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APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES

Profª: Patrícia Martins, especialista

GOLD ICEP – MONTE CASTELO


CURSO TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES
DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

TINTAS E VERNIZES
Prof.ª: Patrícia Martins, especialista

Atualizada em: Julho / 2009


APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

INTRODUÇÃO
Estamos constantemente cercados por cores que alegram todos os ambientes. Estas
cores geralmente são dadas através das tintas, mas o que é uma tinta e qual a sua finalidade? A
história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da humanidade.

O ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais para transmitir


experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que complementassem sua comunicação e
que perpetuasse a informação.

Neste contexto, os pigmentos eram utilizados somente como veículo de comunicação ao


possibilitar a representação iconográfica do cotidiano do homem primitivo. Mais tarde, juntamente com
a evolução humana, às tintas foram sendo atribuídas outras funções. Assim, já começavam a ser
utilizadas como elemento de decoração e proteção de superfícies.

A pintura é uma das últimas etapas de uma obra, mas deve ser pensada desde o início do
projeto, pois, ao definirmos o tipo de pintura devemos levar em consideração as condições do ambiente
em relação ao clima da região, o tipo de ocupação entre outros aspectos relevantes. Caso o ambiente
seja externo, também teremos que considerar as agressões atmosféricas.

Podem-se identificar as seguintes classes de pinturas:

 Pintura arquitetônica – são aquelas cujo propósito primário é decorativo, apesar de


que as funções protetoras não serem desprezadas. Elas incluem o conjunto de tintas e
vernizes para aplicação interna ou externa, em madeira ou alvenaria e argamassa.

 Pintura de manutenção – são aquelas aplicadas primeiramente para proteção e


incluem um conjunto de recobrimentos aplicados ao ferro, aço e concreto.

 Pinturas de comunicação – são aquelas cujo propósito primário é a prevenção de


acidentes, identificação de equipamentos de segurança, delimitação de áreas e
advertindo contra perigo, classificando categorias de operários, etc.

TERMINOLOGIAS
 Abrasão: desgaste provocado pelo atrito. Em tintas, resistência à abrasão significa a
propriedade de o acabamento manter sua estrutura e aspecto originais, quando submetida a
esfregamento ou atrito.
 Absorção: ato ou efeito de reter em si.
 Acabamento: etapa final do sistema de pintura, ao qual se atribuem os efeitos decorativos, tais
como a cor desejada, grau de brilho, textura e outras propriedades. É também responsável
pela resistência às intempéries, ataques químicos e danos mecânicos.
 Adesão / aderência: ato de estar intimamente ligado, inerente tanto ao sistema tinta / substrato,
como ao sistema de pintura em que diversas demãos de diferentes tintas devem estar
completamente ligadas.
 Aditivos: compostos que adicionados às tintas conferem a elas características ou propriedades
específicas, tais como anti-sedimentação, secagem, plastificação etc.
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 Agentes de cura / catalisador: substância adicionada à outra, resultando uma reação química
irreversível, concedendo ao produto final características especiais, tais como a resistência a
agentes químicos, dureza etc.
 Anticorrosivo: característica do produto de proteger contra a corrosão os substratos de ferro ou
ligas ferrosas.
 Calcinação: depósito pulverulento, de coloração esbranquiçada, formado na superfície do filme,
causado pela degradação do veículo.
 Cargas / pigmento estendedor: materiais inorgânicos, naturais ou sintéticos, de baixa
opacidade, sem propriedades colorísticas, e que conferem às tintas certas propriedades, tais
como de enchimento, textura, controle de brilho, dureza, resistência à abrasão e outras.
 Cobertura: propriedade da tinta de encobrir o substrato no qual foi aplicado.
 Cor: impressão produzida no órgão visual por raios da luz branca decomposta. Fisicamente, é
a propriedade de os corpos absorverem e refletirem a luz em determinados comprimentos de
onda, normalmente atribuídos aos pigmentos, cuja resultante são as cores dentro do espectro
visível.
 Corante: substância natural ou sintética solúvel no veículo utilizado para dar cor, e que não
concede cobertura.
 Corrosão: fenômeno resultante da exposição do substrato aos agentes atmosféricos, tais
como: umidade, radiação ultravioleta, temperatura, agentes químicos e biológicos etc.
 Craqueamento: defeito na película seca, sob a forma de fendas ou fissuras, com ou sem
exposição do substrato.
 Degradação: processo de alteração das características originais, como a de deteriorar.
 Demão: cada uma das camadas de produto aplicada sobre o substrato.
 Desempenho (performance): conjunto de características que demonstram o grau de qualidade
de um produto ou sistema.
 Diluente: líquido volátil compatível com o produto, cuja finalidade é ajustar a viscosidade ou a
consistência de fornecimento e uso, podendo também ser utilizado para limpeza do
equipamento de aplicação.
 Durabilidade: capacidade de um produto manter suas propriedades ao longo do tempo, sob
condições normais de uso.
 Eflorescência: depósito de coloração esbranquiçada de sais minerais, proveniente do
substrato, que aparece na superfície dos acabamentos.
 Empolamento: formação de bolhas na superfície do acabamento, provenientes de líquidos ou
gases.
 Emulsão: sistema de dois líquidos imiscíveis, um dos quais está disperso no outro na forma de
pequenas gotas.
 Filme: película de produto aplicado e seco.
 Fissura: defeito estrutural da película caracterizado pela descontinuidade alongada.
 Flexibilidade: capacidade de um filme ou película ser maleável, elástico.
 Fundo: primeira(s) demão(s) de uma tinta sobre o substrato, que funciona como uma ponte
entre o substrato e a tinta de acabamento. A tinta de fundo tanto pode ser chamada de primer
como de selador.
 Fungicida: substância química que inibe o desenvolvimento de fungos (microorganismos que
mancham as superfícies das tintas e causam a degradação da película).
 Intemperismo: conjunto de processos provocados por agentes atmosféricos e biológicos cuja
ação gera a destruição física e a degradação química dos materiais.
 Látex: (tinta à base de): produto à base de emulsão aquosa de polímeros sintéticos.
 Lavabilidade: capacidade da película de um produto de resistir à lavagem.
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 Não voláteis: todos os materiais na composição do produto que não evaporam. Também
conhecidos como sólidos de uma tinta.
 Óleos secativos: óleos que possuem a propriedade de formar um filme, quando expostos ao ar.
 Pigmentos: substâncias sólidas, insolúveis, orgânicas ou inorgânicas, que dão ao filme seco as
propriedades de cor, cobertura e resistência aos agentes químicos e à corrosão.
 Plastificantes: substâncias que, quando adicionadas a um produto, conferem a ele
propriedades de formar filmes mais flexíveis.
 Polimerização: processo em que duas ou mais moléculas de uma ou mais substâncias se
ligam para formar uma estrutura múltipla das unidades iniciais.
 Polímero: produto resultante da polimerização.
 Resinas: substâncias que conferem propriedades específicas à película de um produto, tais
como impermeabilidade, resistência a agentes químicos e ao intemperismo, brilho, dureza,
aderência flexibilidade etc. Cada resina tem uma ou mais propriedades específicas, e é a sua
natureza que vai definir a base da tinta.
 Resinas naturais: substâncias orgânicas, sólidas, originadas da secreção de certas plantas,
insetos ou fósseis, de propriedades inflamáveis, solúveis em solventes orgânicos apropriados,
que, quando evaporados, formam filmes.
 Resinas sintéticas: substâncias conforme acima descrito, porém obtidas por polimerização.
 Secantes: compostos organometálicos que aceleram a secagem de óleos secativos.
 Solventes: líquidos voláteis que permitem dissolver a resina, possibilitando a obtenção do
veículo.
 Solução: mistura homogênea e límpida de duas ou mais substâncias.
 Substrato: toda ou qualquer superfície à qual é aplicado o sistema de pintura.
 Tintas: produtos compostos de veículo, pigmentos, aditivos e solventes, que quando aplicados
sobre um substrato se convertem em película sólida, dada à evaporação do solvente e/ou
reação química, com a finalidade decorativa, de proteção e outras.
 Tintas à base de dispersão: tintas contendo como veículo uma dispersão aquosa estável de
resinas sintéticas, polimerizadas por emulsão, que também são conhecidas como tintas
plásticas ou látex.
 Tintas à base de emulsão: tintas cujo veículo (óleo, verniz ou resina sintética) é emulsionado
em água, por agitação.
 Thinner: mistura de solventes e diluentes cuja função básica é igual à do diluente.
 Veículo: fração líquida da tinta, constituída basicamente por resina e solvente, cuja finalidade é
se converter em película sólida (filme). A natureza da resina do veículo é que vai definir a base
do produto (à base de...).
 Verniz: veículo sem pigmentos, que, quando seco, forma um filme transparente.
 Voláteis: todos os materiais da composição do produto que evaporam.

CONCEITUAÇÃO E FUNÇÃO

Tomando-se uma definição geral, tinta é uma mistura homogênea de solventes, aditivos,
resinas e pigmentos que tem por finalidade revestir uma superfície de modo a protegê-la contra a ação
de intempéries de todos os gêneros, bem como funcionar como elemento de decoração.
Outra definição mais completa é a de que tinta é uma mistura estável entre pigmentos e
cargas dispersos numa resina líquida que, ao ser estendida numa fina película, forma um filme
aderente ao substrato com a finalidade de cobrir, proteger e embelezar.
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Neste contexto, entende-se como tinta uma composição química líquida pigmentada ou
não que, ao ser aplicada em um substrato, se converte em filme sólido por mecanismos característicos
de cada tipo de tinta.
Sendo assim, suas funções consistem em: criar uma película protetora de superfícies,
sinalizar, distribuir iluminação e ornamentar ambientes, isto é, as tintas possuem quatro funções
básicas: higiene, iluminação, proteção e segurança. O Esquema 1 representa sintetiza as funções de
uma tinta.

FUNÇÕES DE UMA TINTA

HIGIENE ILUMINAÇÃO PROTEÇÃO SEGURANÇA

Figura 1: Funções da tinta

Normalmente as tintas de revestimento são classificadas como:


 Tintas Imobiliárias / Linha Imobiliária
 Tintas Automotivas / Linha Automotiva
 Tintas Industriais / Linha Industrial

CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS

Linha Imobiliária Linha Automotiva Linha Industrial

Figura 2: Classificação das tintas quanto a tipologia

A tinta é uma preparação, geralmente na forma líquida, cuja finalidade é a de revestir uma
dada superfície ou substrato para conferir beleza e proteção. Quando essa tinta não contém pigmentos,
ela é chamada de verniz. Por ter pigmentos a tinta cobre o substrato, enquanto o verniz deixa
transparente.

COMPOSIÇÃO DAS TINTAS

Em sua essência, a tinta é composta por veículos, pigmentos, solventes e aditivos. Assim,
os veículos ou aglutinadores constituem as resinas para tintas a base de solventes e as emulsões para
tintas a base de água. Servem para unir as partículas de pigmento. Os pigmentos podem ser ativos ou
inertes. Os ativos conferem cor e cobertura e os inertes conferem enchimento, facilidade de lixamento,
entre outras propriedades.
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Os aditivos melhoram ou aperfeiçoam uma série de características das tintas, sejam elas
à base de água ou solvente. Um deles, os espessantes, trabalham a viscosidade na tinta e a espessura
que o filme da tinta vai ter, depois de seca. Conforme ilustra a Figura 2.

TINTA

ADITIVOS

SOLVENTES

ATIVOS
PIGMENTOS INERTES

RESINAS
VEÍCULOS EMULSÕES

Figura 3: Composição das tintas

a) Resina – é a parte não-volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas de pigmentos. A
resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento empregado. É ela responsável pela
formação da película protetora na qual se converte a tinta depois de seca. Outra função é a de
proporcionar brilho, aderência, elasticidade e resistência. Assim, por exemplo, temos as tintas
acrílicas, alquídicas, epoxídicas, etc. Antigamente as resinas eram a base de compostos naturais,
vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou petroquímica por meio
de reações complexas, originando polímeros que conferem às tintas propriedades de resistência e
durabilidade muito superior às antigas.
b) Pigmento – material sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir cor,
opacidade, certas características de resistência e outros efeitos. São divididos em pigmentos
coloridos (conferem cor), não-coloridos e anti-corrosivos (conferem proteção aos metais).
c) Aditivo – ingrediente que, adicionado às tintas, proporciona características especiais às mesmas ou
melhorias nas suas propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases da fabricação e conferir
características necessárias à aplicação. Existe uma variedade enorme de aditivos usados na
indústria de tintas e vernizes, como secantes, anti-sedimentantes, niveladores, antipele,
antiespumante, etc.
d) Solventes – líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e correlatos
para dissolver a resina. São classificados em: solventes aditivos ou verdadeiros, latentes e inativos.
Dentre as tintas imobiliárias disponíveis no mercado podem-se encontrar as seguintes tipologias: látex
PVA, acrílicas, esmaltes sintéticos, vernizes e texturas. Conforme mostra o Esquema 3.
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TIPOS DE TINTAS

Linha Imobiliária:

É a linha cujos produtos são indicados para uso em edificações residenciais e comerciais.

