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PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

Curso Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático

NÍVEL III – EU

Portaria nº 1311/2006, de 23 de Novembro

Utilização das pranchas de Bodyboard/Surf num


Salvamento

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira


Nº matrícula 928

JULHO de 2010
epESaJMS – Escola Profissional de Economia Social Academia José Moreira da Silva
CTSSMA – Curso Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático
Portaria nº 1311/2006 de 23 de Novembro: Ciclo de Formação 2007ª2010

Índice

Dados de partida ...................................................................................................... 3


Constituição do júri .........................................................................................................3
Agradecimentos ..............................................................................................................4
Antecedentes ..................................................................................................................6
Curriculum vitae ..............................................................................................................7
Projecto individual......................................................................................................... 10
Projecto de prova .......................................................................................................... 11

Dados de execução ................................................................................................. 14


Introdução .................................................................................................................... 14
Objectivos ..................................................................................................................... 17
Recursos humanos e materiais mobilizados na execução da PAP .................................... 18
Desenvolvimento .......................................................................................................... 19
Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático ................................................... 20
Análise de dados estatísticos.............................................................................................. 21
História do Surf ................................................................................................................... 24
Técnicas de resgate com prancha de surf .......................................................................... 29
História do Bodyboard........................................................................................................ 30
Manobras de bodyboard .................................................................................................... 32
A Prancha de Bodyboard: ................................................................................................... 38
Fases dum resgate com prancha de bodyboard ................................................................ 39
Vantagens da prancha de bodyboard no salvamento aquático ......................................... 43
Desvantagens da prancha de bodyboard no salvamento aquático ................................... 45
Utilização da prancha de bodyboard com outros meios de salvamento ........................... 46
Os equipamentos standards usados nas praias vigiadas portuguesas............................... 47
Conclusão...................................................................................................................... 49

Dados complementares .......................................................................................... 50


Breve historial das entidades de FCT .............................................................................. 50
Breve descrição das actividades de desenvolvimentos na FCT ......................................... 52
Pareceres da FCT ........................................................................................................... 53
Apreciações da FCT ........................................................................................................ 54

Auto-avaliação ....................................................................................................... 55
Bibliografia e Netgrafia ........................................................................................... 56
Anexos ................................................................................................................... 57
Anexo 1 ......................................................................................................................... 58
Anexo 2 ......................................................................................................................... 60
Anexo 3 ......................................................................................................................... 62
Anexo 4 ......................................................................................................................... 71

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Dados de partida
Constituição do júri

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Agradecimentos

Agradeço à Escola Profissional de Economia Social e a todos os seus

formadores a oportunidade que me deram de poder complementar os meus

conhecimentos na área do Salvamento Aquático e às pessoas que ao longo

dos três anos do curso partilharam comigo esse percurso e me ajudaram.

Aos meus orientadores e formadores do Curso de Salvamento em Meio

Aquático, em especial ao Professor Rui Martinho e à Professora Catarina

Queiroga que me ajudaram na realização da minha Prova de Aptidão

Profissional. Agradeço a dedicação e empenho demonstrados para que eu

adquirisse com sucesso as competências necessárias para ser um bom

Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático.

Aos colegas de curso, pela amizade e companheirismo em todas as horas que

passamos juntos, em especial ao amigo Eloi Pilar que se disponibilizou para as

filmagens de salvamento.

O meu reconhecimento vai para todos os profissionais da área de segurança

aquática, especificamente para aqueles que com as suas publicações técnicas

contribuíram para fundamentar a componente teórica da minha prova de

aptidão profissional.

As experiências e a prática em trabalho de estágio dinâmico pelos locais onde

estive como as Piscinas de Vila D’Este, Parque Aquático Aqualand, Piscinas de

Matosinhos/Leça, praias de Angeiras permitiram que eu aplicasse e

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consolidasse os conhecimentos adquiridos, fortalecendo-me como Técnico de

Segurança e Salvamento em Meio Aquático.

Agradeço a todos os praticantes de surf e bodyboard, que já serão milhares

neste país, e em especial aos nadadores salvadores da Praia da Tocha que me

incutiram e ensinaram desde muito pequeno esta modalidade, nunca

esquecendo e mantendo sempre os conhecimentos básicos do uso dos

materiais de Salvamento Aquático.

Por último, mas não menos importante, agradeço à minha família pelo incentivo

e compreensão nos momentos difíceis.

A todos o meu mais sincero agradecimento!

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Antecedentes

Desde criança, sempre adorei o elemento aquático. Quer estivesse a praticar


actividades lúdicas, quer por desporto, pratiquei sempre actividades
relacionadas com água.

Tinha 12 anos quando comecei a praticar bodyboard nas férias de Verão.


Comecei por imitar o que via e com o passar dos anos, aperfeiçoei as minhas
técnicas. Por vezes, deparava-me com situações que exigiam conhecimento e
sangue-frio e que poderiam ter corrido bastante mal, por falta de informação
relacionada com a segurança que devemos ter no mar.

Quando terminei o 9º ano de escolaridade, na Escola Secundária de Canelas,


devia-me ter matriculado na devida altura para poder frequentar o 10º ano.
Contudo, como fui irresponsável, já não tinha vagas. Encontrei este curso num
anúncio do Jornal de Noticias. Desde logo, fiquei deveras interessado pelo
facto de termos aulas práticas em mar e em piscinas. Este gosto pela água,
associado à vontade de querer praticar desportos relacionados com o meio
aquático, mas em segurança, foram os motivos pelos quais decidi candidatar-
me à Escola Profissional de Economia Social. Estou no 3º ano do Curso de
Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático e até ao momento
estou bastante satisfeito com tudo o que tenho aprendido, bem como com as
oportunidades de integração no mundo de trabalho, nomeadamente os
estágios no parque aquático Aqualand no Algarve e em piscinas municipais.

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Curriculum vitae

Informação pessoal
Apelido / Nome próprio Nogueira Caseiro Pereira, Mário Rui
Morada
Rua da Lagarteira 66º 1ºDto 4410-273 Canelas, Vila Nova de
Gaia, Portugal.
Telemóvel 913727538

Correio electrónico Rui_lelo@hotmail.com

Nacionalidade Português

Data de nascimento 07/09/1990

Sexo Masculino

Experiência profissional

Datas
Desde Outubro de 2009 até ao presente
Função ou cargo ocupado
Vigilante em regime de part-time aos fins-de-semana
Principais actividades e
responsabilidades Vigiar o espaço aquático, auxilio aos professores, limpeza a
piscina e arrumar o material.

Nome Piscina Municipal de Matosinhos

Morada do empregador Rua Ramão-107 Matosinhos

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Tipo de empresa ou sector Privada


Datas
Desde Março de 2009 até ao presente
Função ou cargo ocupado Empregado de balcão
Principais actividades e
responsabilidades Limpar o salão de jogos, fecho de caixa

Nome e morada do empregador Salão de jogos k8, rua da Lagarteira, Canelas, Vila Nova de Gaia
Datas De Julho até Setembro de 2009
Função ou cargo ocupado Socorrista
Principais actividades e Vigiar o espaço aquático, auxilio aos utentes e coordenar a
responsabilidades equipa Team Rescue.
Nome e morada do empregador
Aqualand – The Big One, E.N. 125 – Alcantarilha. Algarve.
Portugal

Aptidões e competências
pessoais
Língua materna Português
Outra língua Inglês, Espanhol

Compreensão Conversação Escrita


Auto-avaliação
Nível europeu (*) Compreensão Leitura Interacção Produção
oral oral oral
Inglês B1 B1 A2 A2 A2

Espanhol A2 A2 A1 A1 A1
(*) Nível do Quadro Europeu Comum de Referência (CECR)

Aptidões e competências sociais Excelente espírito de equipa, boa empatia e perseverança, boa
capacidade de adaptação a ambiente multiculturais. O facto de
falar várias línguas melhorou muito o serviço prestado nos
diferentes locais onde trabalhei, principalmente nos meses de
maior afluência de turistas e imigrantes.

