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Reportagem de Capa / Edição 259 - Agosto/2010

De onde vêm as boas ideias de negócio (trecho)


Prepare-se para uma surpresa nas próximas páginas: as
melhores sacadas não vieram de mentes brilhantes, mas sim de
gente que quebrou a cabeça do jeito certo. Entenda como – e
por quê.
Por Sergio Tauhata e Rodolfo Araujo*

Confira a seguir um trecho da reportagem de capa que pode ser lida na íntegra na edição da revista
Pequenas Empresas & Grandes Negócios de agosto/2010, já nas bancas.
Assinantes têm acesso à íntegra no Leia mais no final da página.

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Uma imagem comum associada a genialidade e imaginação é, sem dúvida, a do físico inglês Isaac Newton
com uma maçã nas mãos. Sentado à sombra de uma macieira, o sonolento cientista teria forjado, ali mesmo,
sem mover um músculo sequer, o princípio da lei universal da gravidade. A fantasia de que o acaso escolhe
as mentes que lhe parecem mais atraentes e as presenteia com sacadas geniais habita o imaginário de todos
nós. Cada vez mais, contudo, pesquisadores do mundo inteiro têm mostrado que raríssimas vezes as ideias
chegam de surpresa, como meros frutos do destino. Em todas as áreas, da ciência e tecnologia às artes e
também no mundo dos negócios, as descobertas apontam para a máxima de Thomas Edison: “Genialidade é
99% de transpiração e 1% de inspiração”.

Na investigação sobre o nascimento de empresas bem-sucedidas apresentadas nesta reportagem, da


Coca-Cola ao Twitter, não deparamos com nenhum caso de um sujeito premiado com uma ideia brilhante no
meio de um sonho. Vistas com lupa, as fontes de inspiração têm muito menos charme. Advêm, sobretudo, de

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necessidades triviais, da vontade de resolver um problema e também da observação — ainda que, neste
último caso, uma viagem funcione como ótimo veículo de associações inéditas. De acordo com a
pesquisadora da Harvard Business School Teresa Amabile — uma das mais renomadas estudiosas das
conexões entre gestão e criatividade —, o empreendedor que pretende ser criativo deve ter, antes de mais
nada, uma causa. “É preciso haver algo que o impulsione. Ao mesmo tempo, ele deve reunir conhecimentos
sólidos e exercitar a capacidade de fazer conexões incomuns que gerem ruptura”, diz ela. Uma grande ideia
não necessita, no entanto, ser totalmente revolucionária. Pode representar, como defende Thomas Ward,
professor do Center for Creative Media da Universidade do Alabama, um balanço entre novidade e
familiaridade. “Empreendimentos criativos devem ser originais o suficiente para capturar a atenção dos
consumidores, mas familiares o bastante para não serem rejeitados pelo público”, afirma.

O sistema de fast-food, que rapidamente caiu nas graças de consumidores de todo o mundo, por exemplo,
nasceu de um questionamento simples. Os irmãos Richard e Maurice McDonald, donos de um pequeno
restaurante em San Bernardino, Califórnia, decidiram pensar em um modo prático de rentabilizar o negócio.
A casa chegou a ser fechada para que eles repensassem o modo de produção. Eles notaram que o grosso
dos pedidos (e do lucro) vinha dos sanduíches. Pronto: estava criada a primeira linha de montagem de
hambúrgueres, e o McDonald’s. Um dos negócios mais badalados da internet, o Twitter, nunca teria nascido
se um dos seus fundadores, o programador de softwares Jack Dorsey, não tivesse antes tentado resolver o
problema de comunicação em uma empresa que monitorava frotas de táxi em Nova York.

Parafraseando Louis Pasteur, a sorte parece ter mais simpatia por mentes preparadas. Uma mistura
explosiva — e criativa — traria ingredientes como experiência e problema. O engenheiro civil brasileiro
Alexandre Derani não teria tirado o mesmo proveito de sua viagem à Flórida, e criado o primeiro GPS para
veículos, caso não tivesse informação prévia sobre geoprocessamento. O fundador da Starbucks, Howard
Schultz, atuava no ramo quando viajou para a Itália e se encantou pelo espresso.

Para o físico e consultor Clemente Nobrega, coautor do recente livro Innovatrix – Inovação para Não
Gênios, a inovação empresarial pode ser aprendida por qualquer pessoa. É preciso, para tanto, método e
disciplina. “As grandes ideias não vêm de um processo místico. Qualquer um pode aprender a ser criativo e
gerar inovação”, afirma ele, para quem inovar requer uma luta constante com nós mesmos. “Queremos ser
criativos, porém nossas mentes não são naturalmente criativas, uma vez que optamos sempre por soluções
mais seguras e, portanto, menos arriscadas.” Reunimos, a seguir, um punhado de fatores que certamente têm
influência no cultivo de novas ideias. É importante ter em vista, porém, que dar forma a um negócio exige
uma boa dose de pertinácia (para não desistir no meio do caminho), estratégia (para implementá-lo
corretamente), a costura de uma rede de relações (sempre imprescindível) e rapidez suficiente para o registro
de patentes — a controvérsia sobre quem inventou o quê no mundo dos negócios, afinal, é interminável.

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