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África e Ásia, desde o século XV, tornaram-se alvos de disputa entre as nações
européias.
A crise do pós-Primeira Guerra na Europa foi acentuada ainda mais pela crise
de 1929, que repercutiu nas áreas coloniais com o agravamento das condições
de vida dos colonos, que iniciaram greves e revoltas contra as metrópoles
européias. Esses movimentos coloniais foram contidos à força, mas acabaram
resultando no nascimento de um forte sentimento nacionalista que se traduzia
no desejo de independência.
As vias da descolonização
A descolonização da Ásia
A dominação da Índia não foi uma tarefa difícil, pois a ausência de um governo
centralizado, a diversidade de religiões e a existência de uma sociedade de
castas facilitaram a penetração inglesa.
A independência da Indonésia
A Indonésia é formada por cerca de dezessete mil ilhas das quais seis mil são
habitáveis, as que se destacam são Java e Sumatra. Desde o século XVII até
1941, o arquipélago esteve sob domínio holandês.
O Vietminh era liderado por Ho Chi Minh, dirigente comunista, que após a
derrota do Japão na Segunda Guerra proclamou a independência da República
Democrática do Vietnã (parte norte).
A Guerra do Vietnã
O Vietcong passou a contar com o apoio do Vietnã do Norte e Ngo Dinh Diem
era apoiado pelos Estados Unidos, que, em 1961, enviam ajuda militar ao Sul.
Em 1963, os vietcongs dominavam boa parte do território do Vietnã do Sul.
Neste mesmo ano morria o presidente norte-americano, John Kennedy, e o
vice, Lyndon Johnson, assumia a presidência do país.
As Filipinas, que desde o século XVI passava pelo domínio da Espanha, EUA
e Japão, em 1946 é retomada pelos norte-americanos, que lhe concedem a
independência.
A descolonização da África
A independência do Egito
O Egito estava sob domínio francês até 1881, quando a Inglaterra assumiu o
controle do território. Em 1914, tornou-se um protetorado inglês. (Protetorados
eram áreas de dominação onde os colonos gozavam de autonomia de
decisões; a metrópole apenas supervisionava por meio de um representante.)
O fim do domínio colonial inglês cessou em 1936. Porém, a Inglaterra não abriu
mão do controle que exercia desde 1875 sobre o Canal de Suez.
A independência da Argélia
Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos séculos XV, XVI e XVII.
Em 1415, os portugueses iniciavam a conquista de novos mundos, com a
tomada de Ceuta, no Norte da África.
Angola
Moçambique
São Tomé e Príncipe, no mesmo ano que Cabo Verde, tem sua independência
reconhecida por Portugal.
A África do Sul foi “descoberta” por Bartolomeu Dias que, em 1488, aportou à Ilha Robben, ao largo da
atual Cidade do Cabo, na sua abortada viagem para a Índia. A ilha foi, durante muitos anos, utilizada por
navegadores portugueses, ingleses e holandeses como posto de reabastecimento. Nessa época, a região
era habitada por povos Khoisan, Xhosa, Zulu entre outros; em 1591 um grupo de Khoikhoi, cansados das
práticas comerciais desleais dos europeus, atacou a Ilha Robben. Como não tinham nada que superasse
as armas de fogo dos europeus, foram derrotados e deixados na ilha sem comida, nem água. Estes foram
[editar]Colonização Holandesa
Em 6 de Abril de 1652, Jan Van Riebeeck, da Companhia Holandesa das Índias Orientais, promoveu
a colonização da região e fundou a Cidade do Cabo no extremo sul do continente, no sopé da Montanha
da Mesa.
Durante os séculos XVII e XVIII, a Colônia do Cabo viu chegar e instalarem-se calvinistas, principalmente
dos Países Baixos, mas também da Alemanha, França, Escócia e doutros lugares da Europa. Estes
calvinistas não conseguiram "disciplinar" os khoisan para as suas atividades agrícolas e quase os
exterminaram nas guerras da fronteira do Cabo, também conhecidas como Guerras dos Xhosa
ou Guerras dos Cafres. Então, começaram a importar escravos da Indonésia, de Madagáscar e da Índia.
