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NUTRIENTES
OUTUBRO/2007
MINEIROS-GO
FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-ICA
FACULDADE DE AGRONOMIA
NUTRIENTES
OUTUBRO/2007
MINEIROS-GO
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................06
1. OS ELEMENTOS MINERAIS.............................................................................................07
1.1 CRITÉRIOS DE ESSENCIALIDADE................................................................................08
2. NITROGÊNIO.....................................................................................................................10
2.1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10
2.2 FORMAS DE FIXAÇÃO DO NITROGENIO.....................................................................10
2.2.1 FIXAÇÃO INDUSTRIAL...............................................................................................................10
2.2.2 FIXAÇÃO BIOLÓGICA................................................................................................................11
2.3 NITROGÊNIO NO SOLO.................................................................................................11
2.3.1 FORMAS DE NITROGÊNIO NO SOLO.......................................................................................11
2.3.2 TRANSFORMAÇÕES DO NITROGÊNIO NO SOLO..................................................................12
2.3.2.1 Amonificação.............................................................................................................................12
2.3.2.2 Nitrificação.................................................................................................................................12
2.3.2.3 Mineralização............................................................................................................................12
2.3.2.4 Imobilização...............................................................................................................................13
2.3.2.5 Desnitrificação...........................................................................................................................13
2.4 PERDAS DE NITROGÊNIO.............................................................................................13
2.5 NITROGÊNIO NA PLANTA..............................................................................................13
2.6 FUNÇÕES DO NITROGÊNIO NA PLANTA.....................................................................14
2.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................15
2.8 CICLO DO NITROGÊNIO................................................................................................16
2.9 ADUBOS NITROGENADOS............................................................................................16
3. FÓSFORO..........................................................................................................................19
3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................19
3.2 FÓSFORO NO SOLO......................................................................................................19
3.2.1 FORMAS DE FÓSFORO NO SOLO............................................................................................19
3.2.2 MOVIMENTO DE FÓSFORO NO SOLO.....................................................................................20
3.2.3 DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO............................................................................21
3.2.4 FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO...............................................21
3.2.4.1 Tipo de Argila............................................................................................................................21
3.2.4.2 Quantidade de Argila.................................................................................................................22
3.2.4.3 Época de Aplicação...................................................................................................................22
3
3.2.4.4 Aeração.....................................................................................................................................22
3.2.4.5 Compactação............................................................................................................................22
3.2.4.6 Umidade....................................................................................................................................22
3.3 PERDAS DE FÓSFORO..................................................................................................23
3.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS.................................................................................................23
3.3.2 PERDAS POR EROSÃO.............................................................................................................23
3.3.3 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO........................................................................................................23
3.4 FONTES DE FÓSFORO..................................................................................................23
3.5 FÓSFORO NA PLANTA...................................................................................................24
3.6 FUNÇÕES DO FÓSFORO NA PLANTA..........................................................................24
3.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................25
3.8 CICLO DO FÓSFORO.....................................................................................................25
3.9 ADUBOS FOSFATADOS.................................................................................................26
3.9.1 FOSFATOS NATURAIS...............................................................................................................26
3.9.2 SUPERFOSFATO SIMPLES.......................................................................................................27
3.9.3 SUPERFOSFATO TRIPLO OU CONCENTRADO......................................................................27
3.9.4 ESCÓRIA DE THOMAS...............................................................................................................27
3.9.5 TERMOFOSFATO........................................................................................................................27
3.9.6 FOSFATO MONOAMONIO (MAP)..............................................................................................27
3.9.7 FOSFATO DIAMONIO (DAP)......................................................................................................28
