You are on page 1of 23

Botânica: A Diversidade, Anatomia e Fisiologia das clorofíceas.

As algas pardas e vermelhas teriam sido


Plantas – PARTE I originadas por outros grupos primitivos de organismos.
Os pigmentos fotossintetizantes das clorofíceas são os
A Importância das Plantas mesmos encontrados nas plantas terrestres: Clorofila A
A cerca de 500 milhões de anos atrás na Terra, e clorofila B. Este fato aproxima evolutivamente as
encontraríamos continentes desérticos em relação a clorofíceas das plantas terrestres.
existência de vida. Nessa época, os seres vivos Na passagem evolutiva das plantas aquáticas
ocupavam apenas mares e lagos. Os primeiros (algas) para o ambiente terrestre, foram selecionadas
organismos a ocuparem a terra firme, ao que tudo transformações que surgiram ao acaso e que se
indica foram às algas verdes primitivas, ancestrais das mostraram adaptativas às novas condições ambientais.
plantas atuais. O ambiente era extremamente seco e No ambiente terrestre, os organismos enfrentaram
com uma vasta área a ser conquistada e livre de problemas diferentes dos que encontraram no ambiente
competidores. Graças a auto-suficiência das alimentar aquático, sendo o mais importante deles a falta de água.
das plantas, não precisavam de outros seres vivos para No ambiente aquático, as plantas absorvem água
se estabelecerem em terra firme. Assim, a conquista da diretamente do meio que as circunda, não existindo
terra firme pelas plantas tornou esse ambiente células ou tecidos especializados na absorção e
convidativo para os animais que podiam utilizar plantas condução da água. No ambiente terrestre, a quantidade
como alimento. Possivelmente, os primeiros a de água sob forma liquida é bem menor, estando a
empreender essa conquista foram os artrópodes maior parte acumulada no interior do solo. Estruturas
primitivos, ancestrais dos insetos e dos aracnídeos como rizóides e raízes, exercendo funções de absorção
atuais. Logo depois outros grupos de animais de água e fixação da planta ao solo, foram
invadiram a terra firme entre eles o grupo dos positivamente selecionadas propiciando a expansão das
vertebrados. plantas para o ambiente terrestre. Além do problema de
Se as plantas não tivessem ocupado os obtenção de água, as plantas, enfrentam o problema da
continentes, não estaríamos aqui hoje. Se elas perda de água devido a transpiração. O surgimento de
desaparecessem, nossa sobrevivência e a de milhões de cutículas impermeáveis e de estruturas denominadas de
outros animais ficaria seriamente ameaçada, pois nos estômatos, dotadas de poros que podem abrir e fechar
alimentamos direta ou indiretamente dos vegetais. Ao de modo a controlar a saída de água das plantas,
comermos pão, arroz e batata, por exemplo, os mais também contribui para o sucesso das plantas no meio
tradicionais alimentos da humanidade, estamos terrestre.
ingerindo substâncias orgânicas que as plantas Outra modificação que se mostrou altamente
produzem por meio da fotossíntese. Mesmo quando vantajosa foi o desenvolvimento dos tecidos de
comemos um ovo ou um bife, estamos ingerindo sustentação e de transporte, ausentes nas algas e nas
energia que as plantas captaram originalmente da luz briófitas. Os tecidos de sustentação permitiram que as
solar: as substâncias orgânicas que compõem as plantas se mantivessem eretas, buscando melhores
estruturas dos animais são produzidas a partir de condições de luminosidade. Os tecidos condutores
vegetais que eles ingeriram como alimento. Além da permitiram a condução de água e dos sais minerais,
função de grau alimentício as plantas desenvolvem retirados dos solo pelas raízes (seiva bruta), para as
uma função de suma importância para toda a partes superiores das plantas até as folhas, onde,
humanidade e para todos os outros seres vivos, em através da fotossíntese, são produzidas substancias
relação a liberação de gás oxigênio para a atmosfera, orgânicas. Estas, juntamente com a água (seiva
que é usado pelos seres aeróbicos como comburente elaborada), são transportadas pelos tecidos condutores,
para substâncias orgânicas ingeridas na alimentação, das folhas ate às raízes, distribuindo alimentos às
sendo utilizadas pelas mitocôndrias no processo de demais células da planta. Os tecidos de sustentação e
respiração celular promovendo a liberação de energia de transporte propiciaram o surgimento de plantas de
para o organismo, mantendo os processos vitais dos grande porte. Os vasos condutores de seiva surgiam
seres vivos em geral. inicialmente nas pteridófitas, plantas consideradas as
primeiras entre as tipicamente terrestres.
Tendências Evolutivas dos Vegetais Ao longo da evolução dos seres vivos, os
Acredita-se que os vegetais terrestres tenham processos reprodutivos envolvendo fenômenos sexuais,
se originado a partir de grupos primitivos de algas que são aqueles em que se verifica mistura do material
verdes, que deram origem também, às atuais hereditário entre indivíduos da mesma espécie, foram
positivamente selecionados, pois mostraram-se
altamente vantajosos, propiciando novas combinações reprodutivo, formando a pinha. As angiospermas
genéticas que podem dar aos indivíduos maior caracterizam-se por apresentar flores e frutos; estes
adaptabilidade ao meio onde vivem. Quanto a últimos abrigam e protegem as sementes.
reprodução sexuada, o grande passo que favoreceu a Eichler dividiu o Reino Vegetal em dois
exploração do ambiente terrestre pelas plantas foi a grande grupos, com base nas estruturas reprodutoras:
diminuição da dependência da água para a reprodução. criptógamas (não produzem flores nem sementes –
As algas reproduzem-se sexuadamente através de briófitas e pteridófitas) e as fanerógamas (apresentam
gametas moveis flagelados que se deslocam no meio flores e sementes – gimnospermas e angiospermas).
aquático. Tal mecanismo, obviamente, não é suficiente Inclui ainda as talófitas (organismos cujo corpo é um
no meio terrestre. AS briófitas e as pteridófitas ainda talo, estrutura não diferenciada em raiz, caule e folhas
são plantas que dependem da água para a reprodução, – algas). As Embryophyta são plantas que apresentam
pois seus gametas masculinos são flagelados, havendo durante o seu ciclo de vida, a formação de um embrião,
necessidade de gotas de chuva ou de orvalho para que que em Botânica, significa planta rudimentar formada
entrem em contato com o gameta feminino. Em função dentro de semente ou arquegônios (estruturas
disso, essas plantas estão restritas a ambientes úmidos. multicelulares de briófitas e pteridófitas que abrigam os
Nas gimnospermas e angiospermas, já não há mais essa gametas femininos).
dependência da água para a reprodução. Os elementos
reprodutores masculinos são imóveis, sendo levados Tipos de Ciclos Reprodutivos
até os elementos femininos através de diferentes Nas plantas, mesmo no ciclo reprodutivo
agentes de polinização, como vento, os pássaros e os sexuado, observa-se a formação de esporos ou outras
insetos. estruturas que ajudam na dispersão da planta,
compensando sua imobilidade. Assim, enquanto nos
Grandes Grupos de Plantas: A Sistemática animais um individuo diplóide (2n) produz por meiose
Vegetal gametas haplóides (n), que por fecundação originam
No sistema de classificação que adotamos, as um ovo (zigoto) e um novo individuo diplóide, na
plantas atuais são classificadas em 12 filos ou divisões, maioria das plantas há uma alternância entre os
sendo que 9 deles são as plantas vasculares, ou indivíduos diplóides e haplóides. O individuo diplóide
traqueófitas assim chamadas por terem vasos produz por meiose, esporos que originam um individuo
formados por células tubulares, especializadas na haplóide – este por sua vez é, nas fanerógamas um
condução de seivas pelo organismo. Os outros 3 filos grupo de células chamado de gametófito. Este
são constituídos de plantas destituídas de tecidos individuo produzira gametas que por fecundação
vasculares, por isso chamadas de plantas avasculares formará um ovo que se transformará em um novo
(do grego a, que significa prefixo de negação, e do diplóide.
latim vasculum, pequeno vaso ou túbulo). Entre os animais temos,,mais frequentemente,
As plantas vasculares são geralmente apenas indivíduos diplóides, este ciclo é chamado de
divididas em dois grandes grupos informais, tendo Diplonte ou Diplobionte . O ciclo encontrado na
como critério a presença ou não de sementes, unidade maioria das plantas recebe o nome de Hplóide-
reprodutiva que contém o embrião. As plantas diplóide, haplodiplobionte ou de alternância de
vasculares sem sementes são chamadas de pteridófitas, gerações. Nas algas encontramos esses dois ciclos e
das quais as mais conhecidas são as samambaias e as um terceiro no qual a meiose ocorre logo após a
avencas, pertencentes ao filo Pterophyta. Entre as formação do zigoto, originando apenas indivíduos
plantas vasculares com sementes há aquelas em que as haplóides. Este ciclo recebe o nome de Haplóide ou
sementes ficam expostas externamente ao órgão Haplobionte.
reprodutivo, o que lhes valeu a denominação de
Gimnospermas (do grego gymnos, nu, e sperma, HAPLONTE (Algas)
semente), e as que tem as sementes abrigadas no Indivíduos haplóides (n) Gametas(n) Fecundação
interior do fruto, sendo por isso chamadas de  Zigoto diplóide (2n) sofre meiose e transforma-
angiospermas (do grego angion, vaso, e sperma, se em individuo adulto haplóide.
semente). Os representantes mais conhecidos as
gimnospermas são os pinheiros. No pinheiro-do- DIPLONTE (Algas, Fungos e Animais)
paraná, por exemplo, comum no sul do Brasil, as Indivíduo diplóide (2n) sofre meiose  Gametas (n)
sementes (pinhões) ficam agrupadas no órgão Fecundação  Zigoto diplóide (2n)passa por
sucessivas mitoses e transforma-se em individuo adulto
diplóide.

HAPLODIPLOBIONTE
(Vegetais inferiores e superiores)

Indivíduo diplóide (2n) sofre meiose  Esporos (n)


Individuo haplóide (n) Gametas (n)Fecundação
Zigoto (2n) sofre sucessivas mitoses e transforma-se
em um individuo adulto diplóide.

CARACTERÍSTICAS DO REINO VEGETAL FILOS Nº DE


ESPEÉCIES

Vasos Condutores Semente Fruto Flor Embrião


Avasculares (sem Bryophyta (musgos) 8.000
vasos ) Hepatophyta 6.000
(hepática)
Ausente Ausente Ausente Presente Antocerophyta 80
(antóceros)
Pteropyta 9.000
(samambaias e
avencas)
Lycophyta (licopódios 1.400
Sem Semente Ausente Ausente Presente
e selaginlas)

