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a) "Esforço-me por entrar no espartilho e seguir uma linha reta geométrica: nenhum lirismo,
nada de reflexões, ausente a personalidade do autor."
Gustav Flaubert
Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169.
b) "Em Thérèse Raquin, eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí está o livro todo.
Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de
livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de sua vida pelas fatalidades da própria carne [...]."
Émile Zola
Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169.
Resposta
3. (Ufal)
"O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta,
desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, davalhe um caráter
fantástico de fúria saída do inferno."
O fragmento anterior pertence ao romance O cortiço, de Aluísio Azevedo.
b) Exemplifique, com duas expressões retiradas do texto, a resposta que você deu ao item
anterior.
Resposta
4. (UniFEI-SP) Leia atentamente:
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se
na intuição e nos sentimentos".
a) Apenas a I e II.
b) Apenas a I e III.
c) Apenas a II e IV.
d) Apenas a II e III.
e) Apenas a III e IV.
Resposta
a) "Desesperado, deixou o cravo, pegou do papel escrito e rasgou-o. Nesse momento, a moça,
embebida no olhar do marido, começou a cantarolar à toa, inconscientemente, uma cousa
nunca antes cantada nem sabida..."
d) "Foi por esse tempo que eu me reconciliei outra vez com o Cotrim, sem chegar a saber a
causa do dissentimento. Reconciliação oportuna, porque a solidão pesava-me, e a vida era
para mim a pior das fadigas, que é a fadiga sem trabalho."
e) "E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal.
Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas
e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e
faz-se o equilíbrio da vida."
Resposta
"O tísico do número 7 há dias esperava o seu momento de morrer, estendido na cama, os
olhos cravados no ar, a boca muito aberta, porque já lhe ia faltando o fôlego.
Não tossia; apenas, de quando em quando, o esforço convulsivo para atravessar os pulmões
desfeitos sacudia- lhe todo o corpo e arrancava-lhe da garganta uma ronqueira lúgubre, que
lembrava o arrular ominoso dos pombos."
a) Animalização do homem.
c) Patologismo.
d) Veracidade.
Resposta
d) Vemos renascer, na década de 30 do nosso século, uma prosa viril, de cunho regionalista,
atenta às nossas mazelas sociais e capaz de objetivar em estilo seco parte de nossa dura
realidade.
e) Consagra-se entre nós a prosa naturalista, marcada pela associação direta entre meio e
personagens e pelo estilo agressivo que está a serviço das teses deterministas da época.
Resposta
8. (UEL-PR) Por força das teses deterministas que abraça em sua ficção, Aluísio Azevedo:
c) Acredita que a cultura popular, por ser mais espontânea e criativa, superará os modelos da
cultura letrada.
d) Faz com que as personagens triunfantes sejam aquelas cujas virtudes morais se imponham
sobre o poder econômico.
e) É um autor pessimista, pois está convicto de que os bons instintos naturais são abafados na
vida aristocrática.
Resposta
9. (UNESP/SP)
O cortiço
“Daí a alguns meses, João Romão, depois de tentar um derradeiro esforço para conseguir
algumas braças do quintal do vizinho, resolveu principiar as obras da estalagem.
— Deixa estar, conversava ele na cama com a Bertoleza; deixa estar que ainda lhe hei de
entrar pelos fundos da casa, se é que não lhe entre pela frente! Mais cedo ou mais tarde como-
lhe, não duas braças, mas seis, oito, todo o quintal e até o próprio sobrado talvez!
E dizia isto com uma convicção de quem tudo pode e tudo espera da sua perseverança, do seu
esforço inquebrantável e da fecundidade prodigiosa do seu dinheiro, dinheiro que só lhe saía
das unhas para voltar multiplicado.
Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o
mais simples, visavam um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens.
Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por
maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que
no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos
trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um
desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado, de cabelos à
escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e
ao capinzal, sempre em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os
lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele
não podia apoderar-se logo com as unhas.”
a) Indique um traço físico de João Romão que está de acordo com a personalidade que lhe
confere o narrador.
Resposta
10. (UFSCar/SP)
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade
de portas e janelas alinhadas.
[...]
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água
que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já
prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do
pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses
não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da
água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da
mão.”
Resposta
11. (ESPM/SP) Leia o texto:
d) Expressões como “abolição dos castigos corporais” e “supressão absoluta dos vexames da
punição” conferem ao diretor certo caráter de liberalismo.
Resposta
B) Da história de uma moça com tendência para o crime, mas que luta interiormente, e com a
ajuda de médicos especialistas, para superar essa tendência mórbida de seu caráter.