Aptidões e competências de
organização Boa capacidade organizacional e de liderança e excelente
capacidade de comunicação.

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Aptidões e competências técnicas Participação na WWA “World Water Safety Conference and
Setembro de 2007 Exhibition”, estando presente o ILS “International Life Saving”
EXPONOR- Matosinhos

Aptidões e competências
informáticas Bons conhecimentos de Informática na óptica do utilizador
em ambiente Windows (Office e Internet).

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Projecto individual

Na minha opinião, este curso foi uma mais-valia, na medida em que me


permitiu alargar os meus horizontes, quer em termos profissionais, quer em
termos pessoais. Conheci pessoas formidáveis, tanto os amigos da turma
como os formadores. Deu-me, ainda, a oportunidade de conhecer vários locais
e adquirir conhecimentos fundamentais sobre o salvamento em meio aquático.

Eu considero-me uma pessoa com objectivos de vida traçados. Deste modo,


quando terminar o curso Técnico de Segurança e Salvamento em Meio
Aquático, tenciono seguir a vida militar na Marinha. Caso haja algum tipo de
impedimento, quero prosseguir os estudos na Faculdade de Desporto e, mais
tarde, tirar o nível superior de Salvamento Aquático.

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Projecto de prova

Contextualização do projecto:

Como participante activo na prática desportiva de Bodyboard considero


importante o estudo da implementação das pranchas de bodyboard e surf
como equipamento auxiliar em salvamentos em meio aquático.

Ao longo destes 3 anos, graças ao curso, adquiri conhecimentos sobre as


técnicas de salvamento, tornando-se, portanto, uma mais-valia poder analisar o
uso de diferentes meios de resgate num salvamento.

Objectivos:

O objectivo fundamental desta Prova de Aptidão Profissional pesquisar sobre o


aparecimento das pranchas para actividades aquáticas, tentando perceber se
surgiram para o desenvolvimento de actividades desportivas ou por mera
necessidade. Para além disso, esta prova pretende apresentar-se como um
estudo comparativo dos diferentes tipos de pranchas actualmente em
utilização, como as usadas pelo ISN – Instituto de Socorros a Náufragos, e
propor alternativas. Por último, pretende-se distinguir as vantagens e
desvantagens das alternativas propostas bem como apresentar algumas
técnicas de salvamento com o tipo de pranchas em estudo, recorrendo a meios
audiovisuais

O objectivo final desta Prova de Aptidão Profissional, após as conclusões do


estudo comparativo dos diferentes tipos de equipamentos de resgate no
Salvamento Aquático, será definir a importância da identificação das condições
ambientais, classificando o espaço aquático em estudo quanto à sinistralidade,
inventariar as necessidades em função dos riscos, definindo o quadro de
segurança aquático não esquecendo as regras de manutenção e condução de
embarcações de Salvamento e todos os fundamentos do Plano Operacional de
Salvamento Aquático (POSA).

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Recursos materiais e humanos necessários:

Os recursos materiais, que vou necessitar para a parte prática da Prova de


Aptidão Profissional são pranchas de Surf e Bodyboard, uma câmara de filmar
e fotografar preferencialmente à prova de água, equipamento de salvamento e
equipamento desportivo (fato de neoprene e barbatanas).

Os recursos Humanos necessários para a demonstração das técnicas vão ser


colegas da turma, um formador para filmar, outro formador para fotografar e
alguns formadores para a orientação do relatório da PAP.

Calendarização das actividades a executar:

¬ Setembro e Outubro de 2009:


o Escolha do tema e submissão de proposta à Direcção Técnico
Pedagógica
¬ Novembro e Dezembro de 2009:
o Pesquisa sobre o tema
¬ Janeiro a Março de 2010:
o Desenvolvimento teórico do trabalho e preparação das
filmagens
¬ Abril de 2010:
o Filmagens e continuação do desenvolvimento teórico
¬ Maio de 2010:
o Realização da apresentação oral da PAP
¬ Junho de 2010:
o Apresentação da PAP aos júris, em sessão pública

NOTA: Uma cópia da proposta de PAP inicialmente submetida a aprovação da


Direcção Técnico-Pedagógica encontra-se em anexo (ANEXO 1).

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“Voar como gaivota ou surfar como golfinho, na verdade, tanto faz, pois o
verdadeiro espírito do surf emana de uma das formas de arte mais efémeras
que existe. Flutuar sobre as ondas é a manifestação mais autêntica desta
forma
de arte.”
(SEQUEIRA, 2005).

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Dados de execução
Introdução

A utilização das pranchas de Bodyboard e Surf no Salvamento Aquático foi um


tema que me apaixonou desde sempre, talvez por ser praticante desde
pequeno e ter aliado a prática física desta modalidade à de Socorrista do
Instituto de Socorros a Náufragos.

Atendendo a que cada vez mais existem praticantes destas modalidades em


lugares onde muitas vezes as pessoas fazem praia e que não têm vigilância
achei interessante estabelecer comparações e diferenças entre as pranchas
usadas pelos desportistas e pelos socorristas e as contrapartidas da sua
aplicação no Salvamento Aquático.

Tanto no surf como no bodyboard, existem etapas semelhantes às usadas no


resgate da vítima como a aproximação à vítima e a observação do meio. O
tamanho e peso das pranchas usadas nestas modalidades resultam num
melhor manuseamento no transporte da vítima, que será mais rápido e eficaz
sendo recomendado para vítimas conscientes. Permitem iniciar manobras de
respiração artificial ainda na água. Possuem o inconveniente de, por ser um
material mais pequeno, dificultar o transporte da vítima e do socorrista e/ou
surfista. A maior dificuldade será o transporte com vítimas inconscientes. [1]

De acordo com os dados do INE (APSI, 2008), sabemos que não são
suficientes os nadadores salvadores nas praias vigiadas e acresce o facto de
serem muitas as praias (marítimas e fluviais) não vigiadas, onde o risco de
incidentes/acidentes aquáticos com consequências graves é superior.

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A localização geográfica de Portugal e o clima temperado leva a que cada vez


mais se pratique surf e bodyboard bem como outras actividades desportivas
aquáticas como o remo, canoagem, windsurf.

O número de praticantes destes desportos tem aumentado, o que implica um


aumento de pranchas, e outros equipamentos desportivos, na água. Essa
presença implicará um aumento do risco potencial de acidente por choque não
intencional e descontrolado com os equipamentos mas acarreta a vantagem
potencial de poderem ser usados como meios auxiliares de resgate em caso de
acidente. Esta evidência tem vindo a ser noticiada nos meios de comunicação
social que referem muitas vezes os praticantes de desportos aquáticos,
especificamente os surfistas, como “socorristas improvisados”.

A importância de um bom relacionamento entre socorrista e surfista é


importante na colaboração conjunta. Se um socorrista for também praticante de
desportos aquáticos com prancha, poderá usar os seus conhecimentos
desportivos à aplicação de técnicas no resgate de vítimas no meio aquático.

A prancha de bodyboard/surf nunca será um material de Salvamento Aquático


preferencial. Quer isto dizer que, sempre que existam outros equipamentos
como mota de água, bóia floppy ou prancha de salvamento, são esses os
materiais que devem ser utilizados. Se dissesse que a prancha de
bodyboard/surf era o melhor equipamento de salvamento estaria a cometer um
enorme erro.

Mas então qual é a relevância da minha Prova de Aptidão Profissional (PAP)?


É muito simples... muitas das situações de emergência, sobretudo em Portugal,
em virtude do sistema de segurança aquática em funcionamento na maior parte
do país, acontecem em zonas não vigiadas. Ora, por regra nessas zonas não
existem equipamentos de salvamento IMEDIATAMENTE disponíveis caso seja
necessário realizar uma intervenção em emergência. Perante este facto, e
tendo em conta que no nosso país a prática de desportos radicais,
nomeadamente o bodyboard e o surf, tem vindo a aumentar exponencialmente,
existe uma probabilidade significativa que um profissional de segurança que

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aviste uma situação de emergência numa praia possa ter mais facilmente
acesso a uma prancha de bodyboard ou surf do que a equipamento
especializado para resgate e salvamento. Então, torna-se importante para cada
técnico de segurança saber manusear este tipo de equipamentos não
especializados mas facilmente disponíveis, conhecendo as suas vantagens e
desvantagens, para dessa forma poder realizar uma intervenção mais eficaz e
com maior segurança para si próprio.

