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Impactos gerados pela

instalação de usinas de álcool


no MS

EXPERIENCIA COM SISTEMAS DE


PRODUÇÃO DE CANA DE AÇÚCAR NO
ESTADO DE SÃO PAULO
Engº Agrº Oswaldo Siroshi Tanimoto
CATI – ARAMINA-SP EDR-ORLÂNDIA
OUTUBRO / 2005
Usinas de alcool e de açúcar atualmente compreendem a
utilização das mais modernas tecnologias de produção do
mundo. Usinas proporcionam a maior eficiencia na
conversão da matéria prima – cana-de-açúcar – em alcool
e em açúcar. Os processos químicos, físicos e biológicos
envolvidos geram resíduos já preparados para aplicação
na agricultura como fonte de nutrientes e matéria
orgânica.
Os processos agronômicos de produção de cana-de-açúcar
(Saccharum officinarum) no entanto, continuam os
mesmos utilizados durante vários séculos em estados
onde a cultura encontra-se em um estádio bastante
avançado, como o Estado de São Paulo.
É no Estado de São Paulo que se encontram os processos
mais avançados e conservacionistas de cultivo da cultura.
Por esta razão, está sendo incluido um estudo bastante
detalhado sobre os processos agronomicos em utilização.

Com base neste estudo, pode-se tomar a decisão sobre o


melhor sistema de manejo a ser utilizado na região
próxima à Bacia do Alto Paraguai no complexo do
Estudo dos sistemas de produção utilizados
no Estado de São Paulo:

01- Sistema Convencional


02 – Sistema de Plantio Semi Direto
03- Sistema de Plantio Direto
Mecanizado
04 – Sistema de Plantio de Cana
Orgânica
01- Sistema Convencional

(2 gradagens pesadas, 1 subsolagem e 2 gradagem


intermediária)

Desde o descobrimento do Brasil, pelos senhores de


engenho até nos dias de hoje são utilizados pelas
Usinas e grandes grupos de produtores de cana de
açúcar e defendido por alguns pesquisadores que
ainda não acreditam em sistemas mais econômicos
e que proporcionam a sustentabilidade da
agricultura e proteção ao meio ambiente,
provocando assim a degradação do solo e danos ao
meio ambiente ( Erosões, destruição das áreas de
reserva legal e assoreamento dos lagos e rios).
02 – Sistema de Plantio Semi Direto

Neste sistema de produção da cana de açúcar


em São Paulo, utilizado por produtores de
cana e grãos, desde a década de 1970, se
preconiza por ocasião da renovação dos
canaviais, o cultivo de culturas graníferas
com os objetivos de gerar receita e
proporcionar os benefícios da rotação de
culturas. Normalmente, são mais indicados
espécies leguminosas, procurando além do
fornecimento de nitrogênio, melhorar as
características físicas e biológicas do solo e
Predomina o cultivo de soja e amendoim por
proporcionar receitas, como podemos comprovar
em estudos realizados por pesquisadores do IAC
Nas regiões produtoras de cana de açúcar, que ocupam uma área
e de outros:
de aproximadamente 3 milhões de hectares em São Paulo, existem
grandes produtores de grãos, capacitados que diminuíram ou deixaram
de plantar grãos para plantar cana de açúcar, devido aos altos custos de
preparo do solo e a alta rentabilidade economicamente da cultura de
cana de açúcar, principalmente nesta região N/NE do Estado de São
Paulo.
Desde a safra de 1997/1998, alguns técnicos produtores desta
região como pioneiros por meio de observações de campo, vem
conseguindo a cada ano, ótimos resultados com a cultura de soja, por ser
considerado a principal cultura na sucessão/rotação no sistema de
produção da cana-de-açúcar nesta região do Estado de São Paulo.
Nos últimos anos, a legislação ambiental tem direcionado para
redução de queimadas de canaviais, forçando o aumento da colheita de
cana-de-açúcar mecanizada, sem despalha à fogo e que deixa sobre a
superfície do solo cerca de 15 t/ha de M.S., formando uma camada de 10
à 20 cm de espessura, que onera sobremaneira o custo de preparo de
Anualmente são renovados aproximadamente 150 mil ha de canaviais
sem queimar, nos quais o Sistema de Plantio Direto da soja surge como
uma técnica expressiva e inovadora, que confere maior lucro ao
agricultor e sustentabilidade ao ambiente agrícola.
Neste contexto, desde o ano agrícola 98/99 no município de
Aramina/SP, o produtor Eng.º Agrº Oswaldo Siroshi Tanimoto, da CATI –
Aramina – acompanhado do pesquisador do IAC, Eng.º Agrº Denizart
Bolonhezi, vem adotando esta técnica tanto em áreas comerciais quanto
em experimentos, interagindo as informações.
A técnica consiste na substituição das operações mecânicas de
preparo do solo pela destruição química da soqueira de cana-de-açúcar,
aplicando-se de 5-6 L/ha de glifosate, quando a brotação estiver uniforme e
antes da formação de colmos, podendo ser realizado o plantio da soja até 24
horas da dessecação. É importante para melhorar a performance da
semeadora, a utilização de disco de corte com 20 polegadas e disco
desencontrado na distribuição do adubo e semente. Deve-se considerar na
escolha da cultivar de soja; ciclo mais precoce com inserção de vagens acima
de 11 cm, crescimento indeterminado, rústica e com sistema radicular
agressivo. As recomendações sobre população de plantas, espaçamento e
adubação podem ser as mesmas preconizadas no sistema convencional.
A produção obtida na média das cultivares testadas tem variado
entre 40 e 57,8 sc/ha, com redução no custo de produção de soja de 10 a
15%; além dos benefícios tanto para cultura da cana como para o
02 – Sistema de Plantio Semi Direto

