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DISCIPLINA: CONHECIMENTO E OS MÉTODOS DE CUIDAR EM ENFERMAGEM

PROFESSORA: ANA CLAUDIA CARNEIRO DOS SANTOS 2010.2

TEORIAS DE ENFERMAGEM E SUA INTERFACE NOS PROCESSOS DO CUIDAR

Teorias compreendem um conjunto de conceitos e pressupostos,


relacionados entre si, abarcando o campo da prática, do ensino e da pesquisa.
As teorias de enfermagem trazem conceitos e proposições relacionados à
enfermagem e atrelados a uma visão de mundo. Elas proporcionam o referencial
teórico que norteia a implantação do Processo de Enfermagem, sob uma
perspectiva de assistência sistematizada, havendo a retroalimentação entre o
enriquecimento da teoria e o desenvolvimento da prática, refletindo satisfação na
prática assistencial da enfermagem.
No Brasil, por volta dos anos 70, o marco de modernização para o ensino e
prática de Enfermagem se fez com a publicação de Wanda de Aguiar Horta:
Contribuições a uma teoria de Enfermagem.

OBJETIVO

Definir, caracterizar e explicar/compreender/interpretar, a partir da seleção e


inter-relação conceitual, os fenômenos que configuram domínio de interesse da
profissão.
As teorias de enfermagem “têm contribuído para a formação de umas bases
relativamente sólidas de conhecimento, que organiza o mundo fenomenal da
Enfermagem”. Neste sentido, elas podem ser consideradas aportes
epistemológicos fundamentais à construção do saber e à prática profissional, pois
têm auxiliado na orientação dos modelos clínicos da enfermagem e têm
possibilitado que os profissionais descrevam e expliquem aspectos da realidade
assistencial, auxiliando no desenvolvimento da tríade teoria, pesquisa e prática na
área.

FINALIDADE

As teorias de enfermagem foram elaboradas para explicitarem a


complexidade e multiplicidade dos fenômenos presentes no campo da saúde e,
também, para servirem como referencial teórico/metodológico/prático aos
enfermeiros que se dedicam à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento
de investigações e à assistência no âmbito da profissão.
Para tanto, estas teorias, de uma maneira geral, se estruturam a partir de
quatro conceitos centrais, quais sejam: ser humano (pessoa), saúde, meio
ambiente (físico, social e simbólico) e enfermagem.

Pessoa - refere-se a todos os seres humanos. As pessoas são receptoras no


cuidados de enfermagem, elas incluem indivíduos, família, comunidade e grupo.

Ambiente – incluem fatores que afetam indivíduos interna e externamente.


Significa principalmente o cenário onde os cuidados de saúde são prestados.

Saúde – geralmente refere-se ao estado de bem estar da pessoa.

Enfermagem – é conceito central para todas as teorias de enfermagem. As


definições de enfermagem descrevem o que a enfermagem é o que os enfermeiros
fazem e como os mesmos interagem com os clientes.

O cuidado de enfermagem, para dar conta da complexidade e dinamicidade


das questões que envolvem o estar saudável e o estar doente de indivíduos e/ou
grupos populacionais, precisa abranger, além dos aspectos técnico científicos, os
preceitos éticos, estéticos, filosóficos, humanísticos e culturais.

PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM

Teoria Ambiental: F. Nightingale (1820/1910)

Nightingale não via a enfermagem como limitada a administração de


medicamentos e tratamentos, mas, em vez disso, orientada para fornecer ar fresco
(aereção), luz, aquecimento, higiene, quietude (silencio) e nutrição adequada
(Nightingale, 1860). Através da observação e da coleta de dados, ela relacionou as
condições de saúde do cliente com os fatores ambientais e iniciou a melhora da
higiene e das condições sanitárias durante a Guerra da Criméia.

Foco: Ambiente
Homem: Individuo cujas defesas naturais são influenciadas por um ambiente
saudável ou não.
Saúde: Processo reparador
Ambiente: condição externa que afeta a vida e o desenvolvimento do individuo. O
foco é na ventilação, luz, aquecimento e nos odores.
Enfermagem: Posicionar o paciente na melhor condição para um bom cuidado de
saúde

Teoria das Relações Interpessoais em Enfermagem: Hildegard Peplau (1952)


Está centrada no relacionamento interpessoal. No caso do profissional de
enfermagem, ele se esforça para desenvolver um relacionamento de confiança com
o paciente e, à medida que essa confiança aumenta, o profissional ajuda o paciente
a identificar os problemas e a encontrar as soluções potenciais.

