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Algumas crianças com Paralisia Cerebral empurram sua cabeça para trás, e ao mesmo tempo,
trazem seus ombros para cima e para frente (1). Não tente corrigir a posição da cabeça colocando
uma mão na parte posterior da cabeça, já que isso só fará com que a criança empurre mais para
trás.
Coloque suas mãos em cada lado da cabeça e empurre para cima, dando à criança um “pescoço
longo”. Empurre os ombros para baixo, com os braços, como mostra a figura (2).
Quando um bebê é segurado sem controle adequado, ele se empurra para trás constantemente
quando sentado, como mostra a ilustração (1). Embora, nesse estágio, suas pernas sejam
flexionadas e afastadas (padrão primitivo), se ele continuar fazendo isso, com o tempo, seus
quadris
e suas pernas estenderão e ficarão rígidas (2). Para controlar a retração de pescoço e do
ombro,
deve-se passar o braço posteriormente da cabeça abraçando o ombro, o que facilitará a
inclinação da cabeça (flexão) e os movimentos dos braços para frente em direção da linha
média (3).
Quando as crianças apresentam um tônus postural baixo, elas não têm controle de quadril,
cabeça e tronco, e quando colocadas na posição sentada, elas tendem a inclinar-se para frente.
Quando tronco é sustentado, sua cabeça cai para trás ou pra frente sobre o peito (1).
Segurar a criança firmemente ao redor dos braços e puxar seus ombros para baixo e
para frente, estabilizará seus ombros e ajudará a criança a manter a cabeça para cima na
linha
média (2).
Um padrão flexor típico visto na criança espástica, é com os braços virados para dentro, e
geralmente acompanhado pelos quadris estendidos (“esticados”) (1).
Pegue a criança pelo lado de fora dos cotovelos e pelo topo dos braços (2). Com um
movimento, levante e gire os braços para fora enquanto você traz a criança na sua direção.
Manuseando-a dessa maneira, você pode facilitar o levantamento de sua cabeça, a extensão
da coluna e flexão dos quadris (3).
Uma outra postura da cabeça e dos braços vista em crianças com PC do tipo atetóide mais
velha quando sentadas os braços são flexionados, os ombros curvados e virados para fora (1).
Com um movimento, gire os ombros para dentro e para baixo, estendendo os braços da
criança, enquanto você a traz para frente na sua direção. Manuseando dessa maneira,
facilitará
que a cabeça venha para frente com a coluna estendida e os quadris flexionados (2).
Uma postura de quadril e pernas estendidas típica de uma criança com espasticidade severa,
quando deitada de “barriga para cima”, é com as pernas esticadas e fortemente unidas (1).
A maneira incorreta de tentar separar as pernas, que somente aumentará a rotação interna
das pernas, podendo ainda machucar os joelhos, é puxando pelos pés ou tornozelos (2). Separe
as
pernas e rode-as para fora apoiando logo acima dos joelhos. A rotação para fora das pernas
facilitará a abertura e o relaxamento dos pés (3).
Se o pé da criança estiver apontando fortemente para baixo (1), Não tente flexioná-lo para cima
(em dorsiflexão) empurrando-o pela ponta do pé e dedos. Segure o joelho flexionado com mão,
segurando o calcanhar e o pé com a outra, mantendo o pé alinhado, e lentamente, flexione-o
para cima o máximo possível (2).
Uma postura de braço vista em algumas crianças com PC espástica, os braços e o antebraço
são dobrados e virados para dentro, a mão virada para baixo, punho e dedos dobrados e o polegar
dobrado no meio da palma da mão, abaixo dos dedos (1).
A maneira incorreta de estender o punho e os dedos é puxando sobre o polegar, pois isso
aumenta a flexão do punho e dos dedos e também há perigo de danificar as articulações do
polegar
(2).
A maneira correta de estender o braço, o punho e os dedos:
• É girando o braço para fora, segurando pelo cotovelo e punhos, mantendo o
cotovelo esticado e a palma da mão virada para cima, faça isso por 30
segundos e repita (3);
• Erguendo o braço até chegar ao lado da cabeça, mantenha por 30 segundos
na posição, relaxe e repita (4). Isso facilita a extensão do punho e dos dedos,
tornando mais fácil manter o polegar longe da palma.