Sphenophyta 22
Vasculares (com
(cavalinha)
vasos)
Psilotophyta 18
(psilotácea)
Com Semente Ausente Presente Presente Coniferophyta 550
(Gimnospermas) (pinheiros e cipestres)
Cycadophyta (cicas) 140
Gnetophyta 70
(gnetáceas)
Ginkgophyta 1
(gincobilobas)
Presente Presente Presente Magnoliophyta ou 235.000
(Angiospermas) Anthophyta (árvores,
capns etc)
Estrutura, Diversidade e Reprodução das Plantas também realizam este tipo de reprodução. Os esporos
Avasculares liberados durante a esporulação, podem ser móveis
Algas (zoósporos) ou podem se apresentar imóveis
As algas verdes também chamadas de (aplanósporos).
clorofíceas ou clorofitas, por estarem dentro da divisão
Chlorophyta têm ampla distribuição no ambiente Reprodução Sexuada das Algas
aquático, ocorrendo, principalmente em água doce. Na reprodução sexuada há formação de
Existem as algas unicelulares (Chlamydomonas, gametas, sendo que o gameta feminino une-se por
Volvox) e as multicelulares (Ulothrix, Ulva, fecundação com o gameta masculino. Nas algas
Caulerpa). As feófitas ou feoficias, encontradas no unicelulares o próprio corpo dos indivíduos servem
grupo das Phaeophyta, são conhecidas como algas como gametas unindo-se e formando um novo
pardas encontradas principalmente nos mares e indivíduo com material genético diferenciado.
oceanos. Pertence a este filo o gênero Sargassum , Já nos organismos multicelulares ocorre a
muito comum no litoral brasileiro. As algas do gênero formação dos gametas em estruturas denominadas de
Fucus são muito conhecidas em função de suas gametângios, e essa formação pode ser diferenciada
propriedades medicinais. Os “Kelps” são algas pardas em: A)- Isogonia: os gametas masculinos e femininos
de grande porte, muito comuns em águas frias, são idênticos entre si, tanto quanto à forma e tamanho
formando regiões densamente colonizadas. Essas algas como quanto ao comportamento, sendo ambos imóveis.
podem atingir 70 metros de comprimento, sendo B)- Heterogamia: os gametas masculinos e femininos
algumas delas pertencentes aos gêneros Macrocystis e são imóveis, porém um deles, geralmente o feminino, é
Laminaria, sendo a ultima colonizadora do Litoral muito maior que o outro. C)- Oogamia: um dos
Brasileiro, alcançando até 4m de comprimento. As gametas é grande e imóvel e o outro é pequeno e
algas vermelhas ou também conhecidas como rodófitas móvel. (Exceção nas algas vermelhas que ambos os
ou rodofíceas, por pertencerem ao filo das gametas são imóveis mas apresentam amnhos
Rhodophyta, são principalmente de águas marinhas diferentes). As algas podem apresentar também um
podendo ser encontradas em água doce. A elas tipo de reprodução sexuada especial denominado de
pertencem o gênero Porphyra; alga de característica Conjugação, encontrado principalmente em algas
foliácea e membranosa, utilizada na alimentação verdes filamentosas do gênero Mougeotia.
humana, é popularmente conhecida como nori. ]
Briófitas
A Importância das Algas As briófitas são organismos que vivem
As algas constituem a base da lalimentação preferencialmente em locais úmidos e sombreados.
dos animais aquáticos e são também muito utilizadas Ocorrem em abundancia nas florestas topicais,
na alimentação do homem. Além disso, produzem crescendo sobre o solo e sobre outras plantas. Algumas
grandes quantidades de hidrocolóides, que são briófitas são aquáticas de água doce, não sendo
empregados comercialmente, por exemplo, o ágar e a conhecidos exemplos de briófitas que vivem no mar.
carragenina retiradas das algas pardas e vermelhas Freqüentemente têm dimensões inferiores a 2cm;mas
respectivamente. São substancias usadas como algumas podem chegar a 30cm. Este grupo é membro
estabilizadores de doces, sorvetes, dentifrícios, da divisão de plantas avasculares com cerca de 15 mil
cosméticos e como meios de cultura para bactérias. espécies. Os Musgos constituem seus principais
representantes, mas além deles, encontramos outras
Reprodução Assexuada das Algas briófitas vivendo geralmente nos mesmo ambientes,
A reprodução das algas de forma sexuada como as Hepáticas (assim chamadas por apresentar
pode ser feita por bipartição ou cissiparidade e por semelhanças do seu corpo na forma de uma talo, com
esporulação, sendo observada principalmente em um fígado) e os Antóceros. Como os vegetais
formas unicelulares de Chlamydomonas em clorofíceas superiores e as clorofíceas, as briófitas possuem
a reprodução por bipartição. Já a forma de reprodução clorofilas “a” e “b”, carotenóides, amido e celulose.
por esporulação e observada na Ulothrix, uma alga Muitas sobrevivem dormentes desidratadas por boa
verde filamentosa; onde gametas se fixam e originam parte do ano, voltando à atividade na época das chuvas.
um filamento jovem que se desenvolve e esporula O seu ciclo reprodutivo é do tipo haplodiplobiôntico,
(libera esporos) a partir da parte superior do corpo. As com predomínio da fase haplóide.
algas verdes unicelulares , as feófitas e as rodófitas
Ciclo de Vida das Briófitas atingiam mais de 30 metros de altura. Este grupo
O indivíduo de vida independente e duradoura compreende uma variedade de plantas que habitam
é o gametófito (n), que apresenta estruturas desde regiões úmidas até regiões semi-desérticas. As
semelhantes à raiz, ao caule e as folhas. No entanto, pteridófitas são vegetais vasculares, isto é, portadoras
não existem vasos condutores de siva (xilema e de vasos condutores de seiva. Graças a esse
floema), por isto, é mais correto chamar essas mecanismo eficiente de distribuição de água e
estruturas de rizóides, caulóides (ou caulídios) e alimento, essas plantas puderam espalhar-se pelos mais
filóides (ou filídios). diversos tipos de ambientes, diversificaram muito e a
A reprodução dos musgos é sexuada e seu cerca de 300 milhões de anos, foram os constituintes
ciclo é alternante, isto é, existe alternância de gerações principais das grandes florestas que cobriam o planeta.
haplóides (n) e diplóides (2n). Em todas as briófitas, a Atualmente, as pteridófitas são restritas a certos tipos
geração duradoura é haplóide. Em Polytrichum (musgo de ambientes, e existe cerca de 11.000 espécies
muito comum) os sexos são separados. A planta descritas.
masculina forma em seu ápice estruturas globosas Podemos dizer que, devido à presença de
denominadas de anterídeos, onde são formados os vasos condutores (xilema e floema), as pteridófitas
gametas masculinos. Esses gametas são dotados de apresentam raiz, caule e folhas, embora essa
dois flagelos e são chamados de anterozóides. A organização nem sempre seja perceptível à primeira
planta feminina forma o arquegônio, no interior do vista. Em muitas samambaias as folhas parecem
qual está o gameta feminino, a oosfera. emergir diretamente do solo, isso porque o caule cresce
A fecundação só ocorre na presença de água rente ao solo, este tipo de caule é denominado de
(chuva), é quando os anterozóides são liberados e rizoma. A raiz é a aparte principal do corpo da planta
nadam ativamente em direção ao arquegônio, penetram responsável pela absorção de água e sais minerais do
e seu interior e atingem a oosfera. A fecundação da solo. As folhas são órgãos fotossintetizantes; sendo que
oosfera pelo anterozóide leva à formação da célula ovo as folhas jovens apresentam enroladas denominadas de
ou zigoto. O zigoto é diplóide, e se forma no ápice da báculos e as folhas maduras são denominadas de
planta feminina. O desenvolvimento do zigoto leva à frondes as quais já apresentam as estruturas produtoras
formação de uma pequena estrutura constituída por um de esporos, os esporângios. O caule é responsável pelo
pé, porção mergulhada no ápice da planta feminina; transporte de seiva bruta e elaborada na planta. As
por uma haste, eixo fino e delicado; e por uma cápsula pteridófitas possuem células modificadas que se
apical. Esta estrutura é denominada de esporófito estendem das raízes até as folhas: os vasos condutores.
(produtora de esporos). Todas as células dessa estrutura Sendo que os vasos lenhosos ou xilema carregam seiva
são diplóides, uma vez que se originam do zigoto. No bruta da raiz em direção as folhas e os vasos liberianos
interior da cápsula, existem células que sofrem meiose, ou floemáticos carregam seiva elaborada das folhas em
formando esporos haplóides. Ao amadurecer, a direção as raízes; este sistema está presente em
cápsula libera os esporos, que são carregados pelo Gimnospermas e Angiospermas também.
vento e se espalham sobre o substrato; se houver
condições adequadas de umidade, os esporos germinam Ciclo de Vida das Pteridófitas
formando um filamento, chamado protonema, de onde As pteridófitas apresentam alternância de
surgirão novos indivíduos haplóides, estes reiniciarão o gerações. A geração duradoura, ao contrário das
ciclo de maturidade. briófitas, é a diplóide, que é esporofítica (Esporófito).
A maioria das espécies das pteridófitas, ao atingir a
Diversidade, Estrutura e Reprodução das Plantas maturidade sexual, desenvolvem estruturas chamadas
Vasculares de soros, localizadas na face inferior da fronde. Nos
soros ficam abrigados os esporângios, dentro dos quais
Pteridófitas são produzidas células que sofrem meiose dando
As pteridófitas (do grego pteras, asa) são origem aos esporos. Ao cair sobre um local úmido, um
assim chamadas por apresentarem folhas recortadas esporo se desenvolve tornando-se uma plantinha
que lembram penas ou asas. Os representantes mais haplóide, o gametófito, que nas pteridófitas é
conhecidos desse grupo são as samambaias e as achatado, em forma de coração (cordiforme) e é
avencas. Apesar das pteridófitas mais conhecidas são denominada de protalo. O protalo é uma gametângio
pequeno e médio porte, algumas espécies chegam a hermafrodita que apresenta estruturas reprodutivas
alcançar grandes tamanhos, num passado evolutivo masculinas (os anterídios) e femininas (os
arquegônios).Nos anterídios formam os anterozóides, (2n). por meiose, cada megasporócito origina quatro
e em cada arquegônio forma-se uma oosfera. megásporos (n), onde somente um é funcional, se
Quando maduros os anterozóides libertam dos desenvolvendo dentro do megasporângio. Esse
anterídios após entrarem em contato com gotas de água desenvolvimento consiste na formação do megaprotalo
da chuva ou orvalho e eles nadam sobre a superfície ou gametófito feminino (n) , formado pelo tecido
umedecida do protalo até o arquegônio onde um deles gametofítico e duas oosferas. A fase gametófitica (n)
fecunda a oosfera. O zigoto se desenvolve no interior das gimnospermas é representada apenas pelo
do arquegônio, originando uma plantinha diplóide, o megásporo funcional desenvolvido (gametófito
esporófito, este dará origem a uma pteridófita adulta feminino) e pelo micrósporo desenvolvido (grão de
que iniciará um novo ciclo. pólen).
Flor Masculina  No estróbilo masculino cada parte
Fanerógamas, Espermatófitas sem/com (folha modificada) possui dois microsporângios, no
Frutos interior dos quais estão inumeros microsporócitos
Gimnospermas (2n). Cada microsporócito sofre meiose dando origem
São plantas terrestres de grande porte, a quatro micrósporos (n), por sua vez, cada
arborescentes, com crescimento em espessura; micrósporo se desenvolve originando um grão-de-
estruturalmente complexas, com sistema radiclar e pólen (fase gametófitica masculina - n). Cada grão-
foliar bem desenvolvidos; sistema vascular eficiente. de-pólen é formado por uma célula binucleada, sendo
Possui sementes sem frutos, ou seja, apresentam um de seus núcleos chamado de vegetativo e o outro de
sementes expostas - nuas. As gimnospermas não germinativo.
apresentam ovários, as folhas carpelares (orgãos
femininos da flor) são abertas. As flores rústicas são Órgãos Reprodutivos das Giminospermas:
chamadas de estróbilos ou cones, razão do nome A)- Estóbilo Feminino (Megastróbilo): em suas folhas,
Coniferas, e as folhas são aciculares (forma de agulhas chamadas de megasporófilos formam-se
finas e verdes), As gimnospermas têm preferencia por megasporângios, os óvulos dentro dos quais fica a
climas frios mas podem ser encontradas tambem em oosfera, o gameta feminino.
regiões desérticas. São abundantes nas regiões B)- Estróbilo Masculino (Microestróbilo): em suas
temperadas do hemisfério norte, onde formam extensas folhas modificadas chamadas de microsporófilos,
florestas chamadas de Taiga. No Brasil, existe uma formam-se microsporângios, dentro dos quais
formação de Coniferas conhecida como Mata de originam-se os grãos-de-pólen.
Araucárias, tipicas da região Sul do país.
O vegetal adulto é formado por raiz profunda, Polinização e Fecundação
caule desenvolvido e folhas adaptadas a locais frios e A chegada dos grãos-de-pólen ao óvulo é
secos, são conhecidos por esporófito, ou seja, são chamada de Polinização. Nas Gimnospermas o agente
organismos diplóides (2n). Ao atingir a maturidade responsavél pela polinização é o vento (anemofilia).
sexual, as giminospermas produzem ramos Um pólen quando atinge o óvulo e germina,
reprodutivos especiais denominados de estróbilos. O produzindo o tubo polínico a partir da célula
ciclo de vida das Gmnospermas é aplodiplobionte e vegetativa, e também duas células espermáticas a
independe da água para a fecundação. O ciclo é partir da divisão mitótica da célula geradora, estas
dividido em três etapas: Formação de esporos, deslizam pelo tubo polínico em direção à oosfera. O
Polinização e Fecundação. tubo polínico perfura o megasporângio e atinge a
As estruturas femininas de reprodução oosfera. Esta é fecundada por uma das células
possuem células sexuais de dimensões maiores que as espermáticas, surgindo assim o zigoto diplóide.
estruturas de reprodução masculinas. Assim,
convencionou-se acrescentar o prefixo “mega” para as
Formação da Semente
estruturas femininas e “micro” para as estruturas
O zigoto sofre sucessivas divisões mitóticas
masculinas.
originando um embrião diplóide (2n). Enquanto o
embrião está se formando o tecido gametófitico ao
Processo de Formação dos Gametófitos: redor dele armazena substâncias nutritivas e se
Flor Feminina No estróbilo feminino cada parte transforma no endosperma primário cuja função é
(folha modificada) possui dois megasporângios, os nutrir o embrião. Os tegumentos do gametófito
quais cada um possui uma célula, o megasporócito feminino tornam-se espessos formando a casca. Este
este conjunto de resultante do desenvolvimento do As PÉTALAS, habitualmente coloridas we que
protalo fecundado é chamado de semente. As sementes formam, no seu conjunto a COROLA; os ESTAMES,
muitas vezes servem como alimento para os animais são órgãos reprodutivos masculinos, cujo conjunto
silvestres e pra o homem. No caso do Pinus, a semente constitui o ANDROCEU e os CARPELOS ou
é o Pinhão. O conjunto desses pinhões formam as PISTILOS, órgãos reprodutores femininos da flor que
inflorescências denominadas de pinhas ou estróbilos, e compõem o GINICEU. Cada estame possui uma fina
nunca há formação de frutos. haste compacta - o FILETE, cuja extremidade superior
sustenta a ANTERA. Dentro das anteras forma-se os
Angiospermas GRÃOS-DE-PÓLEN.
As Angiospermas é o grupo mais recente
surgido na história evolutiva das plantas, com mais de Processo de Formação dos Gametófitos
250 mil espécies. São fanerógamas vasculares, tiveram Dentro do giniceu encontra-se o ovário. Cada
sucesso evolutivo devido à presença de flores, que ovário produz um ou vários megasporângios (óvulos),
permitiu uma certa independência para ocorrer a sendo cada óvulo envolvido por um tegumento.
fecundação. Elas apresentam raízes, caules, folhas, Dentro de cada megasporângio encontra-se um
flores, sementes e frutos. Este último é exclusivo do megasporócito (célula-mãe de megásporo, 2n). O
grupo, sendo formado a partir de folhas modificadas megasporócito sofre divisão meiótica produzindo
(Carpelos), que correspondem após megasporófilos quatro células, chamadas megásporos, destas, apenas
das gimnospermas e que crescem envolvendo os uma se desenvolve e as outras atrofiam.
óvulos. Esses carpelos constituem o giniceu, a parte Até então, o processo que leva a formação do
feminina das flores. Nas Angiospermas, o fruto gametófito feminino das angiospermas é semelhante ao
destina-se a proteger a semente e encerra das gimnospermas. A diferença está em como o
consideravelmente substâncias nutritivas que deverão megásporo se desenvolve. Nas angiospermas o
enriquecer o solo onde a semente germinará, assim megásporo se desnvolve produzindo oito núcleos, que
facilitando a nutrição da nova planta. De acordo com o preencehm todo o megasporângio. Destes, a oosfera e
número de cotilédones encontrado nas sementes, as dois núcleos polares são os núcleos que participarão
angiospermas são divididas em duas grandes classes: da foração do zigoto, após a migração dos núcleos
monocotiledôneas e dicotiledôneas. estes ganham parede celular, sendo que os núcleos
As Monocotiledôneas (apenas um cotilédone polares formam juntos uma célula binuclada. Esse
na semente) são geralmente, representadas pelas conjunto de setes células nada mais é que o gametófito
gramíneas – arroz, trigo, capim, milho, sorgo, centeio feminino. A produção de micrósporos ocorre nos