Redução no Custo de Formação do


Canavial
A receita da produção de soja,
amendoim, feijão e girassol, até na safra
de 2003/2004, tem ajudado
economicamente nas despesas de mão-
de-obra e óleo diesel no plantio da nova
cultura e com acrécimos na
produtividade de cana de açúcar de 4%
até 22%, dependendo da leguminosa em
rotação.
BENEFÍCIOS DA ROTAÇÃO DE CULTURAS
NA

RENOVAÇÃO DO CANAVIAL
Número de colmos, produção de cana e de açúcar durante
três anos em Sales de Oliveira, SP, Brasil.

Tratamento Nº de Colmos Toneladas de Incremento


Cana nas Safras
(84/85, 85/86 e 86/87)
Pousio 68.561 c 123 c 14,1 c

Pousio + N 74.583 b 132 b 15,2 b

Soja 75.055 a 128 bc 14,7 bc

Mucuna preta 80.585 a 148 a 17,3 a


Crotalária juncea 80.383 a 150 a 17,1 a
C.V. (%) 5,5 5,7 5,7

Obs.: Os acréscimos médios na produtividade de cana-de-açúcar em


relação aos tratamentos sem adubo verde foram de 4%, 7%, 20% e 22%,
após, respectivamente, Soja, Pousio+N, Mucuna preta e Crotalária .
Fornecimento de Adubo Residual

O plantio da cana em sucessão com


culturas de leguminosas (soja), beneficia-se
muito da adubação feita na cultura
anterior, e que parte dessa não foi
totalmente absorvida durante o seu ciclo.
Além do fósforo, potássio, cálcio e
magnésio, que ficou no solo, após a
colheita dos grãos, as leguminosas (soja)
deixam mais de 100 Kg/ha de nitrogênio no
solo, que é indispensável para a cultura da
cana-de-açúcar.
Quantidade de nutrientes N, P2 O5 e K2O a serem incorporados
ao solo pela massa verde de quatro leguminosas.

Nutrientes C. Juncea * Soja * Mucuna * Lablade **

Nitrogênio - N 313 261 147 135

Fósforo – P2O5 78 51 39 30

Potássio – 353 269 236 40


K2 O

Obs.: Estas apresentam elevados valores de N e K2O que poderão


proporcionar a total substituição da fertilização mineral para a cana-de-
açúcar, pelo menos até o primeiro corte (Glória et al. 1980 e
Albuquerque et al., 1980).
CUSTO DA ADUBAÇÃO VERDE

Em termos de produtividade:
Crotalária juncea – O custo de produção em áreas
de reforma equivale a, no máximo, 10t/ha de
cana-de-açúcar.
MASCARENHAS et al. (1994) mostraram que o
sistema utilizando adubo verde proporciona, em
média, um aumento de produtividade de 27
toneladas, restando 17 toneladas de lucro
líquido parade
Em termos o produtividade:
agricultor.. 15 a 17
toneladas/ha
Em termos de Dinheiro: US$ 144,00 + custo de
aplicação
POTENCIAL DE USO DESTA PRÁTICA
São reformados por ano, no estado de São Paulo, 250 mil hectares de
cana de açúcar que poderiam entrar nesse sistema de produção
Custos de produção de cana em monocultivo (US$)
Custos totais................................................................ 688,93
Receita de venda ........................................................1.341,12
Lucro líquido ............................................................... 652,19

Custos de produção de cana após soja (US$)