Os descendentes destes escravos e dos colonos passaram a ser mais tarde conhecidos como "malaios
do Cabo" ("Cape Coloureds" ou "Cape Malays"), chegando a constituir cerca de 50% da população da
[editar]Colonização Britânica
Os ingleses ocuparam a Cidade do Cabo em 1795, durante a Guerra Anglo-Holandesa. Depois de breve
período de domínio holandês entre 1803 e 1806, a cidade tornou-se capital da colónia britânica do Cabo.
Com a abolição da escravatura em 1835, levantou-se uma disputa sobre a compensação que o governo
Muitos destes colonos de ascendência não-inglesa começaram a explorar e colonizar o interior da África,
num movimento que ficou conhecido como “The Great Trek” (a grande viagem), os que partiam nessas
próprias repúblicas, o “Estado Livre de Orange” (“Orange Free State”, actualmente uma das províncias
da África do Sul) e o “Transvaal” (a “terra para além do rio Vaal”) que, em 1857 se auto-
proclamou República Sul-Africana. A incursão Voortrekker para a zona costeira do Natal foi repelida
pelos Zulus comandados porDingane (irmão, herdeiro e, mais tarde, responsável pela morte de Shaka). O
império Zulu foi mais tarde conquistado pelos britânicos na Guerra Anglo-Zulu
[editar]As Guerras Boers
A descoberta de diamantes em 1867 e de ouro, em 1886 aumentou a riqueza dos colonos, que
continuavam a imigrar para a África do Sul e intensificou a sujeição dos nativos. Os boers (ou bôeres)
resistiram aos britânicos na Primeira Guerra dos Bôeres (1880-81) e uma das razões foi o facto destes
colonos usarem fardamento cáqui, que é da cor da terra, enquanto os britânicos usavam uniformes de cor
A Segunda Guerra dos Bôeres teve a oposição do Partido Liberal no parlamento britânico, que a
considerava, não só desnecessária, mas também um desperdício de fundos, mas as enormes reservas
de ouro e diamantes presentes nas Repúblicas Boers levaram os "Tories" a avançar com a guerra. A
tentativa dos boers de conseguirem apoio dos alemães do Sudoeste Africano deram aos britânicos mais
uma razão para controlar as Repúblicas Boers. Os britânicos mudaram de táctica, depois do fracasso do
"Jameson Raid", lançado contra o Transvaal a partir da vizinha Rodésia por forças irregulares alinhadas
com o rico comerciante de diamantes e Primeiro Ministro da Colónia do Cabo Cecil Rhodes. A Segunda
Guerra Boer deu-se entre 1899-1902, quando as tropas britânicas já não usavam os seus uniformes
vermelhos. Os boers resistiram com tácticas de guerrilha, usando o seu conhecimento superior da terra,
mas os britânicos venceram-nos pela força do número e pela possibilidade de organizar mais facilmente
os abastecimentos.