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Objectivos

Este trabalho tem como objectivo pesquisar informações disponíveis sobre a


forma de utilização de elementos do surf na prevenção e acção de emergência
no Salvamento Aquático.

Essas informações, após compilação, poderiam ser estruturadas e divulgadas,


na forma de aulas, a todos os jovens e crianças que iniciem esta prática
desportiva.

Penso ser importante considerar a alteração da legislação em vigor em


Portugal, e implementar medidas de educação para a prevenção dirigidas à
população, principalmente aos que utilizam intensivamente o mar como fonte
de riqueza ou lazer, nomeadamente surfistas e pescadores. O objectivo do
meu trabalho será comparar a prancha de bodyboard, na perspectiva da sua
utilização em acções de resgate, com a de surf (porque pretendo saber qual
delas é mais apropriada para o salvamento) e com o principal equipamento de
resgate, a prancha de salvamento.

Os equipamentos especializados para o resgate, mota de água, bóia floppy e


prancha de salvamento, são especializados pois foram desenhados para essa
função. O facto de a prancha de bodyboard ser pior do que cada um deles na
maior parte das situações não invalida o facto mais importante, que é o de, na
maior parte das vezes, não existirem equipamentos especializados disponíveis.
E não podemos fazer salvamentos com equipamentos que não temos! Se só
tiver uma prancha de bodyboard ou surf, o que é muito mais provável, deverá
ser usada porque é uma boa ajuda.

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Recursos humanos e materiais mobilizados na execução da PAP

Durante a filmagem de um simulacro de resgate com uma vítima consciente e


inconsciente foram necessários os seguintes recursos humanos e materiais: 4
pessoas, duas a filmar, uma vítima e um socorrista; 2 máquinas de filmar à
prova de água, três fatos de neoprene, uma Prancha de Bodyboard, um Par de
pés-de-pato.

No desenvolvimento do relatório escrito da Prova de Aptidão Profissional contei


com a ajuda dos seguintes formadores:

 Catarina Queiroga
 Rui Martinho
 Ricardo Nunes

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Desenvolvimento

A expressão “salvamento Aquático” tem origem no latim aquaticu salvare. Este


termo é derivado da relação entre a palavra salvar (salvare) que significa tirar
ou livrar do perigo e da palavra aquático (aquaticu) que expressa pertencente à
água. [1]

O sucesso de uma emergência, ou de um salvamento depende da forma como


os seus recursos humanos são coordenados. Um Técnico de Segurança e
Salvamento em Meio Aquático (TSA), além de capacidades operacionais, deve
saber coordenar com eficiência os operacionais que fazem parte de um
Sistema Integrado de Qualidade e Salvamento Aquático (SInQSalvA), guiando-
o à eficácia e sucesso.

Em todos os espaços aquáticos o maior risco é o de afogamento, mas pode


agravar-se o risco de afogamento devido às capacidades do utente, ou ser
apanhado de surpresa por uma onda e daí acontecer o afogamento.

O Técnico de Salvamento vê o sucedido, faz o 1º alerta, pega numa prancha


de salvamento e vai ao encontro da vítima. Se a vítima se encontrar
consciente, ajuda-a a sair da água usando as técnicas de Salvamento. Se a
vítima estiver inconsciente o TSA dá o alerta, usa a prancha e vai ao encontro
da vítima. Retira a cabeça da água e desobstrui as vias respiratórias, e dá 5
insuflações. Reboca, faz o transporte para um local seguro, faz o VOS, e caso
este continue sem respiração iniciamos o SBV até à exaustão do TSA, à vítima
reanimar ou à chegada do SAV. Se existirem dois Técnicos de Salvamento
Aquático, vêem o sucedido, um TSA faz o primeiro alerta para o supervisor e o
outro vai ao encontro da vítima com material de salvamento. Se a vítima estiver
consciente, o TSA faz a aproximação e tenta manter a calma. O outro técnico
continua a fazer a vigilância mantendo-se sempre perto para apoiar o colega se
necessário (na retirada da vítima da água).

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TÉCNICO DE SEGURANÇA E SALVAMENTO EM MEIO AQUÁTICO

O Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático é o profissional


qualificado que, sob orientação do técnico superior da área, está apto para
desenvolver actividades de prevenção e de salvamento em meio aquático,
nomeadamente nos espaços de risco e de sinistralidades aquáticas
diversificadas: Albufeiras; Aquários de Aquacultura; Fossos de Actividades
Subaquáticas; Lagos; Mar; Marinas; Parques Aquáticos; Piscinas; Portos;
Praias.
Tem como Competências: Colaborar no planeamento e na implementação do
sistema integrado de gestão de prevenção e salvamento em meio aquático da
empresa pública, privada e ou de economia social que enquadre actividades
em espaços aquáticos; Colaborar na intermediação dos processos de
avaliação de riscos aquáticos – QsiA – Quadros de Sinistralidade Aquática;
Desenvolver e implementar medidas de prevenção de segurança e salvamento
em meio aquático – Planos Operacionais de Salvamento Aquático – POSA’s;
Colaborar na concepção de locais, postos e processos de trabalho das equipas
de segurança e salvamento em meio aquático; Colaborar com outros recursos
externos nas actividades de prevenção, segurança e salvamento em meio
aquático, na implementação de sistemas integrados de qualidade inerentes à
pluri-disciplinaridade do salvamento aquático; Assegurar a difusão da
documentação actualizada decorrente de doutrina expendida por organizações
de enquadramento dos POSA’s; Colaborar nos processos de informação e
formação dos trabalhadores e demais intervenientes nos locais de trabalho dos
POSA’s; Colaborar na integração da prevenção e da segurança e salvamento
em meio aquático no sistema de global comunicação das entidades de
enquadramento das unidades do POSA’s; Colaborar no desenvolvimento de
processos de consulta e de participação a todos os níveis dos trabalhadores
das unidades de segurança e salvamento em meio aquático, quer sejam
profissionais ou voluntários, quer sejam permanentes ou eventuais; Colaborar
no desenvolvimento das relações da entidade de enquadramento dos POSA’s
com os organismos da rede de prevenção, segurança e salvamento em meio

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aquático e outras de maior grau de integração, com base nas estratégias do


Modelo SInQSalvA com os Modelos de Integração Progressiva na Cadeia de
Sobrevivência.

ANÁLISE DE DADOS ESTATÍSTICOS

O afogamento tem origem no latim affogare, [1] definido como o evento que
resulta em desconforto respiratório provocado pela submersão ou imersão em
líquido. O afogamento, além do desconforto respiratório, pode ocasionar a
morte, com a possível inundação do aparelho respiratório. Neste sentido, saber
manter-se no meio aquático deve ser considerado como elemento de saúde,
pois além do seu carácter utilitário, saber nadar e saber salvar podem ter
significado relacionado com a saúde.

O afogamento é uma das principais causas de morte e incapacidade a nível


mundial e a 2ª causa de morte acidental em crianças e jovens na Europa
(OMS, 2008). O Perfil e o Relatório de Avaliação sobre Segurança Infantil em
Portugal, publicados pela European Child Safety Alliance, confirmam que os
afogamentos continuam a ser uma área de intervenção prioritária em Portugal
(ECSA, 2009).

A análise de dados estatísticos e notícias sobre afogamentos na criança


realizada pela APSI nos últimos 7 anos, tem permitido caracterizar a realidade
portuguesa ao identificar os principais factores de risco associados e delinear
estratégias de intervenção eficazes na prevenção dos afogamentos de crianças
e jovens e consequentemente, na redução da gravidade destes acidentes.

O Relatório de Afogamentos, APSI (2008) [13] é a única publicação em


Portugal que articula dados sobre afogamentos oriundos de fontes diversas –
registos de imprensa, Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e Instituto
Nacional de Estatística (INE) - e faz uma caracterização da problemática dos

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afogamentos em crianças e jovens o que permite a identificação das


prioridades de intervenção.

