Professional Documents
Culture Documents
Circuitos
Elétricos
Jaraguá do Sul
Sumário
1 INTRODUÇÃO 6
2 VARIÁVEIS ELÉTRICAS 6
2.1 Sistema Internacional de Unidades 6
2.2 Corrente 7
2.3 Tensão 7
2.4 Potência 7
2.5 Energia 7
2.6 Notação 8
3 CONCEITOS BÁSICOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS 8
3.1 Definição: 8
3.2 Fonte de Tensão Independente 8
3.3 Fonte de Corrente Independente 8
3.4 Fontes Dependente de Tensão e Corrente 9
3.5 Elementos Ativos no Circuito 9
3.6 Elementos Passivos no Circuito 10
4 RESISTÊNCIA ELÉTRICA (LEI DE OHM) 10
4.1 Características dos Resistores 11
4.1.1 Tipos de Resistores 12
4.1.2 Código de Cores 12
4.1.3 Interpretação do Código de Cores 12
4.1.4 Casos Especiais de Código de Cores 13
4.2 Exercícios 14
5 LEIS DE KIRCHHOFF 14
5.1 Lei das Correntes de Kirchhoff (LCK) 15
5.2 Lei das Tensões de Kirchhoff (LTK) 15
5.3 Exercícios 17
6 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES E RESISTÊNCIA EQUIVALENTE 20
6.1 Associação em Série de Resistores 20
6.2 Associação em Paralelo de Resistores 21
6.3 Associação Mista de Resistores 22
6.4 Resistência Equivalente de Circuitos Contendo Fontes Independentes 23
6.5 Resistência Equivalente de Circuitos Contendo Fontes Dependentes e
Independentes 24
6.6 Transformação Estrela-Triângulo 25
6.6.1 Conversão de Triângulo para Estrela 25
6.6.2 Conversão de Estrela para Triângulo 25
6.7 Exercícios 26
7 DIVISOR DE TENSÃO E CORRENTE 29
7.1 Divisor de Tensão 29
7.2 Divisor de Corrente 30
7.3 Exercícios 32
8 MÉTODO DE ANÁLISE DE MALHAS 34
8.1 Definição das Malhas e Sentidos de Percurso 34
8.2 Aplicação da LTK para as Malhas 34
8.3 Consideração das Relações Tensão-Corrente dos Ramos 34
8.4 Solução do Sistema de Equações 35
8.5 Obtenção das Correntes e Tensões dos Ramos 35
2 VARIÁVEIS ELÉTRICAS
2.3 Tensão
2.4 Potência
2.5 Energia
3.1 Definição:
Um circuito elétrico pode ser definido como uma interligação dos seguintes
componentes básicos:
– Fontes de tensão dependentes ou independentes;
– Fontes de corrente dependentes ou independentes;
– Resistores;
– Capacitores;
– Indutores.
V V
Uma fonte ideal de corrente é um elemento que é atravessado por uma corrente
especificada, para qualquer que seja a tensão entre seus terminais. As fontes de corrente
também podem ser do tipo contínuo ou alternado.
São aquelas que estabelecem uma tensão ou corrente em um circuito cujo valor
depende do valor da tensão ou da corrente em outro ponto do circuito. Não é possível
especificar o valor de uma fonte dependente a menos que se conheça o valor da tensão ou
corrente da qual ela depende. Como exemplo de fontes dependentes podem-se citar
unidades geradoras, pois a tensão induzida no enrolamento do estator é função da corrente
no rotor e, o transistor, onde a corrente de coletor é proporcional à corrente de base.
+ I=b.Ix
V=a.Vx _
São fontes de tensão e corrente capazes de fornecer energia elétrica para os demais
componentes do circuito.
Em componentes ativos, deve-se definir se a potência está sendo fornecida ou
absorvida pelo mesmo. Se a corrente estiver entrando no terminal positivo da fonte, diz-se
que a fonte está absorvendo energia, resultando em uma potência negativa. Para o caso em
que a corrente estiver saindo do terminal positivo, diz-se que a fonte está fornecendo
potência, ou seja, a potência é positiva.
I
I
V V
Fornecendo Absorvendo
Potência Potência
P=V.I P=-(V.I)
Fig. 3-4 - Convenção para fontes.
I + VR -
R
I + VC -
C
I + VL -
L
Fig. 3-5 - Convenção para elementos passivos.
A Lei de Ohm é uma homenagem a Georg Simon Ohm, um físico alemão que a
formulou pela primeira vez no início do século XIX. A lei de Ohm é a relação algébrica
entre tensão e corrente em um resistor e é medida em ohms no sistema internacional (SI).
O símbolo de ohm é a letra grega Omega ( ) . A equação (4.1) descreve esta lei.
V R.I (4.1)
Onde:
V = Tensão em volts (V);
I = Corrente em ampères (A);
R = Resistência em ohms ( ) .
A potência dissipada por um resistor consiste em calcular o produto da tensão entre
os terminais do resistor pela corrente que o atravessa. A unidade da potência é watts (W).
P V .I (4.2)
V2
P (4.4)
R
Exemplos 2.1:
Calcule nos circuitos da Fig. 4-2 os valores das tensões nos resistores e as potências
dissipadas nos mesmos.
1A 8R 1A 20R
(A) (B)
Fig. 4-2 – Exemplos.
O código se compõe de três anéis usados para representar o valor ôhmico e um para
representar o percentual de tolerância. Para uma correta leitura, os anéis devem ser lidos na
seqüência correta, sendo que o primeiro é aquele que estiver mais próximo da extremidade.
A Fig. 4-3 apresenta um resistor codificado por cores.
1º - Unidade;
2 º - Dezena;
3º - Número de zeros;
4 º - Percentual de tolerância.
1º 2 º 3 º 4 º
Fig. 4-3 - Resistor codificado por cores.
Valor Tolerância
Preto 0 Marrom 1%
Marrom 1 Vermelho 2%
Vermelho 2 Dourado 5%
Laranja 3 Prata 10%
Amarelo 4 Sem a quarta faixa 20%
Verde 5
Azul 6
Violeta 7
Cinza 8
Branco 9
Tabela 1 – Código de cores.
(A) (B)
Respostas: (A) I=12mA e P=144mW; (B) I=333,33mA e P=13,33W.
2A 10A
V 50R V R P=200W
(A) (B)
Respostas: (A) V=100V; (B) V=20V.
(A) (B)
Respostas: (A) V=300V e P=900W; (B) V=220V e P=22W.
5 LEIS DE KIRCHHOFF
Os comportamentos dos circuitos elétricos são governados por duas leis básicas
chamadas Leis de Kirchhoff. Elas estabelecem relações entre as tensões e correntes entre
os diversos elementos dos circuitos, servindo assim como base para o equacionamento
matemático dos circuitos elétricos. Antes do enunciado das referidas Leis, torna-se,
entretanto, necessário à introdução de algumas definições básicas:
– Nó: É um ponto de junção de dois ou mais componentes básicos de um circuito
(ramos). Na Fig. 5-1 está representado um circuito simples composto de dois nós
(nós 1 e 2);
– Ramo: É a representação de um único componente conectado entre dois nós, tal
como um resistor ou uma fonte de tensão. Na Fig. 5-1, o componente dois (R2)
conectado entre os nós 1 e 2 é um ramo do circuito.
– Malha: É qualquer percurso de um circuito que permita, partindo de um nó
escolhido arbitrariamente, voltar ao ponto de partida sem passar mais de uma vez
pelo mesmo nó.
I3
Vcc R1 R2
1k
2
Fig. 5-1 - Circuito com dois nós.
A lei das correntes de Kirchhoff estabelece que a soma das correntes que chegam a
um nó é igual à soma das correntes que saem do mesmo nó. Considerando-se as correntes
que chegam a um nó como positivas e as que saem como negativas, a Lei das Correntes de
Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das correntes incidindo em um nó deve ser nula.
Baseado no enunciado da LCK e considerando-se o circuito mostrado na Fig. 5-1,
pode-se escrever a seguinte equação para o nó marcado como 1:
I1 I2 I3 0 I1 I2 I3 (5.1)
A lei das tensões de Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das tensões em
qualquer malha de um circuito é sempre nula.
R1 R2
+ VR1 - + VR2 -
I +
Vcc VR2 R3
-
Exemplo 3.1:
Use as lei de Kirchhoff e a lei de Ohm para determinar o valor da corrente I1 no
circuito da Fig. 5-3.
I1
120V R2=50R 6A
+ VR1 _ Nó 1
I2
I1
+
120V VR2 6A
_
Nó 2
Fig. 5-4 - Circuito resultante.
3R 7R
+ VR1 - + VR2 -
+
24V VR3 2R
-
I
Aplicando a Lei de Ohm para cada resistor do circuito, determina-se a tensão sobre
os mesmos.
VR1 R1.I 3.2 6V
VR 2 R2 .I 7.2 14V (5.9)
VR 3 R3 .I 2.2 4V
A potência da fonte é obtida pelo produto da tensão fornecida pela mesma e pela
corrente que circula por ela.
