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NATURALISMO

1. (UFV-MG) Considere as seguintes afirmativas:

a) "Esforço-me por entrar no espartilho e seguir uma linha reta geométrica: nenhum lirismo,
nada de reflexões, ausente a personalidade do autor."

Gustav Flaubert
Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169.

b) "Em Thérèse Raquin, eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí está o livro todo.
Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de
livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de sua vida pelas fatalidades da própria carne [...]."

Émile Zola
Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169.

Os princípios estéticos introduzidos por Flaubert e Zola, respectivamente, os mentores do


Realismo e do Naturalismo, servem como parâmetro para que se possam estabelecer as
diferenças básicas entre essas duas escolas literárias.

Reflita sobre as afirmações dos referidos escritores franceses e destaque os pontos


convergentes e divergentes entre as manifestações da prosa de ficção realista-naturalista no
Brasil.

Resposta

3. (Ufal)

"O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta,
desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, davalhe um caráter
fantástico de fúria saída do inferno."
O fragmento anterior pertence ao romance O cortiço, de Aluísio Azevedo.

a) A descrição da personagem exemplifica um típico recurso do movimento literário a que se


filiou o autor. Que movimento foi esse e qual o recurso aqui adotado?

b) Exemplifique, com duas expressões retiradas do texto, a resposta que você deu ao item
anterior.

Resposta
4. (UniFEI-SP) Leia atentamente:

I. "A segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo


utópico, a filosofia positivista de Augusto Comte, o evolucionismo formam o contexto sócio-
político-econômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista".

II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se
na intuição e nos sentimentos".

III. "Os maiores representantes da estética realista-naturalista no Brasil foram: Machado de


Assis, Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia".

IV. "Podemos citar como características da estética realista: o individualismo, a linguagem


erudita e a visão fantasiosa da sociedade".

Verificamos que em relação ao Realismo-Naturalismo está(estão) correta(s):

a) Apenas a I e II.
b) Apenas a I e III.
c) Apenas a II e IV.
d) Apenas a II e III.
e) Apenas a III e IV.

Resposta

5. (Mackenzie-SP) Vários autores afirmam que a diferença entre Realismo e Naturalismo é


muito sutil. Um dos trechos a seguir é claramente naturalista. Assinale a alternativa em que
ele aparece.

a) "Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moça,
embebida no olhar do marido, começou a cantarolar à toa, inconscientemente, uma cousa
nunca antes cantada nem sabida..."

b) "Enfim chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e


o desespero daquele lance consternou a todos."

c) "Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos


bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam
as xícaras a tilintar; o cheiro do café aquecia, suplantando todos os outros [...]"

d) "Foi por esse tempo que eu me reconciliei outra vez com o Cotrim, sem chegar a saber a
causa do dissentimento. Reconciliação oportuna, porque a solidão pesava-me, e a vida era
para mim a pior das fadigas, que é a fadiga sem trabalho."

e) "E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal.
Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas
e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e
faz-se o equilíbrio da vida."
Resposta

6. (ITA-SP) Assinale a opção cuja característica, pertencente ao Realismo-Naturalismo, não


aparece no excerto.

"O tísico do número 7 há dias esperava o seu momento de morrer, estendido na cama, os
olhos cravados no ar, a boca muito aberta, porque já lhe ia faltando o fôlego.

Não tossia; apenas, de quando em quando, o esforço convulsivo para atravessar os pulmões
desfeitos sacudia- lhe todo o corpo e arrancava-lhe da garganta uma ronqueira lúgubre, que
lembrava o arrular ominoso dos pombos."

Das características a seguir, pertencentes ao Realismo-Naturalismo, apenas uma não aparece


no excerto anterior. Assinale-a.

a) Animalização do homem.

b) Visão determinista e mecanicista do homem.

c) Patologismo.

d) Veracidade.

e) Retrato da realidade cotidiana.

