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Aula 14 – 18.01.

2011

Limites de Função
Def: Sejam X⊂R, f:X → R e a ∈ X’

Dizemos que o limite de f(x) quando x tende a a é L se ∀ ԑ >0, ∃ δ>0 tal que 0<|x-a|<δ ⇒|f(x)-L| < ԑ e x ∈ X.

Notação lim→ ( ) = 

Dizer que não vale lim→ ( )=L significa ∃ԑ>0 tal que ∀δ>0, ∃xδ∈X, 0< |xδ-a|<δ e tal que |f(xδ-L)|≥ԑ

Teorema 1: Sejam f: X →R, g: X→R e a ∈ X’. Sejam lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M. Se L<M então ∃ δ>0 tal que f(x)
<g(x) para todo x ∈ X com 0<|x-a|<δ.

Demo: Tome ԑ = .


∃ δ1 >0 tal que 0 < |x-a|< δ1 ⇒ f(x) ∈ (L-ԑ ; L+ԑ)

∃ δ2 >0 tal que 0<| x-a| < δ2 ⇒ g(x) ∈ (M-ԑ; M+ԑ)



M-ԑ = 
=L+ԑ

Daí temos: Sendo δ= min {δ1 , δ2} para x ∈ X com 0 < | x-a| < δ temos f(x) ∈ (L-ԑ , L+ԑ) e g(x) ∈ ( M-ԑ , M+ԑ )
 
(f(x) < e g(x) > ). Daí para tal δ temos f(x) < g(x) ∎
 

Obs: A hipótese L<M não pode ser trocada por L≤M.

Corolário 1: Se limx→a f(x) = L < M, então ∃ δ>0 tal que x∈X , 0 <| x-a| < δ ⇒f(x) < M

Corolário 2: Sejam lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M, Se f(x) ≤ g(x), ∀ x ∈ X\{a} ⇒ L≤M

Teorema 2 (Sanduíche): Sejam f,g,h : X → R, a ∈ X’. Sejam lim x→a f(x) = limx→a g(x)=L

Se f(x) ≤ h(x) ≤ g(x), ∀ x ∈ X\{a} então lim x→a h(x) =L

Obs: O conceito de limite de funções é local, isto é, se f(x) = g(x) numa vizinhança de a (exceto possivelmente em a)
então lim x→a f(x) = lim x→a g(x). Daí segue que se as hipóteses do teorema 1, corolário 2 e Teorema 2 valem numa
vizinhança de a então as conclusões continuam valendo.

Teorema 3: Sejam f: X→R e a ∈ X’. Lim x→a f(x) = L ⇔ para toda sequência xn ∈ X\{a} com lim xn =a vale lim f(xn) = L.

Demo: (⇒) Suponha (I) lim x→a f(x) = L e (II) (xn), xn∈ X\{a}, lim xn = a

(I) ԑ>0, ∃ δ>0 tal que 0<|x-a|< δ ⇒ |f(x) – L| < ԑ


(II) ∀ δ, vale ∃ n0 ∈ N tal que n> n0 ⇒ 0<|xn –a|< δ (A condição 0<|xn –a| dá-se pelo fato de que xn∈ X\{a})

Tomando n>n0 segue que 0< |xn-a|< δ. Daí, por (I) segue | f(xn) – L | < ԑ, para n> n0. Logo lim f(xn)=L

(⇐) Suponha que não vale lim x→a f(x) = L

∃ ԑ>0 tal que ∀ δ >0, ∃ xn ∈ X\{a}, com 0 < |xn-a| < δ mas | f(xn) – L | ≥ ԑ.
 
Tome δ=  e xn tal que 0< |xn-a|<  e |f(xn) –L| ≥ ԑ. Então teríamos xn∈ X\{a}, lim xn=a sem que fosse lim f(xn)=L.
Contradição.∎
Corolário 1 (Unicidade do Limite): Sejam f: X→ R, a ∈ X’. Se limx→a f(x) = L e lim x→a f(x) = M então L=M

Demo: Como a ∈ X’, ∃ (xn) tal que xn ∈ X\{a} e lim xn =a.

Pelo Teorema 3 lim x→a f(x) = L ⇒ lim f(xn) = L e lim x→a f(x) =M ⇒ lim f(xn) =M

Como temos a unicidade do limite para sequências, temos unicidade do limite de f. Logo M=L ∎

Corolário 2: Sejam f,g: X→ R, a∈ X’ e lim x→a f(x) = L e lim x→a g(x) = M, então vale:

a) Lim x→a f(x) ± g(x) = L ± M


b) Lim x→a f(x). g(x) = L.M
%() 
c) limx→a = se M≠0
&() 
d) lim x→a f(x) = 0 e g limitada numa vizinhança de a então lim x→a f(x).g(x) = 0.