TINTAS IMOBILIÁRIAS

PVA ACRÍLICAS ESMALTES VERNIZES TEXTURAS


LÁTEX SINTÉTICOS TEXTURIZADOS

Figura 4: Tipologias das tintas imobiliárias

O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes níveis de brilho


e interferem inclusive na resistência do produto. As variações de brilho são calculadas através de um
índice chamado PVC (pigmento-volume-concentração).
Assim, quanto menor for o índice, mais baixo será o volume de pigmentos e maior o brilho
da tinta. Conforme o volume de pigmentos da fórmula, uma tinta imobiliária é dividida em três tipos:
semi-brilho, fosca e acetinada e sua indicação deve estar de acordo com as características de cada
uma delas. Esquema 4.

ACABAMENTOS DAS TINTAS IMOBILIÁRIAS

PVA ACRÍLICAS ESMALTES VERNIZES TEXTURAS


LÁTEX SINTÉTICOS

Fosco aveludado Brilhante Lisa


Semi-brilho
Brilhante Acetinado Média
Acetinado
Acetinado Fosco Grossa
Fosco
Fosco

Figura 5: Acabamentos das tintas imobiliárias

As tintas PVA látex são compostas por resinas à base de dispersão aquosa de polímeros
vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, glicóis e tensoativos etoxilados
e carboxilados. Sua aplicação deve ser feita com rolo de lã, trincha ou pistola esta tinta apresenta
probabilidade de apresentar um ligeiro manchamento quando exposta água (sereno ou chuvas leves),
ocorrendo geralmente no período de cura do filme da tinta, isto é, nas duas primeiras semanas. Para a
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solução deste problema, os fabricantes recomendam que a superfície seja toda lavada com água em
abundância tão logo tenha ocorrido o manchamento.
As tintas acrílicas são compostas por resina 100% acrílica elastomérica em dispersão
aquosa, aditivos heterocíclicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, álcoois,
tensoativos etoxilados e carboxilados. A aplicação é feita com rolo de lã ou trincha.
Os esmaltes sintéticos são compostos por resina alquídica à base de óleo vegetal semi-
secativo, pigmentos orgânicos e inorgânicos, cargas minerais inertes (nos metais acetinados e foscos),
hidrocarbonetos alifáticos, secantes organo-metálicos e não contém benzeno.
O Quadro 3 identifica os tipos de acabamentos com suas principais características.

QUADRO 1 – TIPOLOGIAS E ACABAMENTOS


FICHA TÉCNICA
TIPO Descrição Substrato/Aplicação Acabamento

Resina à base de dispersão aquosa


de polímeros vinílicos, pigmentos A aplicação deve ser feita
isentos de metais pesados, cargas com rolo de lã,
minerais inertes, glicóis e pincel/trinha ou pistola
tensoativos etoxilados e
 Fosco aveludado
carboxilados.
 Alvenarias:
Látex PVA  Tinta à base de água; - Interiores.
 Não lavável;
 Secagem rápida;
 Média cobertura.
 Tinta à base de água;  Alvenarias:  Fosco
 Excelente lavabilidade e - Exteriores  Acetinado
Acrílica cobertura. - Interiores  Semi-brilho
 Tinta à base de solventes;  Superfícies internas de:  Fosco
Esmaltes  Ótimo acabamento - Madeiras  Acetinado
Sintéticos  Resistência a intempéries. - Metais  Semi-brilho

 Produtos à base de solventes;  Brilho


 Acabamento e proteção  Superfícies:  Semiibrilho
transparente; - Internas  Fosco
Vernizes  Conservação do aspecto natural - Externas  Pigmentado
da madeira.

 Tinta à base de água com efeito;  Superfícies:


 Textura em alto relevo; - Internas
Texturas  Ação hidrorrepelente. - Externas Variado

As diferenças de brilho entre um produto e outro são, em primeiro lugar, uma opção para o
tipo de acabamento que o consumidor deseja. O acabamento oferecido pelas tintas semi-brilho,
apresentam maior quantidade de resina. As acetinadas mostram um brilho mais reduzido. Seus preços
são menores ou idênticos ao da semi-brilho. As foscas são geralmente mais baratas e não têm brilho
algum, algo que não reduz e nem modifica sua qualidade. As tintas com acabamento semi-brilho são
usadas tanto em superfícies externas, como internamente.
Em relação às tintas acetinadas, estas são mais resistentes e laváveis, apresentando
certa facilidade na remoção de sujeiras. Elas são feitas com o mesmo tipo de resina, mas são
acrescidos agentes fosqueantes, ingredientes que diminuem o brilho, sem afetar a qualidade. Quando
a tinta é fosca, problemas de polimento podem ser percebidos. O fato surge com o atrito dos móveis ou
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objetos contra a parede. O Quadro 4 indica as tintas conforme seu índice de Pigmento, Volume e
Concentração – PVC.

QUADRO 2 – IDENTIFICAÇÃO DAS TINTAS CONFORME O ÍNDICE DE PVC


Alto brilho PVC de 20 a 25%
Semibrilho PVC de 30 a 35%
Acetinada PVC de 40 e 45%
Fosca PVC de 50 a 55%
* Índice de PVC – pigmento + volume + concentração

Os produtos de primeira linha, em especial os preparados com a tecnologia acrílica, têm a


vantagem de render mais, além de resistir mais ao desgaste da limpeza. Para áreas como o teto, que
implicam a reflexão da luz recomenda-se a tinta fosca. Nas demais, indica aqueles produtos ditos “top”
de linha, como os acrílicos acetinados e semi-brilhantes.

Linha Industrial:

A linha industrial caracteriza-se por ter uma alta tecnologia de formulação, rigoroso
controle de qualidade das matérias-primas, pelo processo de fabricação e por resistir à agressividade
do meio. Acrescenta-se ainda que, esta linha difere-se da linha imobiliária ou de construção civil pela
adição de resina fenólica que garante um aumento da resistência destes produtos. As tintas da linha
industrial estão subdivididas conforme Esquema 5.

TINTAS DA LINHA INDUSTRIAL

ACRÍLICAS POLUIRETÂNICAS ETIL


ALQUÍDICAS
SILICATO DE
EPÓXIDICAS ALTA ZINCO
TEMPERATURA

Figura 65: Tipos de tintas na linha industrial

 Em relação à sua composição as tintas industriais podem ser classificadas como:

a) Alquídicas

São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A resina é um


polímero resultante da reação de glicerina com óleos vegetais e com anidrido ftálico que é um ácido
proveniente da petroquímica. Nesta reação – de um álcool (glicerina) e um ácido (anidrido ftálico) mais
a inclusão do óleo vegetal (soja ou mamona) adquiri-se um poliéster ftálico modificado com óleos
vegetais cujas características são:
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 Baixa resistência à umidade elevada, imersão em água, meios alcalinos, solventes fortes e
produtos químicos;
 Baixo custo inicial;
 Apropriadas para ambientes rurais sem poluição, ambientes industriais de baixa agressividade,
construção civil em madeira e aço (interiores das edificações) e para estruturas e
equipamentos abrigados, bem como em locais secos.

Não é aconselhado o uso destas tintas sobre concreto, alvenaria ou aço revestido com
zinco, pois as superfícies cimentadas/alvenarias formam sabões de cálcio quando em contato com a
umidade. Já nas superfícies zincadas formam-se sabões de zinco. Em ambos os casos estas reações
resultam no destacamento da película em pouco tempo.

b) Acrílicas

São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A resina é um


polímero acrílico. Tais polímeros podem ser solubilizados em solventes orgânicos (lacas acrílicas) ou
dispersos em água (emulsões acrílicas). As tintas industriais acrílicas apresentam resistência a
intemperismos (ação do sol ou da chuva), bem como as seguintes vantagens:

 Baixo odor;
 Não emitem vapores inflamáveis;
 Não são combustíveis;
 Tornam mais fácil a limpeza dos equipamentos de pintura;

Sobre o alumínio, o acabamento pode ser aplicado diretamente na superfície, porém, em


aço carbono e aço galvanizado é necessária a utilização do primer correspondente, também acrílico.

c) Epoxídicas

São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja, apresentam-se em


duas embalagens. Em uma embalagem tem-se a resina epóxi e em outra se tem o agente de cura
(catalizador). Estas tintas são subdivididas em:

 Epóxi curadas com poliamidas – são resistentes a umidade, imersão em água doce ou
salgada. Possuem alta flexibilidade e aderência em aço carbono ou concreto. São adequadas
para ambientes internos de reservatórios de água potável até 55ºC.
 Epóxi curadas com poliaminas – são resistentes à imersão em soluções ou vapores químicos.
Recomenda-se sua utilização para pintura interna de tanques, tubulações, equipamentos e
estruturas sujeitas a imersões, derrames ou respingos de produtos químicos ou solventes.
 Epóxi modificadas – fqbricadas a partir de alta tecnologia, são muito próximas às poliamidas,
pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores de corrosão e aditivos tensoativos
 Epóxi curadas com isocianato – são utilizadas como primer de aderência sobre superfície de
aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros metais não ferrosos e sobre poliéster
reforçado com fibra de vidro (fiberglass).
 Epóxi hidrossolúveis – são também chamadas de tintas WB (water base or water borne).
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d) Poliuretânicas

São tintas bicomponentes (A e B), armazenadas em duas embalagens, uma contendo a


resina poliéster ou de acrílica polihidroxilada e outra contendo o agente de cura a base de isocianato
alifático ou aromático. As tintas PU, como são comumente conhecidas no mercado, são de alta
resistência ao intemperismo por apresentarem características químicas ao serem formuladas a partir de
resinas poliéster ou acrílicas “catalisadas” com agente de cura que garantem esta resistência.
Os poliuretanos alifáticos são tintas de acabamento utilizados normalmente em esquemas
de pintura com primer epóxi, com os quais são perfeitamente compatíveis. Uma característica relevante
neste tipo de tinta é a possibilidade de ser resistente a “pichações”, pois, as superfícies com este tipo
de acabamento podem ser limpas com solventes orgânicos do tipo do xilol sem sofre danos à
superfície ou pintura. Com isto, é possível remover marcas de grafitagem ou pichações.

e) Alta temperatura

São tintas a base de silicone ou de silicatos que resistem a temperaturas elevadas de até
540ºC por que ao curarem se transformam em um filme inorgânico. Tais tintas são apresentadas
somente em alumínio e seu uso é recomendado em pinturas de chaminés, exterior de caldeiras, fornos
reatores, colunas de destilarias, escapamentos, dutos aquecidos, trocadores de calor, dentre outras
superfícies que apresentam temperaturas elevadas. Acrescenta-se que, o uso de silicone como
componente desta tinta acarreta na necessidade de um pré-cura entre 130º e 230ºC e o primer
utilizado deverá ser de etil silicato de zinco.

f) Etil Silicato de Zinco

São tintas bicomponentes (A e B) fornecidas em duas embalagens, uma contendo a


solução de silicato de etila e a outra contendo o pó de zinco metálico (filler).
Tais tintas são aplicadas um uma única demão sobre superfícies de aço carbono
preparado por jateamento abrasivo, para promoverem proteção catódica ao aço carbono.
Esta proteção (catódica) é contra a corrosão sendo conseguida quando dois metais
diferentes são colocados em contato entre si na presença de um eletrólito (líquido com propriedades
condutoras de corrente elétrica). Neste processo, o metal mais nobre é protegido pelo menos nobre. No
caso da proteção catódica do aço carbono pelo zinco, o ferro é protegido e se constitui no catodo
sendo o zinco que é o anodo é sacrificado em benefício do ferro.
Nestas tintas, a proteção catódica dá-se em função do alto teor de zinco na película
seca, motivo pelo qual são chamadas de “zincagem a frio”. O filme curado é totalmente inorgânico e
constituído de silício, zinco e oxigênio.
Para esta tinta é recomendada a utilização de um primer de alto desempenho em
ambientes agressivos e seu uso é recomendado para pintura de guindastes expostos em ambientes
marítimos, estruturas para indústria naval, plataformas off shore, pintura interna de tanques de álcool
hidratado e de outros tipos de solventes. Também são utilizadas em superfícies de alta temperatura.
Por sua natureza química e por possuírem alto teor de pigmento (zinco metálico), as tintas
de zinco apresentam baixa flexibilidade e película quebradiça. Ressalta-se que, estas tintas não devem
receber lixamento devido a falta de adesão da camada de tinta o que não compromete sua aderência.
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PROCESSO DE FABRICAÇÃO DAS TINTAS


O processo de fabricação da tinta segue uma série de etapas seqüenciadas, quando a
formulação deve ser rigidamente observada e obedecida.

