 6 ?

IV 1 2 3 4 ? 5 6 ?

V 1 2
Homem normal Homem afetado

Mulher normal Mulher afetada

1. Considere o heredograma de uma família em que se manifesta uma determinada característica genética.

I Afetados
1 2

Normais
II
1 2 3 4

III
1 2 3

Nessa família, quantos tipos de gametas produzirão, respectivamente, os indivíduos I-1, II-3 e III-1?
a) 1-2-1 b) 1-2-2 c) 2-1-2 d) 2-2-1 e) 2-2-2

2. Analise o heredograma:

I Afetados
1 2
Normais

II
1 2 3 4

III
1 2 3 4 5 6 7

1 2

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Sobre as informações contidas nesse heredograma, todas as afirmativas estão corretas, exceto:
a) Homens e mulheres podem ser igualmente afetados pela anomalia.
b) O n° de mulheres heterozigotas é o dobro do n° de homozigotas.
c) Os casais II.3 x II.4 e III.6 x III.7 tem a mesma probabilidade de ter crianças afetadas.
d) Os homens normais representados são heterozigotos.
e) Os indivíduos afetados representados são homozigotos.

3. Um determinado caráter é encontrado em três famílias distintas, conforme figura abaixo:

P
1 2 1 2 1 2

F1
1 2 3 1 2 3 1 2 3
Família 1 Família 2 Família 3

Afetado Normal
Um aluno, estudando o assunto, concluiu que o caráter observado é determinado por um gene recessivo. Sua
conclusão está
a) correta, devido ao observado na genealogia n°1
b) correta, devido ao observado na genealogia n° 2
c) errada, devido ao observado na genealogia n° 3
d) correta, devido ao observado na genealogia n° 3
e) errada, devido ao observado na genealogia n° 2
4. Na genealogia a seguir, o número de indivíduos certamente heterozigotos é igual a:

a) 1 b) 3 c) 5
d) 6 e) 7

5. O esquema abaixo representa a genealogia de uma família.

1 2 cabelos ondulados

3 X 4 5 6 7 X cabelos crespos

cabelos lisos
8 9

Das afirmações abaixo, qual é a única que está inteiramente de acordo com os dados?
a) Cabelo ondulado é característica determinada por gene dominante.
b) Os indivíduos 3 e 4 são heterozigotos.
c) O casal 6 e 7 poderá ter filhos de cabelos crespos.
d) Se o indivíduo 5 casar-se com uma mulher de cabelos crespos, todos os seus filhos terão cabelos
ondulados.
e) Os pais do indivíduo 2 têm, obrigatoriamente , genótipo igual ao do filho.

6. Analisando a genealogia, responda:


1 2
Qual a probabilidade de o indivíduo 3 ser heterozigoto?

Qual a probabilidade de o indivíduo 5 ser homozigoto?


3 4 5 6 Qual a probabilidade do indivíduo 6 ser homozigoto dominante?

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ALELOS MÚLTIPLOS

Alelos Múltiplos : Atrás de um determinado fenótipo há mais de um par de alelos. Uma característica é
manifestada por mais de um par de genes alelos.Eles obedecem as proporções mendelianas.
Tomemos como exemplo a cor da pelagem dos coelhos .

> = domina C > cch > ch > c

ch h
C = selvagem c = chinchila c = himalaia c = albino

Um só par entra na constituição do genótipo do coelho ( cada indivíduo tem 2 alelos ).


Os alelos múltiplos tem uma seqüência de dominância .

- Se tiver mais de dois genes é um caso de alelos múltiplos ;


- Se tiver mais de dois fenótipos pode ser um caso de herança sem dominância .