P V .I 24.2 48W (5.10)
5.3 Exercícios
1V 2V
2A 10A I=?
20A
I
20V V=?
1V 6V
R2 R1
20R 10R
40V 50V
20V
3-) Use a lei de Ohm e a lei de Kirchhoff para determinar o valor de R no circuito abaixo.
+
200V 120V 24R 8R
_
Resposta: R 4
4-) Calcule a corrente, as tensões nos resistores e a potência fornecida pela fonte.
+ VR1 - + VR2 -
3R 7R
+
24V VR3 2R
_
30R
1,6A
I I 80R 90R
Ib +
50V Ia 20R Vo 80R
_
25R
I0
5R 10R
I1
180V 70R 8R
1V + V -
54k 1,8k
I1 30.I1
5V 6k 8V
2.I1
10R
5A I1 30R Vs
Respostas: a-) Vs=70V; b-) P=210W; c-) P=300W; d-) P=40W; e-) P=130W.
Neste caso, todos os resistores são percorridos pela mesma corrente, sendo que o
terminal final do primeiro é conectado ao início do segundo e assim por diante, conforme
mostra a Fig. 6-1. O resistor equivalente é o resistor que quando conectado aos terminais
da fonte possui as mesmas características elétricas que a associação série dos resistores 1 a
n, sendo n o número total de resistores em série. Portanto, para a fonte conectada aos
resistores, a corrente no resistor equivalente será a mesma da associação série dos n
resistores.
R1 R2 R3 Rn
A Lei das tensões de Kirchhoff estabelece que a soma das tensões em um circuito
fechado é igual a zero. Deduz-se daí que a soma das quedas de tensões em todo o circuito
da Fig. 6-1 é igual a tensão da fonte V.
V VR1 VR 2 VR 3 ...VRn (6.1)
V I .( R1 R2 R3 ... Rn ) (6.3)
I
V Req
R1
I1
R2
I2
I
R3
I3
Rn
In
A Lei das correntes de Kirchhoff estabelece que a soma das correntes que entram
em um nó é igual à soma das correntes que saem do nó. Assim:
I I1 I2 I3 ... In (6.6)
A corrente que circula pela fonte de alimentação é a corrente total (I) do circuito.
Desta forma, tem-se:
V
I (6.7)
Req
1
R eq (6.10)
1 1 1 1
...
R1 R2 R3 Rn
No caso de haver partes do circuito que estão conectadas em série e partes que
estão conectadas em paralelo deve-se aplicar sucessivamente as equações (6.5), (6.10) e
(6.11) até que se obtenha a resistência equivalente nos terminais desejados. O exemplo a
seguir ilustra este procedimento.
Considere o circuito da Fig. 6-4 onde se deseja calcular a resistência equivalente a
partir dos terminais a-b.
R2 R4 R2 RA
a a
(A) R1 R3 R5 (B) R1 R3
b b
R2
a a
(C) R1 RB (D) R1 RC
b b
(E) RD
b
Fig. 6-4 - Associação mista de resistores.
O circuito possuirá agora a forma mostrado na Fig. 6-4(B), onde observa-se que os
resistores RA e R3 estão conectados em paralelo, podendo ser associados utilizando-se a
equação (6.11), resultando na resistência RB:
RA .R3
RB (6.13)
RA R3
Nos casos anteriores, a resistência equivalente foi determinada para um circuito (ou
parte dele) onde não existiam fontes de corrente ou tensão. Mesmo quando houver fontes
independentes, pode-se determinar a resistência equivalente a partir de um par de
terminais.
Neste caso a resistência equivalente será determinada anulando-se todas as fontes
independentes do circuito. Para isso, as fontes de tensão serão substituídas por terminais
em curto-circuito e as fontes de corrente por terminais em circuito aberto. Por exemplo, a
resistência equivalente para o circuito mostrado na Fig. 6-5(A), será obtido a partir do
circuito mostrado na Fig. 6-5(B), onde as fontes foram anuladas.
b b
Fig. 6-5 - Resistência equivalente contendo fontes.
2R 3R I 2R 3R
a a
+ Vx - + Vx -
4R + 12V 1V +
5.Vx _ 4R 5.Vx _
b b
(A) (B)
Fig. 6-6 - Circuito exemplo.
R1 R2 Rc
1 3 1 3
R3 Rb Ra
2 4 2 4
(a) (b)
Fig. 6-7 - Equivalência entre a conexão (a) estrela e (b) triângulo.
Ra .Rc
R2 = (6.20)
Ra + Rb + Rc
Ra .Rb
R3 = (6.21)
Ra + Rb + Rc
Quando o circuito original está na conexão estrela, pode-se converter o circuito para
triângulo utilizando-se as seguintes relações:
6.7 Exercícios
R1 1R 2R
5R
R3 3R 4R
7R
(a) (b)
Respostas: (a) V1=25V; V2=50V e V3=35V
(b) V1=11,5V; V2=23V; V3=34,5V e V4=46V.
2-) Um circuito paralelo é formado por uma cafeteira elétrica (15 ), um torrador de pão
(15 ) e uma panela de frituras (12 ) ligados às tomadas de 120V de uma cozinha. Que
corrente fluirá em cada ramo do circuito e qual é a corrente total consumida por todos os
eletrodomésticos?
Respostas: ICaf=8A; ITor=8A; IPan=10A e Itot=26A.
3R 4R 5R
4R 10R 9R
4R 2R 1R
2R 7k
6R
5R 10R
8R
20R 15R
Resposta: Req=12,162 .
8R 16R 6R
12R
144V 18R 4R 20R 15R 14R
10R
10R
(B)
20V 15R 6R
48R
20R 8R 6R
18R
(A)
6A 60R 15R 48R 15R
30R
(C)
Respostas: (A) Req 10 e P=40W; (B) Req 27 e P=768W;
(C) Req 24 e P=864W.
30R
+
25A Vg 25R
_ +
30R Vo 60R
_
5k 60k
30V - Vx +
1k 15k
Resposta: Vx=1V.
20R
10R 5R 4R
1A
40R 9R
Vg 32R 25R 2R
3R 1R
750R
15k 25k
5k
192V
3k 5k
Resposta: P=300mW.
12,5R 10R
5R
120V 30R
15R 20R
+ R1 R2 R3 R4 Rn
I
V (A)
_
+VReq-
+ Req
I
V (B)
_
Fig. 7-1 - Divisão de tensão entre resistores em série.
R2 .V
VR 2 R2 .I (7.4)
( R1 R2 R3 R4 ... Rn )
R3 .V
VR 3 R3 .I (7.5)
( R1 R2 R3 R4 ... Rn )
...
Rn .V
VRn Rn .I (7.6)
( R1 R2 R3 R4 ... Rn )
+ I1 I2 I3 I4 In
I
V R1 R2 R3 R4 Rn
_
(A)
Req
+
I
V
_
(B)
Fig. 7-2 - Divisão de corrente entre resistores em paralelo.
Desta forma, a corrente em cada um dos resistores será dada pelas seguintes
equações:
V 1 I
I1 . (7.9)
R1 1 1 1 1 1 R1
...
R1 R2 R3 R4 Rn
V 1 I
I2 . (7.10)
R2 1 1 1 1 1 R2
...
R1 R2 R3 R4 Rn
V 1 I
I3 . (7.11)
R3 1 1 1 1 1 R3
...
R1 R2 R3 R4 Rn
V 1 I
I4 . (7.12)
R4 1 1 1 1 1 R4
...
R1 R2 R3 R4 Rn
...
V 1 I
In . (7.13)
Rn 1 1 1 1 1 Rn
...
R1 R2 R3 R4 Rn
R1
I2 I. (7.15)
R1 R2
1-) Calcule através do método do divisor de tensão a queda de tensão através de cada
resistor.
R1 2k
10V
R2 6k
I1 I2
It=18mA
3k 6k
25k
200V
+
75k Vo RL
_
1,6R
10A 16R 4R 6R
Resposta: P=61,44W.
40R
+
18V R2 RL Vo
_
Respostas: R2 20 e RL 26, 67 .
R1 4,7k
160V
R2 3,3k Vo
7-) Muitas vezes é necessário dispor de mais de uma tensão na saída de um circuito divisor
de tensão. Assim, por exemplo, as memórias de muitos computadores pessoais exigem
tensões -12V, 6V e +12V, todas em relação a um terminal comum de referência. Escolha
os valores de R1, R2 e R3 no circuito abaixo para que as seguintes especificações de projeto
sejam atendidas:
a) A potência total fornecida ao circuito divisor de tensão pela fonte de 24V deve ser
de 36W quando o circuito não está carregado.
b) As três tensões, todas medidas em relação ao terminal comum de referência, devem
ser V1=12V, V2=6V e V3=-12V.
V1
R1
V2
24V R2
Comum
R3
V3
Respostas: R1 4 , R2 4 e R3 8 .