1) Avaliação e Controle de Qualidade da matéria-prima;


2) Pesagem das matérias-primas obedecendo à formulação;
3) Pré-mistura – Mistura de pigmentos, aditivos e resinas em equipamento de alta precisão;
4) Moagem – a pasta obtida na pré-mistura passa pelo moinho para ser finamente dividida em
pequenas partículas;
5) Completação – o produto obtido na moagem é levado para tanques equipados com agitadores,
onde se completa a formulação, através da adição de solventes, resinas e demais matérias-
primas da formulação;
6) Tingimento – é a etapa onde se acerta a cor da tinta, conforme o padrão estabelecido;
7) Controle de Qualidade – nesta etapa, os produtos são submetidos a rigorosas análises para
observação de viscosidade, brilho, cobertura, cor e secagem. Após aprovação, são liberados
para enchimento nas embalagens;
8) Embalagem – os produtos são filtrados e enlatados para serem enviados à expedição.
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1 – Pesagem 3 – Diluição e secagem


4 – Trituração
2 – Mistura

7 – Filtragem 6 – Tintagem
5 – Teste de cor e qualidade

8 – Embalagem

9 – Transporte 10 – Comercialização

Figura 7 – Processo de fabricação e comercialização das tintas


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PINTURA ELETROSTÁTICA

Este processo de pintura industrial atende a exigências econômicas e técnicas,


classificando-se como ecologicamente correto por não utilizar solventes e, desta forma, não
produzir odores e/ou vapores agressivos ao meio ambiente. Seus métodos de aplicação mais
conhecidos são: leito fluidizado e pulverização eletrostática.
Estas tintas são basicamente em pó que produz um revestimento termofixo, isento
de fase líquida e aplicável a todas as superfícies metálicas, podendo ser encontrada em três
famílias:

a) Híbridas – tintas compostas por resinas epóxi poliéster e indicadas para


superfícies metálicas em peças de uso interior;
b) Poliéster - tintas compostas por resina poliéster e indicadas para superfícies em
peças de uso exterior, especialmente peças de efeito arquitetônico;
c) Epóxi – tintas compostas por resinas epóxi e indicada para superfícies metálicas
em peças de uso em ambientes quimicamente agressivos.

Recomenda-se a aplicação da pintura eletrostática em móveis de aço, esquadrias


de alumínio/aço, produtos aramados, estantes e gôndolas de aço, peças metálicas de
decoração, estruturas espaciais, treliças de cobertura, telhas e calhas metálicas, elementos de
composição arquitetônica, rodas automotivas, bicicletas, eletrodomésticos em geral e uma
infinidade de outras peças metálicas. Conforme mostra a Figura 4.

Figura 8 – Processo de pintura eletrostática

a) Método de Leito Fluidizado

A cura da camada de tinta depositada é obtida pelo processo de polimerização,


formando um filme rígido, obtido em estufa convectiva, com temperatura variando entre 120º e
260º C. Este processo consiste no aquecimento do substrato a uma temperatura pouco superior
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ao ponto de fusão da tinta e imersão em um recipiente contendo tinta pulverizada, que é


mantida fluidizada através de uma placa difusora por uma corrente de ar. A camada de tinta
resultante deste tipo de aplicação, é regulada pelo tempo de permanência da peça imersa no
leito fluidizado e pela temperatura do substrato.
Após a retirada do substrato do tanque de aplicação, o mesmo é submetido a um
novo aquecimento para cura total do revestimento. Este método foi utilizado durante algum
tempo, porém com alguns inconvenientes como:

 Altas variações de camadas


 Necessidade de pré-aquecimento do substrato.

b) Método de Pulverização Eletrostática

O bom desempenho da pintura a pó levou à necessidade de se desenvolver um


sistema que eliminasse os inconvenientes do processo até então existentes e que permitisse
uma aplicação mais eficiente, rápida e econômica. O princípio da pulverização eletrostática está
baseado no fato de que as cargas opostas se atraem, portanto a maioria dos materiais
condutivos é apropriada para serem revestidos por este tipo de processo.
O pó que não é atraído pelo substrato e cai no interior da cabine, deve ser
recuperado, peneirado e reutilizado na pintura do mesmo. Existem dois tipos de carregamento:

 Carregamento por ionização - a pistola para pintura eletrostática é carregada


negativamente por uma fonte geradora, cada partícula que passa por esta pistola
receberá cargas negativas. Quando jogamos estas partículas no ar dentro de um campo
elétrico, ela será atraída pela peça a ser pintada desde que a mesma encontra-se
aterrada
 Carregamento por atrito - na pistola tribo o carregamento se dá pelo atrito do pó com o
corpo da pistola. Neste caso não se forma o campo elétrico entre a pistola e a peça.

SISTEMA DE PINTURA
Para que se tenha um perfeito resultado na aplicação das tintas nas superfícies, é
preciso considerar que a pintura é um sistema que envolve várias etapas a serem seguidas de
forma criteriosa, pois delas depende a qualidade do resultado final.
À primeira vista, uma parede interna, fachada ou ainda superfícies de madeira
aparentam formar a base ideal para receber a pintura. Entretanto, aplicação de revestimentos
sobre superfícies de reboco, concreto ou madeira não é um processo tão simplificado que se
inicia e termina com a simples aplicação da tinta de acabamento na superfície.
Assim, os materiais de construção empregados na preparação e no acabamento
das paredes são quimicamente agressivos, podendo, consequentemente, atacar e destruir as
tintas aplicadas sobre elas. Desta forma, as madeiras podem apresentar-se não totalmente
secas, podendo conter grande quantidade de água ou resina vegetal característica típica de
algumas madeiras. Já os materiais de alvenaria podem conter considerável quantidade de água,
apresetnar porosidade excessiva ou irregularmente carbonatada, estando sujeitos à degradação
progressiva que terminará por reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com elas o sistema
de revestimento empregado.
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

Assim, tendo-se a noção de que a função de uma tinta vai além do simples
embelezamento da superfície, tem-se que, a película deve atender também à função de
proteção, higiene, iluminação e segurança. Neste contexto, além da tinta propriamente dita são
utilizados produtos complementares que atuam em conjunto com a tinta e formam o sistema de
pintura.
Tais complementos podem ser citados: fundos preparadores, massas e seladores.
Os fundos e seladores, também chamados de primer são aqueles que têm a finalidade de
preparar a superfície corrigindo defeitos e uniformizando a absorção da superfície, proporcionam
durabilidade à pintura e economia de tinta de acabamento. As massas têm a finalidade de
regularizar defeitos ou imperfeições apresentados pela superfície. O acabamento é a parte
visível da pintura e confere à ela qualidade, desempenho e beleza.
O Esquema 5 esquematiza o sistema de Pintura

SISTEMA DE PINTURA

Fundo Massa Fundo Acabamento

Figura 9: Sistema de pintura

Antes da aplicação de qualquer revestimento deve-se aguardar pelo menos 30 dias


para que ocorra a cura total do cimento, nos casos de alvenaria. Pinturas sobre superfícies mal
curadas problemas que acabam por danificar o revestimento.
Em relação à preparação da superfície onde será aplicada a tinta, esta deverá estar
isenta de sujeira de qualquer natureza (graxas, óleos, poeira etc) e umidade. Em superfícies com
histórico de umidade (banheiros, por exemplo) é aconselhável que seja aplicado na superfície
um banho de solução de hipoclorito de sódio a 50%, ou seja, 50 partes de água para 50% de
hipoclorito, deixando a mesma agir por 15 minutos, tomando os devidos cuidados e utilizando
equipamentos de proteção individual. É importante lavar a superfície para eliminar resíduos de
cloro e continuar os procedimentos de pintura.
A superfície deve estar isenta de imperfeições (buracos, saliências etc), as quais
deverão ser tratadas previamente com massa corrida PVA ou acrílica. Para melhor fixação sobre
o substrato, deve-se utilizar massa corrida PVA para pinturas internas e, nas superfícies
externas, massa corrida acrílica. Ainda para melhor aplicabilidade e maior durabilidade da
pintura, após a massa corrida pode-se dar uma demão de selador acrílico. O Quadro 5 sintetiza
as características de cada superfície em relação à preparação para pintura.

QUADRO 3 – Superfície versus Pintura


SUPERFÍCIE DESCRIÇÃO
É preciso aguardar pelo menos 30 dias para que ocorra a cura total. Sobre
reboco fraco deve-se utilizar fundo preparador de paredes o que aumentará a
coesão das partículas da superfície, evitando problemas de má aderência e
descascamento precoce. Superfícies de concreto ou reboco bem curado e
coesos (reboco novo) não precisam de aplicação de fundo, porém devem ser
Concreto e Reboco
seladas com selador acrílico para, posteriormente, receberem a tinta de
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
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acabamento. O concreto deve estar seco, limpo, isento de pó, sujeira, óleo e
agentes desmoldantes.
Trata-se de uma superfície altamente alcalina, sendo indicado a aplicação de
um fundo resistente à alcalinidade para selar a superfície. Este procedimento
Cimento Amianto não é necessário se forem utilizados produtos acrílicos que apresentem
resistência à alcalinidade.
O piso deve apresentar-se limpo e seco, isento de impregnações (óleo, graxa,
cera, etc). Pisos de concreto liso (cimento queimado) devem ser submetidos a
um tratamento prévio com solução de ácido muriático e água (1:1), que terá a
finalidade de abrir porosidade na superfície. Após o tratamento, o piso deve ser
bem enxaguado, seco e só então pintado. O tratamento com ácido muriático é
ineficaz sobre pisos de ladrilhos vitrificados. Pisos excessivamente
impregnados com substâncias gordurosas (graxas, óleos, cera, etc) deverão
Pisos ser lavados mais de uma vez , caso seja necessário. A pintura só poderá ser
realizada em caso de remoção total da impregnação, de outra forma, a
aderência estará prejudicada.
Deve estar limpa e seca. As madeiras verdes ou com excesso de umidade não
oferecem boa base para aplicação de revestimentos. Deverá estar
devidamente aparelhada e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros agentes
Madeira contaminantes. Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser
previamente seladas.

Tão ou mais importante do que escolher o tipo de tinta a ser utilizado é a maneira
como aplicá-lo. É necessário que o profissional tome certos cuidados para que possa obter o
melhor resultado através do produto e técnica escolhidos na pintura.
As superfícies rebocadas (a receberem pintura) deverão ser examinadas e
corrigidas de todos e quaisquer defeitos de revestimento, antes do início dos serviços de pintura.
Todas as superfícies a pintar serão cuidadosamente limpas, isentas de poeira, gorduras e outras
impurezas. As superfícies poderão receber pintura somente quando estiverem completamente
secas. A principal causa da curta durabilidade da película de tinta é a má qualidade da primeira
demão, fundo (primer), ou a negligência em providenciar boa base para a tinta. Nas paredes com
reboco, aplicar as seguintes demãos:

 Selador: composição líquida que visa reduzir e uniformizar a absorção inútil e


excessiva da superfície;
 Emassado: para fechar fissuras e pequenos buracos que ficarem na superfície e
que só aparecem após a primeira demão de selador;
 Aparelhamento (da base): para mudar as condições da superfície, alisando-a ou
dando-lhe uma textura especial;
 A segunda demão e as subseqüentes só poderão ser aplicadas quando a anterior
estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24 h
entre as diferentes aplicações. Após o emassamento, esse intervalo será de 48 h.
Serão dadas tantas demãos quantas forem necessárias, até que sejam obtidas a
coloração uniforme desejada e a tonalidade equivalente, partindo dos tons mais
claros para os tons mais escuros.