• Uma boa forma para a criança sustentar-se quando sentado, é apoiando sua
mão aberta sobre o solo e mantendo o braço esticado, deixe-o nesta posição
de peso por algum tempo e relaxe (5).
Uma criança com espasticidade severa, quando se deita de barriga para baixo, geralmente
permanece com os braços sob o corpo e não consegue erguer a cabeça (1). O ideal é colocar
uma
almofada em baixo da barriga, puxar os braços segurando pelos cotovelos para a criança se
apoiar sobre eles e depois erguer a cabeça suavemente segurando pelo queixo, mantenha a
criança por algum tempo nesta posição e ao mesmo tempo pode estimulá-la com
brinquedos a
sua frente (2).
Uma base sentada muito ampla pode aumentar a extensão e a rotação interna nos quadris
(quadril fica voltado par dentro). As pernas da criança se empurram para trás quando sentada,
afetando toda a postura (1).
Uma base sentada mais estreita mantém os quadris rodados para fora (mais abertos),
com os quadris e pernas flexionados. Os braços e cabeça são controlados nos ombros, que
são levantados e virados para dentro. A sustentação de peso deve ser estimulada, com os
braços estendidos, mantenha esse posicionamento por algum tempo pra estimular a
criança
(2).
Quando deitados de “barriga para cima” os bebês costumam apresentar esta postura (1). Para
corrigir coloque uma toalha enrolada em volta das nádegas do bebê e até as axilas, isso irá
fornecer simetria (alinhamento do corpo) e auxilio postura (2).
Quando deitadas de “barriga para cima” as crianças mais velhas com espasticidade severa
costumam apresentas essas posturas assimétricas (desalinhadas) (1) e (2). Use de um cilindro
de
posicionamento em T, travesseiro de cabeça firme com suporte nas costas se necessário,
para
que você posa corrigir estes posicionamentos anormais (3).
B- Banho
Algumas crianças com Paralisia Cerebral têm a tendência de se hiperestender “jogando-se para
traz” ou “deslizando através das mãos da pessoa” por ter um tônus baixo no tronco (“são
molinhas”).
Uma das formas de se evitar isso é flexionando o bebê antes de colocá-lo na banheira (1),
colocando quadril, coluna e braços bem para frente. No caso de achar difícil nos primeiros meses
flexioná-la pode adotar como medida temporária à posição da figura (2), pois esta é uma maneira
simples de segurar a criança que se apresenta excessivamente estendida.
O suporte da banheira deve ser firme e estável e a banheira em uma altura confortável, se
sentir que a cabeça da criança precisa de apoio pode ser colocado e fixado travesseiro de espuma
absorvente, preso por tiras de velcro na extremidade superior da banheira.
Considerações gerais:
• Flexione e estenda o braço e as mãos e os dedos da criança enquanto o seca. Faça o
mesmo com os dedos dos pés.
• Dirija a atenção da criança para as mãos e os pés quando você lava e ensaboa, fazendo
barulho na água.
C - Trocas de roupas
Manuseando o bebê do lado errado (no caso ela esta ao mesmo lado do braço a ser
estendido), a mãe tem um problema: estender o braço dele para tirar a roupa (1).
Para facilitar você pode girar a criança em sua direção enquanto o veste ou tira sua
roupa (mas você deve estar do lado esquerdo quando for estender o lado direito e vice-
versa),
o manuseio é mais fácil e você é capaz de interagir com o bebê (2).
Uma criança que apresenta espasmo extensor forte (“ela é toda esticada”), você pode usar
esta posição para facilitar a troca de roupa.
Considerações gerais:
• Escolha posições para seu filho que diminua movimentos indesejados ou aumento da
espasticidade, que crie um bloqueio para o manuseio.
• Verifique sempre se ele está deitado ou sentado adequadamente simetricamente, ou seja,
“sem estar torto”, tanto antes ou enquanto o veste.
• Coloque todas as roupas perto do seu alcance.
• Coloque-o em uma altura confortável para você o vestir.
