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Princípios do Direito do Trabalho

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 :

 
 
  

: os princípios contribuem no processo de compreensão da
regra e institutos jurídicos, balizando-os à essência do conjunto do sistema de Direito.

 
 
 
 


: Atuam como fontes normativas subsidiárias, à
falta de outras regras jurídicas utilizáveis pelo interprete e aplicador do Direito em face
de um singular caso concreto.

 
 
  
  : Seria resultante de sua dimensão
fundamentadora, reconhecimento doutrinário de sua natureza de norma jurídica efetiva
e não simples enunciado programático não vinculante.

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 ± Adequação: Há 3 princípios gerais do Direito, relacionado entre
si, o da lealdade e boa-fé, da não alegação da própria torpeza e o efeito lícito do
exercício regular do próprio direito. Sintetizam a noção de que a ordem jurídica deve
apenas acolher e conferir conseqüências compatíveis em favor de uma pessoa com
respeito a condutas lícitas e de boa-fé por ela praticadas.

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  : Informa que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior,
com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à
parte hipossuficiente na relação empregatícia, visando retificar (ou atenuar), o
desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho.

 
 
  
d : O operador do Direito do Trabalho deve optar
pela regra mais favorável ao obreiro em três situações ou dimensões distintas: no
instante de elaboração da regra, ou no contexto de confronto entre regras concorrentes,
ou no contexto de interpretação das regras jurídicas. Atua em tríplice dimensão:
informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante.

 
 
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 : Prevalece no segmento
juslaborativo o domínio de regras jurídicas obrigatórias, em detrimento de regras apenas
dispositivas. As regras justrabalhistas são essencialmente imperativas, não podendo ter
sua regência contratual afastada pela simples manifestação de vontade das partes. Para
este princípio prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, pois
é tida como instrumento assecuratório eficaz de garantias fundamentais ao trabalhador.

 
 
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 : Traduz a inviabilidade
técnico-jurídica de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestação de
vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato. A

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indisponibilidade inata constitui-se talvez no veículo principal para tentar igualizar, no
plano jurídico, a assincronia clássica existente entre os sujeitos da relação
socioeconômica de emprego. Para a ordem justrabalhista, não serão válidas quer a
renúncia, quer a transação que importe objetivamente em prejuízo ao trabalhador.

 
 
 
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: Importa na garantia de preservação, ao longo
do contrato, da cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do
caráter de direito adquirido. Ademais, no contraponto entre dispositivos contratuais
concorrentes, há de prevalecer aquele mais favorável. Não se trata de contraponto entre
normas, mas cláusulas contratuais são estas que este princípio abrange. Ele informa que
cláusulas contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso suplantadas por
cláusula posterior ainda mais favorável.

 
 
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 : A inalterabilidade dos contratos é
um dos mais importantes princípios gerais do Direito que foi importado pelo ramo
justrabalhista, que se expressa, no estuário civilista, pelo conhecido Ú Ú Ú

  Ú Ú (³os pactos devem ser cumpridos´). Informa que as convenções firmadas pelas
partes não podem ser unilateralmente modificadas no curso do prazo de sua vigência,
sendo que sofreu forte e complexa adequação ao ingressar no Direito do trabalho.

Fatores relevantes como a crise econômica geral ou a crise específica de certo


segmento, não são acolhidos como excludentes ou atenuantes da responsabilidade
trabalhista do empregador. Logo, não se altera normas contratuais para prejudicar o
trabalhador.

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  * O conteúdo do contrato empregatício não
poderia ser modificado mesmo que ocorresse efetiva mudança no plano do sujeito
empresarial. A mudança subjetiva perpetrada não seria apta a produzir mudança no
corpo do contrato. Trata-se de sucessão trabalhista, o contrato de trabalho seria
intangível, do ponto de vista objetivo, embora mutável do ponto de vista subjetivo,
desde que a mudança envolvesse apenas o sujeito-empregador. A mudança do pólo
passivo do contrato de emprego não pode consumar lesividade ao obreiro, pela perda de
toda a história do contrato em andamento, por isso, dá-se a sucessão de empregadores.