Resposta

7. (UEL-PR) Na obra-prima que é o romance O cortiço:

a) Podemos surpreender as características básicas da prosa romântica: narrativa passional,


tipos humanos idealizados, disputa entre o interesse material e os sentimentos mais nobres.

b) As personagens são apresentadas sob o ponto de vista psicológico, desnudando-se ante os


olhos do leitor graças à delicada sutileza com que o autor as analisa e expressa.

c) O leitor é transportado ao doloroso universo dos miseráveis e oprimidos migrantes que,


tangidos pela seca, abrigam-se em acomodações coletivas, à espera de uma oportunidade.

d) Vemos renascer, na década de 30 do nosso século, uma prosa viril, de cunho regionalista,
atenta às nossas mazelas sociais e capaz de objetivar em estilo seco parte de nossa dura
realidade.
e) Consagra-se entre nós a prosa naturalista, marcada pela associação direta entre meio e
personagens e pelo estilo agressivo que está a serviço das teses deterministas da época.

Resposta

8. (UEL-PR) Por força das teses deterministas que abraça em sua ficção, Aluísio Azevedo:

a) Subordina as marcas subjetivas de suas personagens às influências diretas do meio e da


raça a que pertencem.

b) Revela-se um autor otimista quanto à possibilidade de os miseráveis reverterem


historicamente sua situação.

c) Acredita que a cultura popular, por ser mais espontânea e criativa, superará os modelos da
cultura letrada.

d) Faz com que as personagens triunfantes sejam aquelas cujas virtudes morais se imponham
sobre o poder econômico.

e) É um autor pessimista, pois está convicto de que os bons instintos naturais são abafados na
vida aristocrática.

Resposta

9. (UNESP/SP)

O cortiço

“Daí a alguns meses, João Romão, depois de tentar um derradeiro esforço para conseguir
algumas braças do quintal do vizinho, resolveu principiar as obras da estalagem.

— Deixa estar, conversava ele na cama com a Bertoleza; deixa estar que ainda lhe hei de
entrar pelos fundos da casa, se é que não lhe entre pela frente! Mais cedo ou mais tarde como-
lhe, não duas braças, mas seis, oito, todo o quintal e até o próprio sobrado talvez!

E dizia isto com uma convicção de quem tudo pode e tudo espera da sua perseverança, do seu
esforço inquebrantável e da fecundidade prodigiosa do seu dinheiro, dinheiro que só lhe saía
das unhas para voltar multiplicado.

Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o
mais simples, visavam um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens.
Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por
maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que
no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos
trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um
desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado, de cabelos à
escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e
ao capinzal, sempre em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os
lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele
não podia apoderar-se logo com as unhas.”

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 25ed.


São Paulo: Ática, 1992, pp. 23-24.

No fragmento de O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913), há um trecho em que se


observa uma das posturas cientificistas do Naturalismo, o psicofisiologismo. Tal postura
consiste em fazer com que os traços físicos de um personagem estejam em estreita relação
com sua identidade psicológica, sua maneira de ser, no ambiente narrativo. Levando em
consideração este comentário:

a) Indique um traço físico de João Romão que está de acordo com a personalidade que lhe
confere o narrador.

b) Interprete esse traço físico, à luz do caráter naturalista da obra.

Resposta

10. (UFSCar/SP)

“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade
de portas e janelas alinhadas.

[...]

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água
que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já
prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do
pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses
não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da
água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da
mão.”

Aluísio Azevedo. O cortiço.

Aluísio de Azevedo pertence ao Naturalismo.

a) Cite duas características desse estilo de época.

b) Exemplifique, no texto, essas duas características.

Resposta
11. (ESPM/SP) Leia o texto:

“Aristarco, sentado, de pé, cruzando terríveis passadas, imobilizando-se a repentes


inesperados, gesticulando como um tribuno de meetings, clamando como para um auditório
de dez mil pessoas, majestoso sempre, alçando os padrões admiráveis, como um leiloeiro, e as
opulentas faturas, desenrolou, com a memória de uma última conferência, a narrativa dos seus
serviços à causa santa da instrução.Trinta anos de tentativas e resultados, esclarecendo como
um farol diversas gerações agora influentes no destino do País! E as reformas futuras? Não
bastava a abolição dos castigos corporais, o que já dava uma benemerência passável. Era
preciso a introdução de métodos novos, supressão absoluta dos vexames de punição,
modalidades aperfeiçoadas no sistema das recompensas, ajeitação dos trabalhos, de maneira
que seja a escola um paraíso; adoção de normas desconhecidas cuja eficácia ele pressentia,
perspicaz como as águias. Ele havia de criar... um horror, a transformação moral da
sociedade!”
Raul Pompéia. O Ateneu.

