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Introdução ao Estudo do Texto Dramático

Origens do teatro
O teatro esteve presente desde sempre na vida do ser humano.

Se pensares no teu dia-a-dia, verás que representas muitas vezes, por exemplo,
quando imitas alguém, quando finges alguma coisa, quando queres agradar a alguém,
etc. Representar faz parte da natureza humana.

Sabias que na época greco-latina, os actores


representavam com máscaras. Esses actores eram os
Hipócritas, ou seja, aqueles que punham e tiravam a
máscara. Esta palavra evoluiu semanticamente e hoje
uma pessoa hipócrita já não é um actor que usa
máscara, mas alguém que adopta na sua vida um
princípio de falsidade, que usa muitas máscaras, no
sentido figurado da palavra.

O teatro terá surgido ligado a danças na pré-história. Esta forma foi evoluindo
até que começaram a aparecer, por exemplo, na civilização greco-latina textos
dramáticos já muito elaborados. Na época greco-latina, os actores representavam com
máscaras. Na Idade Média, há também registos de vários textos dramáticos, mas todos
ligados a representações litúrgicas e religiosas. Essas composições eram feitas
sobretudo para celebrar momentos importantes como o Natal e a Páscoa. Em Portugal, o
teatro teve um grande desenvolvimento no séc. XVI, nomeadamente, com o dramaturgo
Gil Vicente, considerado o pai do teatro português.

Texto Dramático vs espectáculo teatral


O texto dramático, escrito pelo dramaturgo, destina-se a ser representado,
tornando-se, desta forma, texto teatral ou peça de teatro.

No entanto, é importante não confundir texto dramático com a sua


transformação em teatro como espectáculo (representação). Na passagem do texto para
a representação estão envolvidos aspectos como a encenação, a entoação, a mímica e a
expressão corporal, a caracterização das personagens, o cenário, etc.

Para levar a cabo a representação de um texto dramático, é indispensável


conjugar esforços de diversos profissionais, como o encenador, o cenógrafo, o
aderecista, os técnicos de luz e som, o maquinista de cena, o contra-regra, os actores,
entre outros. O encenador coordena as etapas da representação, dirige a peça e ocupa-se
da selecção dos actores e dos técnicos. Cabe ao cenógrafo estudar o espaço e orientar a
construção do cenário. Este profissional desenha as maquetas e plantas de modo a
conseguir retratar o ambiente onde se desenrola a acção dramática. O aderecista auxilia
o cenógrafo, pois é ele quem escolhe os elementos que ornamentam o palco, bem como
alguns recursos necessários à caracterização das personagens. O técnico de som instala
os microfones e opera a mesa de mistura durante o espectáculo. É ele quem regula o
som de acordo com as condições acústicas da sala de modo a que o público possa ouvir
o que os actores dizem. O técnico de luz tem a seu cargo o desenho das luzes de acordo
com as características do espaço a iluminar e identifica o tipo e a quantidade de material
necessário. É também responsável pela iluminação durante o espectáculo. Finalmente,
quando todos os profissionais estão a postos e os espectadores sentados nos seus
lugares, dá-se início ao espectáculo.

Características do texto dramático

Elementos do texto dramático

Acção
Estrutura Externa:

● Acto – Cada uma das partes em que se divide uma peça. Tem a ver
com a mudança de cenário;

● Cena – Divisão de um acto através da entrada ou saída de personagens.

Estrutura Interna:

● Exposição – Apresentação das personagens e da própria acção;

● Conflito – Desenvolvimento dos acontecimentos que compõem a


acção – peripécias, momentos de expectativa, momentos de retardamento,
clímax;

● Desenlace – Conclusão da acção.

Personagens

● Principal ou protagonista – o papel de maior importância;

● Secundária – papel de menor relevo em relação ao protagonista;

● Figurante – mera presença física, importante para a compreensão da


acção. Serve para criar ambiente.

Espaço

● Representado – local onde se passa a acção.

● Da representação – espaço de representação da peça.


Tempo

● Representado – tempo em que a acção decorre.

● Da representação – é sempre presente, mesmo que o tempo do texto


dramático seja passado.

Tipos de discurso

O texto principal é composto pelas falas das personagens, que comunicam


directamente umas com as outras, contando elas próprias a história.

O discurso dramático pode surgir através: do diálogo, quando as personagens


falam entre si; do monólogo, quando uma personagem fala consigo própria; e dos
apartes – frases das personagens que se destinam a ser ouvidas só pelo público.

Didascálias

As Didascálias são: indicações cénicas, informações do dramaturgo sobre os


gestos, a entoação e movimentação das personagens, o cenário, o nome das
personagens, etc.. Estas indicações constituem o texto secundário que surge intercalado
no texto principal (falas das personagens).

Prof. Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos

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