Foco: Relação interpessoal Enfermeiro/Cliente


Homem: Indivíduo que luta para reduzir a tensão gerada pelas necessidades.
Saúde: um símbolo que implica movimentos adiante da personalidade e outros
processos humanos em curso, na direção de umas vidas criativas, produtivas,
pessoais e comunitárias.
Ambiente: Considera cultura e costumes do cliente no ambiente hospitalar
Enfermagem: Processo interpessoal, significativo e terapêutico, onde o enfermeiro
é capaz de reconhecer a necessidade de ajudar o cliente a reagir a ela

Teoria Holística: Myra E. Levine (1967)


Em linhas gerais, a autora vê o homem como um “todo” dinâmico, em
constante interação com o ambiente dinâmico. Ela explica os sistemas de resposta
do homem ao meio ambiente e considera a enfermagem uma conservadora das
energias do paciente, pela avaliação daquelas respostas, atuando de maneira a
alterar o ambiente. Situa o enfermeiro como uma extensão de sistema percentual
do ser humano, quando nele houver uma lesão.

Foco: Homem
Homem: Indivíduo como um todo dinâmico, em constante interação com o
ambiente dinâmico.
Saúde: Resposta sistêmica do homem ao meio ambiente mantendo e defendendo
o seu todo.
Ambiente: As alterações internas e externas estimulam fisiologicamente os níveis
de resposta do organismo.
Enfermagem: A ação da enfermeira conservadora, procurando manter íntegros os
mecanismos de defesa biológica fundamentais do indivíduo.

Teoria do Modelo Conceitual do Homem: Martha Rogers (1970)


Considera o individuo (ser humano unitário) como um campo de energia
coexistente dentro do universo. O individuo é um todo unificado, continuamente
interagindo com o meio ambiente, possuindo integridade pessoal e manifestando
características que são mais do que a soma das partes.
O profissional de enfermagem interage com ele e o ajuda a alcançar o
máximo bem-estar. A enfermagem está relacionada a todas as pessoas, saudáveis
ou doentes, ricas ou pobres, jovens ou idosas; estejam elas em casa, na escola, no
trabalho, nos locais de diversão, nos hospitais, nos asilos ou nas clínicas.

Foco:Homem como um todo


Objetivo: Elaborar um sistema conceitual científico.
* Apresenta conceitos sobre o homem, sobre a enfermagem como ciência e como
prática.
* Apresenta postulados para fundamentar o sistema teórico de enfermagem.
A preparação da teoria foi motivada por uma convicção profunda da necessidade
de uma crítica da prática da enfermagem e de se estar fundamentada por
conhecimentos efetivos para prover cuidados de enfermagem seguros.

Teoria do Autocuidado: Dorothea Orem (1914)


Enfoca as necessidades do auto cuidado do cliente. O autocuidado é uma
atividade aprendida, orientada por metas, direcionada para o próprio individuo no
interesse de manter a vida, a saúde, o desenvolvimento e o bem estar. A meta é
ajudar o cliente a desempenhar o auto cuidado. Os cuidados de enfermagem são
necessidades quando o cliente é incapaz de satisfazer as necessidades biológicas,
psicológicas, de desenvolvimento ou sociais. A enfermeira determina a razão pela
qual um cliente é incapaz de satisfazer essas necessidades, o que precisa ser feito
para capacitar o cliente a satisfazê-las e quanto de auto cuidado o cliente é capaz
de realizar.

Foco:Autocuidado
Homem: Indivíduo que utiliza o autocuidado para manter a vida e a saúde,
recupera-se da doença e consegue enfrentar seus defeitos.
Saúde: Resultado das práticas aprendidas pelos indivíduos para manter a vida e o
bem estar.
Ambiente: Os elementos externos com os quais o homem interage em sua luta
para manter o autocuidado
Enfermagem: Auxilia o indivíduo a maximizar, progressivamente, seu potencial
para o autocuidado

Teoria da Adaptação: Sister Calista Roy (1939)


Vê o cliente como um sistema adaptativo. A meta da enfermagem é ajudar a
pessoa a adaptar-se a mudança e as necessidades fisiológicas, no autoconceito, na
função desempenhada e nas relações interdependentes durante a saúde e a
doença.
A necessidade de cuidados de enfermagem ocorre quando o cliente não pode
se adaptar as demandas ambientais internas ou externas. A enfermeira
determina quais demandas estão causando problemas para o cliente e avalia quão
bem o cliente esta se adaptando a elas. As enfermeiras direcionam os cuidados,
ajudando o cliente a se adaptar.