C - Alimentação
Desde o nascimento e durante os anos de vida da criança com Paralisia Cerebral, as
alimentações destas crianças apresentam problemas. Elas não têm controle de boca, da cabeça e
de
tronco, não tem equilíbrio na posição sentada e são incapazes de flexionar os quadris
suficientemente para permitir que os braços sejam esticados para frente e finalmente incapazes de
levar comida para boca.
Errado: a criança é alimentada enquanto esta totalmente passiva em hiperextenção (toda
esticada), a comida é raspada nos dentes superiores, causando vômito, tosse e afogamento, a
criança pode nunca desenvolver uma boa deglutição em hiperextenção com braço atrás da mãe.
Uma forma correta de alimentar a criança deve ser em uma posição meio-sentada com a
cabeça e ambos os braços para frente, pra matê-la melhor nesta posição coloque um calce
abaixo
de seus pés pra que as pernas da criança faça flexão (“dobre”).
Quando alimentar o bebê na posição sentada em seu colo, você pode preferir a hiperextenção
colocando sua perna sob os joelhos dele em um banco para dar-lhe mais flexão de quadril. Se ele
necessita de suporte sobre a coluna lombar ou ombros, coloque seu braço sobre um travesseiro
sobre a mesa. A comida deve estar na frente da criança.
Errado: o copo é apresentado de cima e a criança é inclinada para trás. Correto: a criança
está em uma posição sentada para beber, com o tronco e a cabeça para frente e o copo é
apresentado pela frente (2)
Não se deve alimentar a criança com colher funda e pontiaguda (1). Correta. A colher deve
ser levemente plana e arredondada (2). Um copo de plástico com uma borda saliente é útil
para
começar a beber adequadamente (3), o copo pode ser cortado de um lado para o nariz da
criança (4) e ele deve ser inclinada para beber conforme a figura (5).
- Segurando a criança incorretamente (1), pode reforçar qualquer padrão postural anormal
presente. Correto segurando a criança sobre o quadril, é possível flexionar suas pernas com
menos abertura enquanto roda seu tronco (2).
• Como carregar uma Criança mais velha com espasticidade severa que é
predominantemente estendida?
- Uma maneira incorreta de erguer uma criança mais velha severamente estendida a partir da
posição deitada (1). Para solucionar o problema, rolando a criança para o lado primeiro
depois
colocando uma mão sobre o tórax no mesmo tempo em que você traz a cabeça e os ombros
para frente (2).
- Abaixo ilustramos um método de carregar a criança que deve ser sempre evitado.
- Se carregar a criança mais pesada sobre ombro incorretamente, você terá dificuldades em
flexionar os quadris, flexionar e afastar as pernas e trazer os braços da criança para cima sobre
seus
ombros (1). Uma forma de carregar completamente correta – você mantém os braços da
criança
sobre seu ombro e segurando as pernas da criança pelas coxas, se for possível mantenha
as
pernas afastadas e rodadas para fora (2).
• Como carregar uma criança com espasticidade moderado-severa que é
predominantemente flexionada?
- Uma boa maneira de carregar a criança em casa é de lado, pressionando contra você,
mantendo a pernas da criança estendidas e abertas e rodadas para fora, a coluna
estendida (esticada) os braços estendidos e abertos e elevados para cima (1) ou
introduzindo a rotação isto é rodando o ombro. (2) Ha!!!!!Para você incentivar a criança a
estender a cabeça coloque objetos a frete dela, algo que a estimule a querer pegar, também pode
ser feito.
• Como carregar um bebe ou uma criança com tônus postural e/ou tônus flutuante e
movimentos involuntários?
- Estabilizando (“segurando e mantendo firme”) o quadril e os ombros da criança e dobrando
suas pernas pra ajudar a controlar, a criança com pouco controle de cabeça e baixo tônus de
tronco (coluna) é encorajada nesta posição a erguer sua cabeça.
