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As regras e limites são essenciais para a criança. Ela precisa de directrizes nítidas e inequívocas,
os limites devem ser deixados bem claros, a criança tem que distinguir entre o que é certo e
errado, entre o bem e o mal, mesmo que mais tarde isso venha a ser questionado na fase
adulta. Se a criança tem sobre o seu controlo os adultos com quem convive, pensando que
pode mandar neles, acabará por se sentir angustiada, insegura e desprotegida. Se a criança
assume o controlo da situação, quem serão as pessoas adultas que assumirão a
responsabilidade de cuidar dela?
Texto:
Parte da tarefa de educar consiste em dizer “não”. A criança precisa de saber quais são as suas
regras e limites, de modo a saber distinguir entre o que é certo e errado, entre o bem e o mal.
Os adultos devem transmitir à crianças directrizes nítidas e inequívocas que a ajudem a
estruturar-se do ponto de vista psicológico, pois, caso contrário, ela irá sentir-se angustiada,
insegura e desprotegida – é fundamental os adultos assumirem o controlo da situação e
mostrar quem cuidam dela.
Pais (e educadores em geral) devem compreender que a criança, para se tornar num
adulto saudável, necessita de apreender a lidar com momentos de frustração, a
enfrentar contrariedades, e tem que conhecer os seus limites. Nos momentos de
imposição das regras, é natural que a criança manifeste comportamentos de raiva e
frustração, o que, em certa medida, deve ser tolerado e compreendido. Contudo, estas
manifestações de desagrado da criança não devem servir de desculpa para deixar-se
de impor limites à criança. Antes, pelo contrário, elas devem servir para reafirmar o
“não” de modo claro e inequívoco.
Dizer “não” a uma criança traduz-se numa frustração e desgosto perante a contrariedade
imposta, embora esta situação seja temporária e a vivência negativa passe ao fim de pouco
tempo. Deve-se apreender desde pequeno a lidar com situações de frustração, pois elas
permitem desenvolver mecanismos de defesa que ajudam a criança a enfrentar momentos
menos agradáveis e a ultrapassá-los. Esta aprendizagem é fundamental para o
desenvolvimento harmonioso para a vida adulta e para a estruturação psicológica da criança.
Por outro lado, à que salientar um outro aspecto positivo. As definições de regras e limites
contribuem para a segurança da criança, na medida que funcionam como barreiras. Ela sentir-
se-á muito mais segura se souber até onde pode ir, prevenindo eventuais acidentes e perigos.
Um outro aspecto positivo prende-se com o facto de estimular a criança a desenvolver e a
mobilizar os seus recursos. Cada limite que é colocado, abre uma oportunidade para o
desenvolvimento de novas competências. Por exemplo, o facto de interromper uma
brincadeira para ir para a cama, é mostrar-lhe que tudo tem um começo, um meio e um fim, e
também, que é necessário ter prioridades.