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Entulho da Indústria da Construção Civil

Sérgio Eduardo Zordan


Eng. Civil, M. Eng. (FEC – Unicamp), Doutorando Eng. (PCC/ USP).
Membro do Projeto Reciclagem
Depto de Engria de Construção Civil - Escola Politécnica da USP.
sergio.zordan@poli.usp.br 

1 Caracterização do material

O resíduo de construção e demolição (resíduo de C&D) ou simplesmente entulho, possui


características bastante peculiares. Por ser produzido num setor onde há uma gama muito
grande de diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do
processo produtivo é recente, características como composição e quantidade produzida
dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da indústria de construção local
(qualidade da mão de obra, técnicas construtivas empregadas, adoção de programas de
qualidade, etc.).

Dessa forma, a caracterização média deste resíduo está condicionada a parâmetros


específicos da região geradora do resíduo analisado.

1.1 Composição química

O entulho é, talvez, o mais heterogêneo dentre os resíduos industriais. Ele é constituído de


restos de praticamente todos os materiais de construção (argamassa, areia, cerâmicas,
concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc.) e sua composição
química está vinculada à composição de cada um de seus constituintes.

No entanto, a maior fração de sua massa é formada por material não mineral (madeira, papel,
plásticos, metais e matéria orgânica). Dois exemplos da análise qualitativa da sua fração
mineral, para locais distintos, são apresentados a seguir:

Composição média da fração mineral do entulho (%)


 
MATERIAL PINTO (1987) 1 ZORDAN e PAULON (1997) 2

Argamassa 64,4 37,6

Concreto 4,8 21,2

Material Cerâmico 29,4 23,4

Pedras 1,4 17,8


1
Local: cidade de São Carlos, SP, Brasil.

2
Local: cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil.

1.2 Classificação ambiental

Embora o entulho apresente em sua composição vários materiais que, isoladamente, são
reconhecidos pela NBR 10.004/ set. 87: Resíduos Sólidos – Classificação, como resíduos
inertes (rochas, tijolos, vidros, alguns plásticos, etc.), não está disponível até o momento,
análises sobre a solubilidade do resíduo como um todo, de forma a garantir que não haja
concentrações superiores às especificadas na norma referida acima, o que o enquadraria
como "resíduo classe II – não inerte". Vale ainda lembrar, que a heterogeneidade do entulho e
a dependência direta de suas características com a obra que lhe deu origem pode mudá-lo de
faixa de classificação, ou seja, uma obra pode fornecer um entulho inerte e outra pode
apresentar elementos que o tornem não-inerte ou até mesmo perigoso - como por exemplo, a
presença de amianto que, no ar é altamente cancerígeno.

1.3 Apresentação do material

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variáveis, que dependem
do seu processo gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já
conhecidas dos materiais de construção (como a da areia e a da brita), como em formatos e
dimensões irregulares: pedaços de madeira, argamassas, concretos, plástico, metais, etc.

2 Produção

2.1 Origem

Praticamente todas as atividades desenvolvidas no setor da construção civil são geradoras de


entulho. No processo construtivo, o alto índice de perdas do setor é a principal causa do
entulho gerado. Embora nem toda perda se transforme efetivamente em resíduo - uma parte
fica na própria obra - os índices médios de perdas (em %) apresentados abaixo fornecem uma
noção clara do quanto se desperdiça em materiais de construção - a quantidade de entulho
gerado corresponde, em média, a 50% do material desperdiçado.

AGOPYAN et al. 1 PINTO 2 SOILBELMAN 2 SKOYLES 2


MATERIAIS

Areia 76 39 46 12

Cimento 95 33 84 12

Pedra 75
     
Cal 97
     
Concreto 9 1 13 6

Aço 10 26 19 4

Blocos e 17 27 13 13
Tijolos

Argamassa 18 91 87 12
1
AGOPYAN et al (1998)

2
PINTO (1995)

Já nas obras de reformas a falta de uma cultura de reutilização e reciclagem são as principais
causas do entulho gerado pelas demolições do processo.

Nas obras de demolição propriamente ditas, a quantidade de resíduo gerado não depende dos
processos empregados ou da qualidade do setor, pois se trata do produto do processo, e essa
origem, sempre existirá.