Ferragens, vidros, acessórios, luminárias, dutos diversos etc., já colocados,


precisam ser removidos antes da pintura e recolocados no final, ou então adequadamente
protegidos contra danos e manchas de tinta. Deverão ser evitados escorrimentos ou respingos
de tinta nas superfícies não destinadas à pintura, tais como concreto ou tijolos aparentes, lambris
que serão lustrados ou encerados, e outros. Quando aconselhável essas partes serão protegidas
com papel, fita-crepe ou outro qualquer processo adequado, principalmente nos casos de pintura
efetuada com pistola. Os respingos que não puderem ser evitados terão de ser removidos com
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emprego de solventes adequados, enquanto a tinta estiver fresca. Nas esquadrias de ferro, após
a limpeza da peça, serão aplicadas as seguintes demãos:

 Fundo antióxido de ancoragem (zarcão ou cromato de zinco)


 selador
 emassado
 Fundo mate (sem brilho)

As superfícies metálicas e outros materiais cobertos por primer durante a fabricação


serão limpos para remoção de sujeira, partículas finas, concreto, argamassa, corrosão etc.,
acumulados durante ou após sua instalação. As superfícies de ferro (a pintar) que apresentarem
pontos descobertos ou pontos enferrujados deverão ser limpas com escova ou palha de aço e
retocadas com o mesmo primer anticorrosivo utilizado, antes da aplicação da segunda camada
de fundo na obra. Os trabalhos de pintura externa ou em locais mal abrigados não poderão ser
executados em dias de chuva. O armazenamento do material tem de ser feito sempre em local
bem ventilado e que não interfira com outras atividades da construção. Todos os panos, trapos
oleosos e outros elementos que possam ocasionar fogo precisam ser mantidos em recipientes
de metal e removidos da construção diariamente. A aplicação de tinta a pincel é um método
relativamente lento. Entretanto, apresenta vantagens quando se quer obter melhor contato da
tinta com superfícies muito irregulares ou rugosas. Para que a tinta possa ser considerada boa
para ser aplicada a pincel, ela obedecerá aos seguintes requisitos:

 Espalhar-se com pequeno esforço (não poderá ser excessivamente viscosa ou


(espessa))
 Permanecer fluida o tempo suficiente para que as marcas do pincel
desapareçam e a tinta não escorra (nas superfícies verticais).

 Princípios Gerais para a Execução de Pintura:

A superfície a ser pintada precisa ser adequadamente preparada, isto é, estar


limpa, sem sujeira, poeira, óleo, graxa, eflorescência e partículas soltas. O modo de preparo
depende do tipo de base, do tipo de tinta a ser empregada e da condição da superfície a ser
pintada. As imperfeições existentes na superfície de base, tais como trincas, fissuras, Saliências
e reentrâncias, serão reparadas com material idêntico ao utilizado na base, ou com material
apropriado compatível com a tinta e de acordo com a orientação do fabricante; a textura da área
reparada deve ser semelhante à do substrato. A porosidade da superfície da base pode ser
regularizada empregando pintura de fundo, de acordo com recomendação do fabricante da tinta.

AS TINTAS DISPONÍVEIS NO MERCADO


Levando em consideração a gama de fornecedores de tintas podemos contar com
os seguintes tipos de tintas:

 Sistemas Acrílicos:

 Tinta látex acrílica (PVA)


 Tinta acrílica
 Tinta texturizada acrílica
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 Fundo selador acrílico pigmentado


 Massa acrílica
 Fundo preparador de parede

 Sistemas Vinílicos:

 Tinta látex vinílica


 Fundo selador vinílico
 Massa corrida

 Sistemas Alquídicos:

 Esmalte sintético alquídico


 Fundo selador pigmentado
 Fundo anticorrosivo com cromato
 Fundo anticorrosivo com fosfato
 Massa a óleo
 Tinta a óleo

 Tintas à base de cimento (argamassa decorativa)

 Cal hidratada para pintura (caiação)

 Silicones (produto de tratamento de superfície)

 Vernizes:

 Verniz sintético alquídico


 Verniz sintético alquídico com filtro solar
 Verniz poliuretânico
 Fundo selador nitrocelulósico

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TINTAS


 Pintura a Látex (PVA):

A tinta látex tem sua composição à base de polímeros de PVA (acetato de polivinila)
emulsionados em água, pigmentada, de secagem ao ar. Seguem dados:

 Tempo de secagem: de ½ h a 2h (ao toque); de 3h a 6h (entre demãos); de 24h (de


secagem final para ambientes internos); de 72 h (de secagem final para ambientes
externos).
 Rendimento por demão: de 30m2/galão a 45 m2/galão, sobre reboco; de 40m2/galão a
55m2/galão, sobre massa corrida ou acrílica.
 Número de demãos: duas a três.
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 Cores: as mais diversas. É possível também adquirir a tinta na cor branca e misturá-la
com corantes diversos, também fornecidos (em bisnagas) pelo fabricante.
 Ferramentas: rolo de lã de carneiro, trincha e pincel. Os acessórios e ferramentas,
imediatamente após o uso, deverão ser limpos com solvente recomendado pelo
fabricante.
 Utilização básica: superfícies de quaisquer inclinações, internas ou externas, onde se
que resistência aos raios solares, às intempéries e que estejam sujeitas à limpeza
freqüente. Poderá ser aplicada sobre reboco de tempo de cura recente, pois sua
microporosidade permite a exsudação por osmose, de eventual umidade das paredes
(respiração da película), sem empolamento nem afetação do acabamento. Não se
poderá utilizar diretamente sobre superfícies metálicas.
 Base para aplicação: terá de ser lixada e seca. Livre de gordura, fungos, restos de
pintura velha e solta, pó ou outro corpo estranho. Em superfícies muito absorventes ou
pulverulentas, como tijolos de barro, reboco muito poroso, mole e arenoso, aplicar uma
ou duas demãos de selador. Em seguida, será aplicada tinta PVA com rolo, pincel ou
trincha, diluída em 20% de água. A primeira demão servirá como seladora em
superfícies pouco porosas. Duas ou três demãos serão suficientes. Espaçar as
aplicações de 3h a 6 h, no mínimo. A segunda demão será aplicada pura.As tintas serão
rigorosamente agitadas dentro das latas e periodicamente revolvidas antes de usadas,
evitando a sedimentação dos pigmentos e componentes mais densos. Quando for
indicado revestimento com massa corrida, o trabalho será executado conforme as
seguintes indicações:

 Duas demãos de massa corrida (lixa fina entre uma e outra


demão) aplicadas com desempenadeira de aço ou espátula.
 Intervalo mínimo de 6 h entre as demãos.
 Lixamento da última demão.
 Pintura com tinta látex, em duas demãos, das superfícies já
tratadas com massa corrida.
 Embalagem: ¼ galão (0,9 L); galão (3,6 L); lata de 18 L.
 Orientação: pintar primeiramente as superfícies exteriores e
depois as interiores; pintar o prédio de cima para baixo; evitar
condensação de vapor de água nas paredes durante a pintura
de superfícies internas; em tempo muito quente, umedecer
levemente as paredes de reboco novo.
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001 Branco Neve 002 Branco Gelo 844 Palha 018 Pérola 820 Areia

818 Marfim 506 Amarelo Vanilla 503 Cromo Suave 354 Flamingo 813 Pêssego

666 Concreto 814 Camurça 802 Cerâmica 373 Vermelho Telha 669 Azul Luna

672 Verde Musgo 008 Preto

 Pintura a Esmalte:

Os esmaltes são obtidos adicionando pigmentos aos vernizes ou às lacas,


resultando daí uma tinta caracterizada pela capacidade de formar um filme excepcionalmente
liso. O esmalte sintético é fabricado à base de resinas alquídicas obtidas pela reação de
poliésteres e óleos secativos. Seu tempo de secagem é de 4h a 6h, para o toque, e 24 h para
secagem completa.
O rendimento é de 20 m2/ galão a 50 m2 / galão, por demão. Poderá ser utilizada
em superfícies de qualquer inclinação, internas ou externas e deverá ser aplicada em base seca,
livre de gorduras, fungos, ferrugem, restos de pintura velha solto ou pó. É preciso aplicar a
primeira demão de selador (primer) de acordo com o tipo da base (madeira ou ferro), em uma ou
duas camadas, espaçadas de 18 h a 24 h, conforme o caso.
Em seguida, o esmalte sintético será aplicado com pincel, rolo, revólver ou por
imersão, diluído com solvente, se necessário, em função do tipo de base. Serão suficientes duas
a três demãos. A proporção básica para diluição é de 20% para a primeira demão e de 5 a 10%
para a segunda demão. A tinta terá de ser remisturada com freqüência, com espátula ou régua
de madeira, durante a utilização. Na sua aplicação, deve-se proceder conforme o caso:

 Esmalte sobre superfície de madeira – Limpeza preliminar pelo lixamento a seco com
lixa nº 1 e remoção do pó da lixa. Em seguida, uma demão de aparelhamento, aplicada
com trincha, de acabamento fosco. Após, uma demão de massa corrida, aplicada com
espátula ou desempenadeira metálica, bem calcada em todas as fendas, depressões e
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orifícios de pregos ou parafusos. Em seguida, lixamento com lixa nº 1 ou nº 1,5 e


subseqüente limpeza com pano seco. Após, segunda demão leve de massa corrida,
corrigindo defeitos remanescentes. Em seguida lixamento a seco com lixa nº 00 e
subseqüente limpeza com pano a seco. Finalmente, duas demãos de acabamento com
esmalte sintético, sendo a primeira fosca. A massa corrida sintética só poderá ser usada
em interiores ou exteriores abrigados, à sombra, distante de intempéries.
 Esmalte sobre superfície metálica – Caso a pintura de fundo (dada nas esquadrias pelo
serralheiro, na oficina, antes da colocação da peça) esteja danificada ou manchada,
retocar toda a área afetada, bem como todas as áreas sem pintura e os pontos de solda,
utilizando a mesma tinta empregada pelo serralheiro. Efetuar, em seguida, sobre as
superfícies de ferro, a remoção de eventuais pontos de ferrugem quer seja por processo
mecânico (aplicação de escova de aço seguida de lixamento, e remoção do pó com
estopa umedecida em benzina), quer seja por processo químico (lavagem com ácido
clorídico diluído, água de cal etc.). Após, deverá ser aplicada uma demão de tinta zarcão
verdadeira ou de cromato de zinco. Não constituindo a demão de fundo anticorrosivo,
por si só, proteção suficiente para os elementos metálicos, será vedado deixá-los
expostos ao tempo por longo período sem completar a pintura de acabamento. Terá de
ser feito um repasse com massa onde necessário para regularizar a superfície, antes da
aplicação das demãos de acabamento. A espessura do filme, por demão de tinta
esmalte, será de no mínimo 30 micrometros.

Os esmaltes se apresentam em dois tipos de acabamento: alto brilho, acetinado e


fosco.

001 Branco 002 Branco Gelo 016 Platina 014 Cinza Médio 019 Cinza Escuro

164 Azul Del Rey 172 Azul França 168 Anil Intenso 163 Azul Mar 165 Celeste

848 Marrom Conhaque 822 Colorado 828 Tabaco 802 Marrom 814 Camurça

817 Creme 818 Marfim 820 Areia 351 Laranja 518 Amarelo Caterpillar
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500 Amarelo 008 Preto 374 Vermelho Goya 360 Rubi 350 Vermelho

017 Alumínio 815 Pêssego Suave 354 Flamingo 819 Strato 674 Verde Colonial

651 Verde Folha 652 Verde Nilo 001 Branco 002 Branco Gelo 016 Platina

814 Camurça 820 Areia 818 Marfim 802 Marrom Barroco 164 Azul Del Rey

674 Verde Colonial 001 Branco 008 Preto 696 Verde Escolar

 Pintura a Óleo:

As tintas a óleo são constituídas de:

 Veículos: são óleos secativos, isto é, quando expostos ao ar em finas camadas,


formam uma película útil (sólida, relativamente flexível e resistente, aderente à
superfície, aglutinante do pigmento etc.). O veículo das tintas poderá conter uma
resina alquídica, à qual os óleos secativos se incorporam quimicamente (tinta fosca
de base alquídica, para interiores). As principais vantagens dessa adição são:
melhor adesividade da película resultante, melhor flexibilidade e secagem mais
rápida.
 Solventes: a função essencial desses componentes é baixar a viscosidade do
veículo de maneira a facilitar a aplicação da tinta em cada caso particular. É
conveniente também estocar as tintas na forma de misturas de alta viscosidade e
diluí-las no momento da aplicação. A vantagem desse procedimento é que se
constitui para evitar a sedimentação de pigmentos em camada endurecida,
apresentada por algumas tintas. Além disso, os solventes desempenham um papel
importante e não muito bem explicável na formação da película; se mal escolhidos,
darão margem a uma série de defeitos na película durante ou logo após a
aplicação. O solvente mais usado em tintas a óleo é a aguarrás. Usa-se também
gasolina sem aditivos.
 Secantes: são catalisadores de absorção química de oxigênio e, portanto, do
processo de secagem. As quantidades usadas variam de 0,05% a 0,2%.
Quantidade excessiva de secante ocasiona películas duras e quebradiças.
 Pigmentos: consistem em pequenas partículas cristalinas que são insolúveis nos
demais componentes de tinta (óleo, solventes etc.) e têm por finalidade principal dar
cor e opacidade à película útil. Muitos pigmentos são substâncias orgânicas, como
por exemplo, cromato de chumbo, óxido de titânio, alvaiade de chumbo, óxido de
zinco, óxido de ferro e zarcão.