FENÓTIPOS GENÓTIPOS (complete)


Selvagem
Chinchila
Himalaia
Albino

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Na Primula sinensis, a flor tem, normalmente, uma mancha amarela na base da pétala. Ocorreu uma
mutação recessiva que produz uma mancha amarela muito grande (Prímula “rainha”). Mais tarde, ocorreu outra
mutação do mesmo gene, desta vez dominante em relação ao tipo normal ou original, condicionando uma
mancha branca (tipo “alexandra”). Uma planta “alexandra” foi cruzada com uma planta normal, produzindo 45
plantas “alexandra”, 23 plantas normais e 22 plantas “rainhas”. Quais os genótipos das plantas cruzadas?
n n n n
a) AA X aa b) AA X a a c) Aa X a a d) Aa X Aa e) AA X A a

2) Em coelhos, conhecem-se alelos para a cor do pêlo: C (selvagem), cch (chinchila), ch (himalaia) e c (albino).
A ordem de dominância de uns genes sobre os outros é a mesma em que foram citados.
Foram promovidos os seguintes cruzamentos identificados com I e II, respectivamente:
I: chc x cchc II: Cch x chc

Nesses cruzamentos, as progênies serão:

I II
50% selvagem
a 100% chinchila 25% himalaia
25% albino
50% chinchila
50% selvagem
b 25% himalaia
50% himalaia
25% albino
50% selvagem
c 25% himalaia 100% himalaia
25% albino

50% selvagem 50% selvagem


d
50% himalaia 50% himalaia

e 100% chinchila 100% himalaia

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SISTEMA ABO

INTRODUÇÃO

Foi no século XX que a transfusão de sangue, adquiriu bases mais científicas. Em 1900 foram
descritos os grupos sanguíneos A, B e O por Landsteiner e em 1902 o grupo AB por De Costello e Starli. A
descrição do sistema Rh foi posterior (1940), por Landsteiner e Wiener.

Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da
geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de
ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade
fundamental da hereditariedade, tanto física quanto funcionalmente.

Sistema ABO

Há vários grupos sangüíneos herdados independentemente entre si. São conhecidos diversos sistemas
de grupo sangüíneos.
Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, MNS, Kell, Lewis, etc. O sistema ABO é o de maior
importância na prática transfusional por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a
produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh.
Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo . Fazem parte deste
sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de
cromossomos responsáveis por este sistema.
Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos específicos, mas enzimas que tem a função
de transportar açúcares específicos, para uma substância precursora produzindo os antígenos ABO.
A B
O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene I e de um gene I , tendo sido um herdado da mãe e
o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é IAIB.
No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene i. O gene i é amorfo, isto é, não
produz antígeno perceptível. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B.
A B
Quando o gene i é herdado ao lado de I , apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene I
apenas o gene B se manifesta.
Ao realizarmos os testes rotineiros em laboratório, não podemos diferenciar os indivíduos IBi e IBIB, e
A A A B
nem I i e . Os símbolos A e B, quando nos referimos a grupos, indicam fenótipos, enquanto que I I , I i etc. são
genótipos (ver quadro abaixo).
FENÓTIPO GENÓTIPO

A IAi

A IAIA

O ii

B IBi

B IBIB

AB IAIB

É dito homozigótico quando o indivíduo é possuidor de genes iguais (IAIA, IBIB, ii), e heterozigótico
A B A B
quando os genes são diferentes (I i, I i, I I )

IA = IB > i

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A CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA

A determinação do grupo sangüíneo deste sistema, é feito usando dois tipos de teste.

o
1 – Através da identificação da presença de antígenos nos eritrócitos, usando reativos compostos de
anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB). Esta é a chamada classificação ou tipagem direta .

2o – Através da identificação da presença de anticorpos no soro/plasma usando reativos compostos de


antígenos conhecidos (hemácias A e hemácias B). Esta é a classificação ou tipagem reversa (ver quadro
abaixo).