etc – as palmeiras, a carnaubeira, a bananeira e outras. estames, onde estão os microsporângios (sacos
Já as Dicotiledôneas (dois cotilédones na semente) têm polínicos). Em cada microsporângio existem várias
como exemplos as leguminosas – feijão, vagem, células-mãe dos esporos, que sofrem meiose e formam
ervilha, soja - o carvalho brasileiro, o algodoeiro, o os micrósporos (esporos masculinos –n-).
tomateiro, o cafeeiro, o tabaco ou fumo e muitas O esporo dentro do saco polínico sofre mitose
outras. formando o grão-de-pólen (gametófito masculino –n-).
As Angiospermas de modo geral apresentam Nessa mitose, originam-se duas células: a célula
na reprodução constituída por um organismo diplóide geradora e a célula germinativa ou vegetativa. O
(2n) que constitui a fase esporofítica do Ciclo de Vida. processo de formação do grão-de-pólen nas
Ao atingir a maturidade sexual, as angiospermas angiospermas e nas gimnospermas é semelhante, no
produzem estruturas reprodutivas denominasdas de entanto, nas angiospermas o grão-de-pólen é revestido
flores. Nas angiospermas as flores são geralmente por uma capa de duas paredes. Na superfície desta
estruturas delicadas, coloridas, perfumadas. Afinal, elas última, aparecem espinhos ou outras estruturas que
encerram os órgãos reprodutores e devem exibir protegem e facilitam a aderência do grão-de-pólen ao
atributos suficientes para atraírem insetos e aves, que, estigma para onde ele é levado para que ocorra a
em busca de néctar, se lambuzam no pólen e, em fecundação do gametófito feminino.
seguida, contribuem para a fecundação de outras flores
da mesma planta ou de outras plantas da mesma Polinização e Fecundação Quando o grão-de- Excluído: ¶
espécie. Uma flor completa de angiosperma apresenta pólen está maduro é liberado na antera e carregado por
quatro tipos de elementos: SÉPALAS – que são um animal polinizador ou pelo vento até o estigma.
geralmente verdes, e em conjunto formam o CÁLICE; Atingindo este, o pólen germina e a célula vegetativa
cresce pelo interior do estilete formando o tubo Células com essas características são denominidas de
polínico, ao mesmo tempo a célula geradora sofre “células meristemáticas”, que do grego mesristum,
divisões nucleares produzindo dois núcleos significa divisão. As células meristemáticas constituem
espermáticos. Um dos núcleos une à oosfera formando os meristemas, que são tecidos presentes nas partes da
o zigoto (2n) e o outro se une aos núcleos polares planta em que ocorre crescimento por multiplicação
formando uma célula triplóide (3n) celular.
As primeiras divisões celulares do
Formação da Semente desenvolvimento embrionário formam um bastão de
O zigoto se desnvolve formando o embrião células. Na extremidade voltada para a micrópila do
(2n), a célula (3n) se desenvolve formando o óvulo, as células dividem-se transversalmente,
endosperma secundário (3n) e, o tegumento formará a originando um cordão celular, o suspensor, que tem na
casca. Com isso a semente está prota. base uma célula maior e na outra extremidade forma-se
um bloco de células que a partir do qual formará a nova
Formação do Fruto planta. Nesse bloco diferenciam-se os cotilédones e os
meristemas apicais, assim chamados porque ficarão
O ovário, após a fecundação dos gametófitos femininos
localizados nas extremidades da raiz e do caule,
passa a alocar as sementes, produto da fecundação.
promovendo o crescimento desses órgãos. A contínua
Estas sementes estim,ulam a produção de hormônios
produção de novas células pelos meristemasapicais faz
atuantes no ovário, que por sua vez, se transformam em
com que o embrião se alongue. Com isso, as células
fruto. Os frutos constituem, por um lado, proteção para
mais velhas se afastam progressivamente das
as sementes e, por outro, uma estratégia eficiente para a
extremidades do caule e da raiz em formação. À
sua dispersão. Muitas espécies de plantas possuem
medida que se distanciam as células vão se
frutos leves e com expansões em forma de asas, isto
especializando para a realização de funções definidas,
permite seu transporte pelo vento. Outras espécies
processo conhecido como diferenciação celular. Os
possuem frutos dotados de ganchos, que se emaranham
primeiros tecidos a diferenciar-se são meristemas, isto
nos pêlos ou penas de animais, sendo por eles
é, tecidos dotados de grande capacidade de
dispersos. Há, ainda, frutos que por serem vistosos e
multiplicação. São eles o protoderma, o meristema
saborosos, são devorados por animais e suas sementes
fundamental e o procâmbio.
deixadas em locais distantes da planta que as
Protoderma (primeira pele): é a camada de células
produziram.
que reveste externamente o embrião e que dará origem
a epiderme, o primeiro tipo de tecido de revestimento
PARTE II : Formação de Tecidos e Morfologia da planta.
Interna Vegetal em Angiospermas Meristema Fundamental: forma um cilindro abaixo
O conjunto de processos e eventos que levam da protoderma e dará origem ao córtex, constituído por
um organismo multicelular a atingir o tamanho e a parênquimas e por tecidos de sustentação. A região
forma típicos da espécie constitui o desenvolvimento. central do embrião, envolvida pelo meristema
Na mairia das plantas vasculares, o desenvolvimento fundamental contém o procâmbio.
origina um organismo constituído de três partes Procâmbio (antes de trocar): que dará origem a
básicas: raiz, folhas e caule. A raiz geralmente cresce tecidos vasculares (xilema primário e floema primário),
sob o solo e suas principais funções são de fixação da a parênquimas e tecidos de sustentação da região
planta e absorção de água e sais minerais. As folhas são central da planta.
especializadas em realizar fotossíntese, enquanto o O protoderma, o procâmbio e o meristema
caule promove a sustentação e a condução de seiva fundamental são denominados meristemas primários
bruta e elaborada na planta, propicia também maior pelo fato de derivarem diretamente de células
exposição das folhas à luz. embrionárias. Quando células de plantas já
A organização básica do corpo de uma planta diferenciadas voltam a se dividir ativamente,
é estabelecida durante a formação da semente readquirindo características de células meristemáticas,
imediatamente após a fecundação, o zigoto passa a nesse caso, são chamadas de meristemas secundários.
dividir por mitoses sucessivas e cresce, alimentando-se Tecidos formados diretamente de meristemas primários
das reservas nutritivas acumuladas nos tecidos do são denominados de tecidos primários, os derivados
óvulo. Nessa fase as células embrionárias têm forma dos tecidos secundários recebem a denominação de
poliédrica, parede celular fina e flexível, citoplasma tecidos secundários.
denso com pequenos vacúolos e núcleos volumosos. Germinação da semente
Após a diferenciação dos três primeiros
meristemas (protoderma, meristema fundamental e Sistema Dérmico ou de Proteção
procâmbio), o ritmo de desenvolvimento do embrião O tecido epitelial pode ser classificado em
diminui sensivelmente no interior da semente. Esta Epiderme e Periderme.
encontra-se dentro do fruto em formação e ainda está Epiderme: esse tecido é encontrado
ligada ao organismo materno, crescendo graças ao recobrindo toda a planta: raiz, caule, folhas, flores e
acumulo de reservas nutritivas nos cotilédones ou no frutos. É geralmente uniestratificado, sendo formado
endosperma. Os dois cotilédones armazenam por células justapostas, achatadas, desprovidas de
praticamente todo alimento que nutrirá o embrião cloroplastos e com um grande vacúolo. Em plantas que
durante a germinação da semente. Cotilédones de apresentam crescimento secundário a epiderme não
monocotiledôneas contém relativamente poucas acompanha o crescimento da planta. Na superfície
reservas nutritivas em relação ao das dicotiledôneas. externa das células epidérmicas, pode ocorrer
Sua função primordial é transferir substancia nutritivas deposição de cutina ou cera, que são substancias
do endosperma, onde estão armazenadas para as células impermeabilizantes. Além disso, podem ocorrer
embrionárias. estruturas anexas da epiderme, como os estômatos as
Após atingir o tamanho definitivo, as papilas, os pelos as escamas e os acúleos.
sementes amadurecem dentro dos frutos, os quais A cutícula é formada por um lipídio
contribuem para a dispersão das sementes pelo denominado cutina, que impermeabiliza a epiderme,
ambiente. No devido tempo e ao encontrar condições reduzindo a perda de água. Sob a cutícula pode ocorrer
adequadas, a semente germina. Germinação é a formação de camadas de celulose. A cera encontra-se
retomada do crescimento e da diferenciação do freqüentemente recobrindo as células epidérmicas,
embrião, e depende de uma série de fatores, formando bastonetes. Essa substância impermeabiliza
principalmente de água, gás oxigênio e temperatura também a epiderme.
adequada. A semente madura tem, em seu interior, um Os estômatos são formações de grande
embrião envolto por substancias nutritivas, acumuladas importância nas trocas gasosas entre os tecidos internos
no endosperma, nos cotilédones ou em ambos. Em uma da planta e o meio externo, além de atuar no controle
das extremidades do embrião situa-se a radícula, como de saída de água da planta por transpiração. Ocorrem
é denominado o primórdio de raiz; nela localiza-se o preferencialmente nas folhas. Cada estômato é formado
meristema apical da raiz. Na extremidade oposta está o por duas células clorofiladas em forma de rim,
caulículo, como é denominado o primórdio do caule, deixando uma abertura entre elas denominada de
em cuja extremidade localiza-se o meristema apical do ostíolo.
caule e pouco abaixo, inscreve-se o cotilédone, este é As papilas epidérmicas são pequenas
único nas monocotiledôneas e duplo nas dicotiledôneas projeções da parede celular encontradas principalmente
e nas eudicotiledôneas. na epiderme superior das pétalas, dando-lhes aspecto
Um dos eventos iniciais da germinação é a aveludado.
absorção de água pela semente, fenômeno denominado Os pêlos apresentam grande variedade de
de embebição. A água é necessária para que as células formas, podendo ocorrer na epiderme de qualquer parte
retomem suas atividades metabólicas e possam da planta. Sua principal função é de proteção contra a
mobilizar as reservas nutritivas estocadas nos perda de água excessiva por transpiração. Eles são
cotilédones e no endosperma. Com a embebição, a abundantes em plantas de clima quente. Podem ser
casca da semente rompe-se e permite a entrada de secretores e, nesse caso, produzem secreções oleosas,
oxigênio, necessário a respiração das células digestivas (como ocorre nas plantas carnívoras),
embrionárias. Até a casca romper-se, as células obtêm urticantes. Além disso, existem pêlos absorventes que
energia principalmente pela fermentação de moléculas ocorrem geralmente na epiderme da raiz, responsáveis
orgânicas das reservas nutritivas. A região inferior do pela absorção de água e de nutrientes do solo.
embrião localizada entre a radícula e o ponto de As escamas são modificações de pêlos. São
implantação do cotilédone é denominada de hipocótilo geralmente discóides e unidas à epiderme por um
(abaixo do cotilédone); e a região superior, entre os pedúnculo. Sua função é principalmente de proteção
cotilédones e o meristema apical do caule, recebe a contra a perda de água. Nas plantas epífitas
denominação de epicótilo (acima do cotilédone). As (orquídeas), essas escamas funcionam como elementos
regiões apicais do caule e da raiz podem ser de absorção de água e nutrientes minerais, e recebem o
denominadas de plúmulas (que significa no latim nome de escamas absorventes.
pequena pena).
Os acúleos são estruturas protetoras formadas néctar. Ocorrem, geralmente, associado em flores,
por projeções pontiagudas e resistentes da epiderme. existindo casos de nectários extraflorais localizados em
São freqüentemente confundidas com espinhos, que pecíolos de folhas, como por exemplo, o maracujá.
são folhas ou ramos modificados. Os acúleos ocorrem
geralmente no caule. Os espinhos da roseira na Tecidos de Preenchimento ou Fundamentais
realidade são acúleos. Logo abaixo da epiderme ou da periderme há um
Os espinhos não são estruturas epidérmicas tipo de tecido abundante nas plantas, o parênquima. A
mas sim folhas e caules diferenciados. Diferem função geral do parênquima é preencher espaços
morfologicamente dos acúleos por apresentarem internos das plantas, mas ele também funções
tecidos vasculares e uma epiderme. especificas. Os parênquimas são constituídos de células
Periderme: a atividade do felogênio produz, vivas que, em certos casos, retomam o estagio
em direção à parte externa da planta, o súber ou embrionário, podendo originar qualquer outro tipo de
felema, e, em direção à parte interna da planta, à célula. Por exemplo, no caso da formação da
feloderma. O conjunto súber-flogênio-feloderme periderme, quem origina o felogênio é m tecido de
constitui a periderme. parênquima que fica abaixo da epiderme. As células
O Súber é um tecido formado por células que parenquimáticas se originam a partir do crescimento e
acumulam, em suas paredes, a suberina, a substância diferenciação das células do meristema apical. E no
pouco permeável que impede as trocas gasosas. Com caso de órgãos com crescimento secundário, o
isso, as células, depois de algum tempo, morrem e o parênquima se origina de células do câmbio.
conteúdo do citoplasma é trocado por ar. O súber
portanto é um tecido morto, que atua como isolante 1-Parênquima clorofiliano ou clorênquima: A
térmico e como proteção contra choques mecânicos. Os principal função desse tecido é a produção de energia a
tecidos acima do súber também morreram devido a partir da fotossíntese, por isso é carregado com
falta de nutrientes e água. O súber também pode ser cloroplastos que se dispõe em uma camada uniforme
junto a parede celular. Dois são os tipos de
chamado de cortiça quando maduro.
parênquimas clorofilianos: o paliçádico e o lacunoso.
Em tecidos suberificados de certos caules e O paliçádicoapresenta células justapostas e alongadas,
raízes aéreas podem ocorrer pequenas fendas lembrando uma paliçada (estacas fincadas), encontrado
denominadas de lenticelas, importantes nas trocas geralmente abaixo da epiderme superior; o lacunoso
gasosas entre o interior da planta e o meio externo. apresenta células ligeiramente arredondadas que
deixam lacunas (espaços) entre si, encontrado acima da
epiderme inferior. E além de realizar fotossíntese esse
Estruturas de Secreção parênquima tem função de arejamento e carregamento
Os hidatódios são células epidérmicas de nutrientes para os vasos de transporte.
modificadas, localizadas principalmente nos bordos das
folhas e são responsáveis pela eliminação de 2-Parênquimas de Reservas: Especialização no
substâncias aquosas diluídas. acumulo de certas substancias, pode ser classificado
As células secretoras podem ocorrer na segundo a natureza do material armazenado. Assim
temos:
epiderme das folhas e caules, ou ser internas à planta, e
apresentam grande variedade de conteúdo. Muitas
2a – Parênquima aqüífero: armazena água e está
delas acumulam cristais, que podem ser de carbonato
presente em vegetais de regiões secas;
de cálcio, formando os cistólitos, ou de oxalato de
2b- Parênquima aerífero ou aerênquima: acumula ar
cálcio, formando drusas e ráfides.
em grandes lacunas presentes entre suas células. Está
Os tubos laticeríferos são conjuntos de
presente em plantas aquáticas flutuantes como os
células alongadas formando verdadeiros tubos
aguapés. O acumulo de ar diminuindo a densidade
anastomosados, que conduzem uma secreção leitosa
relativa da planta permitindo sua flutuação;
denominada látex. Os vegetais que apresentam essas
2c–Parênquima amilífero:bastante freqüente em
estruturas, ao serem feridos, eliminam essa secreção
órgãos de reserva, tem como função armazenar amido
leitosa que, ao entrar em contato com o ar, coagula e
no interior de leucoplastos. Podendo assim, ser
fecha a ferida. O látex é aproveitado pela industria para
encontrados em tubérculos como a batata e em raízes
a produção de borracha. A seringueira é um exemplo
como a mandioca.
de planta que fornece látex.
Os Nectários são estruturas glandulares que
produzem uma secreção açucarada denominada de
Tecidos de Sustentação
Esses tecidos tem a função de promover a contínuos, que vão desde as raízes até as folhas da
manutenção da forma do organismo. Podemos planta. Cada traqueíde se comunica com as vizinhas
observar nos vegetais dois tipos básicos desses por meio de poros ou pontuações, através dos quais a
seiva bruta pode fluir livremente.
tecidos: colênquima e esclerênquima.
O xilema das plantas angiospermas apresenta,
além das traquéides, estruturas condutoras
1.Colênquima denominadas elementos de vasos xilemáticos (ou
É formado por células vivas, alongadas, cujas elementos de vasos lenhosos).
paredes são especialmente reforçadas por celulose. Cada elemento de vaso é uma célula morta,
As células do colênquima organizam-se em feixes oca, com paredes reforçadas por lignina. Como as
longitudinais no interior das partes jovens dos traqueídes, os elementos de vasos organizam-se em