É de salientar que continuam haver afogamentos em zonas não vigiadas


conforme os relatórios de Mortalidade nas Praias de Jurisdição Marítima na
Época Balnear de 2000 a 2009 (ver anexo 3), realizado pelo Instituto de
Socorros a Náufragos. Com base nestes relatórios apresento um gráfico com o
total de mortes em praias vigiadas e não vigiadas.

Áreas Áreas Não


Ano Total de mortes Vigiadas Vigiadas
2000 29 11 18
2001 29 3 26
2002 31 5 26
*2003 0 0 0
2004 25 7 18
2005 21 5 16
2006 23 10 13
2007 13 3 10
2008 13 6 7
2009 16 5 11

35 Total de mortes Áreas Vigiadas Áreas Não Vigiadas

30

25
Nº de mortes

20

15

10

0
2000 2001 2002 *2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Ano

* Ano sem dados

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Verificando o gráfico, o número de mortes por afogamento tem diminuído, no


entanto continua a haver um número significativo de mortes em áreas não
vigiadas. É sobretudo nestas áreas que se terá de recorrer a equipamentos não
especializados, como as pranchas de bodyboard. No entanto existem muitas
dificuldades e perigos da intervenção sem material, dificuldades essas que
justificam que os técnicos de segurança em meio aquático devam saber utilizar
equipamentos alternativos.

Em Portugal, o número de praticantes de surf e bodyboard tem aumentado


muito nos últimos anos, o que faz com que as pranchas de surf e bodyboard
estejam presentes em muitas das praias da nossa costa, mesmo nas não
vigiadas.

Havendo necessidade de intervir em zonas não vigiadas, não existirá, em


princípio, o equipamento homologado por lei, sendo necessário utilizar o
material que esteja presente na praia na altura do sinistro (prancha de
bodyboard, ou outras, e pés de pato).

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HISTÓRIA DO SURF

A palavra inglesa surf/surfing, tem origem no final do século XVII e tem,


aparentemente, o sentido original do “impulso da água”, que por ser praticado
na crista das ondas, poder-se-ia justapor surface/superfície a surf, [1]. A prática
humana de dispositivos flutuantes como ferramenta auxiliar da natação em
mares, em lagos e em rios é muito antiga. Foi nas sociedades primitivas do
Pacífico que a prática do surf se originou, na costa em frente ao alto mar. No
século XVIII, Sir Cook, [4] a serviço da Coroa Britânica, foi em busca de
especiarias e de outros interesses no Pacífico e foi festejada pelos nativos a
sua chegada, pois estes aguardavam um grande pássaro branco vindo do mar.
O povo, em polvorosa, foi ao encontro da comissão estrangeira como podiam,
seja sobre velozes embarcações de casco duplo (os outriggers), pequenas
canoas ou mesmo sobre primitivas tábuas conhecidas por pa'epo, comenta
Sequeira (2005), [3].

Só as altas classes havaianas tinham direito de surfar nas pranchas, feitas a


partir de madeiras sagradas e os demais nativos surfavam sem pranchas.
Entende-se que, desde há muito tempo o surf de peito é um desporto popular
mas somente no século XX, com a intensidade da exploração inglesa e a
perseguição protestante contra os rituais havaianos, é que se pode ver alguns
“watermen”, surfando sobre pranchas, resgatando as antigas práticas, mesmo
que proibidas, [3].

Sem saber, hoje, reproduzimos o paepoboarding, que é uma prancha feita de


madeira com comprimento de três a sete pés; ela é a origem das actuais
pranchas de surf. As primeiras pranchas de pa’epo datam de épocas remotas.
Foram os primeiros dispositivos flutuantes usados ludicamente no meio líquido
em todo o Pacífico, Sequeira (2005) [3].

Segundo Kenneth Emory, médico inglês que viveu no Havai no século XIX, o
surf era um componente da celebração anual dos havaianos. Da segunda
quinzena de Outubro até a segunda quinzena de Janeiro, os havaianos

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paravam de trabalhar, relaxavam e passavam a maior parte do seu tempo


dançando, festejando e praticando desporto. Milhares reuniam-se para assistir
aos famosos torneios dentre os quais incluíam os de surf e de natação no mar.
O motivo dessas competições, era aproximarem-se dos deuses. Os
competidores faziam orações e oferendas para vencerem porque acreditavam
que era absolutamente provável realizarem os feitos notáveis senão, temiam a
força do mar. Segundo Sequeira (2005) [3] os homens eram chamados de
“watermen”. Os watermen viviam intimamente ligados ao mar e sabiam surfar
com ou sem pranchas. Muito se falou do surf, afinal era uma prática sagrada,
mas o surf de peito sempre existiu, mesmo como treino e preparação para
surfar as grandes ondas. As gerações seguintes praticavam natação no mar,
travessias e todavia, surf de peito, a exemplo de Duke Kahanamoku, que foi
medalhista olímpico de natação (1912,1920,1924,1932) e de pólo aquático
(1932).

Importante também foi George Freeth, considerado o Pai do Surf na Califórnia,


nasceu no Havai (1883). George surfou pela primeira vez na prancha do seu
tio, um príncipe havaiano, aos 16 anos. Foi instrutor de natação e condecorado
com a Carnegie Medal pelo Congresso Americano por sua bravura, por ter
salvo sete pescadores japoneses na costa havaiana, em Dezembro de 1908.
[3]

Surfista no Havai, e sendo o surf o acto de cruzar as ondas do mar utilizando


uma prancha, a primeira vez que o mundo moderno ouviu falar do Havai e do
surf foi com Duke Kahanamoku 30. Oito anos mais tarde, revela Fernandes
(2002), [5] nas Olimpíadas de Antuérpia, Duke, aos 30 anos de idade,
conquistou medalhas de ouro e graças a esse feito, provou ser o nadador mais
rápido do mundo. Somente nas Olimpíadas de Paris é que Duke perdeu sua
colocação para um nadador bem mais jovem do que ele, chamado Johnny
Weismuller, que anos mais tarde, torna-se actor de Hollywood, interpretando
filmes no papel de Tarzan.

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O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), fundado em 1863, realça sua


filosofia aquática pela Cruz Vermelha Americana (CVA), a partir de em 1914,
quando Wilbert E. Longfellow foi iniciado no Corpo de Salvamento da CVA,
contribuindo assim, para a dramática redução do número de vítimas por
afogamento. Neste mesmo ano, a CVA funda a Life Saving Service (SLS) -
(Serviço de Salvamento de Vidas), com Longfellow como pioneiro. [6]

Em 1920, Longfellow e o Campeão Olímpico Duke Kahanamoku incorporam à


Cruz Vermelha o método de salvamento aquático com prancha, material este
utilizado pelos havaianos da época. Estes métodos então, passam a ser
difundidos pelo mundo. [6]

Figura 1 - Ao centro Duke Kahanamoku e Wilbert E. Longfellow [7]

Duke tornou-se famoso pelas vitórias olímpicas, tentando beneficiar o Havai, o


seu povo e o surf. Duke amava o surf mais do que a natação e era o melhor
surfista da época. Após sua vitória em Estocolmo ele inseriu o surf nos Estados
Unidos da América, em 1913, e na Austrália, em 1915. Graças à sua posição
de campeão olímpico os seus esforços não foram em vão. O seu empenho em
propagar o surf vingaram e floresceram, formando e fundamentando o Surf da
Era Moderna. Ele morreu em 1986, aos 94 anos, mas é lembrado até hoje
como o pai do surf moderno. [5]

Em Portugal as primeiras pranchas foram trazidas por turistas.