SORO DE HEMÁCIAS DE
GRUPO TIPAGEM TIPAGEM
ANTÍGENO ANTICORPO
SANGUÍNEO
Anti-A Anti-B A B

A + - - + A Anti-B

B - + + - B Anti-A

AB + + - - AeB Ausente

O - - + + - Anti-A e
anti-B

Regularmente as pessoas expostas a um antígeno que não possuem, podem responder com a
produção de um anticorpo específico para este antígeno. Entretanto, há alguns antígenos que possuem uma
estrutura que se parece muito com antígenos de bactérias e planta, aos quais estamos constantemente
expostos. Nestes casos, ocorre a produção de anticorpos a partir do contato com as bactérias e plantas, e não
ao antígeno eritrocitário.

Neste grupo encontramos os antígenos do sistema ABO. Por este processo, os indivíduos com idade
superior a seis meses, possuem o anticorpo contra o antígeno que não tem, pois já foram expostos a essas
bactérias e plantas, através da alimentação. Estes anticorpos são chamados de isoaglutininas ou aglutininas
naturais.

Observando o quadro acima podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo
sanguíneo. É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a
escolha do sangue a ser transfundido.

As transfusões podem ser:

• Isogrupo – quando doador e receptor são do mesmo grupo ABO


• Heterogrupo – doador e receptor são de grupo sanguíneo diferente

A escolha do sangue se baseia em que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua
um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com
essas hemácias transfundidas. Em vista disso e observando o quadro acima, fica claro que um indivíduo do
grupo A não pode tomar sangue B e assim por diante.

Sempre que possível deve se transfundir sangue isogrupo, pois se por exemplo, transfundimos um sangue
do grupo O a um paciente do grupo A, junto com as hemácias transfundidas temos uma quantidade de plasma
onde há anticorpo anti-A, que poderá reagir com as hemácias deste paciente causando um grau de hemólise
maior ou menor, mas que poderá ter um significado a depender do quadro clinico do paciente. Cada caso deve
ser analisado pelo hemoterapeuta .

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Este sistema ABO, também pode ocasionar incompatibilidade materno-fetal, com desenvolvimento da
doença hemolítica peri-natal. Apresenta também importância em transplantes renais ou cardíaco, com menor
papel nos hepáticos ou de medula óssea. Em alguns processos pode ocorrer a perda parcial do antígeno A ou
B, como em algumas leucemias.

No soro , parte do plasma onde se concentram anticorpos ( proteínas de defesa), são usados contra o
antígeno .

B : no grupo A O
A : no grupo B
nenhum : no grupo AB
A, B, AB : no grupo O O
AB : Receptor universal
O : Doador universal
A A B B

AB

AB
Transfusões sangüíneas :

Jamais antígenos do doador poderá encontrar com anticorpos do receptor. Se essa lei não for
respeitada, ocorre morte instantânea do indivíduo, o sangue aglutina ( as hemácias do doador aglutinam (
focos de reação de anticorpos e antígenos ).

Os anticorpos do doador podem entrar em contato com os antígenos do doador, porque o número de
antecessor do doador, no caso é muito baixo .

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Um homem faleceu por causa de uma transfusão de sangue. Sabendo-se que seus pais pertenciam
aos grupos A (homozigoto) e AB, responda:
a) Qual é o grupo sanguíneo do homem em questão?______________________________________
b) Qual ou quais os possíveis grupos sangüíneos usados erroneamente na transfusão?___________

2. No seguinte caso, em que se discute a paternidade , o perito encontrou o tipo sanguíneo A para a mãe, o
tipo O para a criança, o tipo B para um dos acusados como pai e o tipo AB para o outro. Que terá ele
concluído?
a) O 1° homem não pode ser o pai, só o 2°.
b) Ambos podem ser admitidos como pais da criança
c) Nenhum tem condições de ser o pai da criança em questão.
d) O 1° homem pode ser o pai, mas o 2° não.
e) Os dados obtidos não são suficientes para qualquer conclusão.