2.2 Localização

Grande parte dos produtores de entulho, principalmente o "construtor formiga", continuam


jogando esse material ao longo de estradas e avenidas e em margens de rios e córregos. O
surgimento dos caçambeiros contribuiu para que esse quadro fosse amenizado com a criação
de locais pré-determinados – nem sempre apropriados – para o depósito do resíduo.

Algumas prefeituras (Belo Horizonte, Ribeirão Preto, etc.) estão implantando locais apropriados
para receber o resíduo. São as "Usinas de Reciclagem de Entulho", constituídas basicamente
por um espaço para deposição do resíduo, uma linha de separação (onde a fração não mineral
é separada), um britador, que processa o resíduo na granulometria desejada e um local de
armazenamento, onde o entulho já processado aguarda para ser utilizado.

2.3 Estatísticas

Estimativas da quantidade do entulho produzido no país e no exterior são apresentadas


abaixo.

GERAÇÃO ESTIMADA (t/mês)


LOCAL GERADOR

São Paulo 372.000


 
Rio de Janeiro 27.000
 
Brasília 85.000
 
Belo Horizonte 102.000
 
Brasil 1 Porto Alegre 58.000

Salvador 44.000
 
Recife 18.000
 
Curitiba 74.000
 
Fortaleza 50.000
 
Florianópolis 33.000
 
Europa 2 16.000 a 25.000
 
Reino Unido 3 6.000
 
Japão 3 7.000
 
1
PINTO (1987)

2
PERA (1996)

3
CIB (1998)

3 Tecnologias para reciclagem

Reciclar o entulho - independente do uso que a ele for dado - representa vantagens
econômicas, sociais e ambientais, tais como:

 economia na aquisição de matéria-prima, devido a substituição de materiais


convencionais, pelo entulho;
 diminuição da poluição gerada pelo entulho e de suas conseqüências negativas como
enchentes e assoreamento de rios e córregos, e
 preservação das reservas naturais de matéria-prima.

A seguir são citadas algumas possibilidades de reciclagem para este resíduo e as vantagens
específicas de cada uma.

3.1 Utilização em pavimentação.

A forma mais simples de reciclagem do entulho é a sua utilizado em pavimentação (base, sub-
base ou revestimento primário) na forma de brita corrida ou ainda em misturas do resíduo com
solo.

3.1.1   Vantagens

 é forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia o que implica menor
custo do processo;
 permite a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos,
argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de
separação de nenhum deles;
 economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização
em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece
em granulometrias graúdas;
 possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o
proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o investimento em
equipamentos de moagem/ trituração;
 maior eficiência do resíduo quando adicionado aos solos saprolíticos em relação a
mesma adição feita com brita. Enquanto a adição de 20% de entulho reciclado ao solo
saprolítico gera um aumento de 100% do CBR, nas adições de brita natural o aumento
do CBR só é perceptível com dosagens a partir de 40%;

3.1.2     Limitações

Não disponível.

3.1.3     Processo de produção

O entulho, que pode ser usado sozinho ou misturado ao solo, deve ser processado por
equipamentos de britagem/ trituração até alcançar a granulometria desejada, e pode
apresentar contaminação prévia por solo – desde que em proporção não superior a 50% em
peso. O solo empregado na mistura com o entulho reciclado deve ser classificado de acordo
com a Metodologia MCT, especificada pela Norma P01 da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Pesquisas (BODI, 1997) avaliam os resultados de ensaios de dosagens da mistura entulho-


solo e as variações da capacidade de suporte, da massa específica aparente máxima seca, da
umidade ótima e da expansão.

O resíduo ou a mistura podem então ser utilizados como reforço de subleito, sub-base ou base
de pavimentação, considerando-se as seguintes etapas: abertura e preparação da caixa (ou
regularização mecânica da rua, para o uso como revestimento primário) corte e/ou
escarificação e destorroamento do solo local (para misturas), umidecimento ou secagem da
camada, homogeneização e compactação.

3.1.4     Grau de desenvolvimento

A eficiência desta prática já comprovada cientificamente, vem sendo confirmada pela


utilização, na prática, por diversas administrações municipais como São Paulo, Belo Horizonte
e Ribeirão Preto

3.1.5     Maiores informações

KELLY, K., WILLIAMS, P. Spinning waste into gold in construction. ENR -Engineering News -
Record, v. 234, n. 16, p. E.32-E.34, E.37, 1995.