caules. Por ser constituído por células vivas, feixes contínuos desde as raízes até as folhas. Além de
capazes de crescer por alongamento, o colênquima pontuações, os elementos de vasos apresentam grandes
fornece sustentação aos caules sem impedir seu perfurações em suas paredes transversais, por onde
crescimento. As folhas, por exemplo, quando são estabelecem livre comunicação entre si. Assim, em
dobradas ficam com a marca da dobra mas não se conjunto, traqueídes e elementos de vasos lenhosos
quebram. O colênquima se origina do meristema formam tubos contínuos – os vasos xilemáticos ou
apical. vasos lenhosos – que estabelecem uma via de
comunicação direta desde as raízes até as folhas,
2.Esclerênquima. conduzindo água e sais minerais retirados do solo.
O esclerênquima é formado por células
alongadas, que morrem devido ao acúmulo de uma 2.Floema ou Líber: No floema, as únicas células
substância impermeável em suas paredes, a condutoras são os vasos crivados (ou vasos liberianos).
lignina. As células do esclerênquima podem Eles se formam pela superposição de células vivas,
formar longas fibras que se organizam em feixes muito alongadas, de paredes finas, sem lignificação. Os
dispostos longitudinalmente no interior dos septos transversais entre essas células não são
caules,, contribuindo para sua sustentação e completamente dissolvidos, ficando com o aspecto
proteção. É possível que você já tenha visto fibras característico de crivos e formando as placas crivadas.
esclerenquimáticas; são certos “fiozinhos” que Uma placa crivada permite total continuidade
aparecem quando se quebra um talo de salsão ou da matéria viva entre duas células superpostas, uma vez
de outras plantas herbáceas. Uma planta muito que através de seus poros o protoplasma emite
utilizada na produção de fibras testeis, o linho filamentos de ligação entre elas.
(Linum usitatissimum), deve suas propriedades às Nos vasos já velhos ou temporariamente não
fibras esclerenquimáticas “linhificadas”. O funcionais (o que ocorre durante o inverno rigoroso), a
Esclerênquima é o tecido que confere proteção aos seiva elaborada não pode circular, já que os crivos
demais tecidos e órgãos que envolve, uma vez que ficam obturados pelo acúmulo de um carboidrato
a lignina além de resistente é indigerível, evitando especial, a calose.
predação e parasitismo. Cada vaso liberiano tem, em toda a sua
extensão, uma ou mais células companheiras, vivas,
Tecidos de Transporte ou Condução que de alguma forma estão relacionadas à função
As plantas vasculares (pteridófitas, condutora.
gimnospermas e angiospermas) possuem dois Tal como o xilema, o floema é um tecido
tecidos especializados na condução de substâncias: complexo, mas que formado apenas de células vivas.
o xilema e o floema. O xilema é constituído por Origina-se do meristema primário em partes com
tubos, ou vasos, que transportam seiva bruta (água crescimento primário, e do câmbio vascular em partes
e sais) das raízes até as folhas. O floema é com crescimento secundário. Ocorre em toda extensão
constituído por tubos, ou vasos, que transportam da planta: no caule e raiz como um tecido primário ou
seiva elaborada (composta de substâncias secundário, e nas nervuras das folhas como um tecido
orgânicas) das folhas para o caule e as raízes. primário apenas.
O floema é responsável pela condução de
1-Xilema ou lenho: O xilema (ou lenho) das plantas seiva orgânica ou elaborada, isto é, a seiva rica em
gimnospermas é constituído principalmente por células compostos orgânicos produzida na fotossíntese. Os
mortas, ocas, com paredes reforçadas por lignina: as
traqueídes. As traqueídes organizam-se em feixes
vasos liberianos e as células companheiras são os As raízes de plantas monocotiledôneas não
principais componentes desse tecido. crescem em espessura e apresentam estrutura primária
ao longo de todo seu comprimento. Já as raízes de
Raiz plantas dicotiledôneas apresentam crescimento
secundário a partir de uma certa distância da ponta.
Considerando a estrutura externa de uma raiz
Esse crescimento resulta da atividade de dois cilindros
típica, do ápice para a base temos: Zona de
de células meristemáticas, o câmbio vascular e o
Ramificação, Raízes Laterais, Zona Pilífera, Zona Lisa
felogênio, que permitem o surgimento de novos
e Coifa.
tecidos. A organização dos tecidos radiculares que
Coifa: é um envoltório que protege o ponto vegetativo
cresceram em espessura é chamada estrutura
radicular (Tecido meristemáticos ou embrionário)
secundária da raiz.
contra o atrito com as partículas do solo e ataque de
O câmbio vascular (do latim vasculum, vaso)
microorganismos.
dispõe-se entre o xilema e o floema. Ele recebe esse
Zona Lisa ou de crescimento: região que determina o
nome porque sua atividade produz células que se
crescimento da raiz pelo alongamento das células
diferenciam em novos elementos condutores: xilema
produzidas pelo meristema.
para a região interna e floema para a região externa.
Zona pilífera ou de absorção: local onde estão os
O felogênio (do grego phellos, cortiça, e
pêlos absorventes, que são projeções das células
genos, que gera) é uma camada cilíndrica de células
epidérmicas capazes de aumentar a superfície de
meristemáticas formada pela desdiferenciação de
contato da planta com o solo, tornando assim a
células do parênquima, na região cortical da raiz, sob a
absorção mais eficiente.
epiderme.
Zona de ramificação: região onde aparecem as raízes
laterais ou secundárias.
Se observarmos uma raiz cortada Caule
transversalmente logo acima da zona de distensão, Os caules são geralmente estruturas aéreas ,
notaremos que ela é formada por camadas concêntricas que crescem perpendicularmente ao solo. Certas
de células. A camada celular mais externa, que reveste plantas,como a grama e o morango,têm caules que
a superfície da raiz , é a epiderme. Internamente a ela crescem paralelos ao solo. Outras plantas tem caules
localiza-se o córtex, um cilindro cuja parede é subterrâneos; é o caso, por exemplo, da batata-inglesa,
constituída por várias camadas celulares de
cujo caule dilatado é comestível, apresentando
parênquima. Internamente ao córtex, preenchendo a
região central da raiz, encontras-se o cilindro central, parênquima de reserva rico em amido.
constituído por tecidos condutores (xilema e floema) e Na extremidade do caule localiza-se a gema
parênquima. O limite entre o córtex e o cilindro central apical, ou meristema caulinar apical, que permite o
é definido por das camadas de células: a endoderme, crescimento em extensão do caule. À medida que este
mais externa, e o periciclo, mais interno. cresce, formam-se folhas e gemas axilares, ou gemas
A endoderme é formada por células bem
laterais, localizadas na “axila” das folhas.
encaixadas entre si e com reforços especiais nas
paredes laterais (estrias de Caspary). Esses reforços Logo abaixo da zona meristemática apical de
formam cintas impermeáveis, que unem firmemente as um caule, as células vão se diferenciando nos diversos
células endodérmicas vizinhas, vedando tecidos caulinares. Células junto a cada ponto de
completamente os espaços entre elas. Assim, qualquer inserção de folha (axila da folha) permanecem no
substância , para passar do córtex para o cilindro entanto, meristemáticas,formando as gemas axilares,
central, tem obrigatoriamente que atravessar a ou gemas laterais. O meristema presente nessas gemas
membrana e o citoplasma das células endodérmicas,
é, portanto, primário pois descende do meristema
pois não há espaços entre elas, como ocorre na maioria
dos outros tecidos. apical, que por sua vez provém de tecidos
O periciclo é formado por células de paredes embrionários. Essas gemas permanecem inativas ou em
finas, que podem readquirir a capacidade de se dividir, estado de dormência, até originarem ramos laterais ou
transformando-se em células meristemáticas, que galhos. Nos caules, os elementos constituintes do
originam raízes secundárias. xilema e do floema ficam agrupados, construindo
O crescimento inicial de uma raiz resulta da feixes líbero-lenhosos. Nesses feixes, o xilema fica
atividade do meristema da ponta da raiz e do sempre voltado para o interior da planta, e o floema,
alongamento na zona de distensão. Esse é o chamado para seu exterior.
crescimento primário da raiz. A estrutura radicular Os caules das plantas monocotiledôneas e das
nesse estágio é denominada estrutura primária da raiz. plantas dicotiledôneas jovens caracterizam-se por
apresentarem feixes líbero-lenhosos isolados floema, para a epiderme inferior. Os feixes condutores
distribuídos no parênquima que preenche seu interior. mais grossos formam as nervuras foliares, visíveis a
Esse tipo de organização interna constitui a estrutura olho nu.
primaria do caule.
Os caules das monocotiledôneas apresentam
estrutura primaria ao longo de todo seu comprimento.
PARTE III : Morfologia Externa
Já os caules de plantas dicotiledôneas passam a ter
Tipos de Sistemas Radiculares: O conjunto das
crescimento secundário a partir de uma certa distancia
raízes de uma planta é denominado de sistema
da gema apical. Como nas raízes, esse crescimento se
radicular. Existem dois tipos principais de sistemas
deve à ação de dois cilindros de tecido meristemáticos:
radiculares: o pivotante ou axial e o fascicular ou em
o cambio vascular e o felogênio. A estrutura caulinar
cabeleira.
que cresceu em espessura é a estrutura secundária do
caule. No sistema radicular pivotante, há uma raiz
O Câmbio vascular do caule é uma camada principal, que é chamada de raiz pivotante que surge na
cilíndrica de células localizada entre o xilema e o germinação da semente. Das raiz pivotante partem
floema dos feixes líbero-lenhosos. Como nas raízes, as várias outras, laterais ou secundarias, que também
células do câmbio vascular produzem xilema para o podem apresentar ramificações. É o sistema radicular
interior, e floema para o exterior. Com a atividade do encontrado nas gimnospermas e nas dicotiledôneas.
câmbio vascular, a porção interna do caule vai sendo Cada uma das raízes que compõem esse sistema
totalmente ocupada por xilema. Externamente a este, e apresenta as mesmas regiões já descritas: a coifa, a
separado dele pela fina camada de câmbio vascular, vai zona meristemática, zona de alongamento e a zona
se formando um anel de floema que, junto com a pelífera. Além dessas, apresenta a região de
periderme envolvente, constitui a “casca” do caule. A ramificação ou seberosa; nesta ocorre, a formação das
periderme caulinar, como na raiz, forma-se por ação do raízes laterais, a partir do periciclo, e o crescimento da
felogênio, cuja atividade produz feloderma para o raiz secundário da raiz, com o surgimento do súber
interior e súber para o exterior. substituindo a epiderme.
O xilema de uma arvore geralmente apresenta
uma região central mais escura, o cerne, circundado No sistema radicular fasciculado, não existe
por uma região externa mais clara, o alburno. O cerne uma região principal, mas várias raízes finas e longas,
é formado por xilema inativo, cujos vasos lenhosos sem que nenhuma delas se destaque das demais. É o
estão fora de função e não transportam mais seiva sistema radicular encontrado nas monocotiledôneas.
bruta. As paredes celulares desses vasos são No desenvolvimento desse sistema, logo que a raiz
impregnadas de substâncias corantes e resinas, que germina nasce uma raiz principal. Esta no entanto vive
impedem a proliferação de microorganismos que por pouco tempo, sendo rapidamente substituída por
poderiam apodrecer a planta. O alburno é formado por várias outras, que se desenvolvem a partir dos nós
vasos lenhosos ativos, ainda envolvidos no transporte caulinares, onde estão as zonas germinativas. No
de seiva bruta das raízes para as folhas. exemplo do milho pode-se notar a formação desse
sistema de raízes a partir de nós caulinares, durante a
Folha germinação da semente, e também a parti de nós
Uma folha pode possuir quatro partes caulinares situados acima do solo, na planta adulta. AS
distintas: limbo, pecíolo, bainha e estipulas. O limbo é raízes que compõem o sistema fasciculado não
a parte laminar da folha; o pecíolo é o pendúnculo que possuem em geral crescimento secundário, sendo
liga o limbo ao caule; a bainha é uma expansão da denominadas de raízes adventícias (= raízes de
base da folha, que geralmente envolve o caule; as
substituição), pois nascem de outro órgão, no caso o
estípulas são apêndices, em geral em numero de dois,
presentes na base de certas folhas. caule, que não a raiz.
Uma folha é totalmente revestida por
epiderme. Seu interior, denominado de mesófilo (do No sistema pivotante penetra, em geral, mais
grego, mesos, que significa meio; e phylon, que profundamente no solo do que o fasciculado. Nas
representa folha), é constituído de parênquima monocotiledôneas como a grama, o sistema fasciculado
clorofiliano, por tecidos condutores e de sustentação. é pouco profundo e forma um emaranhado que adere as
Os tecidos condutores da folha encontram-se partículas de sedimentos. Graças a essa característica,
agrupados em feixes líbero-lenhosos, nos quais o
as raízes de monocotiledôneas, são usadas pelo homem
xilema está voltado para a epiderme superior, e o
para prevenir a erosão do solo. O sistema fasciculado
oferece grande superfície total, o que favorece a planta 4 – Raízes Sugadoras ou Haustórios: desenvolvem-se
maior fixação e absorção de água e sais minerais. As junto as plantas que servem de hospedeiros. Estas
monocotiledôneas por não formarem arvores frondosas raízes são parasitas, se apresentam muito finas e
e não desenvolvem ramificações em seus caules, elas penetram no caule da hospedeira atingindo os vasos
não necessitam de um sistema radicular mais eficiente liberianos dos quais retiram a seiva elaborada. O cipó-
para a fixação. Já as gimnospermas e as dicotiledôneas, chumbo, é a principal parasita fanerógoma da flora
que podem formar caules ramificados e arvores de brasileira.
grande porte, desenvolvem o sistema radicular
pivotante que, além de garantir absorção é eficiente na Outra fanerógama que retira material nutritivo da
fixação da planta no solo. hospedeira é a erva-de-passarinho. Essa planta, no
entanto, não é exemplo de parasito verdadeiro, pois é
Adaptações Especiais das Raízes dotada de folhas capazes de realizar fotossíntese,
fabricando, dessa forma, a matéria orgânica de que
Em certas condições ambientais, diferentes necessita. Sua nutrição não depende exclusivamente da
daquelas às quais os tipos normais estão adaptados, as hospedeira e, por isso, é considerada hemiparasita
raízes apresentam modificações mais ou menos (semi-parasita).
profundas, chegando a realizar funções distintas das
básicas: 5 – Raízes com Velame: As plantas que vivem sobre
as hospedeiras, mas não retiram seu alimento destas, e
1 – Raízes-Suporte ou Escoras: essas raízes partem portanto, não são parasita, têm o nome de epífitas. É o
do caule, ramificando-se e atingindo o solo, e caso de inúmeras orquídeas e filodrendos, tão comuns
melhoram as condições de fixação nesse tipo de solo nas matas brasileiras. As raízes aéreas das epífitas
lodoso e instável. É o caso da espécie Rhizophora freqüentemente são revestidas por uma estrutura
mangle, muito comum os nossos manguezais. Fato denominada de velame ou véu. O velame é constituído
semelhante ocorre nos lamaçais do extremo norte por varias camadas de células mortas da epiderme. Em
brasileiro, em que a consistência e textura do solo são tempo úmido, essas células absorvem água. O velame é
muito próximas dos manguezais. Conseqüentemente ali uma estrutura própria das raízes de epífitas, que são
desenvolvem-se plantas com adaptações semelhantes. adaptadas à absorção de água e ao controle da perda de
As raízes-escoras também são encontradas em outros água.
tipos de plantas como é o caso do milho. Como as
raízes escora, desenvolvem-se dos nós são 5 – Raízes Estrangulantes: Muitas raízes pendem em
denominadas de adventícias. direção ao solo, constituindo o que chamamos
popularmente de cipós. Os cipós são, portanto raízes
2 – Raízes Respiratórias ou pneumatóforos: Em aéreas de epífitas, que quando atingem o solo se
solos pobres em oxigênio como os dos manguezais. ramificam. Mas existem as raízes que se enrolam
Algumas plantas desenvolvem raízes adaptadas à entorno da planta hospedeira. Ao crescer a raiz se
respiração. É o caso da espécie Avicennia schaueriana, engrossa, devido ao seu aumento de espessura;
freqüente nos manguezais brasileiros. Os promovendo a interrupção da condução da seiva
pneumatóforos emergem do solo, em direção ao ar, elaborada na hospedeira; devido a forte compressão
ficando com as extremidades no nível da água, na maré sofrida pelos vasos de floema. Em função disso, a
alta. Na maré baixa podem ser vistos facilmente. Essas circulação da seiva elaborada é interrompida e a planta
raízes são dotadas de lenticelas denominadas de morre. Nestes casos os cipós são chamados de “mata-
peneumatódios, que são pequenos orifícios através dos paus”. São exemplos de plantas com raízes
quais se processa a aeração. estrangulantes as espécies de Ficus e Clusia.