3. Quais são os grupos sangüíneos dos pais que tem filhos de todos os grupos sangüíneos?
a) ambos AB c) A e B (heterozigóticos)
b) AB e O d) A e B (homozigóticos)

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4. O avô paterno de uma mulher pertence ao grupo sangüíneo AB e todos os outros avós são do grupo º Qual
é a probabilidade de essa mulher ser do grupo AB?
a) nula b) 25% c) 50% d) 75% e) 100%

5. Um indivíduo do tipo O só não poderá ter os pais dos grupos:


a) A x A b) B x A c) AB x O d) O x O e) B x O

SISTEMA RH
Quando referimos que o indivíduo é Rh Positivo, quer dizer que o antígeno D está presente. O
antígeno D foi o primeiro a ser descoberto nesse sistema, e inicialmente foi considerado como único. Além
deste, foram identificados quatro outros antígenos C, E, c, e, pertencentes a este sistema. Após os antígenos A
e B (do sistema ABO), o antígeno D é o mais importante na prática transfusional.

Em algumas situações podemos ter uma expressão fraca do antígeno D. Isso pode ocorrer por:
• Variações quantitativas que são transmitidas geneticamente;
• Efeito de posição, sendo o mais conhecido o enfraquecimento do antígeno D quando o gene C está na
posição trans em relação ao D;
• Expressão parcial por ausência de um dos múltiplos componentes do antígeno D.
Estes casos são chamados na prática de Rh fraco, e se refere ao que era conhecido anteriormente como
D.
Ao contrário do que ocorre com os antígenos A e B, as pessoas cujos eritrócitos carecem do antígeno D,
não tem regularmente o anticorpo correspondente. A produção de anti-D quase sempre é posterior a exposição
por transfusão ou gravidez a eritrócitos que possuem o antígeno D. Uma alta proporção de pessoas D-
negativas que recebem sangue D-positivo produzem anti-D.
Se encontramos um anticorpo deste sistema podemos concluir que ocorreu uma imunização através de
uma transfusão ou de uma gravidez. Qualquer antígeno deste sistema é capaz de provocar a produção de
anticorpos, e assim a gerar situações de incompatibilidade.
Aloimunizações contra antígenos E, c, e, C são também observadas em pacientes politransfundidos, mas
com uma freqüência inferior.
A maioria dos casos de Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) é devida ao anti-D. A profilaxia por
imunoglobulinas anti-D diminuiu o número de aloimunizações maternas contra o antígeno D, mas não contra E,
c, e, C
Na rotina, é realizada a tipagem, apenas, para o antígeno D nesse sistema. Os outros antígenos (E, C, c,
e), são determinados em situações onde ocorre incompatibilidade, e é necessário obter sangue que não
possuam algum desses antígenos.
A produção de anticorpos contra estes antígenos ocorre de forma semelhante a produção de anti-D. A
capacidade de provocar a produção de anticorpos destes antígenos varia. Partindo do mais imunogênico,
temos D > c > E > C > e.

TRANSFUSÃO

Para efeito de transfusão, é considerado que pacientes Rh positivos podem tomar sangue Rh positivo
ou negativo, e que pacientes Rh negativos devem tomar sangue Rh negativo.

Para os pacientes D fraco, existem alguns critérios a serem observados. Se o antígeno D está
enfraquecido por interação gênica, estando o mesmo presente integralmente, o paciente poderá tomar Rh
positivo ou negativo. Porém nos casos em que o antígeno D está enfraquecido por ausência de um dos
componentes, pode ocorrer produção de anticorpos contra o antígeno D na sua forma completa. Como
rotineiramente, não identificamos a causa que leva a expressão enfraquecida do antígeno, acostuma-se a dar
preferência a usar sangue Rh negativo para os pacientes Rh fraco. (1)

Existem situações clínicas onde é necessário avaliar o risco X benefício, e fazer outras opções. Neste
momento é necessário o acompanhamento do hemoterapeuta.

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Resumo:
Genótipo Dd , DD dd
Fenótipo Rh + Rh -

Rh - : não tem nas paredes da hemácia o fator Rh ;


Se um Rh - doar sangue para um Rh+ , ele estará entregando hemácias lisas e nada acontece;
Se um Rh + doar sangue para um Rh-, ele estará entregando uma proteína estranha (fator Rh ), no
soro do receptor pode haver anticorpos, assim pode ocorrer a aglutinação do sangue .