Resposta: I=32mA.
Após a obtenção das equações de malha, deve-se utilizar algum método de solução
de sistemas lineares para determinar as (b-n+1) incógnitas.
Na equação (8.1), foi considerada como positiva a corrente de malha que circula no
mesmo sentido que a corrente do ramo, ao passo que foi considerada negativa a que circula
em sentido contrário. Deve-se também atentar que a equação pode ser obtida aplicando-se
a LCK a qualquer um dos nós do ramo k. Considerando-se os sentidos associados, a tensão
no ramo k será dada como:
Vk I k .Rk (I x I y ).Rk (8.2)
O método exposto será ilustrado por meio de um exemplo simples ilustrado na Fig.
8-2, onde todas as etapas citadas serão realizadas passo a passo.
Para o circuito da Fig. 8-2, existem n=4 nós e b=5 componentes. Desta forma, o
número de malhas fechadas é (5-4+1)=2. Os sentidos adotados para os percursos das
malhas serão todos no sentido horário, conforme mostra a Fig. 8-2, podendo no entanto ser
escolhido um outro sentido. Na figura também são mostrados os sentidos considerados
positivos para as quedas de tensão (polaridade das tensões) para os componentes.
R2 -
+ R1 - +
I1 + I2 +
V Malha 1 R3 Malha 2 R4
- -
VR 3 VR 2 VR 4 0 (8.4)
I R2 I2 (8.6)
I R3 I1 I2 (8.7)
I R4 I2 (8.8)
Equação da malha 2:
VR 3 VR 2 VR 4 0
( I1 I 2 ).R3 I 2 .R2 I 2 .R4 0 (8.14)
I1.R3 I 2 .( R2 R3 R4 ) 0
R3 6 R4 3
I R2 I2 1, 765 A (8.18)
I R4 I2 1, 765 A (8.20)
Uma vez conhecidas as correntes e tensões nos ramos pode-se também determinar
as potências em cada um dos componentes bem como a potência total dissipada no
circuito.
Desta forma, foi acrescentada uma incógnita ao sistema de equações, mas também
foi acrescentada uma equação, sendo ainda possível solucionar o circuito.
R1=6 R2=10
+ - + -
+
R3=2 +
I1 - I2
V=20V Malha 1 Malha 2 R4=4
+
-
Vf I=6A
-
Fig. 8-5 - Análise de malha com fonte de corrente.
Malha 2:
VR 2 VR 3 VR 4 Vf 0 (8.28)
I R2 I2 (8.30)
I R3 I1 I2 (8.31)
I R4 I2 (8.32)
Malha 2:
VR 2 VR 3 VR 4 Vf 0
I 2 .R2 ( I1 I 2 ).R3 I 2 .R4 Vf 0 (8.39)
I1.R3 I 2 .( R2 R3 R4 ) V f 0
1-) Determine as correntes no circuito abaixo utilizando o método das correntes de malha.
4R 1R
I1 I2
25V 5R I3 6R
1R 3R
2R 4R
I1 I2
10V 2R I3 10V
1R
I1 I2
22V 20V 4R
2R 6R 4R
+
40V 8R Vo 6R 20V
_
3R 2R
100V 5A 50V
6R 4R
6-) Use o método das correntes de malha para determinar a potência dissipada no resistor
de 2 do circuito a seguir.
3R 8R
30V 2R 5R 16A
6R 4R
Resposta: P=72W.
7-) Use o método das correntes de malha para determinar a potência dissipada no resistor
de 1 no circuito abaixo.
2R
2A 2R
10V 2R 6V
1R
Resposta: P=36W.
3R 4R
Ia Ic
40V 45R Ib 64V
2R 1,5R
4R 3,2R
30A
10-) Use o método das correntes de malha para determinar a potência total fornecida pelas
fontes ao circuito.
6R
10R 12R
3R
110V 70V
12V
4R 2R
Resposta: P=1,14kW.
11-) Use o método das correntes de malha para determinar a potência dissipada nos
resistores do circuito abaixo.
3R 9R
18V 3A 15V
2R 6R
Ra=0,2R
+
125V V1 R1=9,4R
_
Rb=0,4R +
V3 R3=21,2R
_
+
125V V2 R2=19,4R
_
Rc=0,2R
3R
1R Vo 2R
Io
2R 2.Io 16V
5A
Vo
2R 8R
1R
4R 20V
40V
Resposta: Vo=20V.
2R 4R
Io 1R
12V
5R 3A
Resposta: Io=-1,733A.
Uma vez que as equações da etapa anterior foram escritas em função das correntes
de nós e as incógnitas são tensões de nó, deve-se utilizar as relações de tensão-corrente
para substituir as correntes de nós por relações envolvendo as tensões de nó. Como
resultado desta etapa, obtém-se (n-1) equações envolvendo as tensões de nó. Deve-se
atentar que existe uma relação tensão-corrente para cada ramo, existindo, portanto b
relações deste tipo.
Após a obtenção das equações de nó, deve-se utilizar algum método de solução e
determinar as (n-1) incógnitas. Caso o circuito seja composto apenas de resistores, obtém-
se um sistema de (n-1) equações algébricas onde os coeficientes são obtidos a partir das
resistências do circuito.
Deve-se observar para o fato que, após solucionado o sistema de equações, pode-se
obter todas as correntes e tensões de ramo do circuito a partir das tensões de nó. Por
exemplo, a tensão do ramo k, conectado entre os nós x e y do circuito conforme a Fig. 9-1,
pode ser obtida pela seguinte equação:
Vk Vxy Vx Vy (9.1)
Ik
+ _
Vx Rk Vy
Fig. 9-1 - Tensão e corrente de ramo.
O método exposto será ilustrado por meio de um exemplo simples ilustrado na Fig.
9-2, onde todas as etapas citadas serão realizadas.
Ib
I2
V1 + _ V2
1 2
R2
+ +
Ia R1 I1 R3 I3
_ _
0
Para o circuito mostrado na Fig. 9-2 existem 3 nós, sendo que o nó inferior será
escolhido como nó de referência (terra). As tensões nos outros dois nós serão denominados
V1 e V2. As correntes nos resistores R1, R2 e R3 serão denominadas I1, I2 e I3.
Nó 2:
Ib I2 I3 0 I2 I3 Ib (9.4)
V1 V2
I2 (9.6)
R2
V2 0 V2
I3 (9.7)
R3 R3
Substituindo-se as equações (9.5), (9.6) e (9.7) nas equações (9.3) e (9.4), obtém-se
o seguinte sistema de equações em termos das resistências e fontes de corrente:
V1 V1 V2 1 1 V2
Ia Ib V1. Ia Ib (9.8)
R1 R2 R1 R2 R2
V1 V2 V2 V1 1 1
Ib V 2. Ib (9.9)
R2 R3 R2 R2 R3
A partir das tensões dos nós V1 e V2 obtém-se por meio das equações (9.5) a (9.7)
as correntes de ramo:
V1 6,857
I1 3, 429 A (9.11)
R1 2
VR 3 V2 0 12,571V (9.16)
O sinal negativo da tensão VR2 que aparece na solução significa que a tensão que
efetivamente existe sobre este componente possui polaridade contrária ao sentido assumido
como positivo. Da mesma forma, a corrente negativa significa que o sentido que
efetivamente existe é contrário aquele considerado positivo.
Com a determinação de todos as tensões e correntes do circuito, pode-se também
determinar a potência dissipada em cada um dos resistores e nas fontes de corrente.
A análise nodal, sendo um método geral de análise, pode também ser empregada
quando o circuito contiver fontes de tensão sejam elas dependentes ou independentes. As
Ik Ik
x y
+ _ Vy
Vx
V
Fig. 9-3 - Fonte de tensão entre dois nós.
Desta forma, foi acrescentada uma incógnita ao sistema de equações (Ik), mas
também foi acrescentada uma equação (9.17), sendo ainda possível solucionar o circuito.
Caso a fonte de tensão estiver conectada entre o nó x e o nó de terra, significa que a
tensão do nó está imposta, podendo-se neste caso desconsiderar a equação deste nó e
estabelecer o seguinte valor para a tensão do nó:
V Vx (9.18)
I3
_
+
R3=10R
V=2V_
V1 + V2
1 2
+ +
Ia R1 If R2 Ib
I1 I2
2A 2R 4R 7A
_ _
0
Nó 2:
V2 0 V2
I2 (9.22)
R2 R2
V1 V2
I3 (9.23)
R3
I2 I3 If Ib
V2 V1 V2
If Ib (9.26)
R2 R3
V1 1 1
V2 . If Ib
R3 R2 R3
R1 R3
12R 3R
84V R2 6R 21V
1 6R 2
1A 2R 7R 4A
5R
+ I1 +
15A V1 60R 15R 2R V2 5A
_ _
4-) Use o método das tensões de nó para determinar o valor de V no circuito abaixo.
6R 2R 4R
+
Resposta: V=15V.