Recomenda-se somente empregar tintas preparadas industrialmente. Para


obtenção das tonalidades especificadas, admite-se a mistura na obra, atendida às
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recomendações e prescrições do fabricante. A tinta deverá ser freqüentemente revolvida dentro


do recipiente. É necessário, em qualquer caso, ser observadas as seguintes determinações
específicas, no caso de pintura a óleo sobre ferro:

 Limpeza a seco
 Emassamento necessário à correção das superfícies
 Duas demãos de tinta de acabamento
 No caso de a pintura aplicada pelo serralheiro se apresentar danificada, tomar as
seguintes medidas: limpeza da superfície por meios químicos ou mecânicos; aplicação
de uma demão de água e cal; aplicação de uma ou duas demãos de tinta anticorrosiva.

 Pintura à base de cal:

Tintas para caiação são muito econômicas. Seu componente principal é a cal
extinta, produzida a partir de rochas calcárias e dolomíticas, que apresentam baixo teor de
óxidos de ferro e de alumínio, o que determina o índice de alvura na pintura. As tintas coloridas
poderão ser obtidas por incorporação de pigmentos ou corantes resistentes ou estáveis em
relação à cal. A máxima quantidade de pigmentos não poderá ir além de 10%.
Para aumentar a aderência e a durabilidade da película, é recomendável aplicar,
como fundo, cola de caseína, de peixe, de carpinteiro ou outras. A caiação exige duas demãos,
aplicadas com broxa ou, excepcionalmente, com pincel, porém nunca com rolo, especialmente
em tetos, sendo a primeira dada com cerca da metade da quantidade de cal extinta da demão
final, com adição de fixador (óleo de linhaça ou de cozinha).
Para tetos, é útil a adição de gesso. As tintas à base de cal extinta e gesso já se
encontram preparadas no comércio. Exigem somente a adição de duas partes de água e uma
parte do pó, ou na proporção indicada pelo fabricante, e um certo tempo de repouso antes de
serem aplicadas. O consumo é de cerca de 0,6 L/m2, para duas demãos. A pulverulência da
caiação é baixa, garantindo uma camada de cobertura homogênea, lisa e firme. O poder de
cobertura é elevado.
A aderência da caiação é boa quando aplicada sobre argamassa, concreto ou
blocos de concreto. A facilidade de aplicação é elevada, variando com a viscosidade da
suspensão da cal e com as características da superfície a ser caiada (lisa ou rugosa, seca ou
úmida). A seqüência mais recomendável dos serviços de caiação é a seguinte:

 Limpeza e lixamento das paredes e tetos com vassoura, escova ou lixa de calafate;
 Vedação de fendas ou falhas, eventualmente verificadas no revestimento, com
argamassa no traço 1:1:6 de cimento, cal e areia, em volume, quando as falhas
forem grandes, ou idêntica à do reboco, quando pequenas;
 Umedecimento das superfícies a pintar, jogando sobre elas água limpa;
 Aplicação, por meio de broxa, como primeira demão, da cola, evitando
escorrimento;
 Aplicação, com intervalos de 48 h, de segunda e terceira demãos cruzadas de
caiação, adicionada do óleo, em direções perpendiculares.

Sua utilização básica é em paredes externas ou internas. É adequada para as


paredes internas em ambientes com pouca ventilação, como banheiros, cozinhas e garagens,
pois permite a transpiração de paredes, dificultando o aparecimento de manchas de mofo sobre
as superfícies pintadas.
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1000 Branco 1002 Branco Gelo 1003 Azul Celeste 1008 Creme
Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.

1010 Azul Pavão 1006 Amarelo 1009 Cinza 1012 Verde


Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.

1007 Camurça 1014 Pessego 1001 Areia 1015 Verde Cana


Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.

1004 Rosa 1013 Concreto


Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.

 Pintura Látex Acrílica (PVA):

Recomendada para a aplicação sobre superfícies internas e externas de alvenaria à


base de cimento e/ou cal (argamassa), concreto, bloco de concreto, cimento amianto, gesso,
cerâmica não vitrificada. Tinta formulada a base de dispersão de copolímeros acrílicos ou
estireno acrílico, contém pigmentos como dióxido de titânio e/ou outros pigmentos coloridos,
cargas e aditivos. Seu acabamento pode ser fosco aveludado ou semi-brilho.

025 Branco Imperial 002 Branco Gelo 844 Palha 018 Pérola 820 Areia
SB / F / A / SL SB / F / A / SL SB / F / A / SL SB / F / A / SL SB / F / A / SL

818 Marfim 506 Amarelo Vanilla 503 Cromo 801 Ocre Colonial 813 Pêssego
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SB / F SB / F SB / F SB / F SB / F / A / SL

354 Flamingo 814 Camurça 666 Concreto 370 Terracota Suave 373 Vermelho Telha

SB / F SB / F / A / SL SB / F SB / F SB

185 Azul Bruma 669 Azul Luna 376 Vermelho Profundo 664 Verde Lemonade 654 Verde Kiwi
SB / F SB / F SB / F SB / F SB / F

001 Branco Neve 002 Branco Gelo 844 Palha 018 Pérola 820 Areia

818 Marfim 506 Amarelo Vanilla 503 Cromo Suave 354 Flamingo 813 Pêssego

666 Concreto 814 Camurça 802 Cerâmica 356 Vermelho Cardinal 008 Preto

156 Azul Profundo

 Pintura com verniz:

Os vernizes são soluções de gomas ou resinas, naturais ou sintéticas, em um


veículo (óleo secativo, solvente volátil), soluções essas que são convertidas em uma película útil,
transparente ou translúcida, após a aplicação em camadas finas. As propriedades do verniz
dependem da natureza da resina e do óleo na qual ela se dissolve.
É necessário empregar sempre o tipo de verniz adequado para cada caso
particular. Verniz que possua alta resistência à água poderá ser muito quebradiço para ser
utilizado em soalhos. Verniz utilizado para interiores poderá ser inadequado para uso externo.
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Os elementos de madeira, para receber verniz, deverão sofrer lixamento preliminar com lixa nº
80 e em seguida com lixa nº 120.
É preciso aplicar então uma farta demão de imunizante pentaclorofenol, deixando
secar e endurecer as resinas durante 24 h. Após esse período, remover o excesso de
pentaclorofenol, passando um pano seco sobre a madeira e aplicando uma demão de verniz
selador fosco, que terá de secar pelo período determinado pelo fabricante.
Devem-se tapar os furos de prego e outras imperfeições na superfície da madeira
com massa de pintor, aplicada com espátula e proceder ao lixamento com lixa nº 120, seguido
de limpeza com pano seco. O acabamento será dado em duas demãos, a primeira com corante
para igualar a cor, se for o caso, e com retoques onde necessários, antes da última demão.

 Pintura com tinta epóxi:

As pinturas com tinta epóxi em paredes obedecerão às instruções do respectivo


fabricante e mais as seguintes:

 Lixamento da superfície rebocada para remoção de partículas soltas


 Cuidadosa remoção do pó, preferivelmente com jato de ar, seguida da aplicação de
uma demão de primer.
 Aplicação de duas demãos de massa corrida à base de epóxi, com
desempenadeira de aço ou espátula.
 Lixamento e remoção do pó
 aplicação de duas demãos de tinta epóxi bicomponente (misturada na obra), com
equipamento do tipo airless spray (pistola de pintura a ar comprimido) de alta
pressão, formando um filme de 140 micrometros.

 Pintura com betume:

Os materiais betuminosos têm emprego na Construção Civil, como produtos de


estanqueidade ou como tintas de proteção de baixo custo, principalmente contra a ação de
umidade.
A característica de serem quimicamente inertes tornam os betumes indicados para
o emprego em recobrimentos para a proteção de tubulações de chumbo, zinco, da ação química
de cal liberada pelas argamassas. Tem boa resistência à umidade, álcoois e ácidos.
Revestimentos de lajes de cobertura podem ser executados com soluções de
asfaltos, que podem conter asbetos ou outro enchimento inerte. Os betumes estão entre os
revestimentos mais baratos dos disponíveis no mercado e são amplamente usados em
coberturas, reservatórios de água e revestimentos externos de subsolos. Revestimentos
executados com tintas ao calor e não resistentes à maioria dos solventes comuns, limitam sua
aplicação. Com a adição de cargas, os revestimentos ganham corpo e reduzem sua tendência
de derreter com a elevação de temperatura.
Com a incorporação de óleos ou resinas, obtemos revestimentos escuros
brilhantes, com excelente resistência a ácidos, álcalis e produtos químicos, com sensível
melhora da resistência a solvente e ao calor.

 Pintura com borracha clorada:

Essa categoria de recobrimentos é usada para propósitos especiais, como, por


exemplo, onde à contaminação de micro-organismos pode constituir-se em um problema
(indústria de alimento, bebidas, hospitais etc.), onde se deseja baixa permeabilidade a água e ao
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vapor de água ou onde se deseja dureza e resistência a agentes químicos. A relativamente fraca
solubilidade desse material requer solvente forte para diluir e limpar ferramentas, limitando assim
o seu uso mais específico, além do que sua durabilidade em exterior não e muito boa.
Suas propriedades também fazem com que sejam úteis como revestimentos de
tanques e piscinas, uma vez que a água protegerá o revestimento dos raios ultravioletas e
prolongará sua vida útil. Borracha clorada perde resistência em contato com solventes
aromáticos como benzol, tolineno, xilmo, etc.
Pode-se variar o número de demãos de tinta para alcançar a espessura desejada,
de acordo com a finalidade específica, desde que se observe o tempo de 48 horas entre as
demãos, para não alterar a polimerização da demão anterior. A cura da película completar-se-á
em 6 dias após a aplicação da última demão.
Têm-se como principais fabricantes: Tintas Coral, Suvinil, Ypiranga, Renner,
Sherwin Williams, Hidracor, Ibratin, entre outros.
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ACESSÓRIOS/EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO SISTEMA DE PINTURA

Entre os procedimentos técnicos necessários à realização de uma pintura,


encontra-se a aquisição das ferramentas de pintura. Destacam-se, entre elas: pincel, trincha, rolo
de lã de carneiro, rolo de lã para epóxi, rolo de espuma, rolo de espuma rígida, espátula,
desempenadeira de aço, desempenadeira de plástico, bandeja ou caçamba, pistola, lixa e air
less.

QUADRO 4 – ACESSÓRIOS DE PINTURA


Acessório Utilização Limpeza

Pincel/Trincha Aplicação de esmaltes tintas, vernizes e


a) Retirar o excesso com papel ou jornal
complementos. Pincéis de cerdas claras para
b) Lavar com solvente (thinner) e, em seguida,
tintas a base de água e pincéis de cerdas
com água e sabão ou detergente.
escuras para tintas esmaltes, óleos e vernizes.

Rolo de lã de carneiro Aplicação de tintas à base d’água, látex PVA,


vinil acrílicas e acrílica fosca. Rolos de pêlo c) Lavar com água e sabão ou detergente.
baixo são utilizados para tintas látex acrílicas.

Rolo de lã para epóxi d) Limpeza de tintas acrílicas: lavar com água


Aplicação de tintas à base de resina epóxi e
e sabão ou detergente.
acrílica acetinada e semi-brilho.
e) Limpeza de tinta epóxi: diluente para epóxi.