Eritroblastose Fetal : ( Doença hemolítica do recém - nascido )

A mãe e o feto possuem Rh diferentes. ( mãe - , filho + ).


Nos últimos meses de gravidez , a criança comprime o abdome da mãe . E comum haver contato de
sangue materno e sangue fetal .Quando isso ocorre o sistema imunológico e ativado , iniciando a produção de
anticorpos . Não acontece nada dessa primeira vez. Mas, no caso de uma segunda gravidez , o sistema
imunológico produz anticorpos com mais rapidez e quantidade .O soro da mãe passa para o feto , ocorrendo
uma reação nas hemácias : o bebê recebe sangue Rh -, podendo assim ocorrer um aborto . Em caso de
nascimento o bebe apresenta problemas hepáticos .
• A mãe fica muito sensibilizada .
• É evitada através de vacinas .

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
+ - + -
1. Uma mulher com Rh , cujo pai é Rh , é casada com um homem Rh , cuja mãe é Rh . A probabilidade de
-
esse casal vir a ter um criança Rh é de:

a) 100% b) 75% c) 50% d) 25% e) 0%


- +
2. O sangue de uma criança é Rh O e o da mãe é Rh A . O genótipo do pai pode ser:

a) RrIAIA b) RRIAi c) RRii d) rrIAIB e) RrIAi

3. Quais são os grupos sangüíneos dos pais que tem filhos de todos os grupos sangüíneos?

a) ambos AB b) A e B (heterozigóticos) c) AB e O d) A e B (homozigóticos)

4. Se uma mulher receber sangue idêntico ao de seu filhote, ao nascer, teve eritroblastose fetal, apresentará
reação de aglutinação de todas as hemáceas recebidas. A partir desses dados, pode-se inferir que os
genótipos da mãe e do filho são, respectivamente,

a) rr - RR b) rr - Rr c) Rr - rr d) rr - rr e) Rr - Rr

INTERAÇÃO GÊNICA
Consiste no processo pelo qual dois ou mais pares de genes, com distribuição independente, condicionam
conjuntamente um único caráter.

Ex.: CRISTAS EM GALINHAS:


1) Crista ervilha: EE rr ou Ee rr.
2) Crista Rosa: ee RR ou ee Rr.
3) Crista Noz: EE RR ou EE Rr ou Ee RR ou Ee Rr.
4) Crista Simples: ee rr.

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INTERAÇÃO GÊNICA COM EPISTASIA

Constitui uma modalidade de interação gênica na qual genes de um par de alelos interferem na
manifestação de genes de outros pares. Na epistasia a dominância manifesta-se entre genes não-alelos.
• Quando o gene epistático é dominante em relação ao seu alelo - como o gene I, no caso da coloração
da plumagem em galinhas Leghorn - a epistasia é chamada dominante.
• Nos casos em que o gene epistático é recessivo, no seu par de alelos, a epistasia é denominada
recessiva.
Ex.: Plumagem colorida: CC ii ou Cc ii.
Plumagem branca: CC II ou CC Ii ou Cc II ou Cc Ii ou cc II ou cc Ii ou cc ii.

EPISTÁTICO:_____________________________________________________________________________

HIPOSTÁTICO: ___________________________________________________________________________

PLEIOTROPIA
É o inverso da interação gênica. Um único par de genes atua na manifestação de vários
caracteres.
Ex.: FENILCETONÚRIA: A criança afetada é portadora de um par de alelos recessivos, que
condicionam um defeito na enzima fenilalanina hidroxilase, responsável pela conversão do aminoácido
fenilalanina em tirosina. Em vez do tirosina, forma-se o ácido fenilpirúvico, que se acumula na sistema nervoso,
ocasionando deficiência mental.
O aminoácido tirosina participa também da produção de melanina. Por isso, as crianças
fenilcetonúricas exibem também pele mais clara do que deveriam ter.
Como se vê, neste caso apenas um par de genes atua em dois caracteres diferentes: cor de pele e
capacidade de metabolização da fenilalanina.