5-) Determine pelo método das tensões de nó a tensão V1 e a potência fornecida pela fonte
de 60V no circuito abaixo.
+
4A V1 20R 80R 30R
_
8R 18R 10R
Ia Ic Ie
128V 48R Ib 20R Id 70V
25R
+ +
2,4A V1 125R 250R V2 375R 3,2A
_ _
800R
20R 40R
_
Vo +
Resposta: Vo=40V.
9-) Use o método das tensões de nó para determinar V1 e V2 no circuito abaixo.
4R 80R
+ +
144V 10R V1 V2 3A 5R
_ _
10-) Use o método das tensões de nó para determinar a potência dissipada no circuito
abaixo.
15R 25R
50R
Resposta: P=306W.
1R
4A 2.Io
Io
8R 2R 4R
Resposta: Io=-4A.
8R
+ Vo - 3A
V1 V2
2R
1R
12V 4R
_
5.Vo
+
3R 5R
3V
+
+
Vo 2R 4.Vo _
_
1R
Resposta: Vo=1,11V.
Considere o circuito da Fig. 10-1, onde existe duas fontes independentes. Deseja-se
calcular a corrente Ia e a potência dissipada no resistor de 4 .
5R 30R 10R
Ia
5R 30R 10R
Ia'
10A 20R 4R
5R 30R 10R
Ia''
20R 4R 15V
P = R.I a 2
(10.2)
P = 4.(1, 689)2 = 11, 41W
10.2 Exercícios
8R
+
6V 4R V 3A
_
Resposta: V=10V.
3R 5R
+
2R Vo 8A 20V
_
Resposta: Vo=12V.
2R
6R 8R I
4A
16V 12V
Resposta: I=0,75A.
24V
8R
4R 4R
12V 3R 3A
Resposta: I=2A.
4A
Io 4R 3R 2R
12V 10R 5R 2A
Resposta: Io=0,1111A.
20R Vx
10V 2A 4R 0,1.Vx
Resposta: Vx=12,5V.
Ix 5.Ix
1R
10V 2A 4R
Resposta: Ix=-0,1176A.
2R
3R
5.Io
1R
4A + |
Io
5R 4R
20V
Resposta: Io=-0,4706A.
11.1 Introdução
a a
Circuito RTh
Resistivo
VTh
Contendo
Fontes
b b
(A) (B)
Fig. 11-1 - (A) Circuito genérico; (B) Circuito equivalente de Thévenin.
a a
Circuito
Resistivo
IN RN
Contendo
Fontes b
b
(A) (B)
Fig. 11-2 - (A) Circuito genérico; (B) Circuito equivalente de Norton.
5R 4R
a
+ +
25V 20R 3A V1 Vab
_ _
b
Fig. 11-3 - Circuito de exemplo.
5R 4R
a
I1 + +
I2
25V 20R 3A V1 Vab
_ _
b
Fig. 11-4 - Sentido das correntes.
I1 I2 3
V1 25 V1 (11.4)
3
5 20
5R 4R
a
20R RTh
b
Fig. 11-5 - Resistência equivalente.
RTh=8R
VTh=32V
IN=4A RN=8R
11.5 Exercícios
1-) Determine o circuito equivalente de Thévenin e Norton do ponto de vista dos terminais
a e b do circuito abaixo.
10V 6R
b
Respostas: VTh=6V; IN=2,5A e RTh=RN=2,4 .
3R
a
12V 2R
5R
b
Respostas: VTh=2,4V; IN=1,5A e RTh=RN=1,6 .
3R
a
12V 2R 2R
5R
b
Respostas: VTh=1,33V; IN=1,5A e RTh=RN=0,89 .
4-) Determine o circuito equivalente de Thévenin do circuito abaixo do ponto de vista dos
terminais a e b.
12R
5R 8R
a
72V 20R
b
Respostas: VTh=64,8V e RTh 6 .
2R
a
15A 8R 12R
10R
b
Respostas: IN=6A e RN 7, 5 .
40R
5R 1,5A
a
20R
b
Respostas: VTh=45V, IN=1,5A e RTh 30 .
8A
12R 2R
a
12V 6R
b
Respostas: VTh=52V, IN-=8,67A e RTh 6 .
8-) Obtenha o circuito equivalente de Thévenin para o circuito à esquerda dos terminais a-
b. Determine, então, a corrente através do resistor RL, para RL=6, 16 e 36 .
4R 1R
a
32V 12R 2A RL
b
Respostas: IL=3A, IL=1,5A e IL=0,75A.
8R
a
4R
2A 5R
12V
8R
b
Resposta: IN=1A e RN=4 .
2.Vx
+ | a
+
6R 10A 2R Vx
_
b
Resposta: IN=10A e RN=1 .
2.Vx
| +
2R 2R
a
+
5A 4R Vx 6R
_
b
Resposta: VTh=20V e RTh=6 .
12 Indutores e Capacitores
Indutores e capacitores são elementos passivos que armazenam energia em
circuitos elétricos. Os indutores armazenam energia em forma de campo magnético,
enquanto os capacitores armazenam no campo elétrico.
12.1 Indutor
Espiras
Núcleo
Sentido do campo
V Magnético
+ VL _
I
Fig. 12-3 - Símbolo do indutor.
V
Fig. 12-4 - Indutores em série.
di
V = ( L1 + L2 + L3 + ... + Ln ) . (12.5)
dt
V Leq
I1 I2 I3 In
I
V L1 L2 L3 Ln
t
1 1 1 1
I= + + + ... + . vL (t ).dt + iL1 (0) + iL 2 (0) + iL 3 (0) + ... + iLn (0) (12.10)
L1 L2 L3 Ln t0
1
Leq = (12.13)
1 1 1 1
+ + + ... +
L1 L2 L3 Ln
A corrente inicial equivalente será dada pela soma de todas as correntes iniciais.
iLeq (0) = iL1 (0) + iL 2 (0) + iL 3 (0) + ... + iLn (0) = 0 (12.14)
12.3 Capacitor
A
d
Eletrolítico Variável
Fig. 12-8 – Simbologia.
C1 C2 C3 Cn
I
V
Fig. 12-9 - Circuito série.
A Lei das tensões de Kirchhoff estabelece que a soma das tensões em um circuito
fechado é igual a zero.
V = VC1 + VC 2 + VC 3 + ..... + VCn (12.19)
1
Ceq = (12.24)
1 1 1 1
+ + + ... +
C1 C2 C3 Cn
A tensão inicial equivalente será dada pela soma de todas as tensões iniciais.
vCeq (0) = vC1 (0) + vC 2 (0) + vC 3 (0) + ... + vCn (0) (12.25)
I I1 I2 I3 In
V C1 C2 C3 Cn
12.5 Exercícios
1-) Determine o circuito equivalente do circuito abaixo do ponto de vista dos terminais a e
b.
21H
4H 15H
a
1,2H
b
Resposta: Leq=8,64H.
12mH 5mH
24mH 15,8mH
Resposta: Leq=20mH.
Resposta: Leq=25mH.
8uF
16uF 4uF
Resposta: Ceq=6uF.
8nF 18nF
Resposta: Ceq=5nF.
50uF
60uF
70uF
20uF 120uF
Resposta: Ceq=40uF.
Onde:
Vp = Tensão máxima ou tensão de pico em volts (V);
ω = Freqüência angular em radianos/segundos (rad/s);
t = Tempo em segundos (s);
φ = Ângulo de fase, ou ângulo que inicia a forma de onda.
A Fig. 13-1 apresenta a forma de onda de uma fonte de tensão senoidal.
V
Vp
0 ω .t
π 2.π 3.π 4.π
-Vp
T
Observe que uma função senoidal se repete a intervalos regulares. As funções que
apresentam esta propriedade são chamadas de periódicas. Um dos parâmetros de interesse
é o tempo necessário para que a função senoidal complete um ciclo, ou seja, passe uma vez
por todos o valores possíveis. Este tempo é chamado de período da função e é representado
pela letra T (s=segundos). O inversor de T é o número de ciclos por segundo, ou
freqüência, da função senoidal, cujo símbolo é a letra f (Hz=Hertz).
1
f = (13.3)
T
π
Vp 2 ω .t sen ( 2.ω .t )
Vrms = . − (13.6)
π 2 4 0
π
Vp 2 π sen ( 2.π ) 0 sen ( 2.0 )
Vrms = . − − −
π 2 4 2 4
0
Vp
Vrms =
2
Desta forma, o valor rms de uma função senoidal depende apenas da amplitude da
função (VP=valor de pico).
O valor rms tem uma propriedade interessante: dados uma carga resistiva
equivalente, R, e um período de tempo equivalente, T, uma fonte senoidal com um certo
valor de tensão rms fornece a mesma energia à carga R que uma fonte de tensão contínua
com o mesmo valor. Assim, por exemplo, uma fonte de tensão contínua de 100V fornece a
mesma energia em T segundos a uma carga resistiva que uma fonte de tensão senoidal de
100Vrms.