3 – Raízes Tubulares: trata-se de raízes secundarias 6 – Raízes de Reserva: as raízes também podem ser
que crescem muito em espessura junto com a raiz armazenadoras de reservas . Nesses casos são
principal, atingindo a superfície e ficando exposta ao denominadas de raízes tuberosas. São exemplos desse
ar. Elas são encontradas principalmente em plantas de tipo de raiz a cenoura, a bata-doce, o macho, o nabo, a
grande porte, funcionando como importantes auxiliares beterraba, a mandioca, a dália etc.
na fixação ao solo atuando também como raízes
respiratórias. Morfologia do Caule:
O tipo morfológico do caule é uma estrutura como é o caso dos cactos,barrigudas, plantas do
adaptada à função de condução de seiva entre as folhas cerrado, etc.
e as raízes, e também à sustentação de ramos, folhas,
flores e frutos. Como as folhas são estruturas adaptadas Nos cactos, verificam-se outras adaptações
à fotossíntese, a necessidade de luz, levou-as, por relacionadas à economia de água. Nessas plantas, as
mecanismos de adaptação, a se situarem normalmente folhas que normalmente realizam fotossíntese e
no alto, em particular nas matas onde as plantas transpiração, são atrofiadas e transformadas em
disputam entre si o espaço disponível. Em espinhos. Com essa redução, há diminuição de perda
conseqüência o caule surge como uma estrutura aérea e de água por transpiração. O caule, por sua vez, torna-se
ereta, que emerge do solo e sustenta a copa na sua mais achatado e permanentemente verde, passando a
extremidade superior. ser responsável pela fotossíntese. A presença de
espinhos na planta nem sempre indica uma adaptação
Adaptações do Caule para evitar a perda de água, os espinhos podem
desenvolver a função de proteção contra o
1 – Tronco: nas dicotiledôneas e nas gimnospermas, é herbívorismo de certos animais, assim plantas com
o tipo padrão de caule, além de aéreo e ereto, é também espinhos podem ser encontradas tanto em regiões
ramificado. áridas-desérticas quanto em regiões temperadas e
tropicais.
2 – Colmo: é um caule cilíndrico em que se observa
nitidamente os nós e os entrenós formando gomos. É o 9 – Caule Aquático: o caule da Vitória-régia, que é
tipo de caule da cana-de-açucar (colmo cheio) e o uma planta aquática vive permanentemente
bambu (colmo vazio). mergulhado na água. Possui arênquima bem
desenvolvido, o que lhe facilita a flutuação e
3 – Estipes: são relativamente cilíndricos, porém sem
respiração.
nós e entrenós tão evidentes. São também mais
espessos que os colmos. Outra característica importante 10 – Rizoma: é um caule subterrâneo que se
dos estipes é a apresentação de folhas apenas na sua desenvolve paralelamente rente à superfície do solo.
ponta, como se observa nas palmeiras e na carnaúba. Dele podem emergir folhas aéreas, como acontece com
a samambaia e outras pteridófitas, e com a bananeira.
4 – Caule Volúvel: caule elevado em relação ao solo
As folhas da bananeira possuem bainhas desenvolvidas
enrolando-se em qualquer suporte ereto. Ex –
que juntas formam o pseudocaule.
Madressilva.
11 – Tubérculo: é um caule subterrâneo arredondado,
5 – Gavinhas: em outras plantas, onde os caules não
rico em material nutritivo. O exemplo típico é a
são volúveis, mas sobem agarrando-se a suportes por
batatinha comum. É possível observar na batatinha,
meio de estruturas denominadas de gavinhas. No
como em todo e qualquer caule, a presença de bpotoes
maracujá e na uva, as gavinhas são ramos caulinares
vegetativos ou gemas, popularmente conhecidas por
modificados, enquanto na ervilha, são folhas
“olhos”.
modificadas.
12 – Bulbo: é exemplo ao mesmo tempo de caule e
6 – Caules Rastejantes ou Prostados: esses caules
folhas subterrâneas. No caso da cebola, cujo o bulbo
desenvolvem-se rente ao chão e podem subir,
possui uma parte central, o prato, que corresponde ao
ocasionalmente, quando encontram algum suporte que
caule. Do prato partem folhas profundamente
possam se envolver. Ex: chuchu, aboboreira etc.
modificadas: os catafilos. O alho é um bulbo,
7 – Estolho: quando crescem rente ao chão, e denominado de Bulbo Composto, pois cada dente de
alho é um pequeno bulbo.
apresentam a capacidade de se enraizarem a partir de
seus nós e formar novas folhas. Ex: morangueiro.
Morfologia da Folha
8 – Xilopódio: são caules que apresentam adaptações
relacionadas com o ambiente onde vivem. É o caso de
caules de plantas que vivem em regiões áridas ou semi- Uma folha completa é constituída de limbo (ou
áridas, em que o fator falta de água pode ameaçar lâmina), pecíolo, bainha e estipulas.
seriamente a vida das plantas. É comum encontar
nessas regiões caules com funções de reservas de água,
Limbo: é a porção achatada e ampla, responsável pela D – Catáfilos: folhas reduzidas, que geralmente
fotossíntese. Ele pode ser simples ou dividido em protegem as gemas dormente. Em alguns casos
varias partes, todas com aspecto de pequenas folhas – especiais, atuam como órgãos de reservas, como na
os folíolos -, caso em que se fala em folha composta. cebola e no alho.

