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“ Não sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei
com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se
existe.
Alberto Caeiro nasceu em 1889 em Lisboa, decorreu quase toda sua vida
numa quinta do Ribatejo e morreu em 1915. Não teve profissão, nem
educação quase nenhuma.
Repugna toda religião e toda a metafísica, descreve o mundo sem pensar nele
e criou um conceito do universo que não contém uma interpretação.
Tinha o conceito direto das coisas. Com olhos azuis de criança que não tem
medo, “via que nem um danado”, porquanto acreditava que “tudo é diferente
de nós, e por isso é que tudo existe.”
Acreditava que
“ toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque
realmente é a primeira vez que a vemos.”
Ensina-nos que “pela emoção somos nós; pela inteligência somos alheios. A
inteligência dispersa-nos... Viver é pertencer a outrem...Exprimir-se é dizer o
que se não sente... Estar é ser... Fingir é conhecer-se.