BODI, J. Experiência Brasileira com Entulho Reciclado na Pavimentação. In: Reciclagem na


Construção Civil, Alternativa Econômica para Proteção Ambiental, 1997, São Paulo. Anais...
São Paulo: PCC - USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1997. 76 p. p. 56-
59.

3.2 Utilização como Agregado para o Concreto

O entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado como agregado para
concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e brita).

3.2.1     Vantagens

 utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais


cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles;
 economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização
em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece
em granulometrias graúdas;
 possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o
proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o investimento em
equipamentos de moagem/ trituração;
 possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação aos agregados
convencionais, quando se utiliza baixo consumo de cimento;

3.2.2   Limitações

A presença de faces polidas em materiais cerâmicos (pisos, azulejos, etc.) interferem


negativamente na resistência à compressão do concreto produzido.

3.2.3   Processo de produção

O entulho processado pelas Usinas de Reciclagem (onde sua fração mineral é britada em
britadores de impacto) é utilizado como agregado no concreto, em substituição simultânea à
areia e à brita convencionalmente utilizadas. A mistura é a tradicional, com cimento e água,
esta em quantidade bastante superior devido à grande absorção do entulho.

Equipamentos para britagem:


Maqbrit Comércio e Ind. de Máquinas Ltda.
Tel. (011) 424-4330 / 424-3440

Usina de Reciclagem de Belo Horizonte


Tel. (031) 378-2180

Usina de Reciclagem de Ribeirão Preto


Tel. (016) 638-0880

3.2.4   Grau de desenvolvimento

Embora pesquisas tenham demonstrado eficácia do processo, vários fatores como os


relacionados à durabilidade do concreto produzido ainda precisam ser analisados. As
prefeituras de São Paulo e a de Ribeirão Preto já utilizam blocos de concreto feitos com
entulho reciclado.

3.2.5   Maiores informações

HANSEN, T.C. RILEM Report No 6, E&FN Spon, 1992.

RILEM TC 121 - DRG. Specification for concrete with recicled aggregates. Materials and
Structures, v. 27, p. 557-559, 1994.

ZORDAN, S. E., PAULON, V. A. A Utilização do Entulho como Agregado na Confecção do


Concreto. Campinas: Departamento de Saneamento e Meio Ambiente da Faculdade de
Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas. Dissertação (Mestrado), 1997.

CONCRETE. Concrete re-cycled. Crushed concrete as aggregate. London, v. 27, n. 3, p. 9-13,


may/ jun. 1993.

CONSTRUÇÃO Para não virar pó. São Paulo: Pini, n. 2348, p. 10, fev. 1993.

3.3 Utilização como agregado para a confecção de argamassas

Após ser processado por equipamentos denominados "argamasseiras", que moem o entulho,
na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode ser utilizado como
agregado para argamassas de assentamento e revestimento.

3.3.1   Vantagens

 utilizado do resíduo no local gerador, o que elimina custos com transporte;


 efeito pozolânico apresentado pelo entulho moído;
 redução no consumo do cimento e da cal, e
 ganho na resistência a compressão das argamassas.

3.3.2   Limitações

As argamassas de revestimento obtidas apresentam problemas de fissuração, possivelmente


pela excessiva quantidade de finos presente no entulho moído pelas argamasseiras.

3.3.3   Processo de produção

A partir da mistura de cimento, areia e água, a fração mineral do entulho é adicionada a uma
caçamba de piso horizontal, onde dois rolos moedores girando em torno de um eixo central
vertical, proporciona a moagem e homogeneização da mistura que sai do equipamento pronta
para ser usada.

Informações sobre o equipamento de moagem:


ANVI Comércio e Indústria Ltda.
Tel. (011) 289-7109 289-4260.

3.3.4 Grau de desenvolvimento

Esta reciclagem vem sendo utilizada, com freqüência, por algumas construtoras do país e
pesquisas estão em andamento para tentar solucionar as limitações desta técnica.

3.3.5      Maiores informações

LEVY, S. M., HELENE, P. R. L. Reciclagem do entulho de construção civil, para utilização


como agregado de argamassas e concretos. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Dissertação de mestrado. 1997 146 p.

HAMASSAKI, L. T, SBRIGHI NETO, C., FLORINDO, M. Uso do entulho como agregado para
argamassas de alvenaria. In: Seminário sobre reciclagem e reutilização de resíduos como
materiais de construção, 1996, São Paulo. Anais... São Paulo: PCC - USP, Departamento de
Engenharia de Construção Civil, 1996. 161 p. p. 109-117.