Os britânicos encarceraram grandes números de civis bôeres, junto com os seus trabalhadores negros,
sem alimentação suficiente, nem cuidados médicos e queimaram as quintas e as colheitas, num esforço
para estancar a guerrilha boer. Os guerrilheiros voltaram-se então contra as povoações dos nativos,
antagonizando-os e forçando os boers a lutar com eles, para além dos britânicos. Muitos afrikaners,
inglês, ou seja, "os que preferem o fim amargo"), pensaram que era altura de entrar num acordo com os
britânicos. Após prosseguirem com a resistência por mais um ano, os "bittereinders" finalmente
perceberam que a nação boer seria completamente destruída se eles persistissem e assinaram um
[editar]Dominação Britânica
O Tratado de Vereeniging especificava que o governo britânico era soberano das repúblicas boers e
assumia a dívida de guerra de três milhões de libras dos governos afrikaners. Os súditos holandeses
ficavam com um estatuto legal especial, uma vez que o Africâner|afrikaans ainda não era reconhecido
como língua distinta. Outra provisão do tratado era que os negros não teriam o direito de voto, exceto na
Colónia do Cabo. A administração britânica ainda tentou a "anglicização" dos boers através da educação
obrigatória em inglês, mas o plano apenas resultou em ressentimento por parte dos boers e foi
abandonado quando os Liberais tomaram o poder na Grã-Bretanha, em 1906. Foi por volta desta altura
que o afrikaans foi reconhecido como uma língua distinta do holandês, embora não a tenha substituído
Depois de quatro anos de negociações, a União Sul-Africana foi criada a 31 de Maio de 1910, incluindo
a Colónia do Cabo, a Colónia de Natal, a "Colónia do Rio Orange" (a república boer do "Estado Livre de
Orange" tinha sido assim renomeada quando da sua tomada pelos britânicos durante a Segunda Guerra
Boer), e o Transvaal, exatamente 8 anos depois do fim da Segunda Guerra Boer, com o estatuto
de Domínio do Império Britânico. Este foi o primeiro passo para a independência da África do Sul que, no
Embora o sistema colonial fosse essencialmente um regime racista, foi nesta fase que se começaram a
forjar as bases legais para o regime do apartheid. Por exemplo, na própria constituição da União, embora
fosse considerada uma república unitária, com um único governo, apenas no Cabo os não-brancos que
fossem proprietários tinham direito ao voto, porque os “estados-membros”, que passavam a ser
Uma das primeiras leis adoptadas foi o "Regulamento do Trabalho Indígena" ("The Native Labour
Regulation Act", em inglês) de 1911, segundo a qual era considerado um crime - apenas para os
"africanos", ou seja, os "não-brancos", a quebra dum contrato de trabalho. Ainda no mesmo ano, foi
promulgada a "Lei da Igreja Reformista Holandesa" ("The Dutch Reformed Church Act"), que proíbia os
Mais importante ainda foi a "Lei da Terra" ("Natives Land Act") de 1913, que dividiu a África do Sul em
áreas onde só negros ou brancos podiam ter a posse da terra: os negros, que constituíam dois terços da
população, ficaram com direito a 7,5 % da terra, enquanto os brancos, que eram apenas um quinto da
população, ficaram com direito a 92,5 % da terra; os mestiços ("coloured") não tinham direito à posse da
terra. Esta lei determinava igualmente que os "africanos" só poderiam viver fora das suas terras quando
empregados dos brancos. Passou também a ser ilegal a prática usual de ter rendeiros negros nas
plantações.
A primeira vez em que se encontra registada a palavra "apartheid" foi em 1917, num discurso de Jan
Smuts, que se tornou Primeiro Ministro em 1919 (o primeiro tinha sido Louis Botha).
Estes dois políticos tinham fundado o Partido Sul-Africano, em 1910, que governou a União até serem
derrotados por Barry Hertzog do Partido Nacional, em 1924. Em 1934 os dois partidos uniram-se para
formar oPartido Unido, tentando a reconciliação entre os afrikaners e os brancos de origem inglesa. Este
partido governou a União Sul-Africana até 1948, mas a partir de 1939, sob a direcção de Jan Smuts, uma
vez que Hertzog, que era de origem alemã, entrou em contradição com aqueles que defendiam a
O Partido Nacional, no entanto, tinha sido mantido à revelia do Partido Unido por afrikaners de linha dura,
recuperou o poder em 1948, sob a liderança de Daniel François Malan e manteve-o até 1994, quando foi
Casamentos Mistos", de 1991. Pouco tempo depois, os negros, que só podiam viver nas cidades como
empregados, tinham de mostrar um "passe" sob risco de serem presos, só podiam entrar em
Fonte: www.memorial.rs.gov.br
O Congo Belga é hoje a República Democrática do Congo, antigo Zaire. Essa região ocupa
grande parte da África Central. Uma das maiores florestas tropicais do mundo ocupa grande
parte do seu território, que também é cortado pelo rio Congo.