Custos totais................................................................ 849,45
Receita de venda ........................................................1.630,16
Lucro líquido ............................................................... 780,71
Custos de produção de cana após mucuna-preta (US$)
Custos totais................................................................ 778,58
Receita de venda ........................................................1.503,68
Lucro líquido ............................................................... 725,10
Custos de produção de cana após crotalária (US$)
Custos totais................................................................ 811,59
Receita de venda ........................................................1.525,00
Lucro líquido ............................................................... 712,41
Em termos de Dinheiro US$: cana de açúcar após crotalária gera um lucro líquido de
US$ 60,22 por hectare, quando comparado com monocultivo da cana,
cana US$ 72,91 por
hectare após mucuna-preta e US$ 128,56 por hectare após soja.
soja
Observações: Sabe-se que tanto a crotalária como a mucuna-preta têm ação
nematicida, portanto os custos com tratamento podem ser dispensados.
No caso do cultivo de soja na
renovação da cana de açúcar, após a
colheita de soja ou amendoim às vezes se
utilizam de uma gradagem leve, com a
finalidade de se fazer uma capina, quando a
lavoura de soja ou amendoim foi mal
conduzida e houve grande infestação de
ervas daninhas, ou cana tiguera para não
contaminar a reforma seguinte se for
implantar uma nova variedade de cana.
Na maioria das vezes o plantio da cana
é feito diretamente sobre a palhada da
soja, amendoim.
PLANTIO MANUAL DE
CANA-DE-AÇÚCAR SEM O
PREPARO
DO SOLO É VIÁVEL?

Sim: Também com o P.D.P. de


grãos em renovação da cana-
de-açúcar, que já vem sendo
utilizado no N/NE do Estado de
São Paulo, com grandes
vantagens e benefícios
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS DE CANA CRUA
MECANIZADA
VANTAGENS:
 As áreas já são sistematizadas e extensas;
 Inicia-se com muita palhada, em torno de 15 a 2
t/ha de palha;
Controle total da erosão. Permite uma excelent
rotação de cultura;
Diminui e estabiliza a temperatura do sol
(principalmente em solo arenoso);
Permite o plantio de soja sem interrupção, por falt
de umidade no solo;
Obtêm-se um melhor Stand da lavoura;
Dispensa o uso de herbicidas de pós-emergência d
cultura (devido a grande camada de palha da cana e
também, devido aos cuidados dirigidos à lavoura d
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS DE CANA CRUA
MECANIZADA
VANTAGENS:
 Melhor fluxo de caixa (no convencional, colhe a can
e já começa a gastar);
 Melhor aproveitamento da frota de tratores
possibilitando plantar área maior (3 a 4 vezes mais);
 Maior vida útil das máquinas (trabalho sem poeiras);
 Menor custo operacional e maior rendimento da
frota;
Tratores com menor potência ( 100 a 120 c.v.);
Redução no custo de produção:
custo operacional = 11%
consumo de Diesel = 71%
frota de máquinas = 44%
mão-de-obra = 62%.
P.D.P. DE SOJA EM ÁREAS DE CANA CRUA
MECANIZADA

DESAFIOS:

 Solo argiloso (Latossolo Roxo) maior compactação;

Dificuldade no plantio com facão ou botinha


(embucha e exige maior potência do trator);

Custo alto das plantadoras ( plantadora tem que se

pesada e resistente e própria para plantio direto);

Risco com fogo na palhada em períodos secos n

início do desenvolvimento da cultura;

Exige maior conhecimento e tecnificação do produtor


Comparativo de Custo de Produção de 1 Ha da Cultura de Soja em Área de Sucessão com a
Cultura de Cana-de-Açúcar. Aramina – SP. 25/04/2005

SISTEMAS DE PLANTIO Plantio Convencional Plantio Convencional Plantio Direto Plantio Direto
Cana Crua Cana Queimada * Cana Queimada Cana Crua
*
ESPECIFICAÇÕES VALOR DO ITEM VALOR DO ITEM VALOR DO ITEM VALOR DO
ITEM
A – Operações 693,05 563,80 293,05 280,55
Preparo do Solo(aplic. Corret. e herb.) 442,00 312,75 42,00 42,00
Plantio + trat. Sementes 36,75 36,75 36,75 36,75
Tratos Culturais 64,00 64,00 64,00 51,50
Colheita 101,70 101,70 101,70 101,70
Transportes (transp. Interno e prod.) 48,60 48,60 48,60 48,60
B – Insumos/Materiais 922,70 922,70 1.017,56 882,95
Corretivos 56,00 56,00 56,00 56,00
Sementes 138,00 138,00 138,00 138,00
Fertilizantes 370,70 370,70 370,70 370,70
Defensivos 358,00 358,00 452,86 318,25
C – Outros (juros banc. 8,75%) 141,38 130,07 114,68 101,80

