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O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, garantiu hoje que todas as crianças
com necessidades especiais terão apoios, negando que o Ministério da Educação tenha
estabelecido metas para o número de alunos a apoiar.
"Não há metas. Todas as crianças que estiverem sinalizadas nos apoios educativos terão
apoio. O que interessa é o apoio que cada criança precisa relativamente à sua dificuldade
e não o número total de crianças apoiadas. Serão todas as que precisarem de apoio",
disse Valter Lemos.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou ontem que cerca de 60 por
cento dos alunos com necessidades especiais deixarão de ter apoio já no próximo ano
lectivo, na sequência das alterações legislativas introduzidas pelo Governo.
Classificação internacional
Escusando-se a avançar quantos serão os alunos que contarão com apoios após a
aplicação dos critérios de sinalização da CIF, Valter Lemos sublinhou que a CIF vem dar
"maior consistência" à definição dos apoios para as crianças, lembrando que não existia
em Portugal qualquer instrumento do género. O que, segundo o secretário de Estado,
levava a situações como ter um professor de língua gestual numa turma de alunos só
porque eram de etnia cigana.
Valter Lemos manifestou ainda a convicção de que em 2013 haverá em Portugal "uma
verdadeira escola inclusiva", uma afirmação que provocou uma gargalhada na plateia,
constituída maioritariamente por docentes de educação especial. Aos jornalistas, Valter
Lemos disse compreender a reacção dos professores, afirmando que ela é justificada pela
história de falta de consistência nas reformas da educação em Portugal. "É a
incredulidade normal de um país que se habituou a não ser consistente nas opções que
faz. Percebo perfeitamente a reacção dos professores, percebo que haja alguma
incredulidade quando se está habituado a tanta inconsistência", disse, e acrescentou que
revela "desconfiança em relação à história das reformas da educação em Portugal" e não
às políticas deste Governo.
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