Bainha: o limbo se prende ao ramo caulinar por E – Folhas Coletoras: folhas modificadas e presentes
intermédio de um pecíolo, que pode apresentar em seu em algumas epífitas, com função de reservatório de
ponto de inserção uma expansão denominada de água e detritos. As bromeliáceas das florestas
bainha. Esta é pouco desenvolvida ou ausente nas sulamericanas formam esses reservatórios na base de
dicotiledôneas, enquanto que nas monocotiledôneas é cada folha.
amplamente distribuída. A roseira é um raro exemplo
de dicotiledônea em que a folha apresenta uma bainha, F – Folhas de plantas carnívoras: certas plantas
porém pouco desenvolvida. apresentam folhas modificadas para a captura e
digestão de insetos e de outros pequenos animais.
Pecíolo: na maioria das dicotiledôneas as folhas são
denominadas de pecioladas, pois prendem-se ao caule PARTE IV – FISIOLOGIA DOS VEGETAIS
diretamente pelo pecíolo. Nas monocotiledôneas, as
folhas são geralmente apecioladas e denominadas de Relação entre os mecanismos de absorção,
invaginante, pois prendem-se ao caule pela bainha condução e transpiração
bem desenvolvida. Existem algumas exceções, de
Em plantas avasculares aquáticas, como é o
folhas que não apresentam nem pecíolo e nem limbo,
caso de numerosas algas, as células periféricas
são as chamadas folhas sésseis. É o caso da folha do
absorvem água por meio da osmose. As células não
Fumo. As folhas de dicotiledôneas diferem por
periféricas recebem, também por osmose, água das
apresentar o pecíolo e também as nervuras: nas
células adjacentes, estabelecendo-se uma corrente
dicotiledôneas as nervuras são ramificadas e as folhas
osmótica entre elas. Esse sistema de condução
chamadas de peninérvias, já nas monocotiledôneas as
osmótica célula a célula pode ser bem entendido em
folhas apresentam nervuras paralelas o que define
algas filamentosas, em que algumas células que estão
como folhas paralelinérvias. Também existem
expostas ao ar de fora da água, perder água por
exceções a essa regra, a quaresmeira é uma
transpiração o que ocasiona uma força que puxa a água
dicotiledôneas de nervuras paralelas e o copo-de-leite é
da célula abaixo que esta em contato com o meio
uma monocotiledônea com nervuras curvinérveas.
aquoso.
Estipulas: são formações geralmente duplas e As briófitas, são na maioria plantas de
pontiagudas localizadas junto a base das folhas. Podem ambientes úmidos e sombreados. São sempre de
desempenhar função fotossintetizantes como no caso pequeno porte e extremamente sensíveis a dessecação.
da ervilha, onde alguns folíolos transformam-se em Ocorrendo nelas transpiração intensa, não conseguem
gavinhas e as estipulas em verdadeiras superfícies repor água em tempo hábil, em virtude de lentidão do
fotossintetizantes. processo osmótico célula a célula, próprio das plantas
avasculares. A menor disponibilidade de água e a sua
Adaptações Especiais das Folhas grande perda por transpiração foram dois fatores que as
plantas enfrentaram na passagem para o ambiente
A – Gavinhas: folhas modificadas com a função de terrestre.
prender a planta a um suporte. EX: ervilha. As plantas terrestres desenvolveram folhas de
superfície ampla, adaptada à melhor absorção de luz e
B – Espinhos: folhas atrofiadas como adaptação a
eficiência na obtenção de gás carbônico do ar
climas secos, evitando a perda de água por
atmosférico, importantes para a fotossíntese. Essa
transpiração. EX: cactos.
grande superfície foliar trouxe como conseqüência a
C – Brácteas: folhas sempre presentes na base das perda excessiva de água pela transpiração. A água
flores. Elas são geralmente pouco vistosas, mas podem assim perdida, precisa ser reposta o mais rápido
ser coloridas, atuando como estruturas de atração aos possível e de forma eficiente, para isso as plantas
insetos e pássaros. EX: flor-de-papagaio e primavera. desenvolveram um sistema de absorção da água do
solo e a sua condução ate as folhas. O surgimento dos
tecidos condutores de seiva propiciaram a realização
dessas funções e a conquista definitiva das plantas no  Transpiração das Folhas: aceita para explicar a
ambiente terrestre. Estima-se que 90% da água condução da seiva bruta até as folhas é a teoria da
absorvida pelas raízes é perdida pela transpiração coesão-tensão-adesão, que esta associada a teoria do
enquanto que a porcentagem que fica retida no potencial hídrico. De acordo com esta teoria, as
metabolismo da planta é muito pouco. Caso a moléculas de água dentro dos finíssimos vasos
transpiração seja maior que a absorção, a planta xilemáticos mantêm-se unidas por forças de coesão,
murcha e a planta pode chegar a morte. As funções de formando uma coluna liquida continua das raízes até as
absorção, condução e transpiração estão estritamente folhas. À medida que as folhas perdem água por
ligadas uma nas outras. transpiração, suas células absorvem água dos vasos
xilemáticos, gerando uma força de sucção (tensão) que
ABSORÇÃO puxa a coluna liquida dentro dos vasos do xilema.
Calcula-se que a tensão criada pela transpiração é
Nas plantas terrestres, a água e os sais suficiente para elevar uma coluna de água a cerca de
minerais (solução do solo) são normalmente absorvidos 160 m de altura dentro de uma vaso xilemático.
do solo. O órgão sede da absorção é a raiz que também Já a seiva elaborada é uma solução rica em
promove a fixação da planta no solo. compostos orgânicos formados em sua maioria pela
Dois são os mecanismo pelo qual a água e os fotossíntese. O tecido que distribui esse alimento para
nutrientes podem entrar pela epiderme da raiz e atingir as diversas partes da planta é o floema.
os vasos de xilema: um processo é denominado de O floema consiste de vários tipos de células:
apoplasto, e consiste na entrada da solução do solo na células tubulares perfuradas (elementos crivados),
raiz pelos espaços intercelulares sem gasto de energia e células companheiras e o parênquima vascular. A
do carreamento desse material até os elementos seiva elaborada pode se movimentar para cima ou para
traqueais (vasos xilemáticos ) por onde entra por baixo dentro do floema, se encaminhando das fontes
difusão ativa . Já no outro processo,denominado que são locais de produção pra os drenos que são
simplasto, a solução do solo entra dentro dos pêlos locais de onde os açúcares são consumidos ou
absorventes por difusão ativa ou passiva através dos armazenados.
canais específicos da membrana celular e se encaminha Determinada região de um vegetal pode ser
para os elementos traqueais via plasmodesmos e sem fonte ou dreno dependendo de seu estagio de
gasto de energia. desenvolvimento. Por exemplo, uma folha jovem é um
As células das raízes apresentando boa dreno até que sua taxa fotossintética supere suas
concentração nos seus vacúolos (solução hipertônica) necessidades para manutenção de suas funções. Neste
irão absorver osmoticamente a água do solo úmido momento se tornará uma fonte, contribuindo com o
(solução hipotônica). suprimento energético para o restante da planta.
A seiva elaborada se move dentro do floema
TRANSPORTE DA SEIVA BRUTA E por um fluxo de massa. O açúcar se move da fonte
ELABORADA NOS VEGETAIS (geralmente as folhas) para um dreno (outros órgãos e
tecidos) por pressão hidrostática, ou seja a seiva
A solução de água e sais minerais que a planta elaborada circula de órgãos com grandes concentrações
absorve do solo é chamada de seiva bruta, que é em açúcares solúveis para órgãos com baixas
transportada desde a raiz até as folhas por elementos concentrações desses açúcares, esse transporte requer
condutores do lenho ou xilema. Subir na direção das gasto de energia. O transporte ocorre da seguinte
folhas implica em vencer a força da gravidade. Um forma, quando o açúcar é transmitido das folhas para
conjunto de componentes contribui para isso: os vasos liberianos, o potencial hídrico desses vaso
diminui e conseqüentemente a água é arrastada dos
 Pressão Positiva da Raiz: que absorvendo tecidos das folhas para esses vasos através de um
osmoticamente ba água do solo, empurra a seiva bruta processo por osmose. A pressão hidrostática faz com
xilema acima. que a seiva flua para a áreas de menor pressão que é a
área de dreno. Nesta área o açúcar é removido do
 Capilaridade: dos vasos lenhosos que permite a floema por outro passo que requer também gasto de
adesão da água com suas paredes internas, somada à energia. E neste local a seiva elaborada é, geralmente
coesão das moléculas de água que são polarizadas, convertida em amido ou metabolizada. Existe dessa
também colaborarão para a ascensão da seiva bruta. forma um gradiente de pressão das fontes para os
drenos (mais uma vez a água flui da região de maior
potencial hídrico para a região de menor potencial que o código genético determina nas células que vão se
hídrico). especializando e formando diferentes tecidos que
estarão nos órgãos e sistemas do organismo animal e
SUDAÇÃO E GUTAÇÃO vegetal.
Esse complexo de processos biológicos
Certas plantas podem absorver mais água do precisa ser regulado dinamicamente para que ocorram
que elas eliminam, isto ocorre em dias úmidos quando ou sejam inibidos em tempo e velocidade adequados.
a transpiração é baixa, e a absorção de água é eficiente. Nos vegetais, o controle é exercido por fatores externos
Assim, o excesso de água e sais absorvidos é eliminado ou intrínsecos (luz, calor, temperatura, umidade,
nas folhas através de poros especiais denominados de concentração de oxigênio) e internos como o código
hidatóides ou estômatos aqüíferos. Este fenômeno de genético, enzimas e hormônios.
eliminação de água liquida e de sais minerais através
dos poros especiais recebe o nome de gutação ou PARTE V – FITORMÔNIOS
sudação.
Hoje sabemos que o desenvolvimento das
ELEMENTOS ESSENCIAIS AO CRESCIMENTO plantas esta condicionado pela presença de substancias
DAS PLANTAS denominadas de hormônios vegetais, que não deixam
de ser substancias produzidas em determinado local do
Certos elementos são requeridos ao organismo, atuando em outros locais e exercendo
desenvolvimento normal das plantas. Os que são efeitos mesmo em pequenas quantidades. Os
requeridos em grandes necessidades são denominados fitormônios desempenham papel importante na vida do
de macronutrientes e os que são necessários em vegetal, podendo ora estimular ora inibir órgãos
pequenas doses são chamados de micronutrientes. As específicos como os açules, gemas e raízes, além da
plantas absorvem esses nutrientes na forma de sais floração e da frutificação.
minerais. Os sintomas causados pela falta de um dos
elementos químicos dependem da função que ele 1 – Auxinas: as auxinas controlam diversas atividades
desempenha na planta. A deficiência de magnésio, por das plantas, como desenvolvimento das gemas laterais,
exemplo, torna as folhas amareladas, em virtude da tropismos, desenvolvimento de frutos etc. A principal
queda na produção de clorofila, molécula que contém auxina é o ácido indolacético ou AIA. Essa substancia
magnésio em sua constituição. As deficiências é produzida principalmente no meristema do caule e
nutricionais mais comuns nas plantas são dos transportada pelas células do parênquima até as raízes.
elementos nitrogênio, fósforo e potássio. O nitrogênio e O transporte de AIA ocorre somente nesse sentido e
o fósforo são constituintes importantes de proteínas e consome a energia das células. Se um pedaço de caule
ácidos nucléicos, ao passo que o potássio está for colocado de “cabeça para baixo”, o AIA continua a
relacionado ao equilíbrio osmótico da permeabilidade se deslocar em direção a extremidade das raízes contra
celular. Por isso, os fertilizantes de solo, conhecidos a força gravitacional.
como adubos, contêm quantidades expressivas desses O principal efeito das auxinas é causar o
elementos. alongamento das células recém-formadas nos
Macronutrientes  carbono, hidrogênio, oxigênio, meristemas, promovendo assim o crescimento de raízes
nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio, magnésio. e caules. O efeito desse hormônio depende de sua
concentração na planta; em concentrações adequadas,
Micronutrientes  ferro, boro, manganês, cobre, ele promove o crescimento Maximo das células;
molibidênio, cloro e zinco. entretanto, em concentrações muito altas, a auxina
inibe o alongamento.
DESENVOLVIMENTO E MOVIMENTO A sensibilidade das células a essa substancia
VEGETAL varia nas diferentes partes da planta. O caule, por
exemplo, é menos sensível à auxina do que a raiz.
Os seres vivos em condições de Assim uma concentração de AIA suficiente para
desenvolvimento executam princípios biológicos. induzir um crescimento “ótimo” do caule tem forte
Através das mitoses ocorre a multiplicação celular e o efeito inibidor sobre o crescimento da raiz podem ser
crescimento acontece pelo aumento do numero das insuficientes para produzir efeitos no caule.
células, assim como pelo alongamento. Já a As auxinas produzidas pelo meristema apical
diferenciação, representa o conjunto de modificações do caule exercem forte inibição sobre as gemas laterais,
impedindo que elas saiam do estado de dormência e À medida que a planta vai envelhecendo as gemas
produzam ramos. Essa inibição é conhecida como apicais produzem menos auxinas. Essa queda do teor
dominância apical,e determina que os caules só se de auxinas circulante é sinal para a construção de
ramifiquem a partir de certa distancia do ápice, em que camadas de células transversais ao pecíolo das folhas.
a quantidade de auxina da gema apical é insuficiente O processo é freqüente, para determinadas espécies de
para inibir gemas laterais. plantas no outono, causando ruptura nesse ponto, com
Pode-se demonstrar a dominância apical queda da folha.
eliminando o ápice do caule. Em poucos dias, diversas Os grãos de pólen sobre o estima do giniceu,
gemas laterais começam a se desenvolver, produzindo são estimulados por auxinas produzidas nos ovários e
ramos. É exatamente esse principio da técnica de desenvolveram em tubo polínico (quimiotropismo
jardinagem chamada de poda. Com a remoção da gema positivo). No interior desse tubo estarão dois estigmas
apical, cessa a produção de auxinas, e as gemas laterais masculinos que realizarão dupla fecundação no interior
podem se desenvolver. do saco embrionário contido no óvulo. Do óvulo será
As auxinas sintéticas ou naturais, determinam desenvolvida a semente, a qual produz auxinas que
crescimento das extremidades do caule (geotropismo estimulam a transformação do ovário no fruto. Há
negativo) e da raiz (geotropismo positivo). O flores q]em que não ocorre fecundação dos seus
crescimento pode ser diferenciado au até inibido, óvulos, mas mesmo assim o avario de desenvolve a
dependendo da concentração de auxinas e do órgão partir da presença das auxinas, formando assim os
vegetal (raiz ou caule). Veja a analise gráfica desse frutos partenocárpicos. Em condições naturais isso
efeito: ocorre em bananeiras, e artificialmente em limão-taiti e
laranjeira-da-baía. No morango a partenocarpia é
provocada pela aplicação de auxinas que faz
desenvolver inclusive o receptáculo floral,
respectivamente com os pequeninos frutinhos secos,
GARFICO formando o pseudofruto.

