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A língua escrita tem como finalidade representar a falada, assim como fixar um registro
histórico de uma sociedade em um determinado tempo. Como lhe faltam recursos como gestos,
timbres, entonações e fisionomias, a língua escrita deve ser muito bem trabalhada para poder
suprir essas deficiências. De qualquer forma, a língua escrita é fruto da falada, já que esta sofre
influências mais imediatas e variadas, à medida em que os meios de comunicação, cada vez
mais presentes na nossa vida, provocam modificações muito mais freqüentes que se possa
imaginar.
Linguagem regional - é carregada de influências locais, do ponto de vista vocabular,
fonológico e cultural. Imagine um nordestino conversando com um gaúcho e observe as
diferenças de linguagem empregada.
Linguagem popular - é a de uso comum e espontâneo do povo. Pode se apresentar carregada
de vícios de linguagem, gírias e é, freqüentemente, distante das normas gramaticais.
Linguagem chula ou vulgar - carregada de expressões vulgares e de mau gosto.
Linguagem culta - É a linguagem que serve de veículo de informação e comunicação entre
pessoas com bom grau de instrução, independente da classe social, e procura seguir
rigidamente os padrões gramaticais vigentes.
Linguagem literária ou poética - tem características próprias da linguagem e do sentimento
expressado.
Linguagem técnica ou científica - é mais usada entre membros de uma mesma área técnica ou
científica.
Exemplos:
a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)
b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)
c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível
formal)
d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)
Atividades
1. Reelabore o diálogo abaixo, usando o nível formal:
- O meu, vê se não me deixa numa furada. Essa de pagar mico toda hora já tá me
azucrinando todo e mais, no arrasta-pé das minas lá no morro, não vai aprontar pra cima
de mim.
- Podes crer, irmão! Não vou deixar a peteca cair e nem dar mancada. O lance é o
seguinte: a amizade aqui vai sacar uma mina que é um estouro e você vai ficar babando!
2. Casamento de classe média.
Noivos: Suzana e Nestor.
Espaço: igreja repleta de convidados.
Cena: Encaminhamento normal da cerimônia até a hora do “sim”. Nestor diz sim.
Todavia, quando chega a vez de Suzana, esta se levanta, encara as pessoas e diz:
“Gente, eu pensei e não vai dar. Não quero me casar.”
Pânico geral. Burburinhos, gestos descontrolados. Os convidados se agitam. A mãe
do noivo desmaia...
• padre
• amiga fofoqueira
(ASSARÉ, Patativa do, Cante 1á que eu canto cá. 5. ed. Petrópolis, Vozes, 1984. p. 20-
1.)
1. A forma de língua portuguesa apresentada no primeiro texto nos remete a que
tipo de realidade? Comente.
2. O primeiro texto é uma poética, ou seja, é um texto que expõe as propostas
criativas de um poeta. Na sua opinião, a forma de língua pela qual o artista optou e a
temática de sua poesia se harmonizam? Por quê?
3. Observe, ainda no primeiro texto, as formas ''fio'', ''mio'', ''paioça'' (cor-
respondentes, na língua culta, a "filho", "milho" e "palhoça", respectivamente) ou os
plurais "das mata", "das brenha", "das roça e dos eito", "dos home" e outros. As
diferenças entre essas formas e aquelas da língua culta têm sua lógica própria ou os
"erros" aí encontrados são aleatórios? Observe e comente.
http://www.labcom.ucdb.br/prof/Angela%20Catonio/Niveis%20de%20Linguagem.doc,
acesso em 14-9-2005