3.9.8 PARCIALMENTE ACIDULADO...................................................................................................28
4. POTÁSSIO.........................................................................................................................29
4.1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................29
4.2 POTÁSSIO NO SOLO......................................................................................................29
4.2.1 FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO...........................................................................................29
4.2.2 INTERAÇÃO DO POTÁSSIO COM OUTROS NUTRIENTES.....................................................30
4.3 PERDAS DE POTÁSSIO.................................................................................................30
4.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS.................................................................................................30
4.3.2 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO........................................................................................................31
4.4 FONTES DE POTÁSSIO.................................................................................................31
4.5 POTÁSSIO NA PLANTA..................................................................................................31
4.6 FUNÇÕES DO POTÁSSIO NA PLANTA.........................................................................32
4.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................32
4.8 CICLO DO POTÁSSIO.....................................................................................................33
4.9 ADUBOS POTÁSSICOS..................................................................................................34
4
5. CÁLCIO..............................................................................................................................35
5.1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................35
5.2 CÁLCIO NO SOLO...........................................................................................................35
5.3 CÁLCIO NA PLANTA.......................................................................................................35
5.4 FONTES DE CÁLCIO ....................................................................................................36
5.5 FUNÇÕES DO CÁLCIO NA PLANTA..............................................................................36
5.6 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................36
5.7 ADUBOS COM CÁLCIO..................................................................................................37
6. MAGNÉSIO........................................................................................................................39
6.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................39
6.2 MAGNÉSIO NO SOLO. ...................................................................................................39
6.3 MAGNÉSIO NA PLANTA.................................................................................................39
6.4 FUNÇÕES DO MAGNÉSIO NA PLANTA........................................................................40
6.5 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................40
6.6 ADUBOS COM MAGNÉSIO............................................................................................41
7. ENXOFRE..........................................................................................................................42
7.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................42
7.2 ENXOFRE NO SOLO.......................................................................................................42
7.2.1 TRANSFORMAÇÕES DO ENXOFRE NO SOLO........................................................................42
7.3 CICLO DO ENXOFRE......................................................................................................43
7.4 ENXOFRE NA PLANTA...................................................................................................43
7.5 FUNÇÕES DO ENXOFRE NA PLANTA..........................................................................44
7.6 SINTOMATOLOGIA DE CARENCIA NA PLANTA...........................................................44
7.7 ADUBOS COM ENXOFRE.............................................................................................44.
8. ALUMÍNIO..........................................................................................................................46
8.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................46
8.2 ALÚMINIO NO SOLO.......................................................................................................46
8.3 ALUMÍNIO NA PLANTA...................................................................................................46
8.3.1 TOXIDEZ DE ALÚMINIO NA PLANTA........................................................................................47
8.4 SINTOMATOLOGIA DE TOXIDEZ NA PLANTA..............................................................48
8.5 TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO..........................................................................................49
CONCLUSÃO.........................................................................................................................50
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................52
INTRODUÇÃO
6
às plantas, bem como seu ciclo na natureza, sua movimentação tanto no solo como
na planta, os sintomas que estes podem vir a causar em casos de toxidez ou
deficiência e suas fontes na superfície da Terra.
7
1. OS ELEMENTOS MINERAIS
Figura 1. Fotossíntese
8
macronutrientes (primários e secundários) e micronutrientes.
Estes são responsáveis por cerca de 4-10% dos tecidos vegetais.
São considerados Macronutrientes Primários o nitrogênio (N), fósforo (P) e
potássio (K); Macronutrientes Secundários o cálcio (Ca), magnésio (Mg) e o enxofre
(S); Micronutrientes o boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn),
molibdênio (Mo) e zinco (Zn).
Lopes (1937) afirma que os macronutrientes primários geralmente tornam-se
deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilização desses nutrientes
pela planta. Os macronutrientes secundários são geralmente menos deficientes e
usados em quantidades menores, porém, a planta precisa tê-los a disposição
quando e onde for necessário.
Camargos (2005) ressalta que embora sejam requeridos em menor
quantidade, os micronutrientes são tão necessários às plantas quanto os
macronutrientes, sendo esta separação meramente quantitativa (pelos teores
encontrados nas plantas), podendo variar entre as diferentes espécies.