10V
2 4 6 8 t(ms)
0V
-10V
-20V
O valor de pico é medido desde o eixo de simetria da onda até um de seus picos,
desta forma tem-se:
V p = 20V
O valor de pico-a-pico expressa a amplitude da onda de um extremo a outro.
V pp = 40V
O valor rms da onda é obtido em função do valor de pico e da equação (13.6).
Vp 20
Vrms = = = 14,14V
2 2
Na equação acima o ângulo φ foi substituído por zero devido à forma de onda iniciar
seu ciclo exatamente na passagem por zero.
13.3 Exercícios
1-) Uma corrente senoidal tem uma amplitude de 20A. A corrente passa por um ciclo
completo em 1ms. O valor da corrente em t=0 é 10A. Determine:
a) Qual é a freqüência da corrente em hertz?
b) Qual é a freqüência da corrente em radianos por segundo?
c) Escreva uma equação para i(t) usando a função seno. Expresse φ em graus.
d) Qual o valor eficaz da corrente?
Respostas: a) 1kHz; b) 6,283krad/s; c) i(t)=20.sen.(6283.t+30°); d) Ief=14,14A.
4-) Um sinal alternado senoidal apresenta uma tensão de pico de 156V e um período de
20ms. Determine:
a) A equação no domínio do tempo, sabendo que φ=0°;
b) O valor da tensão instantânea, para t1=0, t2=1ms, t3=10ms.
Respostas: a) v(t)=156.sen.(314,16.t); b) v(t1)=0V, v(t2)=48,20V e v(t3)=0V.
j Imaginário
Real
-j
Fig. 14-1 – Eixos do plano complexo.
j j
X Z=R+j.X
φ R
R φ
X Z=R-j.X
-j -j
Fig. 14-2 – Representação vetorial de números complexos.
Z = R2 + X 2 (14.2)
Z = Z e j.φ (14.5)
R = Z .cos φ (14.6)
X = Z .senφ (14.7)
Dois números complexos são conjugados entre si se suas partes reais são iguais e as
partes imaginárias são da mesma grandeza, porém de sinais contrários. O conjugado, cujo
símbolo é Z , de um número complexo Z = R + j. X será o número complexo
Z = R − j. X . Na Fig. 14-2 dá-se a representação vetorial de dois números complexos.
Pode-se observar nesta figura que o conjugado Z do número complexo Z é a imagem de Z
com relação ao eixo real.
O módulo do vetor resultante da soma e seu ângulo de fase (forma polar) são dados
pelas equações (14.10) e (14.11).
( R1 + R2 ) + ( X 1 + X 2 )
2 2
Z = (14.10)
X1 + X 2
φ = arctg (14.11)
R1 + R2
Como j = −1 e j 2 = −1 , obtém-se:
14.6 Exercícios
V I R
De acordo com a lei de Ohm, se a tensão aplicada aos terminais do resistor varia
senoidalmente no tempo, representado pela equação (15.1), a corrente que atravessa o
resistor será dada por:
Vp
Ip
-Ip
-Vp
V I L
Vp
Ip
-Ip
-Vp
Fig. 15-4 – Comportamento da tensão e da corrente em um indutor.
Ou:
Z L = j.ω .L (15.8)
XL(Ω)
f(Hz)
Fig. 15-5 – Variação da reatância com a freqüência.
V I C
-Ip
-Vp
Fig. 15-7 - Comportamento da tensão e da corrente em um capacitor.
Ou:
−j
ZC = (15.14)
ω .C
XC(Ω)
f(Hz)
Fig. 15-8 – Variação da reatância em função da freqüência.
Na Fig. 15-9 mostra-se um circuito que contém os três elementos passivos: resistor,
indutor e capacitor. A impedância Z do circuito pode ser representada na forma retangular
ou na forma polar.
A impedância do circuito da Fig. 15-9 na forma retangular é dada por:
Z = R + j. X
1 (15.16)
Z = R + j . ω .L −
ω .C
Onde:
2
1
Z = R + X = R + ω .L −
2 2 2
ω .C
(15.18)
X ω .L − 1ω .C
φ = arctg = arctg
R R
R L C
j.ω .L -j/ω.C
I
V
+
Para converter da forma polar para retangular basta aplicar a equação (15.19).
Z = Z .cos (θ ) + j. Z .sen (θ ) (15.19)
15.6 Exercícios
20mH
_
+
I
Respostas: a) 200Ω; b) j200Ω; c) 2 1200VP ; d) 2.sen(10000.t+120°)V.
+ _
I
Respostas: a) 50Ω; b) –j50Ω; c) 0, 6 1150 AP ; d) 0,6.sen(4000.t+115°)A
i(t)
L=0,01H
v(t) L
i(t)=5.cos.(2000.t)A
Resposta: v(t)=100.cos.(2000.t+90°) V
i 5R
v(t)=10.sen(4.t) 0,1F v
_
16 ASSOCIAÇÃO DE IMPEDÂNCIAS
As regras para combinar impedâncias em série, em paralelo ou mista são as
mesmas dos circuitos resistivos. A única diferença está no fato de que para combinar
impedâncias é preciso manipular números complexos.
a Z1 Z2 Zn
+
I
Vab
_
b
Fig. 16-1 – Impedâncias em série.
a
+
I
Vab Zeq
_
b
Fig. 16-2 – Circuito equivalente.
I
a
+
V I1 Z1 I2 Z2 In Zn
_
b
Fig. 16-3 – Impedâncias em paralelo.
I = I1 + I 2 + ... + I n (16.3)
1
Z eq = (16.6)
1 1 1
+ + ... +
Z1 Z 2 Zn
Z1 Z2 Zc
1 3 1 3
Z3 Zb Za
2 4 2 4
(a) (b)
Fig. 16-4 – Equivalência entre a conexão (a) estrela e (b) triângulo.
Z a .Z c
Z2 = (16.9)
Z a + Zb + Z c
Z a .Zb
Z3 = (16.10)
Z a + Zb + Z c
I1 I2 I3
6R
40uH
1 1
Z C = − j. = − j.
ω .C 2.π . f .C
1
Z C = − j. (16.16)
200.103.1.10 −6
Z C = − j 5Ω
6R
8 0 °A 10R -j5
j8
Z S = R 2 + X L 2 = 6 2 + 82
Z S = 10
XL 8
θ = arctg = arctg (16.17)
R 6
θ = 53,13°
Z S = 10 53,13°Ω
Z R = 10 0°Ω
ZC = 5 −90°Ω
V 40 −36,87°
I2 = = = 4 −90°A (16.21)
ZS 10 53,13°
V 40 −36,87°
I3 = = = 8 53,13°A (16.22)
ZC 5 −90°
16.5 Exercícios
24R
30V
2,55mH
2kHz
1,59uF
120V
30R 100mH 44uF
60Hz
4-) O circuito do exercício anterior é ligado aos terminais de uma fonte cuja tensão é
v(t)=150.sen.4000.t V. Qual é a corrente de pico e eficaz no indutor de 5mH?
Respostas: I pk = 7, 07 −45°A e I ef = 5 −45°A .
5-) Três ramos, com impedâncias de 3+j4Ω, 16-j12Ω e –j4Ω, são ligados em paralelo.
Determine a impedância equivalente. Se o circuito for ligado a uma fonte senoidal cuja
corrente é i(t)=8.sen.(ω.t)A, qual será a amplitude da corrente no ramo puramente
capacitivo?
Respostas: Z eq = 5 −36,87° = 4 − j 3Ω e I=10A.
120R 40R
ig
+
60mH Vo
12,5uF _
4mF 50R
8-) Determine a impedância de entrada do circuito abaixo. Considere que o circuito opera
com ω = 50rad / s .
2mF 0,2H
3R
Zin 8R
10mF
2R -j4
I 12R j4 8R
j6
50 0° -j3
8R
j4 -j3
8R j5
30 0 °V
5R
10R
-j2
-j2 Vs -j1
Io
2R j4 j2 1R
30R 50uF
+
60.sen(200.t) V 0,1H v(t)
_
Resposta: v(t)=17,14.cos(200.t)V.
V1 V3
+ _ + _
1R j2R 1R j3R
+
12R
+ +
V2
150 0° V I1 I2 246,66 108,43° V
_ _
-j16R
_
Como o circuito apresenta duas malhas, devem-se escrever duas equações para as
correntes das malhas. O sentido de referência escolhido para as correntes das malhas I1 e I2
é o sentido horário, como se pode ver na Fig. 17-1. Uma vez conhecidas as correntes I1 e
I2, é fácil calcular as tensões desejadas. Somando-se as quedas de tensões ao longo da
malha 1, obtém-se:
(1 + j 2).I1 + (12 − j16).( I1 − I 2 ) = 150 (17.1)
Ou
(13 − j14).I1 + (−12 + j16).I 2 = 150 (17.2)
Ou
(−12 + j16).I1 + (13 − j13).I 2 = 77,98 − j 234, 01 (17.4)
Desta foram:
(13 − j14).I1 + (−12 + j16).I 2 = 150
(17.5)
(−12 + j16).I1 + (13 − j13).I 2 = 77,98 − j 234, 01
17.2 Exercícios
1-) Determine ix(t) e vc(t) no circuito abaixo.