O trecho descreve a personagem Aristarco, diretor do colégio Ateneu. Assinale a afirmação


errônea:

a) Expressões como “terríveis passadas”, “repentes inesperados”, “majestoso” caracterizam o


autoritarismo da personagem.

b) Expressões como “leiloeiro” e “opulentas faturas” conotam o interesse comercial do


diretor, preocupado com os lucros da escola.

c) A expressão “transformação moral da sociedade” confirma a séria preocupação com um


projeto pedagógico e social, apesar de seu autoritarismo.

d) Expressões como “abolição dos castigos corporais” e “supressão absoluta dos vexames da
punição” conferem ao diretor certo caráter de liberalismo.

e) Depreende-se que expressões como “serviços à causa santa da instrução” e “esclarecendo


como um farol diversas gerações” são irônicas, pois incompatibilizam com a característica
autoritária e interesseira do diretor.

Resposta

12. (UFMG) A respeito do romance O homem, é CORRETO afirmar que se trata.

a) De um relato das experiências eróticas vividas imaginariamente por uma moça


constrangida pelas convenções sociais, mas que é movida por seus desejos e instintos sexuais.

B) Da história de uma moça com tendência para o crime, mas que luta interiormente, e com a
ajuda de médicos especialistas, para superar essa tendência mórbida de seu caráter.

c) De uma obra impregnada pelo senso da realidade, de modo que o comportamento da


personagem principal se explica pelas lutas entre as classes da sociedade em que vive.
d) De uma narrativa em que predominam os aspectos do mundo físico, particularmente os
fenômenos da natureza, como os efeitos da luz do sol na vida dos animais e das plantas.

Resposta

13. (UFMG) Todas as seguintes passagens de O homem, de Aluísio Azevedo, são


representativas da estética realista-naturalista, EXCETO.

a) "Não havia linhas de horizonte, não havia contornos definidos; era tudo uma acumulação
de névoas, onde mal se pressentiam apagadas sombras. [...] E aos olhos de Magdá, tudo
aquilo principiou de afigurar uma natureza em embrião, um mundo ainda informe, em estado
gasoso; alguma coisa que já existia e que ainda não vivia: um ovo ainda não galado por
Deus."

b) "Era a essa infeliz criança, tão cedo privada do amor de mãe, que o Conselheiro dedicava a
melhor parte dos seus afetos [...] E era ainda essa criança, já mulher, que o desgraçado via
agora escapar-lhe dos braços e fugir-lhe para a morte, arrastando atrás de si um triste sudário
de mágoas brancas, mágoas de donzela, mágoas flutuantes, que pareciam feitas de espuma
[...]"

c) "Um candeeiro de querosene iluminava a pobre sala de duas braças de largura e três de
comprimento, toda caiada de cima a baixo, e com uma pequena barra de roxo-terra. Havia um
armário de pinho sem pintura, onde se guardava a louça, aquela grossa louça de doze vinténs
o prato, e aquelas canecas de pó de pedra, onde eles tomavam café antes de levantar o dia."

d) "– Ora, aí tem! É a febre histérica! classificou logo o Dr. Lobão. E em resposta às
perguntas do Conselheiro, despejou um chorrilho de nomes técnicos, dizendo que: “Aquilo
não podia ser febre tifóide, nem ter sua origem na flegmasia encefálica, nem tampouco na
alteração de algum órgão esplâncnico [...]”

Resposta

14. (UEPB) Considere as seguintes afirmações do crítico literário Antonio Candido, sobre O
cortiço, de Aluísio de Azevedo:

I. A perspectiva naturalista ajuda a compreender o mecanismo d'O cortiço, porque o


mecanismo do cortiço nele descrito é regido por um determinismo estrito, que mostra a
natureza (meio) condicionando o grupo (raça) e ambos definindo as relações humanas na
habitação coletiva. Mas esta força determinante de fora para dentro é contrabalançada e
compensada por uma força que atua de dentro para fora: o mecanismo de exploração do
português, que rompe as contingências e, a partir do cortiço, domina a raça e supera o meio. O
projeto do ganhador de dinheiro aproveita as circunstâncias transformando-as em vantagens, e
esta tensão ambígua pode talvez ser considerada um dos núcleos germinais da narrativa.