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: Esta parcela justrabalhista merece garantias
diversificadas da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e
disponibilidade em benefício do empregado. Este deriva do fato de considerar-se ter o
salário caráter alimentar, atendendo a necessidades essenciais do ser humano. Projeta-se
em distintas direções: garantia do valor do salário, garantias contra mudanças
contratuais e normativas que provoquem a redução do salário, garantias contra práticas
que prejudiquem seu efetivo montante.

Pode-se esclarecer que as diversas garantias fixadas pela ordem jurídica não têm caráter
absoluto, usualmente acolhendo restrições. Como, a proteção relativa ao valor do salário
ainda não preserva de perdas decorrentes da corrosão monetária, a vedação a mudanças

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contratuais e normativas provocadoras da redução de salários pode ser flexibilizada
mediante negociação coletiva.

 
 
   
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  d : Amplia a noção civilista de
que o operador jurídico deve atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório
formal através de que transpareceu a vontade. No Direito do Trabalho deve-se pesquisar
a prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, independentemente da
vontade eventualmente manifestada pelas partes na respectiva relação jurídica. A prática
habitual altera o contrato pactuado, gerando direitos e obrigações novos às partes
contratantes (respeitada a inalterabilidade contratual lesiva).

O princípio do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação


civil de prestação de serviços, desde que no cumprimento do contrato despontem,
concretamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego (trabalho por
pessoa física, com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e sob subordinação).

 
 
   

    ,   ': É de interesse do Direito do
Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador na
estrutura e dinâmica empresariais. Apenas por tal permanência e integração é que a
ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o objetivo teleológico do Direito
do Trabalho, de assegurar melhores condições.

A permanência da relação de emprego provoca três correntes de repercussões favoráveis


ao empregado envolvido. A primeira reside na tendência elevação dos direitos
trabalhistas, seja pelo avanço da legislação ou negociação coletiva, seja pelas conquistas
contratuais alcançadas pelo trabalhador em vista de promoções recebidas ou vantagens
agregadas ao desenvolvimento de seu tempo de serviço. A segunda reside no
investimento educacional e profissional que se inclina o empregador a realizar nos
trabalhadores vinculados a longos contratos; quanto mais elevado o montante pago mais
o empresário ver-se-á estimulado a investir na educação e aperfeiçoamento profissional
do obreiro, como fórmula para elevar sua produtividade e compensar o custo trabalhista
ocorrido. A terceira situa-se na afirmação social do individuo favorecido por esse longo
contrato, aquele que vive apenas de seu trabalho tem neste um decisivo instrumento de
sua afirmação no plano da sociedade.

Faz presumida a ruptura contratual mais onerosa ao empregador caso evidenciado o


rompimento do vínculo, coloca sob ônus da defesa, a prova de modalidade menos
onerosa de extinção do contrato. Também propõe como regra geral o contrato
trabalhista por tempo indeterminado, uma vez que este é o que melhor concretiza o
direcionamento pela continuidade da relação empregatícia. Confere suporte teórico a
um importante instituto justrabalhista, a sucessão de empregadores.

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  : Como o empregador é que se constitui em devedor
na relação de emprego, adaptou-se o principio à diretriz   . Apresenta
dois problemas, o primeiro consistente no fato de que ele abrange dimensão temática já
coberta por outro principio justrbalhista específico, o da norma mais favorável, o

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segundo consiste no fato de que ele entra em choque com principio jurídico geral da
essência da civilização ocidental, hoje, e do Estado Democrático de Direito, o principio
do juiz natural.

No que tange a sua debilidade tornou-se redundante e por conseqüência inútil. Pois já
está atendida com precisão, pelo principio da norma mais favorável. A segunda
debilidade é de substancia, nesse principio estaria englobada não somente a dimensão
de interpretação normativa, como também uma dimensão de aferição e valoração dos
fatos trazidos a exame do intérprete e aplicador do Direito. Propunha-se que a decisão
da autoridade judicial deveria se dirigir em beneficio do trabalhador, em caso de duvida
no exame de situações fáticas concretas, sob o argumento de que ³as mesmas razões de
desigualdade compensatória que deram origem à aplicação deste principio justificam
que se estenda à análise dos fatos já que o trabalhador tem muito maior dificuldade do
que o empregador.