9
de altas concentrações no solo.
Um elemento para ser considerado essencial deve satisfazer dois critérios de
essencialidade: o critério direto e o critério indireto.
a. Critério direto: são elementos que fazem parte de algum
composto ou participam de alguma reação, sem os quais a planta
não vive;
b. Critério indireto: são elementos que, quando ausentes, impedem
que a planta complete seu ciclo. Esses elementos têm função
específica (sintomas característicos).
De acordo com Filho (2007), para atestar que um elemento é realmente
essencial deve-se seguir os seguintes passos:
1- A planta é cultivada em solução nutritiva na presença e na ausência do
elemento cuja essencialidade se procura demonstrar. Se a planta mostrar
anormalidades visíveis e depois morrer, o primeiro passo terá sido dado;
2- Quando na falta do elemento e na presença de outros que apresentam
características químicas muito próximas, a planta também morre, isto significa que
ele não pode ser substituído;
3- Quando o elemento em estudo for fornecido às folhas, e estiver ausente da
solução nutritiva, e com isso garantir um crescimento normal da planta, fica evidente
que participa diretamente da vida vegetal, não estando a sua presença anulando
condições desfavoráveis do meio, presentes por ventura no sistema radicular;
Camargos (2005) destaca que todos os elementos essenciais devem estar
presentes na planta, mas nem todos que estão presentes são essenciais.
Os elementos podem ser classificados ainda quanto ao tipo de função que
exercem dentro da planta, sendo então chamados de: estruturais, constituinte de
enzimas ou ativadores enzimáticos.
a. Estrutural: o elemento faz parte da molécula de um ou mais compostos
orgânicos. Ex: nitrogênio em aminoácidos e proteínas, cálcio em pectato e
o magnésio na clorofila;
b. Constituinte de enzimas: trata-se de um caso particular do anterior,
referindo-se geralmente a metais ou elementos de transição (molibdênio)
que fazem parte do grupo prostético de enzimas;
c. Ativadores enzimáticos: são elementos que não fazem parte do grupo
prostético, são dissociáveis da fração protéica da enzima, porém são
10
necessários à atividade da mesma.
11
2. NITROGÊNIO
2.1 INTRODUÇÃO
2.3.2.1 Amonificação:
A amonificação refere-se a transformação do nitrogênio orgânico em NH3;
2.3.2.2 Nitrificação
A nitrificação compreende a passagem de NH4+ a NO3-, sendo dividida em
dois processos:
a) Nitritação: oxidação do NH4+ a NO2-, tendo como agentes os
nitrossomomas;
2.3.2.3 Mineralização
A mineralização é um processo de transformação do nitrogênio orgânico, não
14
sendo assimilável pelas plantas dessa forma, para a forma mineral, assimilável. Este
processo compreende duas etapas: amonificação e nitrificação (já descritas).
2.3.2.4 Imobilização
A imobilização é um processo inverso à mineralização, ou seja, é a
transformação do nitrogênio da forma mineral para a forma orgânica, devido a sua
utilização por microrganismos do solo. È, portanto uma transformação do N da forma
assimilável para a forma não assimilável pelas plantas.
2.3.2.5 Desnitrificação
A desnitrificação é o principal processo de perda de N e consiste na produção
de formas gasosas de N a partir de NO2- e NO3-. Esse processo ocorre em
condições de solo encharcado, ou seja, anaerobiose.
Além da remoção pelas culturas, o nitrogênio pode ser perdido por lixiviação,
volatilização e erosão.
Trabalhos apresentados por Van Raij (1991) mostraram que o nitrogênio é o
nutriente que mais se perde por erosão, devido a sua concentração nas camadas
mais superficiais do solo, onde o processo de erosão atua. Além disso, as partículas
de MO (sua maior concentração) e de argila envolvidas com MO erodem mais
facilmente do que as partículas minerais maiores do solo.