2 – Giberelinas: as giberelinas são produzidas


principalmente nas raízes e nos brotos foliares,
O fototropismo mostra a aplicação imediata: estimulam o crescimento de caules e folhas, mas tem
o lado iluminado tem pequena parcela de auxinas que é pouco efeito sobre o crescimento das raízes. Esses
destruída pela luz (fotolábil) e grande parte do hormônios atuam juntamente com as auxinas no
hormônio migrando para o lado oposto que é menos desenvolvimento dos frutos e também são usados na
iluminado. Assim, na extremidade do coleóptilo produção de frutos sem sementes.
(primeiras folhas da germinação das gramíneas), do As giberelinas desempenham, junto com as
lado mais iluminado, onde a concentração de auxinas citocininas, importante papel no processo de
esta menor e o crescimento é mais lento. Do lado germinação das sementes. A absorção de água pelas
menos iluminado, a concentração é maior e o sementes (embebição) faz com que o embrião nelas
crescimento é mais rápido. Como resultado desse contido libere giberelina. Com isso, elas saem do
crescimento desigual ocorre a curvatura do coleóptilo estado de dormência e germinem.
na direção da luz (fototropismo positivo).
Processos semelhantes de curvatura ocorrem 3 – Citocininas: estimulam a divisão celular
com o pecíolo da folha e o pedúnculo da flor. Uma (citocinese), são produzidas nas raízes e transportadas
planta colocada na posição horizontal terá, por ação da através do xilema para toda a parte da planta. Elas
gravidade, grande disposição de auxinas na parte atuam em associação com as auxinas no controle da
inferior. A raiz terá crescimento mais rápido do lado dominância apical. Nesse caso, os dois hormônios tem
superior, onde a concentração de auxinas é menor, efeitos antagônicos: as auxinas que descem pelo caule
curvando e aprofundando-se no solo (geotropismo inibem o desenvolvimento das gemas laterais, enquanto
positivo). O caule terá crescimento mais rápido do lado que as citocininas provenientes das raízes induzem o
inferior, onde a concentração de auxinas é maior, desenvolvimento das gemas laterais.
curvando para cima e crescendo verticalmente Outro efeito das citocininas é retardar o
(geotropismo negativo). envelhecimento da planta. É uma pratica muito comum
das floriculturas pulverizar a citocininas sobre as flores
recém coletadas, para retardar seu envelhecimento.
4 – Ácido abscísico: o ácido abscísico, ao contrario De acordo com a maneira como o fotoperíodo
dos hormônios mencionados anteriormente, é um afeta a floração, as plantas podem ser classificadas em
inibidor do crescimento das plantas. A produção de três tipos principais:
acido abscísico ocorre nas gemas apicais. A própria A – Plantas de Dia Longo: são as que florescem
gema que o produz, inibe seu crescimento. Assim a quando o período de escuridão é inferior ao
planta pára de crescer e entra em dormência, que ocorre fotoperíodo critico. Plantas desse tipo florescem no fim
geralmente em invernos muito rigorosos ou em da primavera ou verão.
situações de seca extrema, mas para que a planta entre
em dormência e necessário haver um balanço de B – Plantas de Dia Curto: são as que florescem quando
hormônios reguladores e inibidores. O ácido abscísico, a duração da noite (o período escuro) é igual ou maior
cumárico ou cinâmino, é inibidores dos outros que determinado valor, típico de cada espécie o
fitormônios, por isso causam inibição da germinação chamado fotoperíodo critico. Plantas de dias curtos
das sementes, do brotamento de gemas, do florescem no fim do verão, no outono ou no inverno.
alongamento de raízes e estimulam a queda de folhas e
frutos (formação da camada de abscisão). C – Plantas Indiferentes: em muitas plantas a floração
não tem nenhuma relação com o fotoperíodo.
5 – Etileno: é produzido por todos os órgãos vegetais
em condições naturais (endógenas). Artificialmente A sensibilidade ao fotoperíodo é realizado por
(exógeno) pode ser produzido pela queima do fitocromos que se encontram nas folhas. Esses
querosene, da palha e da serragem. Nas folhas pigmentos são proteínas de cor azul-esverdeada. Os
envelhecidas, com queda do teor auxínico circulante, o fitocromos se apresentam em duas formas
gás etileno é produzido e estimula a formação das interconversíveis: fitocromo R ou FV (forma inativa) e
camadas de abscisão, com a conseqüente queda das o fitocromo F ou FV (forma ativa). O fitocromo R (do
folhas. Fisiologicamente, o etileno auxilia na produção inglês red, vermelho) transforma-se em fitocromo F
da celulase que digere as paredes celulares. Pelo (do inglês, far red, vermelho longo) ao absorver luz
mesmo processo as flores e os frutos também caíram. vermelha com comprimento de 660 nm. O fitocromo F
A floração e a formação dos frutos pode ser se converterá em fitocromo R ao absorver luz vermelha
estimuladas pela aplicação do etileno. Isso ocorre por na faixa dos 730 nm (vermelho de onda mais longo).
exemplo em manga, abacaxi, maçã, oferecendo Ambos os comprimento de onda vermelha estão
alternativas importantes aos cultivadores e a presentes na luz solar.
comercialização de vegetais. Durante o dia as plantas apresentam as duas
Quando inicia o amadurecimento de uma formas de fttocromos. À noite, por ser mais instável o
banana em um cacho ou de uma maçã em grupo delas, fitocromo F (ativo) se converte em fitocromo R
a primeira fruta é responsável pela liberação de gás (inativo), total ou parcial, dependendo do período de
etileno que irá estimular o amadurecimento dos outros escuridão.
frutos ao seu redor. No transporte à distancia ou no
armazenamento por um certo tempo dos frutos,
cuidados devem ser tomados como o armazenamento
em baixas temperaturas e em atmosferas controláveis,
onde há forte presença de gás carbônico e baixa
concentração de oxigênio.
IAMAGEMMMMMM
CONTROLE DA FLORAÇÃO

