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Na última terça-feira, 11 de Janeiro, reuniu, em Fátima, o Conselho Permanente da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que refletiu sobre as últimas decisões
governativas no campo do Ensino Particular e Cooperativo em Portugal.
Daí, o seu porta-voz ter dito à imprensa, como conclusão do encontro, o seguinte: "É
dever do Estado favorecer esta liberdade que devem ter os pais de poder escolher a
educação e consequentemente a escola que desejam para os seus filhos. Mais ligado a
esta ou aquela ideologia, confissão religiosa, agnóstica ou ateia, na variedade dos pais
que querem que os seus filhos sejam formados segundos determinados padrões e
valores" (JN), sublinhando, ainda, que os bispos portugueses visam Dzpromover a
liberdade de escolha dos paisdz.
Pelo respeito que me merecem todas as opiniões, bem como pelo serviço prestado ao
país pelas instituições de ensino em causa, assim como pela postura da igreja católica
nos últimos anos em Portugal, gostaria, no entanto, de contrariar esta posição, vendo
nela não uma ideia que se centra na problemática em causa, mas numa outra que penso
ser mais complexa e perturbadora, se posta em prática.
A questão inicial e que imaginava ser a única existente, prende-se com a continuidade
dos montantes de financiamento do Ensino Particular e Cooperativo em Portugal, o que
a modificar-se trará, naturalmente, dificuldades a esses estabelecimentos, como irá
trazer, pelos mesmos motivos, às escolas que estão diretamente ligadas à gestão do
Ministério da Educação.
A questão, como poderemos entender, não é persecutória, visto estender-se aos outros
tipos de organização dependentes do apoio do Estado (todos os ministérios) que, tal
como os ditos estabelecimentos, terão que convocar a inteligência para encontrar as
situações mais indicadas.
Quanto ao assunto colocado pelo porta-voz da CEP, este aponta para um sentido
diferente da questão até agora instalada. Sustenta, o mesmo, uma divisão dos espaços
educativos (mais ligados Dza esta ou àquela ideologia, confissão religiosa, agnóstica ou
ateiadz) o que, a curto prazo,resultaria numa divisão profunda da sociedade, cujas
consequências seriam,imagino, catastróficas (basta olhar para o mapados graves
conflitos que hoje gerimospelo mundo e verificar quais as suas origens).
Espero, por isso, da parte de todos, um pouco maisde cuidado neste tipo de análises,
visto encerrarem consigo algo que não pode, em momentos de maior emoção, tornar-se
de fácil discurso, podendo, devido a isso, converter-se,em breve tempo, numa
indesejável balcanização, com consequências, hoje, bem previsíveis! 

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