De todo o nitrogênio perdido por lixiviação cerca de 99% encontra-se na
forma de nitrato. Isso se deve a sua alta solubilidade na água e ao fato de possuir
cargas negativas, ou seja, mesma carga do complexo de troca.
As perdas por volatilização referem-se às perdas quando ocorre a
desnitrificação, mas a volatilização mais temida pelo agricultor é da amônia que
pode ser originada da mineralização do N da MO ou da adição de fertilizantes.
15
nitrato devido à sua mobilidade no xilema pode ser encontrado nos vacúolos
de raízes, folhas e em órgãos de armazenamento. O acúmulo de nitrato nos
vacúolos são importantes para o balanço cátion-ânion, para o equilíbrio
osmótico e para a qualidade de vegetais e de forrageiras em geral (FILHO,
2007)·.
O contato de nitrogênio com a raiz da planta ocorre por fluxo de massa (99%)
e somente 1% ocorre por interceptação radicular.
O transporte do nitrogênio dentro da planta ocorre pelo xilema na forma em foi
absorvido (NH4+ e NO3-) e sua redistribuição é feita através do floema na forma de
aminoácidos (AA) e amidas.
16
Pigmentos
Fonte: Malavolta, 2006.
17
Em caso de excesso de nitrogênio na planta, esta apresenta os seguintes
sintomas:
- aumento da fase vegetativa;
- atraso no florescimento;
- pode haver redução na frutificação;
Em geral, as principais causas de deficiência de nitrogênio no Brasil são:
- solos pobres em matéria orgânica;
- acidez - menor mineralização;
- lixiviação;
- seca prolongada;
18
seleção de uma ou outra forma depende dos fatores e condições do solo, das
condições climáticas, da velocidade de atuação e do valor econômico.
Devido à sua alta mobilidade, a quantidade total de nitrogênio adicionada com
os fertilizantes nitrogenados deve ser aplicada de forma fracionada, a fim de que a
planta possa encontrar no solo o nitrogênio que necessita, nos períodos críticos do
seu ciclo vital.
19
Tabela 2. Principais fertilizantes minerais e orgânicos nitrogenados.
FERTILIZANTES MINERAIS FERTILIZANTES ORGÂNICOS
Forma do
Fertilizante % de N Fertilizante % de N
N
Amônia anidra 82 NH4+ Esterco eqüino 1,44
Água amoniacal 10 NH4+ Esterco bovino 1,67
Nitrato de sódio 15 NO3- Esterco suíno 1,86
Uréia 44 NH2 Esterco de galinha 2,76
Nitrato de amônio 32 NO3- Torta de amendoim 7,65
Sulfato de amônio 21 NH4+ Torta de coco 4,37
Cloreto de amônio 25 NH4+ Torta de soja 6,56
Nitrato de sódio 16 NO3- Sangue seco 11,80
Nitrato de potássio 13 NO3- Bagaço de cana 1
Nitrato de cálcio 16 NO3- Torta de algodão 5
Nitrato de amônio NH4+ e
20 Torta de mamona 5
e cálcio NO3-
NH4+ e
Nitrosulfocálcio 25 Borra de café 2,30
NO3-
20
3. FÓSFORO
3.1 INTRODUÇÃO
21
Fósforo solúvel: encontram-se na forma inorgânica, é disponível às
plantas e está nas formas H2PO4-, HPO42-, PO43-;
Fósforo orgânico: refere-se ao fósforo ligado aos compostos orgânicos,
como ácidos nucléicos, fosfolipídeos, etc.
22
comprometida em solos compactados, devido ao fato da resistência mecânica do
solo reduzir a habilidade das raízes em absorver o fósforo além de favorecer a sua
adsorção específica.