TOTAL A + B + C 1.757,13 1.616,57 1.425,29 1.265,31

Redução de custo 0% 8% e 0% * 18,9 e 11,8% * 28,0%


Para prod. de 45 sacos/Ha Custo / Saco (R$) 39,05 35,92 31,68 28,12
Ponto de Equilíbrio (U$ 11,00 – U$ 1,00 62,64 57,63 50,8 45,1
= R$ 2,55
U$ 11,00/saco/60kg = R$ 28,05 sc
Arrendamento = 20% (sacos/60KG) 9 9 9 9
Produção p/ cobrir os custos em áreas 71,64 66,63 59,80 54,10
arrendadas (sacos/60Kg)

OBS.: * Redução no culto da cultura de soja em área de cana queimada, comparando Sistema Convencional X Plantio
Direto.
Os outros custos da cultura de soja (P.C.-C.Q., P.D. – C.Q. E P.D. – CCr) são comparados com o Sistema Convencional em
área de cana colhida crua (PC – CCr)
Produção de algumas variedades de soja plantadas no sistema de P.D.P.
de cana-de-açúcar de 96/97 à 02/03 na Região Norte de São
Paulo.
Variedades Sist. De 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03
Ciclo PlHa Prod. Ciclo PlHa Prod. Ciclo Prod. Prod. Ciclo Prod. Prod. Ciclo Prod.
Plantadas Plantio (dias (xmil (sc/H (dias (xmil (sc/H (dias PlHa (sc/Há Ciclo PlHa (sc/Há (dias PlHa (sc/Há Ciclo PlHa (sc/Há (dias PlHa (sc/Há
(xmil) (dias) (xmil) (xmil) (dias) (xmil) (xmil)
Unesp/J
) ) 5á) ) ) á) ) ) ) ) ) ) ) )
FT-Estrela PDP - - - - - - - - - - - - - - - - - -
ab
Unesp/J 4,5
5
FT-Estrela Conv. - - - - - - - - - - - - - - - - - -
ab 2,5 11
Faz.Sta.Isabel/Gua 1
Primavera PDP riba - - - - - - - - - - - - - - - -
Foscarin- 9
11 68 7,4
4
PDP Dumont - - - - - - - - - - - - - - -
31
Foscarin- Usina 8
11 9
42 9,6
4
PDP MB/M.Agudo - - - - - - - - - - - - - - -
31
Foscarin- Usina 2
10 2
42 7,2
Conv. MB/M.Agudo 30 - - - - - - - - - - - - - - -
31
Foscarin- S.V.Paraíso/Ara 0 2 11 3 4 11
PDP mina - - - 444 119 404 - - - 115 301 52 385 62
31
Foscarin- S.V.Paraíso/Ara 6
10 9,2
2 7,3
4 6
Conv. mina - - - 200 116 316 - - - 110 396 37 - - -
31 S.V.Paraíso/Ara 5
12 0,6
4 3,8
Conquista PDP mina - - - 444 - - - - - - 130 354 49 - - -
IAC-15-I e Fda.S.Junq./Ara 8 3,4 5 12 4
PDP mina - - - - - - 128 368 358 121 335 54 - - -
II
IAC-15-I e Fda.S.Junq./Ara 7,8 1 9,7
Conv. mina - - - - - - 122 265 51 - - - - - - - - -
II
IAC-15-I e Fda.S.Junq./Ara 5 12
PD cq mina - - - - - - 125 347 - - - - - - 366 52
II Fda.S.Junq./Ara 4,4 12
5 5 3
12
Vencedora PDP mina - - - - - - 130 326 422 128 368 68 352 65
Fda.S.Junq./Ara 7,8 2 4,7 3
12
Vencedora Conv. mina - - - - - - - - - - - - - - - 318 63
Fda.S.Junq./Ara 12 5 3
IAC-18 PDP mina - - - - - - - - - 304 126 284 62 - - -
Fda.S.Junq./Ara 2 3,3
IAC-18 Conv. mina - - - - - - - - - - - - 122 299 56 - - -
Codetec Fda.S.Junq./Ara 4 10 4 11
PDP mina - - - - - - 118 526 403 116 364 56 349 59
201
Engopa Fda.S.Junq./Ara 9,6 4
12 3,9
4 9
12
PDP mina 387 120 299 59 362 63
316
M-Soy Fda.S.Junq./Ara 0
11 8,5
5 5
PDP mina - - - - - - - - - 437 125 301 63 - - -
2002 Fda.S.Junq./Ara 6
12 1,5
4 12
BRS - 133 PDP mina - - - - - - - - - 426 121 366 57 326 55
M-Soy Fda.S.Junq./Ara 0 5,1 5
PDP mina - - - - - - - - - - - - 125 345 66 - - -
7901
M-Soy Fda.S.Junq./Ara
PDP mina - - - - - - - - - - - - 129 347 63 - - -
8001 PDP 12
Vencedora c/fung Aramina - - - - - - - - - - - - - - - 272 71
c/sil.
6
P.D.P. DE CANA-DE-AÇÚCAR
EXISTE?