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É referido pela Surf Life Saving Association Australian (1991) [8] que as
primeiras pranchas de surf eram feitas de madeira maciça, mas a partir da
década de 30 até o início da década de 50, as pranchas ocas passam a pesar
de 15 à 20 kg e medir de 4 a 5 metros de comprimento. O formato e o tamanho
da prancha dificultava bastante a sua manobra, mas com o incremento dos
plásticos, as pranchas entraram numa nova era, na década de 50. Tornaram-se
relativamente leves cerca de 8 kg e curtas de 2,5 a 3 metros, e passaram a ter
quilhas, chamadas de talões, que permitiam paradas súbitas e mudanças de
direcção.

Actualmente, a pranchas de surf são equipamentos sofisticados leves e


pequenos que reagem à menor transferência de peso. Elas podem ser de
quilha única, as tradicionais (single-fin), duas (twin-fin) ou ter três quilhas
(thruster), sendo que esta última, representa mais de 75% de todas as
pranchas que estão sendo fabricadas hoje em dia. [2]

As pranchas, na maioria são produtos artesanais, variando entre si. Elas são
medidas em pés e polegadas. Um pé equivale a 33,48 cm, enquanto a
polegada 2,54 cm. O interior das pranchas modernas é composto por espuma
de poriuletano ou isopor, revestida de fibra de vidro ou epóxi, respectivamente.

Aproximadamente, em 1968, as pranchas de surf evoluíram para longboard -


modelo baseado nas pranchas antigas, sendo ideais para iniciantes,
principalmente, para aprender a ficar em pé.

Para Steinman, [9] o surf é um desporto individual sendo praticado por ambos
os sexos e contribui para desenvolver a força, resistência, velocidade, a
coordenação, a agilidade, o equilíbrio - dinâmico, estático; requer muito
movimento dos membros superiores, inferiores e da coluna vertebral. O surf é
um desporto que permite remar, sentar e girar, equilíbrio de pé levando a
promover uma boa coordenação.

Para as manobras, é imprescindível aprender a ficar de pé e descer


suavemente da crista até a base da onda. O drop permite as primeiras

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vivências e as mais ousadas manobras, tais como: curva ou cavada; frontside e


backside; cutback; batida; floater; lady back; 360º; aerial; snap; tail slide; tubo;
grabrail e outras. [8]

O tubo é a manobra máxima do surf. Nesta manobra o surfista posiciona-se


entre a parede e a crista, que se quebra sobre a base da onda. O Surfista
procura manter linha correcta. A manobra está completa quando o surfista sai
de dentro do tubo.

Wipe out não é uma manobra, porém pode acontecer, quando o surfista voa
literalmente, do lip para a base, sem passar pela parede da onda.

A embicada, que também não é uma manobra, acontece quando o surfista


desce a parede da onda atrasado e o bico da prancha entra na base da onda e
embica, obrigando o surfista a passar por cima da prancha e mergulhar.

Actualmente, o surf é cada vez mais popular, sendo praticado principalmente


pelos jovens. O surf caminha lado a lado com a natação, porque para sua
prática é necessário o uso de muita potência nos braços e pernas, para poder
passar a rebentação, vencer as correntes, subir na prancha e realizar as
manobras que caracterizam este desporto. [2]

O surf de peito ou bodysurfing – corpo surfando - é uma actividade lúdica que


permite utilizar o corpo como prancha de surf.

O surf de peito é praticado individualmente, sem qualquer equipamento para


apoio ou equilíbrio. Do mesmo modo em que contribui para a segurança das
actividades aquático-desportivas praticadas nas ondas possui aspecto lúdico,
mas pode também ser praticado como modalidade desportiva, desde que se
estabeleçam regras para sua prática.

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TÉCNICAS DE RESGATE COM PRANCHA DE SURF

Em função das circunstâncias em que se encontra a vítima encontramos


diferentes possibilidades:

 Se a vítima se encontra consciente, devemos manter sempre a prancha


entre o socorrista e a vítima e devemos dizer para se agarrar à prancha,
acalmando-a, e pedindo-lhe para subir para a parte da frente da
prancha, ficando o socorrista na parte posterior e garantindo uma boa
visibilidade e um controlo da vítima.

 Se a vítima se encontra inconsciente o socorrista deve colocar a


prancha entre ambos, colocando-se na parte da frente da prancha, em
seguida deve agarrar as mãos da vítima e colocá-la em cima da
prancha. Sem perder contacto com a vítima deverá fazer-se o transporte
para terra, ficando o socorrista na parte de trás da prancha, facilitando
uma posição hidrodinâmica e uma maior velocidade na deslocação para
terra.

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HISTÓRIA DO BODYBOARD

O Bodyboard é um desporto que apareceu há 27 anos, que foi "inventado" e


desenvolvido, pelo grande surfista Tom Moorey, no dia em que Tom Morey
estava a surfar em Waimea Bay e quando apanhou uma onda, com um certo
poder, reparou que a sua prancha de surf se partiu em 2 partes. Tom Morey
viu-se atrapalhado para sair da água. Então, resolveu agarrar umas das partes
partidas da prancha e remar para terra.

Então, foi para sua casa e reflectir no que lhe tinha acontecido na praia nesse
dia, e chegou à conclusão de que podia usufruir das ondas de uma maneira
mais divertida e também diferente.

Figura 2 - Tom Morey (Fonte: Google)

Então nesse dia Tom Morey aproveitando um das partes da sua prancha de
surf (que se encontrava partida), transformou-a numa prancha de
BODYBOARD, começou a inventar diversas manobras radicais, as quais
começaram a apaixonar o coração de várias pessoas. Assim o Bodyboard teve
um rápido crescimento no Havai, e em muito pouco tempo propagou-se pelo
resto do mundo. O Bodyboard era em princípio um desporto de mulheres pois,
a prancha na qual Tom Morey a designou de Boogie Boarder, adaptava-se

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melhor ao corpo das mulheres, mas mesmo assim continuava a ser feito por
homens, os quais inventavam inúmeras manobras.

Perto dos anos 80, houve um grande desenvolvimento do Bodyboard pois


começava a ter novos materiais e acessórios para as pranchas. Começaram a
realizar-se campeonatos no Havai e, em outras grandes potências como no
Brasil, Austrália, EUA.

Mike Stewart, 9 vezes campeão mundial, foi, é, e sempre será o homem mais
prestigiado do Bodyboard mundial, sendo sabedor dos grandes segredos do
mar.

Mais tarde, aparece uma nova geração, radical, cheia de novas manobras e
com uma vontade enorme de surfar ondas grandes e perigosas. Esta geração
vem sobretudo da Austrália, Califórnia (EUA), Brasil, África do Sul e em
Portugal.

Assim, o Bodyboard teve um enorme crescimento, sendo conhecido


mundialmente. O Bodyboard passou assim a ser um desporto sério e
profissional mas acima de tudo, um desporto para se divertir e usufruir a
maravilha da natureza que são as ondas. E que cada vez esta a "crescer"
mais.

O bodyboard consiste na descida da onda deitado ou de joelhos numa prancha


própria, que tem medidas (médias) de 39 polegadas a 42 polegadas. Para
auxílio da prática do desporto, utilizam-se pés de pato que servem para auxiliar
na entrada da onda e na execução de manobras.

O resto da história é sobejamente conhecida, o bodyboard rapidamente ganhou


milhares de praticantes, dentro e fora do mundo "surf", por ser um meio mais
seguro, divertido e acessível, mas teve um crescimento tal que chegou a
assustar a já estabelecida na altura indústria do surfwear, que através de um
boicote geral criou a primeira crise da história do bodyboard. Foi durante esta
crise que se deram os primeiros passos para o estabelecimento de marcas
100% bodyboard.

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 31


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A nível desportivo a performance do bodyboard chegou a píncaros nunca


sonhados por Tom Morey, que apenas tinha planeado um desporto mais
acessível a todos. No entanto as possibilidades desta prancha revelaram-se
imensas, chegando a ser o desporto número 1 no que toca a desempenhos
nas ondas mais perigosas como os picos como pipeline, teahupoo, sharkisland,
el fronton ou cyclops onde os limites foram e são ditados pelo que os
bodyboarders conseguem fazer.

