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PRÁTICAS E M ODELOS NA AUTO-AVALIAÇÃO DA BE - DREN 3 - 2010

JORGE MARTINS

2 – Comentário e análise crítica à presença de referências a respeito das BE nos


relatórios de Avaliação Externa de três agrupamentos

Agrupamento de
Agrupamento de Agrupamento de
Escolas Bento
Agrupamentos Escolas de Águeda Escolas de Salir
Carqueja
de escolas
Águeda Loulé
analisados Oliveira de Azeméis
Ano lectivo: 2007/ 2008 Ano lectivo: 2008/ 2009
Ano lectivo: 2006/ 2007

Na identificação de referências a respeito das BE`s/ CRE`s, nos relatórios de


avaliação externa, relativas aos três agrupamentos de escolas, encontrámos perspectivas
diferentes no que concerne à dinâmica, valorização e funções da Biblioteca Escolar.
O Agrupamento de Escolas Bento Carqueja, de Oliveira de Azeméis e o
Agrupamento de Agrupamento de Escolas de Águeda foram criados em 2003, enquanto
o Agrupamento de Escolas de Salir, em Loulé, não faz referência ao ano de criação.
Todos os agrupamentos têm estabelecimentos do jardim-de-infância, 1.º, 2.º e 3.º
ciclos e pela análise dos relatórios parece existir BE/ CRE, unicamente, nas escolas
sede, as EB 2/3, havendo uma (Agrupamento de Escolas de Águeda) que ainda não está
integrada na rede da RBE.
O relatório de avaliação referente ao Agrupamento de Escolas Bento
Carqueja, de Oliveira de Azeméis, faz duas alusões muito redutoras e pouco explícitas
da sua Biblioteca Escolar quanto refere:

“(…) a Biblioteca da escola sede tem-se constituído como um pólo promotor e


aglutinador dessas actividades. Vários escritores (…) têm vindo realizar palestras
(…) (p. 7)”

“(…) existência de caixas para recolha de sugestões na Biblioteca (…) (p. 5)”

Não sabemos se existe articulação com os outros níveis de ensino, através, por
exemplo, do PAA, PE, equipa PTE; se todos os alunos do agrupamento, ou só parte
deles, têm acesso ao espaço da BE, ou ao seu fundo documental; não especifica o tipo
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de actividades, embora fale, genericamente em muitas; não há referências à promoção,


no contexto das novas tecnologias, a utilização da Internet e/ou de ferramentas da Web
2.0, a partir ou em colaboração com a BE; se a BE realiza auto-avaliação e se a articula
e relaciona com a avaliação global do agrupamento, produzindo um plano de acção para
o ano lectivo seguinte. Enfim, a análise do relatório revela, por si, uma falha importante
pelo facto de mencionar a BE de uma forma vaga, pode haver um trabalho razoável da
BE mas os órgãos de direcção atribuírem pouco valor à sua existência, como também
pode revelar uma liderança fraca do seu Professor Bibliotecário, junto da comunidade
educativa (alunos, EE, professores e direcção).

O relatório de avaliação referente ao Agrupamento de Escolas de Águeda, faz


duas alusões também muito redutoras e pouco explícitas da sua Biblioteca Escolar
quanto refere:

- “A biblioteca apresenta algumas carências de equipamento (livros e


computadores), não estando garantido o acesso a utentes com mobilidade
condicionada. (p. 10)”

- A Assembleia definiu as linhas orientadoras para a elaboração do orçamento, tendo


como prioridades, os recursos físico/ materiais (…) a biblioteca, (…) (p. 10)”

Esta BE ainda não pertence à rede da RBE lutando, segundo o relatório, com
algumas dificuldades e limitações, estando à espera do resultado da sua candidatura.
Neste contexto não se podem criar muitas expectativas, embora possa ser criticável uma
EB 2/3, não se ter já candidatado. Contudo, parece haver alguma preocupação em
agregar um orçamento para melhorar o seu espaço e os seus recursos.
O relatório de avaliação referente ao Agrupamento de Escolas de Salir, em
Loulé, marca uma clara distinção com os outros dois agrupamentos, no que se refere à
importância da BE/ CRE como centro nevrálgico no seio de um agrupamento de
escolas.
O relatório concretiza diversas actividades que a BE dinamiza, em articulação
com a comunidade educativa:

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- Professores: embora as actividades não estejam devidamente explícitas, ao


envolver alunos forçosamente implica os professores titulares de turma:

“(…) bem como as actividades de leitura e escrita promovidas pela BE/ CRE, (…) (p. 8)”

- Alunos: têm acesso ao espaço da BE e aos seus recursos:

“Como evidência de uma prática efectiva e consequente articulação, refira-se a


deslocação, mensal, dos alunos das escolas pólo à escola sede, onde, são
proporcionadas actividades que lhes permitem usufruir dos recursos existentes,
designadamente da BE/ CRE (…), (p. 7)”

- Os alunos produzem materiais para a BE:

“(…) e, em Inglês as turmas do PCA estão a produzir materiais para serem


utilizados na BE/ CRE, (…) (p.7)”

- Participação de EE e pessoal não docente:

“No âmbito do PNL destaca-se o projecto intitulado A Ler + que conta com a
participação da biblioteca local com a qual é desenvolvido um trabalho articulado,
mobilizador de toda a comunidade, havendo registos de adesão de pessoal não
docentes e de EE do agrupamento, (p. 12)”

- A utilização das TIC e do seu potencial de comunicação na promoção das


literacias da informação, tecnológica e digital:

“A utilização do blogue da BE/ CRE tem vindo a desenvolver a comunicação entre


os alunos e aquele serviço, (…) (p. 11)”

- A BE parece ter implementado uma política de auto-avaliação e de propostas


de melhorias, através de um plano de acção, para o ano seguinte:

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“Apesar de não existir uma equipa de auto-avaliação, foram adoptados os


procedimentos que permitem avaliar o grau de concretização do PE, do PAA (…) e
da BE/ CRE, (…) (p.12)”

“A BE/ CRE desenvolveu um processo específico de auto-avaliação que incidiu em


quatro domínios chave, dos quais foi aprofundado O Apoio ao Desenvolvimento
Curricular, por ser aquele que apresentava mais fragilidades. Refira-se que, na
sequência deste trabalho, foram retiradas conclusões que originaram a
implementação de um plano de acção para o presente ano lectivo. Estas dinâmicas,
segundo vários interlocutores, já estão a ter impacto nas aprendizagens dos alunos,
(…)(p. 12)”

Efectivamente, neste relatório, constatamos que quase todos os parâmetros da


avaliação externa das escolas se cruzam com os domínios e subdomínios do MABBE, o
que revela que existe um trabalho bem relevante por trás desta dinâmica.
Denota, muito possivelmente, uma liderança forte do Professor Bibliotecário e
da sua equipa, na articulação das actividades da BE com o desenvolvimento do
currículo e consequente aprendizagem ao nível dos alunos.
Por seu lado, a direcção denota estar bem sensibilizada para o papel da BE no
contexto do agrupamento, e se a inclui desta forma tão vincada na avaliação externa,
não será para uma mera utilização burocrática, mas porque, possivelmente, sente a BE
como uma força dinamizadora que congrega e motiva muitos dos elementos da
comunidade educativa de um modo bastante significativo.

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Bibliografia:

- Modelo de auto-avaliação da biblioteca escolar

- Quadro de referência para a avaliação de escolas e agrupamentos

- Quadro comparativo do trabalho

- Relatório de avaliação externa do Agrupamento de Escolas Bento Carqueja - Oliveira


de Azeméis - 2006/ 2007
- Relatório de avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Águeda - 2007/ 2008
- Relatório de avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Salir - Loulé - 2008/
2009
- Texto da sessão

- Tópicos para a apresentação da escola: campos de análise de desmpenho

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