Sim: com o Preparo Reduzido a Cana Crua ou


Queimada, e substituindo a subsolagem mecânica
pela cultura de leguminosas (crotalária) em
sucessão, com grandes vantagens de reciclagem
de nutrientes e proporcionando aumentos na
produção de 22 a 47%, o que representa um
acréscimo de até 5 t/ha de açúcar
(MASCARENHAS & TANAKA, 2000)
CANA DE AÇÚCAR EM SISTEMA
DE PLANTIO DIRETO (S.P.D)

Introdução:
O Plantio Direto na Palha (PDP) é
uma tecnologia de ponta que
proporciona lucro, proteção
ambiental, sustentabilidade da
agricultura e segurança na produção
de alimentos.
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR

O Sistema Plantio Direto de Soja ou Crotalária na


Palhada de Cana de Açúcar em sucessão/rotação
viabiliza o plantio direto mecanizado da cana-de-
açúcar após a colheita das leguminosas, sem
grandes mobilizações de solo, praticamente
dispensando a operação de cultivo de quebra
lombo da cultura de cana de açucar:
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE
AÇÚCAR
empresário rural Alexandre Jorge Saquy Neto, ex-
produtor de algodão e atualmente produtor de cana de
açúcar na região de Ribeirão Preto (Jardinópolis) e
Diretor da Canoeste de Sertãozinho é um produtor
fornecedor de cana que está no 2º ciclo de cultivo de
cana colhida crua.
Sr. Alexandre Jorge Saquy Neto afirma estar
satisfeito com a sua produção agrícola de cana
de açúcar depois da proibição da queima de
cana para colheita, em uma de suas fazendas
onde predomina o solo de cerrado de textura
média, com + – 20% de argila.
A sua produtividade teve um acréscimo de ±
20% na produção média de 5 a 6 cortes.
Possui hoje cana com 6 cortes produzindo em
torno de 100 ton/ha - esta produção no
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE
AÇÚCAR

Quanto ao ataque de pragas e doenças, os


problemas são menores, tendo o ataque de
cigarrinhas em algumas variedades.
Quanto às pragas de solo - nematóides e
elasmo - quando ocorre, pode ser minimizado
ou pelo menos mantendo a população dessas
pragas estável no solo com a rotação de
culturas na renovação da cana de açúcar no
sistema de colheita de cana crua e cultura
intercalar (consorciado) cana/crotalária, como
está sendo observado pelos produtores.
É possível a convivência com as pragas de solo
sem prejuízos para a cultura.
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE
AÇÚCAR

Também é possível o Sistema Plantio Direto na


Palha de leguminosas: soja, crotalária e até
mesmo braquiária brizantha.
A seguir, trabalhos do Dr. Fernando P.
Cardoso- Agrisus e do Engº Agrº Oswaldo
Siroshi Tanimoto e técnicos das Usinas São
Martinho e Alta Mogiana.
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR
03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR

Faz. Aparecida – 03/05 – C. júncea 100 d


03 – PLANTIO DIRETO MECANIZADO DE CANA DE AÇÚCAR

Usina São Martinho – SP – Girassol


Umidade do Solo
7 dias após chuva
Palhada Cana Crua de 8,7 t.ha-1
Umidade (%) 0-12 cm 0-20 cm
PD 39,0 38,3
CM 30,3 23,8
PC 31,5 26,0
+8% + 12%

04/01/2002 às 14:00 horas


Evolução Área de Colheita Mecanizada e Crua no
Brasil
São PauloFonte : Nunes Junior citado
Centro-Sul Brasilpor Ripoli
Área&Colhida
Ripoli (2004) Área
Anos
(%) (%) (%) Mecanicamente Colhida Crua
1994 ---- ---- ---- 128.300 1.026
1997 21,3 21,4 20,3 498.300 101.650
1998 40,3 35,1 33,5 917.700 307.358
1999 42,5 34,6 34,9 943.700 329.348
2000 42,0 44,4 40,7 910.700 370.650