Esta mudança de atitude, ou revelação das possibilidades do bodyboard,


mudaram radicalmente a natureza do mesmo, e se ainda é utilizado como meio
de lazer pelas famílias em condições suaves, é também o desporto aquático
mais agressivo e técnico da actualidade, exigindo uma preparação física
intensa aos seus praticantes mais sérios, especialmente ao nível lombar. A
quantidade de manobras que se fazem no bodyboard é imensa, e cada vez
com mais grau de dificuldade, sendo comparado este desporto como os
ginastas do mar.

MANOBRAS DE BODYBOARD
Algumas das suas manobras estas descriminadas abaixo.

Tubo: ficar, durante alguns instantes, totalmente encoberto pela onda, no


espaço formado pela parede da onda e a projecção de sua crista, quando a
mesma se quebra.

Figura 3 – Exemplo de um tubo (Fonte: Google)

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O Rolo: pode ser ou não uma manobra aérea, bater contra a crista da onda,
girar num eixo paralelo ao solo em torno de si e retornar a base dela mesma.
Somente é considerada aérea caso o executor se separe da crista da onda,
verticalmente, durante a realização da manobra.

Figura 4 – Exemplo de um rolo (Fonte: João Picanço, formando de SA3/09)

360: girar num eixo perpendicular ao solo e no sentido do corte da onda (se
estamos descendo uma onda para a esquerda, a rotação é feita para a
esquerda), esta manobra pode ser feita em diversas sessões da onda.

Figura 5 – Exemplo de um 360 (Fonte: Mário Pereira, formando de SA3/09)

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 33


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360 Invertido: girar no sentido contrário (para a direita numa onda para a
esquerda), contra a força natural da onda. É mais difícil que o 360
convencional, pontuando melhor em campeonatos (no Brasil pode ser
chamado apenas de "invertido").

Figura 6 – Exemplo de um 360 invertido (Fonte: Google)

Aéreo: virar junto com a prancha contra a crista da onda, levantar vôo, e
retornar a alguma parte da mesma.

Figura 7 – Exemplo de áereo (Fonte: Google)

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360 Aéreo: manobra aérea, bater contra a crista da onda e girar 360 graus,
num eixo horizontal, ainda no ar, voltando a aterrar em alguma parte da onda
(quando feito no sentido contrário ao corte da onda é chamado 360 aéreo
invertido, ou ainda, no Brasil, invertido aéreo).

Figura 8 – Exemplo de 360 aéreo (Fonte: Google)

Drop Knee: andar com um dos pés e o joelho oposto apoiados na prancha em
vez de andar deitado.

Figura 9 – Exemplo de drop knee (Fonte: Google)

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ARS: Air Roll Spinner (literalmente o El Rollo 360 Aéreo) manobra aérea, onde
se executa um El Rollo e, ainda no ar, inicia-se um 360, podendo completá-lo
antes ou depois de aterrar na onda novamente. Foi inventada pelo australiano
Michael Eppelstun link.

Figura 10 – Exemplo de ARS (Fonte: Google)

Backflip: manobra aérea, inicia-se como um El Rollo ou Aerial, batendo-se


contra a crista da onda e projectando-se no ar, executando um giro num eixo
perpendicular ao solo (diferentemente do eixo paralelo seguido pelo El Rollo e
ARS). Manobra muito arriscada devido à possibilidade de dano cervical.

Figura 11 – Exemplo de backflip (Fonte: Google)

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Aéreo invertido: manobra executada quando o praticante vai em direcção ao


lip da onda, saindo totalmente da mesma executando um 360 invertido no ar,
totalmente fora da onda.

Figura 12 – Exemplo de aéreo invertido (Fonte: Google)

Para Rodriguez e Costas (Fegui) [16], tanto as pranchas de surf como as de


bodyboard deveriam ser colocadas nas praias como material de resgate pois
demonstraram que este tipo de material oferece certas vantagens, como
permitir uma melhor deslocação, pois tendo mais hidrodinâmica oferece uma
aproximação mais rápida e proporciona uma maior flutuação, sendo possível
socorrer um maior número de acidentados.

Devido à dificuldade na aproximação à vítima no caso de haver ondas, poderá


ser superada pela técnica de pato.

A Técnica de Pato:

Na prática do bodyboard/surf é-se obrigado a superar as ondas através de


várias técnicas. O mais comum é colocar-se correctamente na prancha e
lançar-se com o corpo aproveitando a energia da onda que com a flutuabilidade
e a hidrodinâmica da prancha ajuda a superar com mais facilidade a onda,
técnica esta conhecida pela técnica do pato, patinho ou duck diving.

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Este factor influi decididamente na fadiga que poderá causar ao socorrista para
o posterior resgate, sendo importante o treino e prática prestando especial
atenção e concentração, para que nos possíveis resgates não se perca tempo.

A PRANCHA DE BODYBOARD:

O desporto que deu origem ao Bodyboard era conhecido no Havai como paipo-
board. No fundo é um bodyboard mais erudito fabricado de madeira. O paipo é
a prancha reportada como a mais antiga para apanhar ondas, pelo menos que
esteja registado, mas é algo que surge como senso comum se pensarmos que
é a forma mais óbvia de andar nas ondas, e uma evolução natural ao bodysurf.
Mais tarde os reis havaianos, e apenas eles construíram pranchas maiores,
autênticos troncos, para andar "de pé" nas ondas, uma forma de se
distanciarem da plebe. Os nativos em geral continuaram a usar o paipo para se
divertirem, algo que veio até aos nossos dias até à invenção da prancha de
surf.

O paipo esteve na obscuridade durante algumas décadas, até que o


engenheiro químico e surfista americano Tom Morey foi quem deu cara nova
ao desporto. Aperfeiçoando a ideia dos nativos, Morey, que morava no Havai,
recriou um paipo usando a primeira prancha de espuma de polietileno.

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Chamou-lhe bodyboard. Ao mudar-se para a Califórnia, em 1974, começou


com uma pequena produção de fundo de quintal. No ano seguinte, uma
multinacional americana comprou os direitos de produção e passou a fabricá-la
em grande escala.

Pelas características deste tipo de material o uso da prancha de bodyboard


deve ser acompanhado por uns pés de pato, para a sua aplicação ao
salvamento. O tipo de barbatanas que se usam num salvamento são iguais as
usadas na prática do bodyboard.

FASES DUM RESGATE COM PRANCHA DE BODYBOARD

 Técnica de transporte

A forma de transporte mais utilizada consiste em transportar a prancha debaixo


de um braço em contacto com o corpo, garantindo assim um maior controlo.

 Técnica de Aproximação

Em praias com pouca ondulação o socorrista pode escolher entre colocar os


pés de pato na areia, entrar dentro de água e colocar-se em cima da prancha
ou entrar na água com os pés de pato na mão, colocando-os rapidamente e
subir para prancha.

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Nas praias com forte ondulação devemos colocar os pés de pato na areia, para
posteriormente com dois ou três passos entrar na água com um salto de tal
maneira que fique ajustado com as ondas. Depois continuamos com a remada
ou seja, acção cíclica de progressão na prancha e remando com os braços
e/ou pernas (pernada ou braçada) permitindo avançar na água.

Na pernada, que é a acção alternada de pernas na vertical, é importante


manter os pés de pato na água durante esta acção para permitir um avanço
mais eficaz. Por último a posição dos braços deve ser com os cotovelos e os
antebraços sobre a prancha e não fora da prancha. Os cotovelos flectidos um
pouco mais de 90º. Este tipo de propulsão é utilizado para grandes distâncias
mas pouca velocidade.

A remada de braços é utilizada para deslocamentos curtos.

A alternância e a combinação dos dois tipos de remada são importantes para


relaxar uns músculos enquanto outros trabalham e para percorrer uma
distância determinada a grande velocidade. Esta seria a remada que deveria
ser utilizada na realização de um resgate que poderá ser rápida embora
requeira uma boa adaptação à prancha evitando que a prancha se solte
provocando atraso.

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 Técnicas de resgate

Em função das circunstâncias da vítima, se consciente, a posição mais


adequada é a de colocar a vítima em posição de decúbito dorsal na prancha,
utilizando o batimento alternado para tentar aproveitar ao máximo o uso das
barbatanas. Após ter sido acalmada a vítima podemos pedir-lhe que colabore
batendo os pés alternadamente.