Quando fosfatos são adicionados ao solo, a maior parte do fósforo passa para
a fase sólida através. De acordo com Lopes (1989), a disponibilidade do fósforo
pode ser afetada por diversos fatores:
1
Adsorção específica: retenção de ânions pela fase sólida, por meio de ligações fortes (covalentes), passando a
fazer parte da estrutura da micela.
23
Solos com altos teores de argilas cauliniticas ou óxidos de Fe e Al fixam mais
fósforo adicionado do que qualquer outro solo.
Solos com alto teor de argila fixam mais fósforo do que solos argilosos.
3.2.4.4 Aeração
3.2.4.5 Compactação
3.2.4.6 Umidade
24
3.3 PERDAS DE FÓSFORO
25
No comércio, são encontradas fontes naturais de fósforo e fontes
industrializadas, obtidas a partir das naturais.
Existem três grupos de rochas fosfáticas ou fosfatos tricálcicos:
Fluorapatitas: Ca10(PO4)6F2;
Hidroxiapatitas: Ca10(PO4)6OH2;
Carbonatoapatitas: Ca10(PO4)6CO3.
A reatividade do fosfato natural está diretamente relacionada com o grau de
substituições isomórficas, ou seja, quanto maior substituição do PO4-3 pelo CO3-2+F-
maior a reatividade do mesmo.
26
O P participa dos seguintes processos nas plantas: fotossíntese, síntese de
amido e de gorduras, absorção iônica, respiração (ATP), multiplicação e
diferenciação celular, herança gênica, acúmulo de P nos frutos, principalmente nas
sementes (garantindo o vigor), armazenamento e transferência de energia, fixação
simbiótica do N, melhora no crescimento da plântula vencendo o solo na procura de
luz e crescimento radicular.
Em relação á qualidade de colheita: facilita a formação de raízes, aumenta a
frutificação, apressa a maturação dos frutos, aumenta o teor de carboidratos, óleos e
proteínas.
27
O fósforo entra no sistema do solo através de resíduos vegetais e animais ou
por fertilizantes. Os resíduos liberam o P para o solo ao sofrerem mineralização e os
fertilizantes disponibilizam-no diretamente para a planta. No entanto, esse P
adicionado é perdido por inúmeros motivos, podendo ser retirado pela colheita, pela
lixiviação (pouco significante) e principalmente pela erosão, ocorrendo assim a sua
saída do sistema solo-planta.
28
3.9.1 FOSFATOS NATURAIS
Obtido pela fusão a 1450oC de fosfato natural (apatita ou fosforita) com uma
rocha magnesiana (serpentina). Contém 18% de P2O5 total, 16,5% de P2O5 solúvel
em AC a 2%, 20% de Ca e 9% de Mg.
Obtido por meio da neutralização parcial de H3PO4 pela amônia. Possui 48%
de P2O5 solúvel em CNA e 9% de N.
Obtido pela reação do fosfato natural (apatita) com uma quantidade de ácido
sulfúrico inferior à necessidade estequiométrica para a reação completa. Contêm
26% de P2O5 total, 10% de P2O5 solúvel em CNA, 25% de Ca e 6% de S.
30
4. POTÁSSIO
4.1 INTRODUÇÃO
De acordo com Filho (2005), o potássio pode ser encontrado no solo nas
seguintes formas:
Rede cristalina (90 a 98%): presente nos minerais que deram origem aos
solos como os feldspatos, micas e argilas micácias;
Fixado: (1 a 10%): imobilização do potássio pelas lâminas de argila 2:1
(vermiculita e montmorilonita);
Trocável: todo K adsorvido nos colóides do solo;
Solúvel: presente na solução do solo;
Matéria orgânica (0,5 a 2%): liberado pela mineralização da MO, sendo a
principal fonte de K orgânico.
31
K absorvido
pela planta
K K na solução K K não K
aplicado do solo trocável trocável mineral
K
lixiviado
33
Sua absorção pela planta ocorre na forma predominante nos colóides e na
solução do solo, ou seja, na forma K+. Seu contanto com a raiz ocorre, em sua
maioria por difusão, sendo que há 25% por fluxo de massa e 3% por interceptação
radicular.