Lei n.o 11.241 Eliminação Gradativa


de 19/09/2002 das Queimadas

Potencial Centro-Sul : 70% das áreas


Fluxo maior que PD
9,0 t.ha-1
de CO2

3,5 t.ha-1
de CO2

Bolonhezi et al. (2004) – CLACS - Colômbia


FAZ. APARECIDA – MOGI MIRIM/SP
FITOMASSA 2005
CANA EM RENOVAÇÃO – Q. 1A e 1B
MS e Nutrientes Contidos (colmo + raiz = planta) – k/ha

Amostragem B.b-MARANDU+MILHO B.b-MARANDU B.b-XARAÉS


Florescimento 89 d 96 d 95 d
90 d 90 d 135 d

COLMO - MS 19.845 14.580 14.340

RAIZES - MS 5.089 4.333 3.838

PLANTA 24.943 18.913 18.178

N 238+39=277 136+31=167 146+30=185

P 22+2=24 12+2=14 10+2=12

K 232+44=276 185+24=209 248+33=281

Ca 36+6=42 41+4=45 29+2=31

Mg 37+5=42 50+5=55 37+3=40

Rel. C:N 35:1 – 36:1 45:1 – 42:1 41:1 – 39:1


Obs. 1 – Plantio início de Dezembro 2004 ( 0,4m entre linhas ) com 45-70-90 k/ha N-P2O5-K2O, 40 k/ha,
semente de milho e 10 k/há de semente de B.briz. misturada no adubo.
2 – Amostragem em Março de 2005 de 1 m linear em 10 pontos ao acaso. Peso médio x 25.000
m/ha.
FAZ. APARECIDA – MOGI MIRIM / SP
III-DECOMPOSIÇÃO
Biomassa B. brizantha
Plantio 27.11.02-Q5B (0.4m entre linhas)

Kg/ ha Verde(1) Decomp.(2) Decomp.(2)


97 d.veget. 298 d 385 d

Data da coleta 04.03.03 26.12.03 23.03.04


Coleta(10 amost.) kg 50.000 10.800 8.000
Seco ao sol kg 13.000 9.040 7.000
11.440 8.300 6.360
Biomassa – MS kg

Laboratório
12% 8,3% 9,2%
Umidade% 5.130 (44,8%) -
Carbono – C kg 128 (1,12%) 91,5 (0,88%)
Nitrogênio – N kg
40/1 -
Relação C/N 172 (1,50%) 116,6 (1,40%)
Potássio – K kg 13 (0.11%) -
Fósforo – P kg
Observações: (1) média 9 amostras de 1m linear (x 25.000).
(2) " 10 " de 0,5 m2 (x 20.000)
Resumo

CANA SOB PD

Menores gastos
Melhoria da fertilidade
Possível maior produtividade
Variedades Adatadas
Equipamento Adatado
Adatação ecológica
04. SISTEMA DE PLANTIO DE CANA ORGÂNICA

Este sistema teve início na década de 80,


iniciando em 1986 pela Usina São Francisco de
Sertãozinho-SP, com projeto de Cana Verde, em
1994 então dando início a produção de cana
orgânica para produção orgânica de açúcar
assim surgiram outras empresas como Usina
Univale, Usina Sto Antônio, etc.
Todas com grande sucesso, principalmente após
o aparecimento e a exigência da colheita de cana
crua sem queima com colhedoras modernas e
perfeitas para terrenos não muito acidentadas.
PERMITE O RETORNO DE MAMÍFEROS,
RÉPTEIS E AVES A USINA DO INTERIOR
PAULISTA
Relato feito ao jornal Folha de São Paulo em 16 de março de
2004