0,125F 3R
- vc + ix
5.cos(2.t+10°)A 4H 10.cos(2.t-60°)V
i(t)
+ + +
10.sen(2.t)V 0,25F v(t) 6.sen(2.t)V
_
Ig
-j3 5R
+
5 0° A j2 5 -90° V
Resposta: I g = 3 −90°A .
4-) Use o método das correntes de malha para determinar a equação de io(t) no circuito
abaixo.
v1(t)=60.sen.(40000.t+90°)V
v2(t)=90.sen.(40000.t+180°)V
20R 1,25uF
+
V1 125uH io(t) V2
+
Resposta: io(t)=9,49.sen.(40000.t+71,56°)
5-) Use o método das correntes de malha para determinar as tensões V1, V2 e V3 no circuito
abaixo.
+ V1 - + V3 -
1R j2 + 1R j3
12R
+
+
150 0 °V V2 Ix 39.Ix _
-j16
_
6-) Use o método das correntes de malha para determinar a corrente fasorial I.
1R j2
I
3R
+
33,8 0 °V 2R 0,75.Vx
+
-j5 Vx
_
5 0 °A -j2 Io
j10 +
20 90°V
8R
-j2
+ +
100 120°V -j40 -j40 60 -30°V
-j2 6R
Io
+
8R j4 10 30°V
j4 3R
2R
3R j2
j1
30 20°V
-j6
V1 1R j2 V2 5R
Ib
10,6 0° A 10R Ia -j5 Ic 82,36 24,07° V
O circuito da Fig. 18-1 pode ser descrito em termos de duas tensões de nó. Como
quatro ramos estão ligados ao nó inferior, ele é o mais indicado para ser escolhido como nó
de referência. Somando as correntes no nó 1 (V1), tem-se:
V1 V1 − V2
+ = 10, 6 (18.1)
10 1 + j 2
Ou
(0, 3 − j 0, 4).V1 + (−0, 2 + j 0, 4).V2 = 10, 6 (18.2)
Ou
(−0, 2 + j 0, 4).V1 + (0, 4 − j 0, 2).V2 = 15, 04 + j 6, 72 (18.4)
Desta forma:
(0, 3 − j 0, 4).V1 + (−0, 2 + j 0, 4).V2 = 10, 6
(18.5)
(−0, 2 + j 0, 4).V1 + (0, 4 − j 0, 2).V2 = 15, 04 + j 6, 72
18.2 Exercícios
+ v(t) - i(t)
2-) Utilize o método das tensões nos nós para obter a corrente I no circuito abaixo.
5R 4R 2R
I
+ +
50 0° V j2 -j2 50 90° V
3-) Use o método das tensões de nó para determinar v(t) no circuito abaixo. As fontes
senoidais são iS=10.sen(ω.t+90°)A e vS=100.sen(ω.t)V, onde ω=50k rad/s.
+ 20R
+
is 5R v(t) 9uF 100uH vs
Resposta: v(t)=31,62.sen(50000.t+18,43°)V.
j3
Ig
-j3 5R
+
5 0° A j2 5 -90° V
j40 60R
+
+
100 0° V 40R j20 Vo
_
0,4mH 50uF
+ +
V1 6R vo(t) V2
_ +
Resposta: vo(t)=11,98.sen.(5000.t+89,94°)V.
10R 1H
+ Ix
20.cos(4.t) V 2.Ix 0,5H
0,1F
+
+
10.sen(2.t) A 2R Vx 2H 3.Vx
_ -
10 45° V
V1 4R V2
3 0° A -j3 j6 12R
Io
+ +
10.cos(1000.t) V 20R 4.Io 30R Vo
_
19 TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO
Como os circuitos CA são lineares, o teorema da superposição pode ser aplicado da
mesma maneira que aplica-se em circuitos CC. O teorema se torna importante se o circuito
possuir fontes operando em freqüências diferentes. Neste caso, como as impedâncias
dependem da freqüência, deve-se ter diferentes circuitos no domínio da freqüência para
cada freqüência. A resposta total é obtida pela soma das respostas individuais no domínio
do tempo.
Considere o circuito da Fig. 19-1, onde existem duas fontes independentes. Deseja-
se obter a corrente (Io) fornecida pela fonte de tensão.
5 0 °A -j2 Io
j10 +
20 90°V
8R
-j2
Seja:
I o = I o '+ I o ''
4R
-j2 Io'
j10 +
20 90°V
8R
-j2
4R
5 0 °A I3 -j2 Io''
j10
I2
8R I1 -j2
Malha 2:
j 2.I1 + (4 − j 4).I 2 + j 2.I3 = 0 (19.4)
Malha 3:
I3 = 5 (19.5)
A partir das equações (19.2) e (19.6), pode-se estabelecer a corrente Io como sendo:
I o = I o '+ I o '' = (−2,353 + j 2,353) + (−2, 647 + j1,176)
(19.7)
I o = −5 + j3,529 = 6,12 144, 78°A
2H 1R 4R
+ Vo -
+
10.sen(2.t) V 2.sen(5.t-90°)A 0,1F 5V
1R 4R
+ V1 -
5V
Para determinar v2, ajusta-se para zero a fonte de tensão CC de 5V, elimina-se a
fonte de corrente e converte-se o circuito para o domínio da freqüência. O circuito
equivalente é mostrado na Fig. 19-6.
j4 1R 4R
+ V2 -
+
10 0°V -j5
Para obter v3, ajustamos as fontes de tensão para zero e transforma-se o restante do
circuito para o domínio da freqüência. O circuito equivalente á apresentado na Fig. 19-7.
+ V3 -
19.3 Exercícios
2 0°V
-j2 6R
Io
+
8R j4 10 30°V
8R
+ +
0,125F 3R Ix
+
5.sen(2.t+10°)A 4H 10.cos(2.t-60°)V
6R 2H
+ +
12.cos(3.t)V 0,0833F Vo 4.sen(2.t)A 10V
_
20uF
Io
+
50.cos(2000.t)V 80R 100R
40mH
Zs
a a
Vs Is Zs
b b
Fig. 20-1 – Transformação de fontes.
Circuito a ZTh a
Linear
No +
Domínio VTh
_
Da
Freqüência b b
Fig. 21-1 – Versão no domínio da freqüência
de um circuito equivalente de Thévenin.
Circuito a a
Linear
No
IN ZN
Domínio
Da
Freqüência b b
10R -j40
a
120R
+
100 0° V
+
253 34,69° V
b
Fig. 21-3 – Circuito do exemplo.
10R -j40
a
120R
Para determinar a tensão de Thévenin, que por sua vez é a tensão entre os terminais
a e b, pode-se aplicar o método das correntes de malha (sentido horário). Assim:
(130 − j 40).I = 100 0° − 253 34, 69°
180 −126,88° (21.3)
I= = 1,32 −109, 77°A
136, 01 −17,1°
18,81-j31,13
ZTh a
+
VTh 154,39 -2,03° V
_
b
Fig. 21-4 – Circuito equivalente de Thévenin.
a
IN
4,24 56,83° A ZN 18,81-j31,13
b
Fig. 21-5 – Circuito equivalente de Norton.
21.2 Exercícios
1-) Determine o circuito equivalente de Norton e Thévenin do ponto de vista dos terminais
a e b.
j30
a
16 0° A 25R -j50
15R
b
Respostas: RTh=RN=50-j25Ω; VTh = 447, 21 −63, 43°V ; I N = 8 −36,87°A .
2-) Determine o circuito equivalente de Thévenin e Norton do ponto de vista dos terminais
a e b do circuito.
100mH
a
100R
+
v(t) 10uF
100mH
b
Respostas: RTh=RN=100+j100Ω; VTh = 247, 49 0°V ; I N = 1, 75 −45°A .
4-) Determine o circuito equivalente de Thévenin do circuito abaixo do ponto de vista dos
terminais a e b.
j10 10R
a
Ix
+
2 45°A 20R 10.Ix _ -j10
b
Resposta: VTh = 10 45°V e ZTh = 5 − j 5Ω .
6.Ix
_ + a
Ix
10 -45°A 2R j1
b
Resposta: I N = 10 −45°A e Z N = 1, 6 + j 3, 2Ω .
+
120 75° V a b
8R j12
22 RESSONÂNCIA
A ressonância é a condição em um circuito RLC na qual as reatâncias capacitiva e
indutiva são iguais em módulo, resultando, portanto, em uma impedância puramente
resistiva.
R L
Vs I C
Ou:
1
Z = R + j ω .L − (22.2)
ω .C
Como:
ω o = 2.π . f o (22.5)
1
fo = Hz (22.6)
2.π . L.C
Vs R L C
Ou:
1
Z= (22.8)
1 1 1
+ . − ω .C
R j ω .L
Como:
ω o = 2.π . f o (22.11)
1
fo = Hz (22.12)
2.π . L.C
1H
Z eq = jω −
j10
=
ω + j 2ω 2 − 10 ( ) (22.14)
2ω − j 2ω − j
Z eq =
( .