- Seu rosto nos primeiros meses é o brinquedo mais estimulante, versátil e interessante com
o qual o bebe está envolvido. Uma dica que podemos passar é ache uma posição confortável
para você e criança, em seguida prenda a atenção da criança para você, assim que notar que ela
esta te olhando comece a brincar com ela, falando, fazendo caretas, ela vai gostar (1). Uma outra
forma de você estimular acriança a ficar em silencio, ouvir e manter contato visual é como ilustra
a figura (2) abaixo.
- Outra forma de estimar a criança e ao mesmo tempo combinado com tratamento, à criança
deitada de barriga par baixo, apoiando-se nos cotovelos, você a ajuda a manter as costas da
criança estendida e sua cabeça para cima, enquanto vocês olham juntas para figura, ou
brinquedo (1). Crescendo e já acostumada a deitar de “barriga para baixo”, e apresentando pouco
espasmo a criança pode também ser deitada na superfície dura no chão (2).
- Evite falar com a criança de cima (1), pois você estará aumentando o padrão extensor dela
(“ela irá ficar toda esticada”), procure falar na altura dos olhos da criança e se for preciso
ajude-a controlar a cabeça, que pode ser pelo ombro, braço ou na parte superior do peito
com uma leve pressão (2).
.
Uma brincadeira vigorosa, a ilustração (1 e 2) a baixo permite que a criança goste da
brincadeira com os pais, você controla as reações dela para que ela tenha tempo de fazer ajustes
para ser movida, pois movimentos bruscos e rápidos só irão aumentar sua espasticidade ou ate
mesmo resultarem em movimentos involuntários e desordenados, então fique atento.
Considerações gerais:
• A posição da cabeça da criança deve estar sempre em linha média, ou seja, “alinhada,
centralizada” e a sua também quando estiver em contato visual com a criança.
• Você deve encontrar uma posição que seja confortável para você e sua criança. Uma posição
na qual você fique de frente da criança e tenha total controle da postura da criança.
• Quando você notar que consegui contado visual com a criança, comece a estimulá-lo,
movendo sua cabeça de um lado para outro e mais para frente de cima para baixo.
• Esfregue as mãos dele sobre o rosto, no topo da cabeça e na barriga. Pegue ambas as mãos
e esfregue-as em seu rosto, mande beijos, brinque com as mãos dele.
• Coloque entre as palmas das mãos um brinquedo que faça barulho quando você pressiona
as mãos juntas.
4. Considerações, acentos e adaptações.
Uma cadeira inflável triangular é bem recomendável para as crianças que costumam a se jogar
muito para trás, ela diminui esse padrão extensor e o encosto triangular ajuda a manter a cabeça
erguida (1). Outra forma de manter a criança com um bom apoio postural e bem alinhada quando
ela
estiver de “barriga para cima” é esse tipo de travesseiro cilíndrico que envolve toda criança (2).
Esses acessórios abaixo podem ser usados quando a criança for ficar deitada de “barriga para
cima”, você além de mantê-la alinhada diminui os padrões de posturas anormais que ela apresenta
evitando deformidades. Você mesmo pode pedir par confeccioná-las.
Esse tipo de ascendo pode ser usado enquanto a criança brinca com objetos a sua frente, ou
somente a mesa pode ser separada para que quando você a alimentá-la tenha um suporte.
Os suportes dados por espuma recortada (2) e as redes (1) irão diminuir qualquer tendência
da criança querer se estender alinha a cabeça, alinha ombro e quadril, faz com que as mãos
venham
para frente na linha média.
Orientações gerais
1. Não deixe a criança esquecida numa cadeira ou carrinho durante horas seguidas (mesmo
que suas limitações de movimento e/ou intelectuais sejam bem grandes). Isso faz com que as
tornem infelizes, alem de provocar enrijecimento no corpo e feridas no corpo por causa do
atrito da pele com o assento.
2. Tente estimulá-la, distraí-la e ocupá-la. A criança estimulada durante o dia tende a dormir
bem à noite e os pais também!
3. Como tentativa de romper o padrão espástico, colocamos as crianças deitadas em uma rede,
ela contribui para neutralizar a tendência que a criança tem em se jogar para trás.
4. Deve ser estimulada a repetir qualquer coisa que faça bem sozinha, mesmo se não for o que
você tenha em mente.
(Camargo et al. 1999; Finnie et al., 2000).