Cana orgânica "devolve" animais em extinção


 
A qualidade dos produtos orgânicos já é
conhecida, mas os efeitos da produção desses
alimentos sobre a natureza começam a se mostrar
surpreendentes.
Dez pesquisadores, entre eles biólogos, analistas
de solo, especialistas em ecologia e até estatísticos,
foram a campo para conferir. Escolheram a Usina São
Francisco, de Sertãozinho (SP), que, em 1986, iniciou o
Projeto Cana Verde, cujo objetivo era diminuir a
dependência dos insumos modernos na produção. Em
PESQUISADORES da Embrapa Monitoramento por
Satélite, da Universidade de São Paulo e da ONG
Ecoforça - Pesquisa e Desenvolvimento, estão
surpresos com o que vêm constatando através do
levantamento cientifico da biodiversidade da usina
que foi iniciado há três anos.
Já circulam pela área da usina 247 espécies de
vertebrados, entre eles vários animais que
estavam em extinção: onça-parda, jacaré-coroa,
sucuris, jibóias, tamanduás, lobos-guará, veados e
aves de rapina, como falcões e gaviões.
Os 13,5 mil hectares dedicados ao cultivo de cana
orgânica são uma porção mínima de espaço em
relação ao total do Estado de São Paulo, mas já
abrigam 33% de todas as espécies de aves
encontradas em território paulista.
O levantamento detectou também a presença de
38 tipos de mamíferos na área das fazendas que
compõem a usina, muitos dos quais não se
Os pesquisadores da Embrapa dizem que
esse aumento de espécies ocorre porque
o processo de cultura orgânica permite a
formação de uma cadeia alimentar a mais
natural possível e facilita o aumento da
biodiversidade (a riqueza em espécies de
um ambiente).
O processo de produção orgânica elimina
todos os produtos químicos, tanto no solo
como no combate às pragas.
O fim do uso desses produtos permite a
sobrevivência de várias espécies antes
eliminadas. Os fungos, por exemplo, que
antes eram eliminados com o uso de
produtos químicos, agora alimentam
insetos, que alimentam pequenos répteis,
que alimentam aves, que alimentam
animais maiores. E assim forma-se uma
O aumento do número de animais serve,
inclusive, para combater as próprias
pragas na lavoura. Leontino Balbo
Júnior, diretor comercial da Native, a
empresa que comercializa os produtos
orgânicos do grupo Balbo, diz que; só
"inseto não é praga passa a ser quando
sai do equilíbrio". Quando isso ocorre,
são criados nos laboratórios da usina
outros predadores desses insetos para
que se restabeleça o equilíbrio.
Inventário ecológico
Os pesquisadores afirmam que três coisas são
essenciais para o desenvolvimento do reino
animal: alimentos, abrigo e condições para
procriação. Essas três caraterísticas são
encontradas na cultura orgânica da cana, o
que não ocorre nas lavouras tradicionais. Nos
canaviais tradicionais, os produtos químicos já
eliminam grande parte das espécies. Outras
são eliminadas pelo sistema de colheita. O
fogo cruzado - vem de todos os lados, para
evitar grandes incêndios- não permite a fuga
de animais e elimina toda a possibilidade de
procriação.
cana tem apenas duas espécies de formigas, e
uma delas é a saúva, que tem seu habitat bem
abaixo do nível do solo, o que lhe dá proteção. Em
um canavial orgânico, o número de espécies de
formigas sobe para 20. O aumento na quantidade
de espécies não significa, no entanto, uma
elevação no total de formigas no canavial. Elas
disputam espaço e algumas, inclusive, são
predadoras de outras.
Os pesquisadores dizem que está sendo feito um
inventário ecológico de espaço e de tempo, no
qual são verificadas a existência e a quantidade de
animais na área e quais deles estão adaptados ou
apenas "de passagem". Essa investigação de
tempo quer verificar, por exemplo, porque
aumentou o número de animais migratórios para a
fazenda, principalmente o de aves. Quer verificar,
também, se a onça-parda encontrada na área está
garantida também pelos cuidados
implantados nas fazendas da usina. Foi
feito um reflorestamento de 1 milhão de
árvores, há a conservação das matas
ciliares e a preservação dos lagos e das
nascentes de água. A manutenção de
animais nessa área é facilitada, ainda,
pelo aumento das matas nativas -são 186
hectares atualmente, 270% a mais do que
em 1987. Corredores interligando as
matas dão maior mobilidade aos animais.
Já que o elo final da cadeia predadora é o
homem, a fazenda teve de colocar 40
quilômetros de cerca para impedir a
entrada de caçadores e de pescadores.
Além disso, é feita uma ronda para
As principais lições aprendidas pelos
pesquisadores são como uma monocultura
orgânica pode ter uma biodiversidade tão
grande e como é grande o número de
animais que são capazes de se alimentar da
cana. As matas vizinhas aos canaviais têm
rastos de folhas de cana transportadas por
animais, principalmente os macacos-prego.
Outro fator intrigante é que os grandes
carnívoros, que vieram de remanescentes
florestais, também estão se adaptando a
essas áreas de canaviais.
As câmaras colocadas pelos pesquisadores
na área da usina já captam muitos animais
acompanhados pelos filhotes. Isso mostra
que eles não estão aí por acaso, mas que já
Sistema aumenta a produtividade
A Usina São Francisco não vê crescer apenas o
número de espécies de animais em extinção
com a plantação de cana orgânica, mas
também a produtividade das fazendas.
No ano passado foram produzidas 98
toneladas de cana por hectare, 15% mais do
que a média do Estado de São Paulo.
Chegar a essa produtividade, no entanto,
custou investimentos que já somam R$ 32
milhões.
Na passagem da cana tradicional para a
orgânica, a produtividade despencou porque o
canavial perdeu os benefícios da cultura
tradicional, mas ainda não tinha os da
orgânica, diz Leontino Balbo Júnior. "Era de
perder o sono."
Foram cinco anos para o desenvolvimento de
máquinas e caminhões que não compactassem
Essas máquinas, quando entram no canavial, têm os
pneus praticamente esvaziados, aumentando a área
de absorção na terra e diminuindo a compactação. A
não-utilização de produtos químicos fez as fazendas
desenvolverem predadores naturais para as pragas.
Esses predadores são criados em laboratórios e, em
alguns períodos do ano, até 1 milhão deles são
liberados por dia nas lavouras.
A usina tem altos custos, ainda, na obtenção de
certificações. Para cada mercado que opera é
necessário provar que o produto é orgânico, que há
segurança alimentar e que a produção está dentro
dos padrões éticos, inclusive com os próprios
funcionários.
A São Francisco é a maior produtora mundial de
açúcar orgânico, distribuído com a marca Native.
Café e suco de laranja também já fazem parte da
linha Native de orgânicos. Os preços externos para
esses produtos são bons, mas as dificuldades nas
externo é de US$ 300. Mas esse produto só chega à
Europa por US$ 900. Só de impostos -leia-se
barreiras comerciais- são US$ 541. Além disso, os
custos de exportação e das certificações exigidas
são elevados. O mercado externo de açúcar
orgânico é de 70 mil toneladas e o produto é
basicamente utilizado em processos industriais. O
potencial de produção já chega a 200 mil
toneladas.
No mercado interno, a principal barreira para o
aumento do consumo de orgânicos são as grandes
margens dos supermercados, que tratam esses
produtos como "um nicho", diz o diretor da Native.
No caso do suco de laranja, esses estabelecimentos
chegam a colocar uma margem média de 70%. Em
alguns casos, a margem é de até 110%, o que
encarece muito o produto para o consumidor final.
"Essa referência de preços está errada. Não fomos
nós [os produtores] que a fixamos", acrescenta.
Folha de São Paulo - São Paulo, terça-feira, 16 de março de
Benefícios - Para o
Agricultor