Foco: Homem em adaptação


Homem: Ser social, mental, espiritual e físico, afetado por estímulos do ambiente
interno e externo.
Saúde: Capacidade do indivíduo para adaptar-se a mudanças no ambiente.
Ambiente: For as internas e externas em um estado de contínua mudança.
Enfermagem: Arte humanitária e ciência em expansão que manipula e modifica os
estímulos de modo a promover e facilitar a capacidade adaptativa do homem.
Teoria das Necessidades Humanas Básicas: Wanda Horta (1970)
O ser humano é agente de mudanças no universo dinâmico, no tempo e no
espaço. Os desequilíbrios geram, no ser humana, necessidade que se caracterizam
por estados de tensão, conscientes ou inconscientes, que o levam a buscar
satisfazê-las para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço, e, quando
essas necessidades não são atendidas, ou o são de forma inadequada, trazem
desconforto que, se for prolongado, pode causar doenças.

Foco: Homem
Fundamentação: Teoria da Motivação Hierarquia das NHB: Princípios da
homeostase e holismo.
Homem: um ser capaz de reflexão está em constante interação com o universo
trocando energia.
Ambiente: A dinâmica do universo provoca mudanças que levam o homem a
estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço.
Saúde: estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço
Enfermagem: Assistir ao ser humano no atendimento das necessidades básicas
torná-lo independente dessa assistência pelo ensino do autocuidado, recuperar,
manter e promover a saúde com outros profissionais = Processo de Enfermagem.

Teoria da Enfermagem Transcultural: Madeleine M. Leininger


Os cuidados são a essência da enfermagem e suas características
dominante, distintiva e unificante dessa profissão. O cuidar de seres humanos varia
de uma cultura para outra em suas expressões, processos e padrões. Os fatores da
estrutura social, tais como a religião do cliente, sua posição política, cultura e as
tradições, são forças significativas que afetam os cuidados e influenciam os
padrões de saúde do cliente. A meta é fornecer ao cliente cuidados de enfermagem
culturalmente específicos.

Homem: Um ser que apresenta comportamentos de cuidar/cuidado que variam


segundo as culturas, porém é universalmente um fenômeno humano. As pessoas
se caracterizam por padrões de cuidar/cuidado. Pessoas expressam cuidado de
acordo com valores.
Ambiente: O ambiente influencia a forma de expressar cuidar/cuidado assim como
política, religião, parentesco e valores culturais. O cuidado é um construto social.
Saúde: Fala de saúde, doença e bem estar – são culturais e baseados em valores.
O cuidado é um processo. A cura não existe sem o cuidar.
Enfermagem: Ciência e arte humanística que enfoca comportamentos de cuidado,
(individual ou de grupo), funções e processos direcionados a promover e manter
comportamentos de saúde ou recuperação de doença os quais tem significância
física, psicocultural e social pelos seres assistidos geralmente por um profissional
de enfermagem ou alguém com papel similar em termos de competência. É um
fenômeno transcultural. Enfermagem é cuidar/cuidado.

Teoria da Ciência Filosófica do Cuidado: Jean Watson


A filosofia do cuidado transpessoal define os resultados da atividade de
enfermagem em relação a aspectos humanísticos da vida. O propósito das ações
de enfermagem é compreender a inter-relação entre saúde, doença e
comportamento humano. Assim, a enfermagem preocupa-se com a promoção e a
restauração da saúde e a prevenção da doença.
Este processo de cuidar requer que a enfermeira tenha consciência do
comportamento humano e das respostas humanas aos problemas de saúde reais e
potenciais. A enfermeira também precisa conhecer as necessidades dos indivíduos,
como responder aos outros, e as forças e limitações do cliente e de seus familiares,
bem como as da enfermeira. Além disso, a enfermeira conforta e oferece
compaixão e empatia aos clientes e seus familiares.