II. No começo é como se o cortiço fosse regido por lei biológica; entretanto a vontade de João
Romão parece ir atenuando o ritmo espontâneo, em troca de um caráter mais mecânico de
planejamento. Ele usa as forças do meio, não se submete a ela; se o fizesse, perderia a
oportunidade de se tornar capitalista e se transformaria num episódio do processo natural,
como acontece com seu patrício Jerônimo, que opta pela adesão à terra e é tragado por ela.

III. Neste livro a natureza do Brasil é interpretada de um ângulo curiosamente colonialista


(para usar anacronicamente a linguagem de agora) como algo incompatível com as virtudes da
civilização. Daí o homem forte, o estrangeiro ganhador de dinheiro estar sempre vigilante,
como única solução, de chicote em punho e as distâncias marcadas com o nativo.

É pertinente ao romance de Aluísio de Azevedo:

a) Apenas I e II.

b) Todas as afirmações.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) Nenhuma afirmação.

Resposta

15. (UEPB) Sobre O cortiço e O alienista NÃO é correto afirmar que:

a) São textos literários que demonstram criticamente os impasses da modernidade nascente no


Brasil, suas contradições e suas problemáticas relações de classe e poder.

b) Representam um olhar ainda dependente das verdades científicas e intelectuais vindas da


Europa, sobretudo da França, por isso são obras secundárias de seus autores, que só
posteriormente alcançariam a “maioridade” literária.

c) Estão na alvorada de uma dimensão verdadeiramente crítica da literatura brasileira, não se


filiando servilmente aos padrões literários, e políticos, impostos pela Europa, nem tampouco
ao idealismo ingênuo dos românticos.

d) Cada um a seu modo, não se enquadram no pedantismo e na linguagem bacharelesca de


seus contemporâneos. Lutam, ao contrário, por uma língua portuguesa mais direta e menos
artificial.

e) São exemplos do realismo internacional que tomou conta da literatura do ocidente a partir
da década de 1850, sem deixarem de ser autores inseridos na problemática especificamente
brasileira do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX.

Resposta

16. (UEPB) Considere o fragmento final de O alienista:


"Mas o ilustre médico, com os olhos acesos da convicção científica, trancou os ouvidos à
saudade da mulher, e brandamente a repeliu. Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao
estudo e à cura de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no
mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada. Alguns chegam ao ponto de
conjeturar que nunca houve outro louco além dele em Itaguaí; mas esta opinião, fundada em
um boato que correu desde que o alienista expirou, não tem outra prova senão o boato; e
boato duvidoso, pois é atribuído ao padre Lopes, que com tanto fogo realçara as qualidades do
grande homem. Seja como for, efetuou-se o enterro com muita pompa e rara solenidade."

Assinale a proposição que NÃO condiz com o excerto citado.

a) A referência a um "boato duvidoso" lembra um traço marcante da prosa de Machado de


Assis e que se constitui num dos pontos centrais de toda a sua obra: a elipse. A elipse, ao
deixar “espaços de incerteza”, algo por dizer, como lembra todo leitor do Dom Casmurro,
possibilita ao escritor romper com o cientificismo dos naturalistas na própria estrutura do
texto.

b) O fragmento citado demonstra a crítica e ironia de Machado de Assis contra aqueles que, a
exemplo de “Simão Bacamarte”, erigem verdades fechadas e absolutas como modelos de ação
e controle psíquico-social.

c) O fragmento citado traz a linguagem direta e em muitos aspectos cotidiana da prosa de


Machado de Assis, que participou ativamente dos ambientes de escrita de seu tempo, de
revistas de moda a jornais, sem, contudo, abdicar de uma profunda consciência da literatura e
do homem.

d) O fragmento acima demonstra que, numa sociedade como a nossa, cheia de contradições e
ainda pouco capaz de dar cidadania efetiva aos seus cidadãos, a atitude do intelectual, como
“Simão Bacamarte” (e, por extensão, o próprio Machado de Assis), só pode ser a de primeiro
resolver seus próprios problemas pessoais para só depois pensar na sociedade como um todo.
Demonstra que os intelectuais do Realismo chegaram à conclusão de que os românticos, que
se preocupavam sobretudo com o indivíduo, tinham razão.

e) O fragmento final d'O alienista revela o tom “decadente” e pessimista que está na maioria
dos textos significativos de Machado de Assis e que o situam como um dos precursores do
Simbolismo no Brasil. O decadentismo machadiano, a que diversos críticos literários
chamaram atenção, pode ser observado também nos fragmentos finais de Memórias póstumas
de Brás Cubas, Dom Casmurro e Quincas Borba, e em contos como A causa secreta, Cantiga
de esponsais e Pai contra mãe.