Teorema 4: Sejam f: X →R, a ∈ X’. Se existe lim x→a f(x) então f é limitada em vizinhança de a, isto é,

∃ δ>0 tal que x ∈ X, 0 < |x-a|< δ⇒|f(x)|≤c.

Demo: lim x→a f(x)= L,

| f(x) | = | f(x)- L + L | ≤ | f(x) – L | + |L| (*)

Seja ԑ = 1, daí ∃ δ>0 tal que x ∈ X, 0 < |x-a| < δ ⇒ | f(x) – L|< 1.

De (*) segue | f(x) | <c = |L| +1 nessa vizinhança de a ∎

Ex1: a) f(x) = c ⇒ lim x→a f(x) = c e f(x) = x ⇒ lim x→a f(x) = a

b) se p(x) é polinômio, por a) e corolário 2 temos lim x→a p(x) = p(a)

c) Se q(x) também é polinômio e q(a) ≠ 0

'() '()
lim x→a (()= (()

d) se q(a)=0, então q(x) = (x-a)mq1(x) onde q1(a) ≠ 0 e p(x)=(x-a)kp1(x) onde p1(a)≠0

'() '()
Se m= k lim x→a (()= (()

'()
Se m<k limx→a (()=0

'()
Se m>k lim (() não existe

Ex2. X= R\{0}
  * 
a) f(x) = sen  = π.n- ⇒ xn =()* e lim xn=0
)

1 -. / é 123 7
f(xn)= + ⇒ ∄ lim f(xn) ⇒∄ lim x→0 f(x)
−1 -. / é 56123

b) g(x) = x.sen ⇒ lim x→0 g(x) = 0

Ex3. f: R→R

1 -. ∈ 9 7
f(x) = + ∄ limx→a f(x), ∀ a ∈ R
0 -. ∉ 9
fixado a

Tome xn ∈ Q, xn → a e yn ∉ Q, yn → a ( xn≠a ; yn ≠ a)

Lim f(xn) = 1 Teo 3


⇒ ∄ limx→a f(x)
Lim f(yn) = 0

<=() = > 
Obs: limx→0 =1 ; lim x→0 =1 ( Cap. 11.12)
 

Limites Laterais

Def: a é ponto de acumulação à direita de X ( a∈X’+) quando toda vizinhança de a contém x ∈ X, com x>a
(∀ ԑ > 0, X ⋂ (a , a + ԑ ) ≠ ∅ )

Proposição: São equivalentes


a) a é ponto de acumulação à direita de X
b) a é ponto de acumulação de X ⋂ (a; + ∞)
c) ∃ xn > a, xn ∈ X com lim xn=a.
a ∈ X’- ( a ponto de acumulação à esquerda de X) se ∀ ԑ > 0, X ⋂ (a-ԑ;a) ≠ ∅
Se a ∈ X’+⋂X’- então a é ponto de acumulação bilateral de X.

  
Ex4. X ={1 ,  , C , … ,  , … }
0 ∈ X’+ mas 0 ∉ X’-

Seja I é intervalo
Se c ∈ Int I então c ∈ X’- ⋂ X’+
Se c é extremo inferior ( ou Superior) então c ∈ X’+ ( ou c∈ X’-)

Def: Sejam f: X → R, a ∈ X’+ L é limite à direita de f(x) se ∀ ԑ >0, ∃ δ > 0 tal que x ∈ X ⋂ (a , a+ δ ) ⇒ | f(x) – L | < ԑ
lim x→a+ f(x) = L
Analogamente define-se lim x→a- f(x)

Obs: Como lim x→a+ f(x) = lim x→ag(x) onde g = f|X⋂ (a, +∞), temos que as propriedades e teoremas de limites valem para
limites laterais.

Proposição: Se a ∈ X’+⋂X’- e então:


∃ lim x→a f(x) = L ⇔ Existem lim x→a+ f(x)=L=lim x→a- f(x)

  
Ex6. Sejam f(x) = sen  ; g(x) = || e h(x) =  , ∄ limite de f, g e h em 0 mas lim x→0+ g(x) = 1 lim x→0- g(x) = -1

K

φ: R\{0} → R tal que φ (x)= . > = K
=>

limx→0+ φ (x) = 0 mas ∄ lim x→0- φ (x)

Def: f: X → R é monótona não decrescente se x,y ∈ X, x< y ⇒ f(x)≤f(y).


Define-se analogamente crescente, não decrescente e decrescente.

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