)
ω + j 2ω 2 − 10 (2ω + j )
(22.15)
2ω − j (2ω + j )
Z eq =
10
+j
( 4ω 3
− 19ω ) (22.16)
4ω 2 + 1 4ω 2 + 1
( 4ω 3
− 19ω ) =0
4ω 2 + 1
4ω 3 = 19ω (22.17)
ω = 19 / 4 = 2,179rad / s
22.4 Exercícios
1-) No circuito RLC paralelo abaixo, seja R=8k , L=0,2mH, C=8uF e Vs=10.sen( .t).
Determine a freqüência de ressonância em Hertz e a potência dissipada no resistor na
ressonância.
Vs R L C
2-) No circuito RLC série abaixo, seja R=2 , L=1mH, C=0,4uF e Vs=20.sen( .t).
Determine a freqüência de ressonância em Hertz, a potência dissipada no resistor e a
amplitude da corrente.
Vs L
2H
Is 0,1F 10R
2R
Resposta: ω o = 2rad / s .
4-) Para o circuito abaixo, determine a freqüência para a qual v(t) e i(t) estarão em fase.
i(t) 1H 1F
v(t) 1R 1H
Resposta: ω o = 0, 7861rad / s
2R 0,4F
3uF
1H 20mH 2k
6uF
6R
(a) (b)
Respostas: a-) ω o = 1, 581rad / s e b-) ω o = 5krad / s .
i(t)
v(t) R
i(t)
0
Fig. 23-2 – Potência instantânea em um circuito resistivo.
Observando o gráfico da Fig. 23-2, pode-se observar que a potência nunca chega a
se tornar negativa. Em outras palavras, é impossível armazenar energia em um circuito
puramente resistivo; toda a energia elétrica cedida ao circuito é dissipada como energia
térmica.
No caso de um circuito puramente indutivo alimentado por uma fonte de tensão
senoidal, como o apresentado na Fig. 23-3, a corrente resultante estará 90° atrasada em
relação a tensão, ou seja, para uma tensão do tipo v(t ) = VP .sen(ω .t ) , a corrente resultante
será i (t ) = I P .sen(ω .t − 90°) .
i(t)
v(t) L
Este resultado é apresentado graficamente na Fig. 23-4, onde nos intervalos em que
tensão e corrente possuem a mesma polaridade, a potência é positiva, caracterizando
transferência de potência da fonte para o circuito. Nos intervalos, em que tensão e corrente
possuem polaridades diferentes, a potência é negativa, o que por sua vez caracteriza
devolução de potência do circuito para a fonte.
-P
Fig. 23-4 – Potência instantânea em um circuito puramente indutivo.
i(t)
v(t) C
Assim como nos circuitos puramente indutivo, nos circuitos capacitivos a potência
média será zero, ou seja, não há dissipação de energia. A Fig. 23-6 mostra que a potência é
alternadamente armazenada pelos elementos capacitivos e devolvida à fonte que alimenta o
circuito, o que acontece com uma freqüência de 2.ω. Em outras palavras, quando a
potência é positiva, a energia está sendo armazenada nos campos elétricos dos capacitores;
quando a potência é negativa, os capacitores estão devolvendo esta energia.
P
0
-P
Fig. 23-6 - Potência instantânea em um circuito puramente capacitivo.
1
Pmed = .VP .I P .cos(φ )
2
FP = cos(φ ) (23.12)
Neste ponto é importante lembrar que tal relação só é válida quando o circuito em
estudo é linear. Quando estuda-se um circuito não linear, como por exemplo um
retificador, cujas formas de onda da tensão e corrente típicas são mostradas na Fig. 23-7,
deve-se levar em conta a taxa de distorção harmônica da corrente. Assim sendo, o fator de
potência passa a ser dado por:
cos(φ )
FP = (23.13)
1 + TDH 2
v(t)
i(t)
Considere uma carga CA sendo alimentada por uma fonte senoidal. Convertendo a
tensão e a corrente para a forma fasorial, obtém-se:
V = Vef φv
(23.14)
I = I ef φi
Z S(VA)
Q(VAr)
jXL
φ
P(W)
(a)
P(W)
φ
R
Q(VAr)
Z
S(VA)
-jXC
(b)
Fig. 23-8 – (a) Circuito indutivo e (b) Circuito capacitivo.
Para a análise de circuitos ligados em paralelo, como por exemplo várias cargas
ligadas a um mesmo alimentador (Fig. 23-9), pode-se determinar a potência complexa total
fornecida através das equações (23.21), (23.22) e (23.23).
Ief
Vef I1 Z1 I2 Z2 In Zn
b
Fig. 23-9 – Potências em cargas ligadas em paralelo.
QT = Q1 + Q2 + ... + Qn (23.22)
ST = PT 2 + QT 2 (23.23)
Esses resultados, que também podem ser aplicados a circuitos ligados em série,
significam que o triângulo de potência total pode ser obtido ligando-se os triângulos de
potência de cada circuito independente de um vértice a outro.
Como foi demonstrado, para circuitos lineares alimentados por fontes senoidais, o
fator de potência é simplesmente definido como cos(φ), onde φ é o ângulo de defasagem
entre tensão e corrente. Para uma carga puramente resistiva, tensão e corrente estão em
fase, o que leva a um fator de potência unitário. Neste caso, a potência aparente e a ativa
são iguais.
No entanto, este tipo de carga não costuma ser encontrado com grande freqüência,
principalmente entre os grandes consumidores (indústrias), cujas cargas, em geral possuem
características indutivas. Esta componente indutiva preponderante deve-se ao grande
número de motores normalmente encontrado nas indústrias. Sabe-se também que quando a
potência elétrica é fornecida a grandes consumidores, as companhias que fornecem a
energia impõem limites aos valores de FP. Desta forma, torna-se uma prática usual, aplicar
técnicas de correção do fator de potência.
Teoricamente, é possível fazer com que uma carga indutiva (ou capacitiva), seja
“vista” pela rede como um resistor. Isto é obtido através da inserção, no circuito, de
elementos cujos valores, combinados à freqüência da rede provenham uma impedância de
entrada com ângulo de defasagem nula.
Uma carga elétrica é alimentada com 240 Vrms/60Hz. A carga consome uma
potência ativa de 8 kW com um fator de potência atrasado de 0,8. Determine:
a) O ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente;
b) A corrente eficaz;
c) A impedância;
d) A potência aparente;
e) A potência reativa;
f) A potência reativa capacitiva para obter fator de potência de 0,92;
g) O valor da capacitância.
Solução:
a-) Como o fator de potência é atrasado, sabe-se que a carga é indutiva e que portanto o
sinal da potência reativa é positiva. O ângulo de defasagem entre a tensão e corrente no
circuito pode ser obtido diretamente pela equação (23.12). Assim:
b-) A corrente eficaz pode ser obtida pela equação (23.10) que leva em consideração a
tensão eficaz, a potência ativa e o ângulo de defasagem.
P = Vef .I ef .cos(φ )
P 8000
I ef = = (23.25)
Vef .cos(φ ) 240.cos(36,87°)
I ef = 41, 67 A
c-) A impedância da carga é obtida em função da tensão e corrente eficaz. Desta forma:
Vef 240
Z = = = 5, 76Ω (23.26)
I ef 41, 67
d-) A potência aparente do circuito pode ser obtida em função da tensão e corrente eficaz
ou através da equação (23.11).
P
FP =
S
P 8000
S= = (23.28)
FP 0,8
S = 10kVA
Desta forma, a potência reativa capacitiva necessária para tornar o fator de potência
0,92 é obtida subtraindo-se a potência reativa inicial da potência reativa correspondente a
0,92.
QC = Q − Q0,92 = 6000 − 3406
(23.32)
QC = 2,594kVAr
A Fig. 23-10 apresenta o triângulo das potências. Através deste, fica visível o valor
necessário da potência reativa capacitiva.
Q=2,6kVAr
S=10kVA
S=8,7kVA Q=6kVAr
Q=3,4kVAr
φ
P=8kW
Qc=2,6kVAr
g-) Para obter a capacitância necessária para obter fator de potência de 0,92, deve-se
inicialmente determinar a reatância capacitiva.
QC 2594
IC = = = 10,808 A (23.33)
Vef 240
2-) Um motor de 10cv (potência no eixo) tem um rendimento de 85%, fator de potência de
0,8 e encontra-se ligado a uma rede de 220V/50Hz. Calcule a capacitância que é necessária
colocar em paralelo para compensar o deslocamento entre a corrente a tensão. Considere:
1cv = 736W
P
Peletrica = eixo
η
Resposta: C=427uF.
3-) Aos terminais de uma impedância cujo valor é Z=3+j4Ω, aplica-se uma tensão
V=20+j10Vrms. Calcule a potência aparente, ativa e reativa do circuito.