Resposta

17. (PUC-RS) Sobre O Cortiço, obra de Aluísio Azevedo, autor contemporâneo de Machado
de Assis, é correto afirmar:

a) As personagens representam seres humanos em busca da harmonia espiritual.

b) A linearidade da narrativa define seu caráter inovador.


c) A descrição impressionista do espaço associase à representação das personagens.

d) O determinismo do meio constitui-se na tese predominante do autor.

e) A reflexão acerca da psique humana aparece de forma subliminar.

Resposta

Para responder às questões 18 e 19, ler o texto que segue.

"Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas. [...] O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre
as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas
despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se
preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e
esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.

[...]

O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não


destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto.

[...] Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e resingas; ouviam-se


gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se.

Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que
mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a
triunfante satisfação de respirar sobre a terra."

18. (PUC-SP) A obra a que pertence o texto em questão.

a) Recupera a tradição oral dos contos populares.

b) Retrata a realidade sócio-econômica brasileira no limiar dos séculos XIX e XX.

c) Vincula-se ao chamado Romance de 30.

d) Organiza-se em torno da representação do anti-herói.

e) Apresenta uma relativização da verossimilhança.

Resposta

19. (PUC-RS)
Expressões tais como “machos e fêmeas”, “cabelo para o alto do casco”, “molhar o pêlo”
constroem imagens que remetem a uma ________ entre homens e animais, típica do
________, que se constitui num prolongamento do ________.

a) Dissociação Realismo Naturalismo.

b) Contemporização Modernismo Realismo.

c) Dissociação Romantismo Naturalismo.

d) Associação Naturalismo Realismo.

e) Contemporização Realismo Romantismo.

Resposta

20. (PUC-RS) A descrição que Machado de Assis faz de Capitu ________ forma como
Aluísio Azevedo constrói Bertoleza, Rita Baiana ou Leandra, personagens de ________, obra
que enfatiza aspectos físicos e ________ do ser humano.

a) Diferencia-se da O ateneu psicológicos.

b) Assemelha-se com a O cortiço instintivos.

c) Diferencia-se da O cortiço instintivos.

d) Aproxima-se da O ateneu grotescos.

e) Distingue-se da O cortiço psicológicos.

Resposta

21. (PUC-PR) Uma das características do Naturalismo é o determinismo. Assinale a


alternativa que contém o exemplo correto para essa característica.

a) Determinismo é apresentar a vida como ela é.

b) Determinismo é a tendência de imitar a realidade.

c) O destino das personagens está subordinado às condições de raça, meio e momento


histórico.

d) O narrador determina qual é o conflito que viverão as personagens.

e) A paisagem e as personagens obedecem a uma ordem científica.

Resposta
22. (UFPA) Em carta de 2 de agosto de 1884, a propósito de O Mandarim, Eça de Queiroz
afirma:

“O Senhor escolhe aí uma obra bem modesta e que se afasta consideravelmente da corrente
moderna [Naturalismo] da nossa literatura , que se tornou, nestes últimos anos, analista e
experimental; justamente, por esta obra pertencer ao sonho e não à realidade, sendo inventada
e não observada.”
O Mandarim. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 14-15.

A alternativa que justifica o afastamento da obra em relação aos princípios do Naturalismo é:

• Há uma lógica rigorosa entre as causas sociais que condicionam o comportamento do


protagonista.

• O enredo fabuloso, o gosto pelo exotismo e a intervenção do sobrenatural caracterizam uma


narrativa fantástica.

• As personagens, por serem frutos da observação, distanciam-se de qualquer exotismo das


civilizações.

• O homem é concebido como um ser determinado pela hereditariedade e pelo meio físico e
social.

• A novela, em conformidade com a objetividade do modelo naturalista, é uma narrativa em


terceira pessoa.

Resposta

23. (UPE)

Assinale, na coluna I, as afirmativas verdadeiras e, na coluna II, as falsas.