Teoria Alcance dos Objetivos: Imogenes King (1971)

Foco: Cuidado do Ser Humano/Homem


Homem: O indivíduo constitui sistemas abertos, em constante interação com seu
meio ambiente.
Saúde: Experiências dinâmicas de vida de um ser humano que implicam
ajustamentos contínuos a estressores, no ambiente interno e externo, através de
uso adequado dos recursos próprios para alcançar o máximo potencial para a vida
diária.
Enfermagem: Estabelecer relação interpessoal, intergrupal e social para alcançar
objetivos de saúde ou ajustamento aos problemas de saúde do indivíduo.

A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E O DESENVOLVIMENTO DE CONHECIMENTO


EM ENFERMAGEM

A enfermagem tem seu conjunto próprio de conhecimentos que são tanto


teóricos quanto práticos. Os conhecimentos teóricos incluem e “refletem valores
básicos, guiando os princípios, os elementos e as fases de uma concepção de
enfermagem”. As metas dos conhecimentos teóricos estimulam o pensamento e
criam uma ampla compreensão da “ciência” e das praticas da disciplina de
enfermagem.
A relação entre a teoria de enfermagem e a pesquisa em enfermagem ajuda a
construir a base dos conhecimentos da disciplina. À medida que mais pesquisas
são conduzidas, a disciplina aprende ate que ponto uma determinada teoria é útil
no fornecimento de conhecimentos que melhoram os cuidados para o cliente.
A pesquisa que gera teorias tenta descobrir e descrever as relações dos
fenômenos, sem impor noções pré-concebidas (p,ex:hipóteses) sobre o significado
dos fenômenos sob estudo. O pesquisador faz observações a fim de ver um
fenômeno de uma nova maneira. Por ex: um pesquisador quer compreender a
tomada de decisão feita por terceiros, no final da vida do cliente, ou seja, os
pesquisadores entrevistam os indivíduos designados para tomar decisão pelo
cliente.
A pesquisa que testa teoria determina com que precisão uma teoria descreve
um fenômeno de enfermagem. O pesquisador tem algumas idéias preconcebidas
sobre o cliente descreve o fenômeno, e o pesquisador gera questões de pesquisa
ou hipóteses para testar os pressupostos da teoria.
Tanto as pesquisas geradoras de teoria quanto a que atesta teorias
aumentaram a base de conhecimentos da enfermagem. À medida que as
atividades de pesquisa continuam, não apenas os conhecimentos e na ciência da
enfermagem aumentaram, mas também os clientes tornam-se recebedores das
melhores praticas de enfermagem baseadas em evidencias.
Como uma arte, a enfermagem depende do conhecimento obtido da pratica e
da reflexão de experiências passadas. Como uma ciência, a enfermagem esta
baseada em conhecimentos testados cientificamente e aplicada em ambientes
práticos. Mas é a “enfermeira especialista” que transporta a arte e a ciência da
enfermagem para o campo cientifico dos cuidados criativos.