Rolo de espuma Aplicação de tintas a óleo, esmaltes sintéticos,


vernizes e complementos. Os rolos de f) Lavar com solvente e depois com água e
espuma rígida são utilizados em aplicações de sabão ou detergentes.
tintas texturizadas.
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QUADRO 4 – ACESSÓRIOS DE PINTURA (cont.)


Acessório Utilização Limpeza

Rolo de espuma rígida


Aplicação de acabamentos texturizados. g) Lavar com água e sabão ou detergente.

Espátula de aço
Remoção de tintas velhas e aplicação de massa
para pequenos retoques. São variados os tipos e
os tamanhos.

Desempenadeira de aço Aplicação de massa corrida e massa acrílica em h) Tirar o excesso de massa com uma
espátula, lavar com água e enxugar logo
grandes superfícies.
a seguir para evitar ferrugem.

Desempenadeira de
plástico Aplicação de massa corrida, massa acrílica e i) Tirar o excesso de massa com uma
textura. espátula e lavar com água.

Bandeja ou caçamba
Recipientes que dão apoio ao rolo de pintura,
j) Tirar o excesso e lavar com água.
facilitando sua molhagem e, assim, a aplicação do
produto.

Pistola
Aplicação de esmaltes, vernizes e tintas a óleo. A ***
mais utilizada é a de pressão.
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QUADRO 4 – ACESSÓRIOS DE PINTURA (cont.)


Acessório Utilização Limpeza

Lixa É usada para aumentar a aderência do produto e


uniformizar a superfície. Há quatro tipos de lixas,
que são identificadas pelas seguintes cores: bege ***
(madeira), vermelha (massa) e cinzas e pretas
(ferro).

Air Less Aplicação de qualquer tipo de tinta látex (PVA ou


acrílica), esmaltes, vernizes e tinta a óleo em
***
ambientes internos e externos nos locais de difícil
acesso ou em grandes áreas.

Importantes ferramentas usadas na


Mexedores homogeneização da tinta, devendo ser retangular, ***
no formato de uma régua.

É importante ressaltar a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI’s)


no processo de pintura. Recomenda-se o manuseio de determinados produtos utilizando-se
máscara contra vapores de solventes e partículas, óculos de segurança adequado contra
respingos de produtos químicos e luvas resistentes a solventes durante a aplicação e lixamento
dos mesmos. Em casos de aplicação dos produtos por pulverização, utilizar, preferencialmente,
uma cabine de pintura com exaustão e filtro.
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EFEITOS DA PINTURA
TEXTURIZADO

Design Liso Mármore


Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009.

Pedra Rústico
Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009.
EFEITOS ESPECIAIS CORAL DULUX

Escovado Espatulado
Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009.
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Manchado Esponjado
Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009.

Trapeado Pátina
Fonte: TINTAS CORAL, 2009. Fonte: TINTAS CORAL, 2009.

PROBLEMAS E SOLUÇÕES NO USO DE TINTAS

O processo de pintura de um determinado material exige que todas as normas e


procedimentos técnicos sejam respeitados com rigor, incluindo-se o respeito às datas de
validade do produto a ser utilizado. Alguns problemas eventualmente ocorrem, apesar de todos
os cuidados tomados geralmente decorrentes de condições de armazenamento deficientes,
condições climáticas adversas ou falhas no preparo da superfície, durante a aplicação ou
durante a secagem.
Destacam-se erros como: sedimentação da tinta, diferença da cor na embalagem
para a cor apresentada na cartela de cores, secagem diferente, cobertura deficiente, dificuldade
de aplicação e mau cheiro. Tais erros serão detalhados a seguir:

a) Sedimentação – no caso da sedimentação, ocorre um acúmulo da parte sólida da


tinta no fundo da embalagem em função do longo tempo de armazenamento da
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mesma. Este problema pode ser resolvido através da homogeneização do


produto com um instrumento ou equipamento adequado. A homogeneização
deverá ser feita sempre com um mexedor de forma retangular.
b) Cor diferente da cartela de cores – quando a cor da tinta se encontra diferente da
cor presente da cartela de cores, esta diferença pode se dar através das
alterações de cor sofridas durante a impressão das cores sobre o papel da
cartela. Portanto, é preciso considerar que a cartela de cores é apenas uma
referência da cor e não o resultado apresentado nas superfícies poderão
apresentar pequenas variações de tonalidades.
c) Secagem diferente – uma secagem diferente da tinta decorre, possivelmente, da
baixa temperatura (abaixo de 15°C) ou da excessiva umidade relativa do ar,
retardando, assim, a secagem. Além disso, o preparo incorreto de superfícies
com contaminantes, tais como óleo, cera, graxas e outros prejudicam a
eficiência do produto. Faz-se necessária a leitura das orientações constantes
nas embalagens das tintas.
d) Cobertura deficiente – a diluição excessiva, a não homogeneização do produto
no ato da aplicação ou até mesmo a utilização de um solvente inadequado pode
causar uma cobertura insuficiente de uma determinada superfície. Para evitar
transtornos como este, devem-se observar previamente as informações técnicas
do produto utilizado.
e) Dificuldade de aplicação – havendo uma diluição insuficiente, a aplicação do
produto por se tornar “pesada”. Esta dificuldade de alastramento pode, ainda,
decorrer da aplicação de camadas bastante finas. Além disso, um
armazenamento prolongado ou incorreto do produto pode gerar reações
químicas, trazendo outras dificuldades na aplicação do mesmo.
f) Mau cheiro – além dos problemas supracitados, a proliferação de fungos nas
tintas pode ocasionar mau cheiro, decorrente da decomposição do produto por
estes.

PATOLOGIAS OBSERVADAS NAS SUPERFÍCIES

A prática incorreta e o uso de produtos inadequados em uma determinada


superfície podem trazer ao consumidor uma série de transtornos com o resultado obtido pela
pintura.
Os principais sinais observados em uma aplicação de pintura inadequada são:
calcinação/saponificação, eflorescência, manchas amarelas em paredes e tetos, bolhas,
desagregamento, fissuras, oxidação, descascamento, mofo, escorrimento, mau alastramento,
manchas foscas desuniformes no filme, enrugamento, trincas de estrutura e manchas causadas
por pingos de chuva. Em seguida, serão identificados de forma objetiva os problemas
apresentados, as causas e as soluções a serem empregadas.
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a) Calcinação/Saponificação

Figura 10: manchas por calcinação em uma superfície pintada.

A calcinação se caracteriza pelo aparecimento de manchas na superfície pintada,


provocando a destruição e o descascamento do filme da tinta látex ou o retardamento da
secagem em esmaltes sintéticos e em tintas a óleo, resultando em uma superfície pegajosa
(saponificação). Este problema resulta da aplicação do produto sobre superfície alcalina (cal ou
reboco não curado) na presença de umidade. Essa alcalinidade reage com a acidez de alguns
tipos de veículos (resina).
A correção a ser feita, quando em se tratando de pinturas com tinta PVA ou acrílica
é lixar ou raspar a superfície, eliminando as partes soltas, aplicando, em seguida, uma demão de
fundo preparador, geralmente diluído na proporção de 1:1 com thinner, finalizando com uma
nova aplicação do acabamento.

b) Eflorescência

A eflorescência caracteriza-se pelo surgimento de manchas esbranquiçadas na


superfície pintada decorrente da aplicação de produtos sobre reboco úmido, havendo uma
migração de umidade de dentro para fora, levando consigo os sais solúveis.

Figura 11: manchas esbranquiçadas características da eflorescência.


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Sugere-se a observação das infiltrações existentes com a correção das mesmas.


Deve-se aguardar a secagem da superfície, raspa-la e aplicar uma demão de um fundo acrílico
preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner. Proceder, posteriormente, com
uma repintura da superfície.

c) Manchas amarelas em paredes e tetos

A presença de manchas amareladas em paredes e tetos geralmente se dá pela


disposição de gordura, óleo ou alcatrão sobre a película de tinta.

Figura 12: Manchas amareladas causadas por gordura.

A solução recomendada neste caso é a lavagem da superfície com uma solução a


10% de amoníaco em água ou a utilização de detergente neutro com o mesmo agente.

d) Bolhas

Figura 13: Presença de bolhas em superfície pintada.

O surgimento de bolhas em uma superfície pintada é sinal de cinco possíveis erros:

1 - Aplicação da massa PVA em exteriores;


2 - Repintura sobre uma tinta de má qualidade;
3 - Não eliminação de poeira após o lixamento da massa corrida;
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4 – Diluição insuficiente da tinta;


5 – Superfícies pulverolentas (ex.: cal, gesso);

Nestes casos, recomenda-se a remoção da massa aplicada, aplicando-se uma


demão de fundo acrílico preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner. Em
seguida, deve-se aplicar uma massa acrílica apropriada e, posteriormente, pintar.
Pode-se também raspar a área afetada, aplicar uma demão de fundo acrílico
preparador de paredes diluído com thinner numa proporção de 1:1 e repinta-la.
Uma outra opção seria lixar a superfície, raspar as partes soltas, eliminar o pó,
aplicar, em interiores, uma demão de selador PVA e, em exteriores, aplicar uma demão de
selador acrílico e repintar por último.

e) Desagregamento

Figura 14: Parede desagregada.

O desagregamento é sinal de que a pintura foi destruída (esfarelada), destacando-


se da superfície juntamente com partes do reboco.
A causa principal deste processo é a aplicação direta do produto (sem uma
utilização prévia de um fundo preparador de paredes acrílico, base solvente) sobre o reboco
novo, não curado, por um período mínimo de 30 dias.
Corrije-se este problema com a raspagem das partes soltas, efetuando-se a
correção do reboco. Em seguida, deve-se aplicar uma ou duas demãos de fundo preparador de
paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner, finalizando-se com uma repintura.
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f) Fissuras

Figura 15: Fissuras.

A aplicação do produto sobre resíduos de soda cáustica ou removedor pode causar


fissuras em uma superfície. Em casos como este, deve-se remover a pintura. Se a superfície
conter resíduos de soda cáustica: lavar com água; em casos de resíduos de removedores, lavar
com solvente, aguardar a secagem da superfície para repintá-la.

g) Oxidação

Figura 16: Presença de bolhas em superfície pintada.

Uma superfície de madeira esbranquiçada é sinal de que esta se encontra oxidada.


Este processo se dá por duas causas: a utilização de um thinner inadequado (frio) em períodos
chuvosos (ou em períodos de umidade elevada) ou pela aplicação do produto sobre superfícies
úmidas. Soluciona-se este problema com a remoção do produto com o auxílio de uma lixa para
que se possa aplicá-lo novamente.
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h) Descascamento

Figura 17: Parede descascada.

A aplicação de produtos de pintura sobre superfície poeirentas ou partes soltas,


como gesso ou reboco novo não selado é a principal causa do descascamento das mesmas.
A correção indicada neste caso é a remoção das partes soltas e mal aderidas,
aplicando-se, em seguida, uma demão de fundo acrílico preparador, diluído na proporção de 1:1
com thinner, deixando a superfície preparada para uma repintura.

i) Mofo

Figura 18: Parede descascada.

Uma superfície com mofo apresenta-se com manchas de cor e odor característico.
O aparecimento do mesmo é causado por ambientes excessivamente úmidos e/ou quentes, com
pouca circulação de ar ou pouco iluminado, favorecendo o desenvolvimento dos
microorganismos, que se alimentam nestas superfícies. Em condições normais, as tintas devem
apresentar boa resistência a esses microorganismos. Soluciona-se este problema lavando-se a
superfície com uma solução de água sanitária diluída 1:1 em água potável.
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j) Escorrimento

Figura 19: Escorrimento.

O escorrimento da tinta em uma superfície pode ser causado por excessiva


diluição, aplicação não uniforme, utilização de solvente muito lento, repintura sobre a primeira
demão ainda úmida ou temperatura muito baixa. Em casos como estes, sugere-se que se faça
uma observação das informações técnicas do produto nas embalagens ou boletins técnicos.

k) Mau Alastramento

Figura 20: Mau alastramento.