"O par festejado eram o Dias e Ana Rosa, casados havia quatro anos. Ele deixara crescer o
bigode e aprumara-se todo; tinha até certo emproamento ricaço e um ar satisfeito e alinhado
de quem espera por qualquer vapor o hábito da Rosa; a mulher engordara um pouco em
demasia, mas ainda estava boa, bem torneada, com a pele limpa e a carne esperta.
Ia toda se saracoteando, muito preocupada em apanhar a cauda do seu vestido, e pensando,
naturalmente, nos seus três filhinhos, que ficaram em casa a dormir.
— Grand'chaine, double, serré! berravam nas salas.
O Dias tomara o seu chapéu no corredor e, ao embarcar no carro, que esperava pelos dois lá
embaixo, Ana Rosa
levantara-lhe carinhosamente a gola da casaca.
— Agasalha bem o pescoço, Lulu! Ainda ontem tossiste tanto à noite, queridinho! [...]"
Aluísio Azevedo. O Mulato. São Paulo: Ática, 1978. p. 190.

Quanto à obra da qual o fragmento acima faz parte e quanto ao contexto estético em que ela
se insere, analise as observações a seguir.
I II

0 0 O trecho acima relata a vida conjugal de Ana Rosa, quatro anos depois da partida de
Raimundo, protagonista da obra, para Portugal.

1 1 Por esse fragmento, podemos concluir que O Mulato apresenta traços do


Romantismo, haja vista que todas as personagens do romance conduzem sua vida em nome de
um amor idealizado.

2 2 Após a leitura do romance, chegamos à conclusão de que o amor de Ana Rosa por
Raimundo não foi abalado pelo preconceito racial, tema sobre o qual se desenvolve a obra.

3 3 Uma das características dos romances naturalistas é a crítica mordaz feita ao clero.
No caso de O Mulato, essa crítica está expressa também pelo comportamento amoral do
cônego Diogo, personagem antagonista.

4 4 As expressões de afeto e carinho manifestadas no último parágrafo do texto


sugerem a volubilidade dos sentimentos humanos. A felicidade de Ana Rosa, ao lado de Dias,
pareceria impossível para quem tinha jurado, poucos anos antes, amor eterno a Raimundo.

Resposta

24. (Ufam) As afirmativas abaixo foram feitas a propósito do romance O Cortiço, de Aluísio
Azevedo. Assinale a que NÃO está correta:

a) Pombinha abandonou o marido e se tornou, pela mão de Léonie, uma prostituta. Nessa
condição, veio a se constituir no único sustento que a mãe, a pobre Dona Isabel, passou a ter
na velhice.

b) Jerônimo é um português que mora com a mulher e a filha no cortiço. Um dia, ele se
apaixona pela negra Rita Baiana. Por causa desse envolvimento amoroso, vem a matar Firmo,
antigo amante de Rita. A conseqüência de tal paixão é a total decadência de sua família.

c) Os moradores do cortiço de João Romão eram chamados de carapicus. Um dia, houve a


ameaça de uma briga com os moradores de um cortiço vizinho, apelidados de cabeças de gato.
Entretanto, a luta não aconteceu, porque rebentou um grande incêndio no cortiço dos
carapicus. Nesse incêndio, morreu uma personagem conhecida por Bruxa.

d) A trama se centra numa habitação coletiva dirigida por João Romão. Ajudado pela negra
Bertoleza, de quem se torna amante, faz com que o local progrida e se torne uma estalagem de
bom nível social. Em troca, e para demonstrar gratidão, ele compra a carta de alforria de
Bertoleza, embora tenha se separado dela.

e) Numa das últimas cenas do romance, João Romão espera pela família do Miranda, um
vizinho rico que chega acompanhado da mulher, Dona Estela, e de Zulmira, a filha. Todos
entram numa confeitaria da rua do Ouvidor, o que demonstra que o proprietário do cortiço
progredira bastante.

Resposta
25. (Unifap) A respeito do período realista-naturalista, pode-se dizer que:

(A) A noite e a solidão são elementos que norteiam a evasão da alma, ou seja, propiciam o
distanciamento do mundo real.

(B) As idéias de cunho materialista estão ligadas intimamente a esse período literário,
contribuindo para o homem voltar-se para o não-eu.

(C) A realidade exterior é sugerida vagamente, através de uma linguagem simbólica com
termos predominantemente abstratos.

(D) A produção literária desse movimento literário se alimenta do bucolismo greco-latino; do


cromatismo vocabular e do conflito.

(E) A temática explorada durante esse estilo de época é marcada pela intensa valorização das
classes burguesa e clerical.

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