Ex: Anemia falciforme

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Em galinhas da raça Leghorn, o gene C determina a manifestação de cor, porém é inibido pelo gene I, que é
epistático sobre ele. Um galo branco, cruzado com uma galinha branca, produziu em F1 50% de aves brancas
e 50% de aves coloridas. A provável fórmula genética dos cruzantes deve ser

a) Iicc x iicc b) IiCc x iicc c) IiCC x iicc d) iiCc x iiCc e) IICC x iicc

2. No homem, a surdez congênita é devida à homozigose de apenas um dos dois genes recessivos, d ou e.
São necessários os dois genes dominantes D e E para a audição normal. Desse modo, Fernando que é surdo,
casou-se com Lúcia que também é surda. Tiveram 6 filhos, todos de audição normal. Portanto, você pode
concluir que o genótipo dos filhos é:

a) DDee b) ddEE c) DdEe d) DDEE e) DDEe

3. Em ratos, a produção de pigmentos que dão a cor ao pêlo depende da ação complementar de 2 pares e
alelos situados em cromossomos independentes. Assim, o gene A desencadeia o processo de produção do
pigmento e seu recessivo a, ao contrário, inibe ou impede esse processo. O gene B produz pigmento negro,
tornando o pêlo negro, enquanto seu alelo recessivo b condiciona a produção de pigmento marrom, fazendo o
pêlo mostrar-se dessa cor. Um rato preto heterozigoto para ambos os pares de genes é cruzado com uma rata
albina (branca) homozigota para os dois pares (com a fórmula duplo-recessiva aabb). Que proporções
fenotípica poderão esperar na progênie desse casal de ratos?

a) 3 pretos : 1 albino b) 2 pretos : 1 marrom : 1 albino c) 2 marrons : 1 albino


d) 2 pretos : 2 albinos e) 1 preto : 1 marrom : 2 albinos

4. Considere o seguinte cruzamento entre plantas de pimentão em que são analisadas as cores dos frutos.
P: marrom X amarelos F1: 100% vermelhos
F2: 183 vermelhos; 59 marrons; 61 amarelos; 20 verdes
Com base nos resultados dos cruzamentos, é possível concluir que a herança da cor dos frutos no pimentão
depende:

a) de 1 par de genes sem dominância. b) de uma série alélica (alelos múltiplos)


c) de 4 pares de genes com dominância d) de 2 pares de genes não alelos que interagem
e) da ação de genes pleiotrópicos.

5. Em cães da raça cocker spaniel, o gene A, que condiciona a cor branca, é epistático em relação ao gene B,
que determina cor preta, e ao seu alelo b, responsável pela cor marrom. Sabe-se, também, que o gene A e seu
alelo a segregam-se independente do gene B e seu alelo b. Do cruzamento entre machos e fêmeas com
genótipo AaBb, esperam-se descendentes que se distribuam na seguinte proporção fenotípica:

a) 13 : 3 b) 9 : 3 : 3 : 1 c) 9 : 6 : 1 d) 9 : 4 : 3 e) 12 : 3 : 1

6. Em cebolas, a cor do bulbo é resultado da ação de dois pares de genes que interagem. C é condição para
pigmento colorido, e seu recessivo c determina bulbo branco. O gene B, dominante, determina bulbo vermelho,
e heterozigótico para os dois genes, obteremos descendentes na seguinte proporção:
a) 12 vermelhos : 3 brancos : 4 amarelos b) 12 brancos : 3 vermelhos : 4 amarelos
c) 9 brancos : 3 amarelos : 4 vermelhos d) 9 vermelhos : 3 brancos : 4 amarelos
e) 9 vermelhos : 3 amarelos : 4 brancos

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