 Aumento na produção das duas culturas

 Redução nos custos de produção das duas


culturas

 Diversificação da atividade produtiva

 Produtores mais capitalizados

 Maior estabilidade econômica para o


agricultor
Benefícios - Para a Sociedade em
Geral
O setor está diminuindo o emprego (está
acabando com a bandeira social), devido ao uso
das colhedoras de cana crua. Esse sistema
promove o desenvolvimento e a sustentabilidade
do setor rural, produzindo mais alimentos,
gerando mais renda na cadeia produtiva do
agronegócio, evitando assim o êxodo rural
Maior geração de empregos: Diretos na
propriedade e Indiretos- no comércio, na
indústria e serviços.
Proteção ao meio ambiente: água limpa
(eliminando assoreamento de rios e represas,
reduzindo riscos de enchentes), eliminação de
CURRICULUM VITAE
- Engº Agrônomo Oswaldo Siroshi Tanimoto, é formado pela UNESP-JABOTICABAL –
SP, em 1976. Hoje responsável pela CATI – ARAMINA-SP, desde Janeiro /1997; através do
Convênio da Municipalização da SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO
ESTADO DE SÃO PAULO com a PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAMINA, e Secretário da
Agricultura do Município de Aramina, pela terceira vez.

- É Produtor de soja e cana de açúcar, nos município de Aramina e Igarapava, e vem


Plantando, e montando ensaios para avaliar ao nível de produtor, o Sistema de
Plantio Direto de Soja na Palha de Cana de Açúcar, desde 1998, sempre com
respaldo de órgãos de pesquisas (IAC, EMBRAPA, ETC.).

- Foi vencedor do 3º Concurso Técnicas de Plantio Direto Brasil, no tema Plantio Direto de
Soja sobre Palhada de Cana de Açúcar, durante o 8º Encontro Nacional de Plantio Direto na
Palha em Águas de Lindóia, promovido pelo GPD, com apoio da FEBRAPDP.
-È Diretor na Associação de Lavradores e Fornecedores de Cana de Igarapava, desde
Março/1993.

-È Diretor Secretário Adjunto da APDC, desde o 5º ENPDC de Dourados-MS em 2001, até


2005.

- Atualmente Diretor no Cosnelho Fiscal da APDC

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