Se a vítima se encontrar inconsciente o tamanho da prancha não ajuda muito


no transporte, mas a técnica mais adequada seria em primeiro lugar colocar a
prancha entre ambos, pegando a vítima pelas axilas e ao mesmo tempo que se
coloca a vítima na prancha voltado para cima, fazer uma primeira avaliação do
seu estado e se necessário realizar suporte básico de vida. Após a avaliação
da vítima deve realizar-se o resgate colocando a vítima na parte frente da
prancha e o socorrista fazer o batimento de pernas, trazendo a vítima para
terra.

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Nos outros tipos de prancha é mais fácil a visualização da trajectória, mas


neste caso, na prancha de bodyboard será necessário o socorrista ir virando a
cabeça para comprovar se esta na mesma direcção. No entanto este material
permite um controlo mais eficaz sobre a vítima.

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VANTAGENS DA PRANCHA DE BODYBOARD NO SALVAMENTO AQUÁTICO

 Pela sua forma, tamanho e peso o material é fácil manuseamento


durante o transporte;
 Um rápido deslizamento e eficaz devido à ajuda dos pés de pato;
 Possibilidade de diferentes formas de deslizamento, economizando o
esforço perante a possibilidade de alternar o batimento das pernas ou
braços, aumentando a velocidade;
 Maior velocidade na aproximação;
 A posição elevada da cabeça permite um maior ângulo de visão,
mantendo um controlo individual da vítima. Da mesma forma que
permite ampliar o campo visual se nos sentarmos na prancha;
 Pela facilidade em passar por baixo das ondas é mais apropriada para
zonas com forte rebentação, onde não exista uma passagem segura (ou
canal);
 Pode ser utilizada em resgates perto de rochas, por poder ser utilizada
como escudo para proteger o socorrista de embates contra as rochas;
 Permite uma maior flutuabilidade e um controlo seguro da vítima;
 Muito recomendado para vítimas conscientes;
 Possibilidade de começar o suporte básico de vida na água com
facilidade;
 Devido à composição e dureza o material é pouco quebrável;
 Permite o uso de várias técnicas de resgate;
 Maior durabilidade e resistência do que outro tipo de pranchas, sendo
também um material mais económico.
 A utilização do strep pelo socorrista garante que a prancha não se perde
em zonas com rebentação;
 Se a vítima estiver consciente e cooperante pode colocar-se o strep (ou
leash, ou cordinha) na vítima e ajudar a vítima a apanhar uma onda,
facilitando o regresso à praia;

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 Menos perigosa para a vítima e socorrista, em comparação com a


prancha de salvamento e a prancha de surf;

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DESVANTAGENS DA PRANCHA DE BODYBOARD NO SALVAMENTO AQUÁTICO

 Transporte ligeiramente mais complicado do que o próprio material de


salvamento aquático;
 Imprescindível o uso de pés de pato, devido à característica do material;
 Requer um período de treino e adaptação do Técnico para se adaptar
ao equilíbrio estático e dinâmico;
 Muito pequeno para o transporte de mais do que uma vítima;
 Resgate mais problemático para vítimas inconscientes;
 Difícil transporte com a vítima quando existe uma forte ondulação;
 Necessidade de soltar o strep;
 Possíveis complicações do strep, por isso aconselham retirar antes de
entrar na água.
 Bastante desadequada para transporte de vítimas inconscientes;
 Pouco eficiente em situações com múltiplas vítimas;
 Não permite busca de vítima a mais do que 1 metro de profundidade
sem retirar o strep e, retirando-o, o socorrista corre o risco de perder o
equipamento.

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UTILIZAÇÃO DA PRANCHA DE BODYBOARD COM OUTROS MEIOS DE SALVAMENTO

A prancha de bodyboard pode ser utilizada em combinação com o material de


salvamento, como o floppy e a bóia torpedo. Este material deverá ser usado
com a prancha de bodyboard e não com as outras pranchas, pois as técnicas
com esta prancha permitem um controlo directo e permanente com a vítima.

Utilização com a bóia torpedo:

Específica para vítimas conscientes, pois são elas que têm que se agarrar a
bóia, embora permita uma segurança entre o socorrista e a vítima. No entanto
o socorrista não tem contacto visual com a vítima.

Utilização com floppy:

Este material seria o ideal para acompanhar resgates com a prancha de


bodyboard. A principal dificuldade que se encontra é falta de controlo sobre a
vítima.

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OS EQUIPAMENTOS STANDARDS USADOS NAS PRAIAS VIGIADAS PORTUGUESAS

O material de assistência nas praias compreende um conjunto de apetrechos


colocados nas praias de banhos, margens de rios, piscinas ou cais, destinados
a socorrer qualquer pessoa em perigo de afogamento e permitir que sejam
prontamente administrados os primeiros socorros aos sinistrados. Este
conjunto de material de salvamento designa-se genericamente por “Posto de
Praia”. Os Postos de Praia devidamente apetrechados possuem : armação de
praia; o cercado de praia, a prancha de salvamento ou de resgate, o carretel
amovível (portátil), a vara de salvamento, o cercado de protecção; as bandeiras
(Verde, Vermelha, Amarela, Xadrez), a bóia circular, a bóia torpedo, o cinto de
salvamento, os telemóveis, as bóias Vodafone, a mota de água, o floppy [14],
sendo os melhores equipamentos actualmente disponíveis a mota de água, o
floppy e a prancha de resgate.

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Indumentária completa:

É ainda disponibilizado aos Nadadores-Salvadores: o pára-vento ISN; o


guarda-sol, água termal, o protector solar, a toalha de banho, uma Moto 4
devidamente apetrechada e mota de água. [14]

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Conclusão

É importante que os profissionais de Salvamento Aquático conheçam as


vantagens e desvantagens da utilização das pranchas de bodyboard e surf em
intervenções de emergência

Escolhi focar-me sobretudo no uso da prancha de bodyboard num Salvamento.


Todas as praias deveriam ter equipamentos de Salvamento especializados, tal
como a prancha de resgate, a bóia Floppy, a Mota de Água e uma Mala de
Primeiros Socorros.

Na costa portuguesa, nem todas as praias são vigiadas e não tendo esses
equipamentos, outros equipamentos menos especializados, mas
potencialmente disponíveis, como as pranchas de Bodyboard e Surf, poderão
ser utilizados como uma taxa de eficácia aceitável. Pior do que não ter
equipamento específico de resgate é não ter equipamento nenhum nas praias
não vigiadas e as pranchas de bodyboard e surf são um equipamento
acessório que poderão auxiliar os TSSMA a efectuar salvamentos em mar. É
portanto, essencial, do meu ponto de vista, formar os TSSMA e outros
profissionais de salvamento para a utilização de equipamentos auxiliares de
salvamento como as pranchas de bodyboard e surf.

Através da simulação prática de dois salvamentos, um com vítima cooperante e


outro com vítima não cooperante, constatei quais as vantagens e desvantagens
da utilização da prancha de bodyboard. Por exemplo, na vítima cooperante foi
muito fácil/rápido alcançar a vítima e resgatá-la mas no caso de vítima não
cooperante é muito difícil iniciar e fazer o transporte para terra.

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Dados complementares
Breve historial das entidades de FCT

O meu primeiro estágio foi realizado nas Piscinas Municipais de Vila D’Este.

A Piscina Municipal de Vila D'Este é constituída por dois tanques e está em


funcionamento desde 2001.

O tanque 1 está vocacionado para competições a nível nacional, pois possui as


medidas aprovadas pela Federação Nacional de Natação. O tanque 2 está
destinado à aprendizagem.

Tanque 1:
- - 25 Metros de comprimento por 18 metros de largura;
- - 8 pistas;
- - profundidade mínima de 1.10 metros;
- - profundidade máxima de 1.80 metros;

Tanque 2:
- - 18 Metros de comprimento por 9 de largura;
- - 4 pistas;
- - profundidade mínima de 1.10 metros;
- - profundidade máxima de 1.80 metros;

Ambos os tanques têm uma temperatura de 28º.