Tanto no xilema como no floema, o K caminha na forma de K+, sendo
rapidamente transportado pelo xilema aos órgãos novos, onde se relaciona com as
citocinas e com o metabolismo de N na planta. Sua redistribuição é muito rápida
pelo floema.
34
Os sintomas visíveis são: clorose e posterior necrose das margens e pontas
das folhas, inicialmente as mais velhas, internódio mais curto em plantas anuais,
diminuição da dominância apical, menor tamanho dos frutos em laranjeiras,
deficiência de ferro induzida (acúmulos de ferro nos nós inferiores).
Os sintomas anatômicos incluem a diferenciação prejudicada dos tecidos
condutores e perda da atividade cambial.
Os sintomas químicos são: aumento das frações de N-alfa amídicos e
amínicos, alto conteúdo de ácidos orgânicos e menor teor de açúcares e amido em
órgãos de reserva;
Em caso de altas concentrações de K no solo, as plantas apresentam
deficiência de Magnésio induzida, além da absorção de luxo já descrita.
35
4.9 ADUBOS POTÁSSICOS
36
5. CÁLCIO
5.1 INTRODUÇÃO
37
Sua absorção pela ocorre totalmente por fluxo de massa e, geralmente, nas
formas de Ca2+, Ca-quelato e Ca-glutamato. O mecanismo de absorção pela planta
pode ser passivo ou ativo (somente em condições de extrema deficiência).
Sua distribuição ocorre pelo xilema através de fluxo de massa e por trocas
eletrônicas com Mg, Zn e Mn na superfície da parede do floema. Não há distribuição
do Ca na planta pelo floema.
38
Os sintomas visíveis incluem:
Amarelecimento de região limitada da margem das folhas mais novas;
Crescimento não uniforme da folha do qual resultam formas tortas e às
vezes com um gancho na ponta da folha;
Murchamento e morte de meristema apical, gemas laterais dormentes;
Deformação de tubérculos acompanhada de desintegração interna;
Murchamento das folhas e colapso do pecíolo;
Raízes com aparência gelatinosa das pontas, pêlos inchados, cessação
do crescimento apical;
Pequena frutificação ou produção de frutos anormais (podridão apical no
tomateiro e pimentão, podridão amarga e bitter pit na maçã);
Produção pequena ou nula de sementes, mesmo com flores normais
(cereais);
Menor nodulação de leguminosas.
Os sintomas anatômicos incluem mitocôndrias menores e com menos
proteínas, células radiculares não se diferenciam, dificuldade para mitoses.
O Ca em excesso pode provocar deficiência de K e de Mg.
39
Tabela 5. Fontes de Cálcio.
Fertilizantes % de CaO
Super simples 20
Super triplo 10
Termofosfato 30
Nitrato de Ca 26
Nitrocálcio 10
Calcário calcinado 42
Cal virgem 68
Cal hidratada 50
40
6. MAGNÉSIO
6.1 INTRODUÇÃO
41
redistribuição é realizada pelo floema e ocorre em todas as direções.
42
Os sintomas anatômicos são numerosos cloroplastos pequenos e paredes
celulares muito finas. Os sintomas químicos incluem menor teor de clorofila,
“carregador” de P ou simplesmente uma conseqüência do papel do Mg em sistemas
enzimáticos implicados no metabolismo do P.
Em situações de excesso de Mg ocorrerá uma possível carência de Ca e K .
%
Fertilizantes
MgO
Sulfato de Mg 16
K-Mag 18
Termofosfatos 19
Hidróxidos de Mg 69,1
Fosmag (multifosfato
5
magnesiano)
Magnesita (MgO) 90-100
Silicato de Mg 40,2
43
7. ENXOFRE
7.1 INTRODUÇÃO
44
7.3 CICLO DO ENXOFRE
45
ocorrendo 5% por interceptação radicular. O seu transporte e redistribuição ocorrem
principalmente numa direção ascendente e pelo xilema.