O mau alastramento é causado pela diluição insuficiente, má aplicação, utilização de solvente


muito rápido ou aplicação de camadas bastante finas. A solução apontada neste caso é a
observação das informações técnicas do produto nas embalagens ou boletins técnicos.
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l) Manchas foscas e não uniformes no filme

Figura 21: Manchas foscas desuniformes no filme

A presença de manchas foscas e desuniformes é sinal de superfície contaminada,


massa ou primers excessivamente absorventes ou em ambientes fechados, com pouca
circulação de ar. Limpando-se bem a superfície, selando-a antes da aplicação do acabamento e
mantendo-se o ambiente com uma boa circulação de ar durante o processo de secagem são
medidas profiláticas eficazes na correção de erros como este.

m) Enrugamento

Figura 22: Enrugamento.

A aplicação de grossas camadas, a secagem sob a luz do sol ou a repintura sobre a


primeira demão não convenientemente seca são fatores que favorecem o aparecimento de
enrugamentos numa superfície pintada. Antes de realizar qualquer pintura, deve-se ler o boletim
técnico das tintas, para que se saiba a espessura recomendada das demãos a serem aplicadas.
A cura total da primeira demão deve ser respeitada e ressalta-se que algumas tintas não devem
ser aplicadas sob luz solar.
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n) Trincas de estrutura

Figura 23: Trincas de estrutura

O surgimento de trincas em uma estrutura é o resultado do movimento da mesma.


Corrige-se este problema em 5 passos:

1 – Abrir a trinca e escova-la eliminando o pó.


2 – Aplicar uma demão de fundo acrílico preparador diluído na proporção de 1:1 em
thinner.
3 – Repassar esta solução 24h após a primeira aplicação.
4 – Aplicar massa acrílica, aguardar sua secagem e estender uma tela de nylon,
aplicando três demãos de impermeabilizante acrílico.
5 – Repintar a superfície.

o) Manchas causadas por pingos de chuva

Superfícies pintadas com tinta látex podem apresentar manchas causadas,


normalmente, por pingos de chuva, antes que as mesmas estejam totalmente secas.
Evita-se este problema através da realização de pinturas externas somente com a
segurança de que não vai chover. Após a ocorrência deste problema, pode-se minimiza-lo
lavando-se por igual as superfícies machadas (sem esfregar).

Figura 24: Manchas causadas por pingos de chuva.


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ORÇAMENTO DE PINTURA

Ao se pensar em revestimento em pintura, o orçamento é fator decisivo. Assim,


comprar produtos mais baratos nem sempre significa uma alternativa para economizar em
serviços de pintura. Algumas vezes, adquirir produtos mais baratos pode significar mais gastos.

 Um exemplo prático de orçamento

Multiplica-se a área da construção pelo fator observado na tabela, resultando em


um número correspondente à área da pintura.
Geralmente os fabricantes de tintas informam o rendimento das mesmas nas
especificações técnicas contidas na embalagem do produto. Porém, estes parâmetros podem
variar de acordo com as circunstâncias, como por exemplo, o estado da superfície e a técnica a
ser empregada pelo aplicador.
Há uma forma segundo que simplifica este cálculo, embora não seja muito exata.
Trata-se da seguinte fórmula: a quantidade de produtos a ser aplicada (por galão de 3,6l) é igual
à área total multiplicado pelo número de demãos divido pelo rendimento do galão.
Ressalta-se que esta fórmula representa apenas uma orientação básica para o
cálculo da quantidade de tinta a ser utilizada no serviço.
A área total é calculada pela multiplicação da altura de cada parede pelo seu
comprimento sendo, depois, somada ao resultado de todas as paredes. A área do teto é
representada pela largura do mesmo multiplicada pelo comprimento.
É importante frisar que áreas de janelas ou portas, caso não venham a ser
pintadas, devem ser subtraídas da área total.
Para se chegar à área de pintura interna de uma residência deve-se:

a) Considerar a área da construção desse imóvel e dividi-la pelo número total de


cômodos. Entretanto, não se deve contar os cômodos com paredes revestidas
de azulejos ou outros materiais;
b) O número obtudo correpsonde à área média de cada cômodo;
c) Verificar na Tabela 1 o fator correspondente à área de pintura a realizar: se
serão somente paredes internas ou o teto será incluído no orçamento;
d) Multiplicar à área da construção desse imóvel por esse fator, o número
resultante corresponde à área de pintura;
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TABELA 1 – DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE PINTURA EM METROS QUADRADOS


Área média de cada cômodo – Fator – Área de Pintura PAREDES e TETOS Fator – Área de Pintura
4,01(m²)
a 5,00 (interno)
5,8 Somente4,8 PAREDES
(interno)
5,01 a 6,00 5,4 4,4
6,01 a 7,00 5,0 4,0
7,01 a 8,00 4,8 3,8
8,01 a 9,00 4,6 3,6
9,01 a 10,00 4,4 3,4
10,01 a 12,00 4,1 3,1
12,01 a 14,00 3,9 2,9
14,01 a 16,00 3,7 2,7
16,01 a 18,00 3,5 2,5
18,01 a 20,00 3,4 2,4
20,01 a 25,00 3,2 2,2
25,01 a 30,00 3,0 2,0
30,01 a 35,00 2,8 1,8
35,01 a 40,00 2,7 1,7
40,01 a 45,00 2,6 1,6
45,01 a 50,00 2,5 1,5
50,01 a 60,00 2,4 1,4
60,01 a 70,00 2,3 1,3
70,01 a 80,00 2,2 1,2
80,01 a 100,00 2,1 1,1
FONTE: MANUAL TÉCNICO DA SUVINIL

Pode-se exemplificar de forma prática um orçamento de pintura a partir do


detalhamento de um ambiente, conforme mostra o exemplo a seguir. Figura 25.

 Exemplo A:

Um imóvel possui cerca de 105,00m² de área construída conforme mostra Figura


20, sendo composto de: 03 quartos (suítes), sala de jantar, sala de estar, cozinha, área de
serviço, lavabo, garagem e quintal. De acordo com esta descrição qual é a área total a
considerada no orçamento de pintura?
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 Solução A:

Figura 25: Planta baixa para orçamento

Nesse caso tem-se que contar 05 cômodos. Foram excluídos os banheiros e a


cozinha, pois apresentam revestimento cerâmico, bem como a garagem que contará como área
externa. Portanto, a área construída é de 105m² e os cômodos considerado forma 05. Dividindo-
se esta área pela quantidade de cômodos tem-se a área média de cada cômodo que equivale a
21,00m². Observando-se a Tabela 1, a área de 21,00m² corresponde ao fator 3,2 (paredes e
tetos). Para se saber a área de pintura das paredes e tetos deste imóvel basta multiplicar a área
construída por este valor (3,2) resultando em 336,00m².

QUADRO 5 – Orçamento de pintura


k) Área construída: 105m²
l) Ambientes: 03 quartos (suítes), sala de jantar, sala de estar,
DESCRIÇÃO DO IMÓVEL cozinha, área de serviço, lavabo, garagem e
quintal.
Para cálculo da quantidade de tinta não se deve considerar
ambientes com paredes revestidas com cerâmica.
OBSERVAÇÃO A garagem deve contar como área externa, sendo seu orçamento
feito a parte.
AMBIENTES CONSIDERADOS NO
ORÇAMENTO 05 (cinco)
ÁREA MÉDIA A SER PINTADA 21 m² (por cômodo)
FATOR DE PINTURA 3,2 (de acordo com a Tabela 1)
ÁREA DE PINTURA DE PAREDES
INTERNAS E TETOS 105m² X 3,2 = 336m²
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EFEITOS ALCANÇADOS PELA PINTURA NOS AMBIENTES

É sabido que a cor transforma um ambiente e sensibiliza os indivíduos. A


percepção da influência das cores e das alterações que certos matizes causam ao organismo
humano é fato conhecido através dos tempos, utilizado por algumas civilizações em suas
edificações e manifestações artísticas e comprovado pela ciência. Assim, Lacy (2002:13)
destaca que,
[...] a sabedoria das cores foi transmitida através dos tempos, observada por muitos
videntes e sentida por outros. As descobertas nos levaram a compreender que o uso
de uma ou várias cores no ambiente pode alterar a comunicação, as atitudes e a
aparência das pessoas presentes; a cor pode acalmar, reduzir stress e a violência ou
aumentar a vitalidade e a energia [...]
Contudo, a cor quando utilizada de forma indiscriminada e sem um estudo
sistemático de suas influências, poderá causar sensações desagradáveis e, até mesmo, aversão
por certos ambientes. Dessa forma, o uso de correto das cores é de fundamental importância na
composição dos ambientes, visto que, uma aplicação de matizes de forma inadequada pode
criar desarmonia, refletindo no estado interior e nas atitudes dos indivíduos que dele fizerem uso.
Neste contexto, admite-se que as cores influenciam a vida dos indivíduos e ainda,
tal influência é particular, pois cada indivíduo percebe os diversos matizes a partir de sua própria
vivência, seu conjunto de valores e, de acordo com a cultura na qual está inserido. O Quadro 6
enumera um conjunto de matizes, destacando-se as possíveis influências de cada um.
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QUADRO 6 – VISÃO GERAL DAS REAÇÕES A ALGUMAS CORES


Cor Característica Geral Reações Emocionais Reações Mentais
Vermelho Vivo Quente Ativação
superestimulante Perturbação
Laranja Quente Energizante Criatividade
Excitante Comunicação
Amarelo Luz do Sol Expansividade Prontidão
Ausência de limites Irradiação
Verde Natureza Calma Receptividade
Quietude Crescimento
Turquesa Repousante Relaxamento Ampliação do espaço
Tranqüilidade Liberação
Azul Frio Calma Reflexão
Distanciamento Introspecção
Violeta Profundo Devoção Meditação
Respeito Magia
Magenta Majestoso Inspiração Controle
Elevação Consciência espiritual
Branco Claro Brilho Limpeza
Frieza Pureza
Preto Escuro Depressão Desconhecido
Medo Vácuo
Cinza Nublado Infelicidade Negatividade
Sem amor-próprio Indecisão
Fonte: Adaptado de LACY, 2002: 62.
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Em relação aos ambientes, as cores também provocam sensações e revelam muito


acerca do caráter dos indivíduos que as utilizam. O Quadro 7 destaca as características de cada cor e
as sensações que promovem ao serem utilizadas em cada ambiente nas edificações.

QUADRO 7 – AS CORES E SUAS CARACTERÍSTICAS


AMBIENTE COR / CARACTERÍSTICAS
HALL Amarelo (pessoas que valorizam o intelecto), verde-maçã (valor à família, às crianças e aos animais), rosa (calor e
afeto); azul (casa com pessoas de opinião firme); vermelho (o morador gosta de ser notado);
COZINHA Tons quentes de rosa e pêssego (aproximação dos familiares); laranja, pêssego e damasco (estimulam a criatividade
culinária);
Amarelo vivo (conversas estimulantes); laranja (convívio e sociabilidade);azul (assuntos mais sérios); vermelho
SALA DE JANTAR (proporcionam intimidade);
Tons de azul (relaxantes); Turquesa, mistura de verde com azul (acalma emoções); pêssego, rosa e salmão;
QUARTO
QUARTO DAS CRIANÇAS Cores pálidas! Para luminárias: rosa e pêssego; para o teto: azul-claro;
QUARTO DO BEBÊ Tons de rosa e azul; rosa (cor do amor e do aconchego);
Rosa e pêssego (relaxamento); amarelo (inspira novas idéias ao banho); azul (relaxante, mas deve ser evitado por
BANHEIRO pessoas deprimidas);

APARTAMENTOS E ANEXOS Hall alegre: amarelo (aumenta a área externa);

FLATS MOBILIÁRIOS Bege, rosa e pêssego, complementados com acessórios verdes e azuis (entusiasmo aos moradores)
Tons quentes de rosa, pêssego e damasco (cores atrativas, que passam segurança às crianças, reduzindo a
JARDINS DE INFÂNCIA apreensão); vermelho e laranja (benéfico às crianças tímidas, estimula a criatividade);

ESCOLAS Amarelo (estimula o intelecto); violeta (artes, musicalidade); verde e rosa (estimulam decisões);
Amarelo e azul (juntos, estimulam os estudos); laranja ou violeta (escola de artes); cadeiras azuis; amarelo claro
FACULDADES (idéias filosóficas); laranja (comunicação);
Recepção azul (acalma); tons claros de vermelho e laranja (relaxam pacientes internados); azul turquesa (acalma o
HOSPITAIS sistema nervoso); várias cores (área pediátrica); azul e laranja (unidades psiquiátricas); chão verde, teto azul (cores
da natureza p/ pacientes terminais);
Turquesa e pêssego com branco e branco gelo; azul e rosa claro com branco gelo; verde e pêssego, ou rosa, com
CONSULTÓRIOS branco ou branco gelo – estas combinações transmitem que ali há um profissional tranqüilo e que se importa com os
pacientes; recepção rosa (acalma os pacientes);
FÁBRICAS Azul (calmante); paredes pêssego; tons claros; azul no teto; piso verde (repousa os pés);
BANCOS Azul (confiança em depositar o dinheiro e diminui a violência no local);
Usar sempre 3 cores complementares. Tons pêssego e dourado no hall (tornam o ambiente atraente); tons claros de
HOTÉIS rosa, damasco e verde são recomendados (elevam o estado de espírito dos hóspedes).
Rosa e verde-maçã (cordialidade e eficiência no trabalho); laranja e verde (entusiasmam o trabalho); turquesa
ESCRITÓRIOS (acalma a mente);

AEROPORTOS Verde com rosa claro ou damasco; rosa claro e violeta (ambas combinações vibrantes e vistosas).
O uso do amarelo dourado com outras cores dá intensidade e sofisticação aos ambientes; criam estado de ânimo
TEATROS E RESTAURANTES puro quando usados com vermelho (amor), laranja (alegria), turquesa (maravilhamento), azul imperial (esplendor),
magenta (magia) e violeta (inspiração);
CELAS DE PRISÕES Cor-de-rosa (relaxa indivíduos hostis e agressivos);
Tons claros e de magenta (criam uma atmosfera calorosa e atraente); utilizar luzes azuis no teto (equilibra o estímulo
BARES das músicas);
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

A PINTURA NA SEGURANÇA DO TRABALHO

QUADRO 8: NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA


Cor Função / Locais e utilização

Usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio.