Há algum tempo sabe-se que o florescimento


de certas plantas esta relacionado com a duração do
período iluminado do dia, o fotoperíodo. A resposta Nas plantas de dia curto o fitocromo F é
fisiológica das plantas ao fotoperíodo é chamada de inibidor da floração. Nessas plantas as noites longas
fotoperiodismo. Como se sabe o período iluminado do acumulam muito fitocromo R, deixando o fitocromo F
dia é maior no verão do que no inverno. Essa variação (forma ativa) em baixa concentração, o que provoca
é mais marcante em regiões de clima temperado do que como resposta fisiológica a floração. Nas plantas de dia
em regiões de clima tropical. longo, por ter noites curtas, os fitocromos F (forma
ativa) serão mantidas em maior concentração, células-guarda de um estômato localiza-se um orifício
funcionando como indutores da floração. regulável que permite as trocas gasosas: o ostíolo.
Nas folhas, a absorção da energia luminosa A abertura e fechamento dos estômatos
através dos fitocromos estimula a formação de dependem do grau de turgidez das células-guarda. Se
florígenos que são hormônios específicos da floração. elas absorvem água e tornam-se túrgidas, o ostíolo
Os florígenos migram através do floema e vão induzir a abre-se. Se as células-guarda perdem água, tornam-se
formação dos botões florais a partir das gemas flácidas o ostíolo fecha-se. Nas dicotiledôneas as
vegetativas. células-guarda apresentam a morfologia semelhante a
Os fitocromos estão presentes também nas de um rim e possuem microfibrilas de celulose que se
sementes. Há sementes fotoblásticas positivas que só estruturam de forma que quando a célula ganha água
germinam, induzidas pelo fitocromo F (forma ativa), se elas se destendem e o ostíolo abre e quando as células-
receberem luz é o caso da alface. As fotoblásticas guarda perdem água as fibras se aproximam e o ostíolo
negativas são sementes que só germinam se estiverem fecha-se. Já nas monocotiledôneas, o estômato é
ao abrigo da luz é caso da melancia. semelhante a um haltere que apresenta o corpo
alongado e na sua extremidade um pouco dilatada,
LUZ E GERMINAÇÃO quando a célula ganha água as extremidades se dilatam
afastando-se uma da outro e promovendo a abertura do
As sementes da maioria das plantas são ostíolo, porém quando a células-guarda perdem água as
fotoblásticas negativas, germinando mesmo quando extremidades se aproximam e garantem o fechamento
enterradas muito profundamente no solo. Nesses casos, do ostíolo.
o caulóide alonga-se rapidamente e forma-se um Quando a planta abre seu estômato pra
gancho de germinação que só se desfaz na superfície permitir o ingresso de gás carbônico acaba por perder
do solo, após a planta entrar em contato com a luz. O certa quantidade de água também na forma de vapor é a
crescimento que ocorre na ausência de luz, enquanto a sua transpiração. Transpiração: é a perda de água na
jovem planta esta sob o solo, é chamado de forma de vapor que ocorre pela superfície corporal de
estiolamento. Trata-se de um processo adaptativo, pois plantas e animais. Nas plantas, mesmo com estômatos
o crescimento rápido faz a planta atingir rápido a totalmente fechados, ocorre certa taxa de transpiração é
superfície; por outro lado a manutenção do gancho a transpiração cuticular, que ocorre através da cutícula
caulinar na ausência de luz evita o contato direto da das folhas. Quando a planta abre os estômatos para
gema apical e das primeiras folhas as partículas do captar gás carbônico acaba por perder água também, e
solo, o que poderia acarretar sérios danos a jovem tal transpiração é denominada de estomática.
planta.
As plantas que se desenvolvem no escuro FATORES AMBIENTAIS QUE AFETAM A
apresentam: caule muito alongado devido ao rápido ABERTURA E FECHAMENTO DOS ESTÔMATOS:
crescimento dos entrenós; folhas pequenas; persistência
do gancho de germinação; cor amarelada, uma vez que 1 – Luminosidade: a maioria das plantas abrem-se os
os plastos não produzem clorofila na ausência de luz. estômato ao amanhecer e fecham-se ao anoitecer. Esse
Essas características se devem a ausência do fitocromo comportamento permite à folha receber gás carbônico
F na planta. para a fotossíntese enquanto há luz disponível. O
suprimento de gás oxigênio para a respiração fica
PARTE VI – RELAÇÃO ENTRE A armazenado no mesofilo foliar e é suficiente para a
TRANSPIRAÇÃO, FOTOSSINTESE E noite inteira. O fechamento noturno dos estômatos
RESPIRAÇAO permite uma diminuição sensível na perda de água pela
transpiração.
O CO2 necessário à fotossíntese entra nas
folhas através de estruturas epidérmicas denominadas 2 – Concentração de gás carbônico: os estômatos
de estômatos. Cada estômato compõem-se de duas abrem-se quando a planta é submetida a baixas
células semelhantes a grãos de feijão ou de haltere, concentrações de gás, e fecham-se quando a
ricas em cloroplastos denominadas de células-guarda, concentração do mesmo aumenta. Esse comportamento
as quais são circundadas por um numero variável de pode ser explicado pelo fenômeno da fotossíntese: se o
células vizinhas, chamadas de células acessórias ou CO2 é armazenado no mesofilo foliar durante o dia
subsidiarias. Essas células como as demais células significa que esse gás não está sendo usado para a
epidérmicas não apresentam cloroplastos. Entre as
fotossíntese devido a falta de luz, sinalizando que os concentração atmosférica; a partir desse valor a taxa de
estômatos podem ser fechados. fotossíntese não se altera. Isso representa que a medida
que a concentração de CO2 aumenta até 0,3% a taxa
3 – Suprimento hídrico: a disponibilidade de água no fotossintética também aumenta e depois permanece
solo, o suprimento hídrico de que a planta dispõe, constante.
exerce grande influencia nos movimentos dos
estômatos. Se falta água para a planta os estômatos se 2 – Temperatura: plantas mantida em condições ideais
fecham, mesmo em presença de luz e baixas de luminosidade e concentração de gás carbônico,
concentrações de gás carbônico no mesofilo. apresentam um aumento na taxa de fotossíntese à
O movimento estomático quando há medida que aumenta a temperatura ambiental, até cerca
suprimento hídrico se deve a entrada e saída de íons de de 45ºC. A partir desse limite, a taxa de fotossíntese e
potássio (K+) nas células-guarda. Em presença de luz de maneira geral todo o metabolismo da planta sofrem
ou em baixas concentrações de gás carbônico, os íons drástica redução, isso porque a maioria dos complexos
de potássio são bombeados das células acessórias para enzimáticos das plantas são desnaturados acima dessa
o interior das células-guarda. O aumento da temperatura.
concentração desse íons faz com que as células-guarda
absorvam água das células acessórias por osmose, 3 – Luminosidade: em condições ideais de temperatura
tornando-se túrgidas e abrindo-se o ostíolo. Na e concentração de gás carbônico, a taxa fotossintética
ausência de luz ou em altas concentrações de gás aumenta com o aumento da luminosidade até certo
carbônico as células estomáticas perdem íons de valor-limite. Este corresponde a um ponto ao qual a
potássio para as células acessórias; com isso, diminui intensidade luminosa deixa de alterar a taxa de
sua pressão osmótica e elas cedem água para as células fotossíntese, sendo chamado de ponto de saturação
acessórias, tornando-se mais flácidas e fechando-se o luminosa. A clorofila absorve com mais eficiência
ostíolo. comprimentos de luz azul, violeta e vermelho e não a
luz verde.
4 – Explicação bioquímica: durante a abertura dos
estômatos sob influencia da luz, também ocorre RELAÇÃO ENTRE FOTOSSÍNTESE E
diminuição da quantidade de amido presente no RESPIRAÇÃO
citoplasma das células-guarda. Isso porque a luz, em
particular o comprimento de onda relativo ao azul, Fotossíntese: CO2 + 2 H2O  C(H2O) + O2 + H2O
ativa a quebra do amido com a produção de ácidos Respiração: C(H2O) + O2  CO2 + 2 H2O
orgânicos. O aumento desses ácidos no citoplasma
celular propicia a entrada de íons de potássio nas Durante o dia, a planta faz fotossíntese,
células-guarda, o que aumenta a pressão osmótica e consumindo o gás carbônico e produzindo gás
promove a turgidez das células e em conseqüência a oxigênio; a maior parte desse gás é eliminada para a
abertura do ostíolo. atmosfera através dos estômatos. Ao mesmo tempo que
se faz a fotossíntese, a planta também respira; nesse
5 – Ácido abscísico: quando começa a faltar água na processo , ela utiliza parte do oxigênio que está sendo
folha, entra em ação o acido abscísico, que penetra nas produzido na fotossíntese. Durante a noite, ela deixa de
células-guarda e estimula a saída de íons de potássio. fazer fotossíntese, mas não de respirar, absorvendo gás
Isso faz com que as células se tornem flácidas e os oxigênio acumulado no mesofilo foliar e acumulando o
estômatos se fechem. gás carbônico produzido na respiração. Esse gás
carbônico é rapidamente consumido na fotossíntese
FATORS QUE AFETAM A FOTOSSÍNTESE assim que amanhece.

1 – Concentração de CO2 : a atmosfera é constituída de Ponto de Compensação Luminosa – PCF ou PC ou


0,03% a 0,04% de gás carbônico quantidade bem PCL : sob determinada intensidade luminosa, as taxas
inferior a que a planta utilizaria na fotossíntese. Em de fotossíntese e de respiração se equivalem, e a planta
estudos aumentando constantemente as concentrações não realiza trocas gasosas com o ambiente. Isso porque
de gás carbônico à planta, em condições ideais de todo o gás oxigênio liberado na fotossíntese é utilizado
temperatura e luminosidade; notou-se que a taxa na respiração e todo gás carbônico produzido na
fotossintética aumenta até a concentração de 0,3% de respiração é utilizado na fotossíntese. A intensidade
gás carbônico, ou seja, dez vezes mais que a luminosa que isso ocorre é chamado de ponto de
compensação fótico ou luminoso. Para poder crescer
as plantas precisam pelo menos algumas horas do dia,
intensidade luminosa superior ao seu ponto de
compensação luminoso, caso ao contrario não haverá
matéria orgânica disponível para o crescimento.
A – Plantas do Sol ou heliófitas: espécies com pontos
de compensação elevados só conseguem viver em
locais de alta luminosidade.

B – plantas da sombra ou umbrófilas: espécies com


pontos de compensação mais baixos necessitam de
intensidades menores de luz e podem viver em
ambientes sombreados.

 Plantas com Metabolismo CAM


 Reprodução Assexuada das Plantas
 Classificação dos Frutos
 Movimentos Vegetais (serão abordados
em aulas extras)

You might also like