INFLUENCIA DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR

No inicio principalmente na década de 60, os profissionais enfermeiros,


conscientes da necessidade de teorizar, foram buscar conhecimento sobre o que é
teoria, seus elementos componentes e estratégias para desenvolvê-las em outros
campos do saber, junto a pessoas de notório saber em suas áreas. Os encontros,
os debates e a bibliografia sobre o tema em questão tiveram um grande impulso,
produzindo maior aprendizado na área da filosofia da ciência e o aumento da
habilidade para reflexão critica.
A não centralização, apenas no modelo biomédico, acentuou o foco de
cuidado de enfermagem na pessoa, na promoção de sua integridade e não apenas
na patologia. Todos os modelos teóricos publicados colocam o ser humano
considerados como parte da matriz conceitual e mostram como o profissional
enfermeiro se torna necessário, atribuindo-lhe um papel derivado dessa inter-
relação dos conceitos.
A pessoa é apresentada em todos os modelos de enfermagem como um ser
bio-psico-socio-espiritual, holístico. A sua unidade e totalidade têm que ser
consideradas para que o cuidado alcance sua meta. Um ser com necessidades
básicas que precisam ser atendidas; com problemas no sistema de adaptação; com
déficit de autocuidado; com necessidade de um processo interativo que leve ao
alcance das metas em relação a saúde; com necessidade de conservação de sua
integridade pessoal estrutural, energética e social.
A enfermagem é sempre vista como um processo interpessoal de ação, com
características próprias de desempenho de papel, segundo cada modelo teórico.
Assim, a intervenção de enfermagem tem por finalidades: atender as necessidades
básicas de pessoas, implementando estados de equilíbrio e prevenindo
desequilíbrios; promover a sua adaptação em quatro modos de se adaptar; suprir-
lhes as demandas de autocuidado e levá-las a se auto cuidar; ajudá-las a manter,
restaurar e promover a saúde. Interagindo com as mesmas para o alcance de
metas estabelecidas; ajudá-las a restaurar sua totalidade, seu bem estar e
independência, pela conservação da sua energia, integridade espiritual, pessoal e
social, promover uma interação harmônica da pessoa com o seu ambiente interno e
externo.
Atualmente é grande a quantidade de pesquisas publicadas nos periódicos de
enfermagem, principalmente dos Estados Unidos, sobre a utilização e teste das
teorias de enfermagem. Em levantamento realizado, em parte de publicações no
Brasil, SOUZA, 1998, encontrou que a temática relacionada às teorias de
enfermagem estudadas em pesquisas constituiu-se de:
• Operacionalização de modelo, ou parte deste, no cuidado do paciente/ cliente
em varias situações e condições de saúde /doença:
• Estudo de conceitos: significado, relação com outras variáveis; aplicação a
situações especificas da pessoa perante a saúde e doença; estudo de
proposições e derivação de hipóteses;
• Referencial para a sistematização da assistência;
• Estudo de determinadas fases do processo de enfermagem com base em
modelos teóricos;
• Estudo de modelos associados ao diagnostico de enfermagem (classificação
da NANDA);
• Estudo de modelos associados a teorias de outros campos do saber;
• Investigação do conhecimento dos enfermeiros sobre determinados modelos;
• Desenvolvimento de instrumentos;
• Desenvolvimento de programas educativos;

A partir dessa temática encontrada (SOUZA, 1998) fica evidente que a


contribuição dos modelos teóricos para a formação de conceitos com significado
para na enfermagem, de uma linguagem usada no campo profissional. São
exemplos desse vocabulário os conceitos: autocuidado, déficit de autocuidado,
adaptação, modo de adaptação, transação, necessidade básica, equilíbrio e
desequilíbrio, cuidado cultural, conservação de energia, apoio e
enfrentamento.
A linguagem, os conceitos próprios são de importância fundamental a qualquer
campo do saber, pois denominam os fenômenos que lhe são pertinentes e formam
a base da comunicação entre os profissionais e com outras áreas de conhecimento.
Na assistência, ou seja, no processo de cuidar, os modelos teóricos muito tem
contribuído quando utilizados como referencial para a sistematização da
assistência. A teoria guia e aprimora a pratica, dirigindo a observação dos
fenômenos, a intervenção de enfermagem e os resultados a esperar. A
sistematização dos cuidados, com base em modelos teóricos, proporciona meios
para organizar as informações e os dados aos clientes, para analisar e interpretar
esses dados, para cuidar e avaliar os resultados do processo de cuidar. Assim os
processos cuidativos de enfermagem nada mais são do que o resultado daquilo que
se conhece, do que da pesquisa, de como os profissionais são formados nas
escolas.
A maior parte das teorias quando foram elaboradas consideram o cliente
como hospitalizado. Na época atual, a alta precoce ou a não hospitalização são
mais enfatizadas. As teorias têm que ser desenvolvidas para atender as mudanças
sócias culturais e políticas, para que possam ser de utilidade.
As teorias de enfermagem têm evoluído das grandes teorias para ênfase no
estudo e desenvolvimento de conceitos, para teorias de médio porte e para aquelas
especificas a uma situação.
Há uma mudança de foco no desenvolvimento da enfermagem, como
disciplina, para o desenvolvimento de conhecimento que faça diferença na vida dos
clientes.
Na realidade os processos cuidativos de enfermagem é que poderão mostrar,
concretamente, o que a profissão pode fazer, a diferença significante que faz na
vida do cliente e na sociedade, a qual deve prestar seus serviços.

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