Trata-se de uma dimensão processual do princípio      , mas essa
diretriz propositora de um desequilíbrio atávico ao processo de exame e valoração dos
fatos trazidos à analise do interprete. Hoje, a teoria do ônus da prova sedimentada no
Direito Processual do Trabalho, e o largo espectro de presunções que caracteriza esse
ramo especializado do Direito já franqueam, pelo desequilíbrio de ônus probatório
imposto às partes. Em conseqüência havendo dúvida do juiz em face do conjunto
probatório existente e das presunções aplicáveis, ele deverá decidir em desfavor da parte
que tenha o ônus da prova, e não segundo a diretriz genérica   .

Pois o caráter democrático e igualitário do Direito do Trabalho conduz ao desequilíbrio


inerente às suas normas jurídicas e à compatível sincronia que esse desequilíbrio tem
com a teoria processual do ônus da prova e com as presunções sedimentadas.

 
 
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: Na essência o que propõe o princípio ora enfocado
é a lealdade e boa-fé do empregado no cumprimento de suas obrigações trabalhistas,
exercendo com denodo suas funções contratuais e não desgastando injustamente os
lícitos interesses do empregador. Se admitida essa acepção ele perde sua particularidade
uma vez que teria abrangência alargada no Direito do Trabalho, passando a atuar sobre
a conduta de qualquer das partes da relação empregatícia, inclusive o empregador.

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O Direito do Trabalho não impede a supressão de direitos trabalhistas em face do


exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa legal (prescrição), ou em face do não
exercício pelo credor trabalhista de prerrogativa legal ou convencional (decadência).
Prescrição e decadência geram supressão de direitos laborais, sem afronta ao princípio
básico da indisponibilidade. Ao lado desses dois meios de disponibilidade de direitos

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cabe se distinguir outras figuras. Trata-se da renúncia e transação, ao lado da
composição e da conciliação.

A  Ú ± É ato unilateral da parte através do qual ela se despoja de um direito de que
é titular, sem correspondente concessão pela parte beneficiada pela renúncia.

Ú Ú ± É ato bilateral pelo qual se acertam direitos e obrigações entre as partes
acordantes, mediante concessões recíprocas, envolvendo questões fáticas ou jurídicas
duvidosas.

 ± É ato bilateral pelo qual se acertam direitos e obrigações entre as partes
acordantes, mediante o reconhecimento da respectiva titularidade de tais direitos e
obrigações pelas partes. Na composição reconhece-se a titularidade de um direito,
assumindo-se a respectiva obrigação, já na transação produzem-se concessões
recíprocas sobre situações fático-jurídicas duvidosas com o objetivo de conferir-se
solução à divergência.

 Ú ± É ato judicial através do qual as partes litigantes sob interveniência da


autoridade jurisdicional ajustam solução transacionada sobre matéria objeto de processo
judicial.

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 : Isso significa que o trabalhador que por ato
individual, quer por ato bilateral negociado com empregador, não pode dispor de seus
direitos laborais, sendo nulo o ato dirigido a esse despojamento. A indisponibilidade
inerente aos direitos oriundos da ordem justrabalhista não tem a mesma exata rigidez e
extensão. Pode-se distinguir entre direitos imantados por indisponibilidade absoluta ao
lado de direitos imantados por uma indisponibilidade relativa.

Absoluta será a indisponibilidade do ponto de vista do Direito Individual do Trabalho


quando o direito enfocado merecer uma tutela de nível de interesse público. Relativa
será a indisponibilidade do ponto de vista do Direito Individual do Trabalho quando o
direito enfocado traduzir interesse individual ou bilateral simples.

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Os requisitos são os clássicos a essas figuras já no Direito Civil e próprio a qualquer ato
jurídico em geral: capacidade do agente, higidez da manifestação da vontade, objeto
válido e forma prescrita ou não proibida em lei.

A  Ú ± Independentemente da presença ou não dos requisitos jurídico-formais, o


ato de renúncia, em si, é sumariamente repelido pela normatividade justrabalhista
imperativa e pelo princípio da indisponibilidade.

Ú Ú ± O operador jurídico, por economia analítica, também pode se direcionar,
de imediato, ao exame do requisito jurídico-formal do objeto da transação. Somente será
passível de transação lícita parcela juridicamente não imantada por indisponibilidade
absoluta, independentemente do respeito aos demais requisitos do ato.

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