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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ CORREGEDOR DO DEPARTAMENTO

DE INQUÉRITOS POLICIAIS DE SÃO PAULO

Gustavo da Silva Penna, brasileiro, casado,


ajudante geral, portador da cédula de identidade RG n° 15.111.222-3/SP, residente e
domiciliado na Rua Maracatu, n° 1.120, Itaquera – São Paulo, vem por seu advogado que
subscreve (mandato incluso), respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fundamento no artigo 5°, inciso
LXV da Constituição Federal, pelos motivos de fato e de direito abaixo concatenados:

1- Dos Fatos:

O requerente foi preso em flagrante delito por,


em tese, haver cometido o delito tipificado no artigo 313, caput do Código Penal, onde teria
constrangido a vítima A.L.M. mediante violência e grave ameaça a manter conjunção carnal,
fato este ocorrido em 07 de Fevereiro de 2011.

Após, policiais militares o conduziram ao 89°


Distrito Policial, onde a autoridade policial entendeu por bem autuá-lo em flagrante delito,
sem formalizar o ato exarando a respectiva nota de culpa.

Sobremais, passaram-se mais de 48h (quarenta


e oito horas) após a prisão sem que a autoridade judicial competente fosse comunicada do
auto de prisão em flagrante, bem como dos demais documentos.

2- Do Direito

O artigo 5°, inciso LXV da Constituição


Federal prescreve:
“LXV - A prisão ilegal será imediatamente
relaxada pela autoridade judiciária”.

Outrossim, o artigo 306 do Código de Processo


Penal aduz:

“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o


local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou a pessoa por ele indicada”.

“§1° Dentro de 24h (vinte e quatro horas)


depois da prisão, será encaminhado ao juiz
competente o auto de prisão em flagrante
acompanhado de todas as oitivas colhidas, e
caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.”

“§2° No mesmo prazo, será entregue ao preso,


mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do
condutor e o das testemunhas”.

Nesse sentido, a doutrina, através de inúmeras


obras corrobora com a jurisprudência pátria no tocante a exigibilidade da entrega da
famigerada nota de culpa, bem como o dever da autoridade policial de comunicar o juízo
competente em no máximo 24 horas após a prisão.

3- Do Mérito

Excelência, apesar do indiscutível senso de


justiça do Nobre Delegado de Polícia, não agiu no caso em apreço com a sabedoria que lhe é
peculiar, senão vejamos:
O ordenamento jurídico pátrio é taxativo ao
impor prazo máximo de 24 horas para que o Nobre Delegado encaminhe os autos de prisão
em flagrante, acompanhado das oitivas colhidas para o juiz competente, não sendo cabível
dilação do prazo retroaludido.

Vale ressaltar que se não bastasse a mora em


comunicar Vossa Excelência, o Nobre colega igualmente não respeitou o prazo para a
entrega da nota de culpa, em evidente desrespeito às normas contidas no artigo 306 e seus
respectivos parágrafos do pergaminho adjetivo pátrio.

Imperioso frisar que o que se discute aqui não é


o mérito da demanda, visto não ser este o momento oportuno, mas a ilegalidade da prisão em
flagrante. Está evidente, vez que o acusado não recebeu a sua nota de culpa, bem como
houve mora no encaminhamento do auto de prisão em flagrante ao juízo competente.

O vício formal apontado é de extrema


gravidade, haja vista estar se mandando para o cárcere uma pessoa sem as precauções
necessárias para dar validade ao ato, contrariando, inclusive, a nossa Carta Magna que não
permite a manutenção de uma prisão ilegal.

O senso de justiça é a mais nobre prerrogativa


daqueles que tem a difícil missão de julgar seus semelhantes.

4- Do Pedido

Diante de todo o exposto, requer o imediato


RELAXAMENTO DE PRISAO EM FLAGRANTE, com supedâneo no artigo 5°, inciso
LXV da Constituição Federal, com a imediata expedição do competente alvará de soltura,
pois agindo dessa forma, mais uma vez estará Vossa Excelência dando sentido a tão
almejada JUSTIÇA.

Termos em que,
Pede-se Deferimento.

Guarulhos, 14 de Fevereiro de 2011.


__________________________________
Advogado – OAB n°

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