WILD, S. et al. The Potential of Fired Brick Clay as a partial Cement Replacement material. In:
Concrete in the Service of Man Kind – International Conference for Environment Enhancement
and Protection, Dundee – Escócia, junho, 1996. Proceedings. Ravindra & Thomas Grã
Bretanha – 1996 p.685-696.

3.4 Outros usos

 Utilização de concreto reciclado como agregado;


 Cascalhamento de estradas;
 Preenchimento de vazios em construções;
 Preenchimento de valas de instalações;
 Reforço de aterros (taludes).

4 Comentários gerais

O processo de implantação de programas de qualidade pelo qual passa a indústria da


construção, certamente contribuirá para a redução do volume de resíduos gerados por esse
setor. No entanto, a quantidade de entulho produzida não diminuirá de uma hora para outra.

Além disso, por mais eficaz que sejam as mudanças introduzidas nos processos construtivos,
com o objetivo de reduzir os custos e a quantidade de resíduos gerados, sempre haverá um
montante inevitavelmente produzido, que somado aos resíduos de demolição, ainda
representará um volume expressivo.

Dessa forma, o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização do entulho na
própria construção civil, contribui para amenizar o problema urbano dos depósitos clandestinos
deste material - proporcionando melhorias do ponto de vista ambiental - e introduz no mercado
um novo material com grande potencialidade de uso.

5 Bibliografia

AGOPYAN, V. et al. Alternativas para a redução do desperdício de materiais nos canteiros de


obras. São Paulo, 1998 (Relatório final: vol. 1 ao 5).

BODI, J. Experiência Brasileira com Entulho Reciclado na Pavimentação. In: Reciclagem na


Construção Civil, Alternativa Econômica para Proteção Ambiental, 1997, São Paulo. Anais...
São Paulo: PCC - USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1997. 76 p. p. 56-
59.

CONCRETE. Concrete re-cycled. Crushed concrete as aggregate. London, v. 27, n. 3, p. 9-13,


may/ jun. 1993.

CONSTRUÇÃO Para não virar pó. São Paulo: Pini, n. 2348, p. 10, fev. 1993.

HAMASSAKI, L. T, SBRIGHI NETO, C., FLORINDO, M. Uso do entulho como agregado para
argamassas de alvenaria. In: Seminário sobre reciclagem e reutilização de resíduos como
materiais de construção, 1996, São Paulo. Anais... São Paulo: PCC - USP, Departamento de
Engenharia de Construção Civil, 1996. 161 p. p. 109-117.

HANSEN, T.C. RILEM Report No 6, E&FN Spon, 1992.

LEVY, S. M., HELENE, P. R. L. Reciclagem do entulho de construção civil, para utilização


como agregado de argamassas e concretos. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Dissertação de mestrado. 1997 146 p.

PINTO, T. P. Perda de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos:


Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos (Texto
datilografado), 1989. 33 p.

RILEM TC 121 - DRG. Specification for concrete with recicled aggregates. Materials and
Structures, v. 27, p. 557-559, 1994.

SOIBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: sua incidência e seu


controle. Porto Alegre: Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Dissertação (Mestrado), 1993. 127 p.

WILD, S. et al. The Potential of Fired Brick Clay as a partial Cement Replacement material. In:
Concrete in the Service of Man Kind – International Conference for Environment Enhancement
and Protection, Dundee – Escócia, junho, 1996. Proceedings. Ravindra & Thomas Grã
Bretanha – 1996 p.685-696.

ZORDAN, S. E.  A Utilização do Entulho como Agregado na Confecção do Concreto.


Campinas: Departamento de Saneamento e Meio Ambiente da Faculdade de Engenharia Civil,
Universidade Estadual de Campinas. Dissertação (Mestrado), 1997.

6 Links Relacionados

United States Environmental Protection Agency


http://www.epa.gov/epaoswer/hazwaste/sqg/c&d-rpt.pdf

Global Recycling Network


http://www.grn.com/

Center of Excellence for Sustainable Development


http://www.sustainable.doe.gov/search.htm

Sustainable Building Sourcebook


www.greenbuilder.com/sourcebook/constructionwaste.html

California Integrated Waste Management Board


www.ciwmb.ca.gov/MRT/CNSTDEMO/default.htm

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