Respostas: S=100VA; P=60W e Q=80VAr.
5-) Calcule a potência média absorvida por uma impedância Z = 30 − j 70Ω quando
V = 120 0°V (valor de pico) é aplicada a ela.
Resposta: P=37,24W.
6-) Determine a potência fornecida por cada uma das fontes e a potência média absorvida
por cada um dos elementos passivos do circuito abaixo.
20R -j5
2 4
+
4 0°A 1 j10 3 5 60 30°V
7-) Determine o fator de potência do circuito visto pela fonte. Calcule a potência média
transmitida pela fonte.
6R
+
30 0°Vrms -j2 4R
9-) Determine o valor da capacitância paralela necessária para corrigir uma carga de
140kVAr e FP 0,85 atrasado para um FP unitário. Considere que a carga é alimentada por
uma tensão de linha de 110V (rms), 60Hz.
Resposta: C=30,69mF.
10-) Uma fonte de 120Vrms, 60Hz alimenta duas cargas conectadas em paralelo, como
mostra a figura abaixo.
a) Determine o fator de potência da combinação paralela;
b) Calcule o valor da capacitância conectada em paralelo que irá aumentar o fator de
potência para o unitário.
Carga 1 Carga 2
24kW 40kW
FP=0,8 FP=0,95
Atrasado Atrasado
e
VAN = Vef 0°
VBN = Vef 120° (24.2)
VCN = Vef −120°
Va
120°
240°
Vb
Vb A C B
Va
Vc
Fig. 24-1 – Diagramas fasoriais e seqüência de fases.
Se a soma das tensões fasoriais é zero, a soma dos valores instantâneos das tensões
também deve ser zero. Assim:
va + vb + vc = 0 (24.4)
A
C’ B’
Imã Imã
Norte Sul
B C
A’
Va
Vb Vc Va
Neutro B
Vb
B
Vc
C C
Ligação Estrela Ligação Triângulo
Fig. 24-3 – Ligações de um gerador trifásico.
Fonte Carga
Y Y
Y ∆
∆ Y
∆ ∆
A Fig. 24-4 mostra um circuito Y-Y no qual foi incluído um quarto condutor
ligando o terminal neutro do gerador ao terminal neutro da carga. A presença deste quarto
condutor só é possível na configuração Y-Y (encontrada em instalações industrias,
residências e prediais).
Van Za
Neutro
Vbn Vcn Zc Zb
Este circuito equilibrado trifásico pode ser substituído por circuitos equivalentes
por fase. Conforme apresentado na Fig. 24-5. A corrente no condutor da fase A é a tensão
gerada pela fonte Van dividida pela impedância total da fase A (Za). Como as relações
entre as tensões nas três fases são conhecidas, depois de resolver este circuito pode-se
facilmente determinar as correntes e tensões nas outras duas fases.
+
+
Van Vab Za
Vbn _ Zb
Neutro
+ +
Vcn Zc
Vbc
+
_
As tensões entre linha e neutro (tensões de fase) são VAN, VBN e VCN (equação
(24.1)). Pode-se expressar as tensões entre linhas em termos das tensões entre linha e
neutro usando a lei de Kirchhoff para tensões:
VAB = VAN − VBN
VBC = VBN − VCN (24.6)
VCA = VCN − VAN
Quando uma carga (ou fonte) é ligada em ∆, as correntes nos ramos do ∆ são as
correntes de fase e as tensões entre os terminais dos ramos do ∆ são as tensões de fase.
Como pode-se observar na Fig. 24-8, no caso da configuração em ∆ a tensão de fase é
igual a tensão de linha.
Ia
Iab Z1 Ica Z2
Z3 C
Ib B
Ibc
Ic
Fig. 24-8 – Carga equilibrada ligada em triângulo.
Nos sistemas trifásicos a potência em cada fase da carga será Pf=Uf.If (onde f
representa tensão e corrente de fase), como se fosse um sistema monofásico independente.
A potência total será a soma das potências das três fases, ou seja:
P = 3.Pf = 3.V f .I f (24.10)
Esta equação vale para a carga formada por resistências, onde não há defasagem
entre a tensão e a corrente.
Para as cargas reativas, ou seja, onde existe defasagem, como no caso dos motores
de indução, esta defasagem tem que ser levada em consideração e a equação passa a ser:
P = 3.V .I .cos(φ ) (24.12)
S = 3.V .I (24.14)
A potência aparente e reativa que o motor necessita para operar com um fator de
potência de 0,9 é obtida por:
P
cos(φ ) =
S0,9
P 79139
S0,9 = = = 87,933kVA
cos(φ ) 0,9
S0,9 2 = P 2 + Q0,9 2
Q0,9 = S0,9 2 − P 2 = 879332 − 791392
Q0,9 = 38,33kVAr
Para que o mesmo motor opere com fator de potência de 0,95, as respectivas
potências aparentes e reativas devem ser:
P
cos(φ ) =
S0,95
P 79139
S0,95 = = = 83, 304kVA
cos(φ ) 0,95
S0,95 2 = P 2 + Q0,95 2
Q0,95 = S0,95 2 − P 2 = 83304 2 − 791392
Q0,95 = 26, 012kVAr
1-) A tensão de linha nos terminais de uma carga trifásica equilibrada tipo é 110V. As
impedâncias das três fases da carga são resistores de 3,667 em paralelo com indutores
cuja reatância é 2,75 . Qual é o módulo da corrente na linha que alimenta a carga?
Resposta: I=86,60A.
2-) Um gerador trifásico balanceado em com uma impedância de 0,4+j0,3 por fase é
conectado a uma carga balanceada, conectada em , com uma impedância de 24+j19 por
fase. A linha que une o gerador e a carga possui uma impedância de 0,6+j0,7 por fase.
Considerando uma seqüência positiva para as tensões da fonte e que Van = 120 30°V ,
determine:
a) As tensões de linha;
b) As correntes de linha.
Respostas: a-) 207,85 60°V , 207,85 −60°V e 207,85 180°V
b-) 3, 75 −8, 66°A , 3, 75 −128, 66°A e 3, 75 111,34°A
3-) Uma tensão de linha de uma fonte balanceada conectada em Y é Vab = 180 −20°V . Se a
fonte está conectada a uma carga conectada em de 20 40°Ω , determine as correntes de
fase e linha. Considere a seqüência abc.
Respostas: 9 −60°A , 9 −180°A , 9 60°A , 9 −60°A , 15,59 −90°A ,
15,59 −210°A e 15,59 30°A
4-) Uma fonte balanceada, conectada em , com seqüência positiva, alimenta uma carga
balanceada conectada em . Sendo a impedância por fase da carga 18+j12 e
I a = 22,5 35°A , determine IAB e VAB.
Respostas: 13 65°A e 281, 2 98, 69°V
5-) Uma fonte de tensão trifásica de 100V (eficaz) alimenta uma carga equilibrada,
mostrada na figura abaixo. Assume-se como referência a tensão VAB (ângulo zero).
Determine:
a) A corrente fasorial IAB;
b) A corrente de linha fasorial IA.
A
Ia
4R 4R
Iab
j3 j3
4R j3
B
C
Respostas: a-) I AB = 20 −36, 9°A ; b-) I A = 34, 641 −66,9°A .
IL
A 2,236R
300Vef
B
(linha)
3 fases C j1
N
N
7-) Uma carga balanceada conectada em estrela absorve uma potência total de 5kW com
um fator de potência adiantado de 0,6 quando conectado a uma tensão de linha de 240V.
Determine a impedância de cada fase e a potência complexa total da carga.
Respostas: Z=4,15-j5,53 e S=5000-j6667VA.
8-) Um motor trifásico pode ser modelado como uma carga em Y balanceada. O motor
drena 5,6kW quando a tensão de linha é 220V e a corrente de linha é 18,2A. Determine o
fator de potência do motor.
Resposta: FP=0,8075.
10-) Duas cargas balanceadas são conectadas a uma linha de 240kV, 60Hz, como
apresentado na figura. A carga 1 drena 30kW com um fator de potência de 0,6 atrasado,
enquanto que a carga 2 drena 45kVAr com um fator de potência de 0,8 atrasado.
Determine:
a) As potências ativa, reativa e aparente absorvida pelas cargas;
b) A corrente total de linha;
c) A quantidade de kVAr do banco capacitivo conectados em paralelo com a carga
para aumentar o fator de potência para 0,9 atrasado;
d) A capacitância total dos capacitores.
Carga Carga
Balanceada 1 Balanceada 2
NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A., Circuitos Elétricos, 6ª Edição, Editora LTC, Rio de
Janeiro, 2003
NAHVI, M.; EDMINISTER, J., Circuitos Elétricos, 2ª. Edição, Bookman Companhia
Editora, Porto Alegre, 2005.
GUSSOW, M., Eletricidade Básica, 2a Edição, Makron Books, São Paulo, 1996.