Excepcionalmente, a cor vermelha deverá ser usada como indicadora de perigo salvo nas
seguintes situações:

- Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer


outras obstruções temporárias;

- Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência;

Locais e utilização:

 Caixas de alarme de incêndio


Vermelho  Hidrantes
 Bombas de incêndio
 Sirene de alarme de incêndio
 Caixas com cobertores para abafar chamas
 Extintores e sua localização
 Indicações de extintores
 Localização de mangueiras de incêndio
 Baldes de areia ou água
 Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água
 Transporte com equipamentos de combate a incêndio
 Portas de saídas de emergência
 Rede de água para incêndio
 Mangueira de acetileno

Usado para indicar – CUIDADO! – em canalizações, deve-se usar esta cor como identificar
líquidos liquefeitos.
Listras (verticais e inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando
houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização.

Locais e utilização:

 Partes baixas de escadas portáteis


 Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem riscos
 Espelhos de degraus de escadas
 Bordos desguarnecidos de aberturas no solo e de plataformas que não possam ter
Amarelo corrimões
 Bordas horizontais de portas de elevadores e plataforma que se fecham verticalmente
 Faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento
 Meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção
 Paredes de fundo de corredores sem saída
 Vigas colocadas à baixa altura
 Equipamentos de transporte e manipulação de material tais como: empilhadeiras, tratores
industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques, etc
 Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura e equipamentos em que
se possa esbarrar
 Cavaletes, porteiras e lanças de cancelas
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Profª: Patrícia Martins, especialista

QUADRO 8 – NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (cont.)


Cor Função / Locais e utilização

 Bandeiras como sinal de advertência (combinado com o preto)


 Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam riscos
Amarelo  Pára-choque para veículos de transporte
(continuação)

Locais e utilização:

 Passarelas e corredores de circulação por meio de faixas (localização e largura)


 Direção e circulação, por meio de sinais
 Localização e coletores de resíduos
Branco  Localização de bebedouros
 Áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou
outros equipamentos de emergência
 Áreas destinadas à armazenagem
 Zonas de segurança

Empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade.


Preto Poderá ser usado como indicar – CUIDADO! – ficando seu uso combinado com o branco
Preto quando existirem condições especiais.

Utilizado para indicar – CUIDADO! – tendo, contudo, seu emprego limitado a avisos contra uso
e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.

Locais e utilização:
Azul
 Barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de comando, de
partida ou fontes de energia dos equipamentos;
 Canalizações de ar comprimido;
 Prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção;
 Avisos colocados no ponto de arranque o fontes de potência;

Usado para indicar SEGURANÇA!

Locais e utilização:

 Canalizações de água;
 Caixas contendo equipamentos de socorro de urgência;
 Caixas contendo máscaras contra gases;
Verde  Chuveiros de segurança
 Macas
 Fontes lavadoras de olhos
 Quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc;
 Portas de entrada de salas de curativos de urgência;
 Localização de EPI; caixas contendo EPI;
 Emblemas de segurança;
 Mangueiras de oxigênio
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Profª: Patrícia Martins, especialista

QUADRO 8 – NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (cont.)


Cor Função / Locais e utilização

Empregado para identificar:

Laranja  Canalizações contendo ácidos;


 Partes móveis de máquinas e equipamentos;
 Partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas;
 Faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;
 Faces externas de polias e engrenagens;
 Botões de arranque de segurança;
 Dispositivos de corte, bordas de serras e prensas.

Usada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes de


partículas nucleares.

Locais e utilização:
Púrpura
 Portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais
radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade;
 Locais onde se tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados;
 Recipientes de materiais radioativos ou refugos de materiais e equipamentos
contaminados;
 Sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas
penetrantes e partículas nucleares.

Usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão
Lilás utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.

a) Claro – usado para identificar canalizações em vácuo;


Cinza b) Escuro – usado para identificar eletrodutos;

Utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa


Alumínio viscosidade.

Adotado a critério da empresa para identificar qualquer fluido não identificável pelas demais
Marrom cores.

Fonte: MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 1997:285


APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

DICAS DE PINTURA
Que tipo de rolo devo usar?

 Rolo de lã pêlo baixo (sintética ou de carneiro) - indicado para tintas PVA E ACRÍLICA.
 Rolo de espuma - indicado para esmaltes, tinta óleo e vernizes.
 Rolo de espuma rígida ou borracha - indicado para dar efeito em textura

Existe uma ordem para pintar um ambiente?

Pintar um ambiente na ordem correta economizará tempo e dinheiro. Comece pelo teto
(1), paredes (2), portas (3), janelas (4) e finalmente, pinte o rodapé (5).

Que tipo de pincel devo usar?

Para melhores resultados use sempre pincéis de boa qualidade. A qualidade do pincel tem
um efeito direto na qualidade do acabamento e na facilidade com a qual a tinta é controlada e aplicada.
Os pincéis também conhecido como trinchas podem ser encontrado de vários tamanhos e cores:

 Cerdas escuras - indicados para aplicação de tintas a base de solvente como os esmaltes,
tintas óleo e vernizes
 Cerdas grisalhas - indicado para aplicação de tintas à base de água como as tintas PVA E
ACRÍLICA.
 O tamanho do pincel varia de acordo com a área a ser pintada.

Obs.: Texto extraído do site da Tintas Coral.

DICAS COLORIDAS
A tinta permite inúmeras possibilidades de criação para inovar a decoração da sua casa.
Se você tiver alguma dúvida sobre o resultado, comece usando cores mais suaves com pequenos
detalhes em tons intensos. Com o tempo, você vai se surpreender, criando propostas cromáticas cada
vez mais ousadas e personalizadas.

 Encurtando o Ambiente - para uma sala retangular muito comprida, por exemplo, pinte as
paredes menores com uma cor mais escura.
 Alongando Ambiente Quadrado - aplique cor mais escura em duas paredes, uma de frente
para a outra.
 Escondendo Objetos - pinte a parede no mesmo tom do objeto que você quer esconder.
 Destacando Objetos - aplique uma cor intensa ou contrastante na parede de fundo.
 Rebaixando o Teto - pinte o teto com uma cor mais escura do que a das paredes.
 Elevando o Teto - pinte o teto com uma cor mais clara que a das paredes.
 Alargando o Corredor - pinte as extremidades do corredor (paredes menores) e o teto com
uma cor mais escura do que a das paredes que acompanham o sentido do corredor.
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

 Alongando a Parede - nesse caso, é fundamental que a parede seja bicolor, com a divisa
entre as duas cores à meia altura (nessa separação, pode-se inclusive aplicar um barrado).
Na parte de cima da parede, o tom deve ser mais claro do que a cor da parte de baixo.
 Encurtando a Parede - exatamente a situação inversa do item acima. A parte de cima da
parede deve ser de um tom mais escuro que a cor da parte de baixo.

Obs.: Texto extraído do site da Tintas Coral.

1. CORANTE LÍQUIDO

Os corantes são utilizados para fazer uma determinada tonalidade de cor.

Verde Amarelo Azul


Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.

Ocre Vermelho Preto Marrom


Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004. Fonte: HIDRACOR, 2004.
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

2. PROTEÇÃO AOS METAIS

Hammerite é um produto único, ele protege e dá acabamento. Pode ser aplicado


diretamente sobre a ferrugem sem nenhum cuidado prévio.

Fonte: CORAL, 2004.


APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

3. SOLVENTES

É composto por hidrocarbonetos aromáticos, alcoóis, ésteres, cetonas e glicóis-ésteres,


isento de benzeno e produtos clorados.

 Thinner Acrílico: É recomendado para diluição de tintas à base de resinas acrílicas nas
aplicações automotivas.
 Thinner 1000: Devido ao seu alto poder retardante, é indicado para aplicação em dias úmidos
(de até 90%), evitando a presença de névoa (branqueamento da pintura). Em virtude de sua
formulação ter um alto percentual de componentes nobres, permite um excelente acabamento
em pinturas à base de resinas nitrocelulose e sintéticas nos diversos usos.
 Thinner 1010: Indicado para acabamentos finos em repinturas automotivas, pinturas
imobiliárias, industriais e moveleiras. Sua formulação balanceada é composta de solventes
nobres, apresentando alto poder de diluição nas tintas e complementos à base de resinas
nitrocelulose e sintéticas, propiciando um ótimo alastramento, secagem rápida, brilho superior
e boa resistência ao branqueamento.
 Thinner 1020: Indicado para pinturas que exijam secagem rápida em tinta ã base de resinas
nitrocelulose e sintéticas, na repintura automotiva, pinturas imobiliárias, industriais e
moveleiras. Apresenta ótimo poder de diluição e alastramento.
 Thinner 1030: Indicado para diluição de tintas sintéticas imobiliárias e industriais nas
aplicações a pistola. Devido à sua rápida evaporação, apresenta excelente desempenho em
limpeza de ferramentas e equipamentos.
 AGUARRÁS: Solvente indicado para diluição de tintas sintéticas nas aplicações a rolo e pincel.
APOSTILA 01 – TINTAS E VERNIZES
Profª: Patrícia Martins, especialista

REFERÊNCIAS
AZEREDO, Hélio Alves. O Edifício e seu Acabamento. 6ª ed. Editora Edgar Blücher Ltda. São Paulo, 2000.

Bauer, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos
Editora, 1994.

ASSOCIAÇÀO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200 – REVESTIMENTO DE PAREDES E


TETOS COM ARGAMASSAS. MATERIAIS, PREPARO, APLICAÇÃO E MANUTENÇÃO.

YAZIGI, Walid. A Técnica de Edificar. 3ª ed. São Paulo: Pini: SindusCon – SP, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11702 – CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS

APOSTILA DE TREINAMENTO PROTECTIVE COATINGS (CORAL INDUSTRIAL). São Paulo, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS. TINTAS E VERNIZES. Ciência e


Tecnologia. 2. ed. vol 1. Disponível em: http://www.abrafati.com. Acesso em: Set. 2006.

LACY, Marie Louise. O poder das cores no equilíbrio dos ambientes. São Paulo: Editora
Pensamento, 2002.

MANUAL DE PRODUTOS E APLICAÇÕES: SUVINIL. São Paulo, 2005.

MANUAL TÉCNICO IQUINE. 7.ed. São Paulo: Iquine, 2006.

MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e medicina no trabalho. ed 38. São Paulo: Atlas,
1997.vol. 16.
PINTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – TINTAS YPIRANGA. São Paulo: Akzo Nobel Ltda, 2003.

TREINAMENTO SUVINIL. São Paulo, 2005.

 Sites Pesquisados:

www.tintascoral.com.br

www.suvinil.com.br
www.ypiranga.com.br
www.abrafati.com
www.iquine.com.br
www.hidracor.com.br

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