Sua origem está ligada a formação dos Reinos do Congo e da Baluba pelos pigmeus e bantos.
Foram os belgas os primeiros a fundar entrepostos comercias no rio Congo, através do
explorador Henry Stanley.Na Conferência de Berlim, em 1885, que dividiu a África entre as
potências européias, Leopoldo II recebe o território como possessão pessoal. Em 1908, o
Estado Livre do Congo deixa de ser propriedade da Coroa e torna-se colônia da Bélgica,
chamada Congo Belga. De 1918 a 1939 a colônia viveu um período de prosperidade
econômica.
O movimento nacionalista tem início nos anos 50 sob liderança de Patrice Lumumba. Depois
de 4 anos de efervescência nacionalista, o Congo belga tornou-se independente com o nome
de República do Congo (o adjetivo Democrática só surgiu em 1964). Lumumba assume o
cargo de primeiro-ministro e Joseph Kasavubu, a Presidência. A maioria dos colonos europeus
deixa o país. Em julho de 1960 eclode uma rebelião contra Lumumba, liderada por Moise
Tshombe. Antes do final do ano, Kasavubu afasta Lumumba do cargo de primeiro-ministro
num golpe de Estado. Lumumba é seqüestrado e assassinado em janeiro de 1961. Tropas de
diversos países (incluindo o Brasil) são enviadas pela ONU para restabelecer a ordem, o que
ocorre em 1963, com a fuga de Tshombe. As tropas da ONU retiram-se em junho de 1964.
Dias depois ocorre uma reviravolta: Tshombe regressa e assume a presidência com apoio da
Bélgica e dos EUA. Em novembro de 1965, ele é derrubado num golpe liderado por Mobutu
Joseph Désiré.
Aqui está um depoimento de um enviado das tropas da ONU:
"O DC-10 belga aterrou no aeroporto N'Djli; no estacionamento, dois gigantescos aviões
cargueiros C-191 do Military Air Transport, da Força Aérea dos Estados Unidos. Placas nos
prédios avisavam da proibição de fotos.
Ainda na escada o Major é recebido por um Ministro da FNLA e nos dirigimos para a sala VIP,
onde somos apresentados a outros membros da Frente de Libertação. Éramos os precursores
do grupo, vínhamos preparar sua chegada e os angolanos não escondiam o quanto
esperavam de nós.
Em minutos nossa bagagem é liberada sem passar pêlos demorados trâmites legais e levam-
nos para o Intercontinental, o melhor hotel do Zaire, onde, confundidos como guarda-costas
do major fomos alojados no apartamento ao lado do seu, após o ocupante anterior ser
delicadamente transferido para outro!
Da janela vejo o rio Congo, preguiçoso e inteiramente coberto de plantas aquáticas, a
contornar o hotel. Na outra margem, o para nós incómodo Congo-Brazaville, que apoia o
MPLA.
Ocupamos o tempo de espera dividindo-o entre a piscina e os dois bares do Inter. Cinco dias
passados e chega a primeira leva, sob o comando do Capitão Valdemar, assessorado pelo
Alferes Esteves.
Haviam sido secretamente transportados de Salisbury para a Base Aérea de Gwelo, no
interior da Rhodésia e ali embarcaram num velho mas sempre eficiente C-47 pilotado por
belgas. Atravessaram a proibida Zâmbia e escalaram em Lumumbashi, ex-Elizabethville,
onde dormiram, seguindo finalmente para o aeroporto de N'Djli onde os esperávamos.
Maldizendo a sacolejante viagem rasante através das montanhas, subiram apressados para
as Kombis (made in Brazil) da FNLA e foram levados para o Hotel Matonguê, nos arredores.
Entrei no C-47 com alguns sacos vazios e transportei para..."
Desde então, o país tem passado por uma séri de conflitos e guerras civis que trouxeram
fome e pobreza para a população. Em 2003, foi assinado um acordo de paz entre as facções
rebeldes para um governo de união nacional.
Bandeira do Congo Belga
Descolonização da Argélia