Este complexo está preparado para a utilização e aprendizagem de pessoas


portadoras de deficiência, sendo por isso, dotado de todas as acessibilidades e
meios necessários para esse efeito.

Possui dois bares, um destinado a atletas e outro para o público em geral. Há,
ainda, uma bancada para sensivelmente 60 pessoas.

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O estágio referente ao 2º ano foi realizado no Parque Aquático “Aqualand” no


Algarve. É um parque aquático localizado entre Albufeira e Portimão. É um
espaço lúdico-desportivo com várias atracções como o Minhocão - Corscrew
Anaconda; o Rio Lento - Slow River; a Piscina; o Parque Infantil; o Salto Louco
- Crazy Leap; o Banzai Boggan; o Kamikaze; a Piscina de Ondas - Waves Surf
Beach: Rápidos – Raging Rapids; os Tapetes Voadores - Flying Carpets; as
Pistas Brandas – SuperSurf.

No que concerne ao estágio do 3º ano, foi realizado nas Piscinas Municipais da


Matosinhos. As piscinas destinam-se fundamentalmente ao ensino e prática da
natação, sendo um dos seus objectivos a formação desportivo-motora
aquática. Para além das Escolas de Natação, são desenvolvidas outras
actividades nomeadamente hidroginástica, hidrobike, hidroterapia, mergulho,
natação para bebés, natação livre, pólo aquático, bem como actividades
ligadas à competição.

É constituída por dois tanques: uma piscina para as crianças, com 0.90
centímetros de profundidade e um tanque para adultos que vai de um 1.30
metros até 1.79 metros de profundidade; 120 Lugares Sentados , 3 Balneários,
140 Cacifos e 21 Chuveiros.

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Breve descrição das actividades de desenvolvimentos na FCT

As experiências que vivenciei no Parque Aquático “Aqualand” foram muito úteis


na medida em que pude aplicar os conhecimentos adquiridos no curso. Pude
realizar salvamentos com o uso do Floppy; imobilizei vítimas com o plano-rígido
dentro e fora de água, colocando primeiro o colar cervical e, enquanto fazíamos
o levantamento da vítima, outro socorrista colocava o plano duro por baixo da
vítima (dos pés para a cabeça), depois colocávamos a aranha para que a
vítima se mantivesse segura no plano e de seguida, transportávamos para a
enfermaria, onde a médica avaliava a vítima e se necessário encaminhava para
o Hospital. Pude, ainda, fazer pequenos curativos, por exemplo, a cortes e
escoriações.

Na piscina de Matosinhos, realizei várias tarefas durante o meu estágio, tais


como: retirar e colocar as pistas na piscina; colaborei com os professores
durante as aulas; arrumei o material utilizado pelos professores, como por
exemplo, (as bicicletas, as placas, os esparguetes… entres outros materiais);
fazia vigilância ao espaço aquático e preenchia uma ficha diária.

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 52


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Pareceres da FCT

O estágio do 1º ano do curso foi realizado na Piscina de Vila D’Este. Obtive 19


valores na avaliação final;

O estágio referente ao 2º ano do curso, foi no Parque Aquático do Algarve e


obtive 20 valores na avaliação final

Por fim, o estágio do 3º ano do curso, foi nas Piscinas de Matosinhos, obtive 20
valores na avaliação final.

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 53


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Apreciações da FCT

Os estágios são bastante importantes pois preparam-nos para ingressar no


mercado de trabalho. Desta forma, a nossa experiência aumenta, e a procura
de trabalho pode tornar-se mais fácil.

Durante estes três anos estagiei em várias entidades, no meu primeiro ano do
curso estagiei na Piscina Municipal de Vila D’Este, no segundo ano curso fui
estagiar para o Parque Aquático “Aqualand” no Algarve, e por último, no
terceiro ano do curso estagiei nas Piscinas Municipais de Matosinhos. Aprendi
muito com a prática aplicando o que aprendi nas aulas ao longo destes dois
anos. Tenho a certeza que dei o meu melhor nestes espaços aquáticos, mas
quando as dificuldades e situações novas surgem devem ser dadas respostas
eficientes e rápidas na Técnica de Salvamento e Prevenção.

Criei bastantes amizades, tanto com os Nadadores, como com a


administração, pois sempre me apoiaram e ajudaram para terminar com
sucesso a FCT.

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 54


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Auto-avaliação

Tendo em conta o meu percurso ao longo dos três anos, o esforço


demonstrado para concluir o curso com um bom aproveitamento dos módulos,
o empenho com que sempre realizei a formação em contexto de trabalho e a
dedicação com que realizei a prova de aptidão profissional.

Com base nos argumentos anteriormente expostos, considero que a minha


prestação na PAP seja avaliada por 16 valores.

Mário Rui Nogueira Caseiro Pereira :: Nº matrícula: 928 :: SA3/09 55


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Bibliografia e Netgrafia

1 FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira, 1975.
2 NOVAES, J. S; NOVAES, G. S. Manual de primeiros socorros para Educação
Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1994.
3 ALMEIDA, D. F. Surf. 2001. Resenha (Graduando em Educação Física -
Iniciação Científica) – Faculdade de Educação Física das Faculdades Integradas de
Guarulhos, 2001.
4 ARCZYSKA, M. T. F. I. S. O homem: criador e criatura. CONGRESSO
NACIONAL DE LINGÜÍSTICA E FILOLOGIA. 1998, Rio de Janeiro, Disponível em:
http://www.filologia.org.br (15/06/2010)
5 FERNANDES, A. Surf história. Disponível em:
Www.360graus.terra.com.br/surf/surf_historia
6 RED CROSS. Information on the red cross: water safety crusader. Disponível em:
http://gso.redcross.org/info/WilbertLongfellow.htm
7 SZPILMAN, D. Curso de salvamento aquático com prancha: introdução e vítima
inconsciente. São Paulo – SP. In: SIMPÓSIO PROJETO MARAZUL, 3, 2001.
8 SURF LIFE SAVING ASSOCIATION AUSTRALIAN. Surf survival: the complete
guide to ocean safety. Australian: SLSAA, 1991.
9 HALÁSZ, H. Abc...xyz do surf. São Paulo: Litoral Brasil, 1999.
10 GUAIANO, O. P. Curso de salvamento aquático com prancha: noções de
Oceanografia. São Paulo – SP. In: SIMPÓSIO PROJETO MARAZUL, 3, 2001.
11 GODOY, D. O. Curso de salvamento aquático com prancha: vítima consciente.
São Paulo – SP. In: SIMPÓSIO PROJETO MARAZUL, 3, 2001.
12 INSTITUTO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS (ISN). Manual do nadador
salvador. Lisboa, Portugal: Faculdade de Motricidade Humana, 2001.
13 APSI – Afogamentos de Crianças – Relatório 2007/2008 www.apsi.org.pt – p. 7/17,
(05/04/2010)
14 ISN http://www.marinha.pt/PT/isn/Pages/ISN.aspx (20/05/2010)

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Anexos

Anexo 1 – Proposta de PAP

Anexo 2 – Guião para filmagem de técnicas com o tema de PAP

Anexo 3 – Mortalidade nas praias de jurisdição marítima (2000-2009)

Anexo 4 – CD com filmagens realizadas na demonstração de técnicas

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Anexo 1

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Anexo 2

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Anexo 3

Mortalidade nas Praias de Jurisdição Marítima


Época Balnear 2000
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Época Balnear 2001
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Época Balnear 2002
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Época Balnear 2004
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Época Balnear 2005
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Época Balnear 2006
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Mortalidade nas Praias de Jurisdição Marítima


Época Balnear 2007
(01 de Junho a 30 de Setembro)

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Mortalidade nas Praias de Jurisdição Marítima


Época Balnear de 2008
(de 01 Junho a 30 de Setembro)

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Mortalidade nas Praias de Jurisdição Marítima

Época Balnear de 2009


(de 01 Junho a 30 de Setembro)

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Anexo 4

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