46
Tabela 7. Principais fontes de enxofre.
Fertilizantes % de S
Enxofre Elementar 99
Sulfato de Cálcio (Gesso ou fosfogesso) 16
Superfosfato Simples 10 12
Sulfato de Âmnio 22 24
Sulfato de Potássio e Magnésio 22 23
Sulfato de Potássio 15 17
Sulfato de Magnésio 12 14
Sulfonitrato de Âmnio 13 15
Fosfato Parcialmente Acidulado 0-6
47
8. ALUMÍNIO
8.1 INTRODUÇÃO
48
Diminuições no elongamento radicular: são os primeiros sintomas de
toxicidade observáveis;
Produção de biomassa radicular é normalmente mais sensível à toxicidade
do Al que a produção de biomassa da parte aérea;
Filho (2007) afirma que não há evidências de que o Al venha a ser um
elemento essencial Às plantas, entretanto, existem muitos relatos de que o Al em
baixas concentrações promove um incremento no desenvolvimento de beterraba
açucareira, algumas leguminosas tropicais e principalmente na cultura do chá.
Sua absorção pela planta ocorre principalmente em sua forma mais tóxica,
Al3+, podendo também absorver nas outras espécies iônicas presentes na solução
do solo, no entanto, estas causam pouco ou nenhum dano a planta.
Seu contato com a planta ocorre por fluxo de massa constituindo um
mecanismo passivo.
50
curvatura dos pêlos radiculares para a formação dos nódulos, é reduzido pela
presença do Al.
51
CONCLUSÃO
52
o segundo mais requerido pelas mesmas. Sua importância está relacionada às suas
diversas funções, tais como, promoção de crescimento dos tecidos meristemáticos,
aumento da resistência das plantas às doenças, além de atuar diretamente na
qualidade da produção. Esse elemento é essencial na síntese protéica, além de
auxiliar no uso mais eficiente da água através do controle osmótico das células.
O cálcio é extremamente importante para a nutrição das plantas e o mais
abundante nelas, depois do potássio. Este elemento estimula o desenvolvimento das
raízes e folhas e principalmente, atua na estrutura das paredes celulares reforçando
as plantas. É essencial para o desenvolvimento dos grãos de diversas culturas,
ajuda a reduzir a acidez dos solos, melhora o desenvolvimento das raízes através do
estímulo à atividade microbiana.
O magnésio é um mineral constituinte da molécula de clorofila, sendo esta
sua principal função. No entanto, este elemento possui ainda diversas funções
ajudando no metabolismo do fosfato, na respiração das plantas e na ativação de
inúmeros sistemas enzimáticos.
O enxofre é essencial na formação e produção de proteínas nas plantas,
principalmente da clorofila. Sua importância está relacionada ao crescimento das
plantas, visto que quando ocorre deficiência estas se apresentam com crescimento
retardado e manchas cloróticas semelhantes aos sintomas de deficiência de
nitrogênio.
O alumínio constitui-se no grande problema dos solos de regiões tropicais,
pois sempre se encontra em altas quantidades sendo o principal responsável pela
acidez desses solos. Este elemento, devido a sua alta concentração, dificulta o
cultivo de diversas espécies que são altamente sensíveis a ele. É um elemento difícil
de manejar, sendo possível somente através da prática de calagem, e ainda sim,
com o passar do tempo este volta à solução do solo.
Dessa forma, pode-se observar que as plantas constituem um sistema
bastante complexo e exigente para sobrevivência. Estes elementos constituem a
base do processo de produção e, portanto, necessitam estar presentes nas
quantidades e momentos adequados para que as plantas possam se desenvolver
normalmente e com alta produção
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
54