Resposta
a) "Não havia linhas de horizonte, não havia contornos definidos; era tudo uma acumulação
de névoas, onde mal se pressentiam apagadas sombras. [...] E aos olhos de Magdá, tudo
aquilo principiou de afigurar uma natureza em embrião, um mundo ainda informe, em estado
gasoso; alguma coisa que já existia e que ainda não vivia: um ovo ainda não galado por
Deus."
b) "Era a essa infeliz criança, tão cedo privada do amor de mãe, que o Conselheiro dedicava a
melhor parte dos seus afetos [...] E era ainda essa criança, já mulher, que o desgraçado via
agora escapar-lhe dos braços e fugir-lhe para a morte, arrastando atrás de si um triste sudário
de mágoas brancas, mágoas de donzela, mágoas flutuantes, que pareciam feitas de espuma
[...]"
c) "Um candeeiro de querosene iluminava a pobre sala de duas braças de largura e três de
comprimento, toda caiada de cima a baixo, e com uma pequena barra de roxo-terra. Havia um
armário de pinho sem pintura, onde se guardava a louça, aquela grossa louça de doze vinténs
o prato, e aquelas canecas de pó de pedra, onde eles tomavam café antes de levantar o dia."
d) "– Ora, aí tem! É a febre histérica! classificou logo o Dr. Lobão. E em resposta às
perguntas do Conselheiro, despejou um chorrilho de nomes técnicos, dizendo que: “Aquilo
não podia ser febre tifóide, nem ter sua origem na flegmasia encefálica, nem tampouco na
alteração de algum órgão esplâncnico [...]”
Resposta
14. (UEPB) Considere as seguintes afirmações do crítico literário Antonio Candido, sobre O
cortiço, de Aluísio de Azevedo:
II. No começo é como se o cortiço fosse regido por lei biológica; entretanto a vontade de João
Romão parece ir atenuando o ritmo espontâneo, em troca de um caráter mais mecânico de
planejamento. Ele usa as forças do meio, não se submete a ela; se o fizesse, perderia a
oportunidade de se tornar capitalista e se transformaria num episódio do processo natural,
como acontece com seu patrício Jerônimo, que opta pela adesão à terra e é tragado por ela.
a) Apenas I e II.
b) Todas as afirmações.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) Nenhuma afirmação.
Resposta
e) São exemplos do realismo internacional que tomou conta da literatura do ocidente a partir
da década de 1850, sem deixarem de ser autores inseridos na problemática especificamente
brasileira do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX.
Resposta
b) O fragmento citado demonstra a crítica e ironia de Machado de Assis contra aqueles que, a
exemplo de “Simão Bacamarte”, erigem verdades fechadas e absolutas como modelos de ação
e controle psíquico-social.
d) O fragmento acima demonstra que, numa sociedade como a nossa, cheia de contradições e
ainda pouco capaz de dar cidadania efetiva aos seus cidadãos, a atitude do intelectual, como
“Simão Bacamarte” (e, por extensão, o próprio Machado de Assis), só pode ser a de primeiro
resolver seus próprios problemas pessoais para só depois pensar na sociedade como um todo.
Demonstra que os intelectuais do Realismo chegaram à conclusão de que os românticos, que
se preocupavam sobretudo com o indivíduo, tinham razão.
e) O fragmento final d'O alienista revela o tom “decadente” e pessimista que está na maioria
dos textos significativos de Machado de Assis e que o situam como um dos precursores do
Simbolismo no Brasil. O decadentismo machadiano, a que diversos críticos literários
chamaram atenção, pode ser observado também nos fragmentos finais de Memórias póstumas
de Brás Cubas, Dom Casmurro e Quincas Borba, e em contos como A causa secreta, Cantiga
de esponsais e Pai contra mãe.
Resposta
17. (PUC-RS) Sobre O Cortiço, obra de Aluísio Azevedo, autor contemporâneo de Machado
de Assis, é correto afirmar:
Resposta
"Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas. [...] O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre
as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas
despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se
preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e
esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.
[...]
Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que
mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a
triunfante satisfação de respirar sobre a terra."
Resposta
19. (PUC-RS)
Expressões tais como “machos e fêmeas”, “cabelo para o alto do casco”, “molhar o pêlo”
constroem imagens que remetem a uma ________ entre homens e animais, típica do
________, que se constitui num prolongamento do ________.
Resposta
20. (PUC-RS) A descrição que Machado de Assis faz de Capitu ________ forma como
Aluísio Azevedo constrói Bertoleza, Rita Baiana ou Leandra, personagens de ________, obra
que enfatiza aspectos físicos e ________ do ser humano.
Resposta
Resposta
22. (UFPA) Em carta de 2 de agosto de 1884, a propósito de O Mandarim, Eça de Queiroz
afirma:
“O Senhor escolhe aí uma obra bem modesta e que se afasta consideravelmente da corrente
moderna [Naturalismo] da nossa literatura , que se tornou, nestes últimos anos, analista e
experimental; justamente, por esta obra pertencer ao sonho e não à realidade, sendo inventada
e não observada.”
O Mandarim. Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 14-15.
• O homem é concebido como um ser determinado pela hereditariedade e pelo meio físico e
social.
Resposta
23. (UPE)
"O par festejado eram o Dias e Ana Rosa, casados havia quatro anos. Ele deixara crescer o
bigode e aprumara-se todo; tinha até certo emproamento ricaço e um ar satisfeito e alinhado
de quem espera por qualquer vapor o hábito da Rosa; a mulher engordara um pouco em
demasia, mas ainda estava boa, bem torneada, com a pele limpa e a carne esperta.
Ia toda se saracoteando, muito preocupada em apanhar a cauda do seu vestido, e pensando,
naturalmente, nos seus três filhinhos, que ficaram em casa a dormir.
— Grand'chaine, double, serré! berravam nas salas.
O Dias tomara o seu chapéu no corredor e, ao embarcar no carro, que esperava pelos dois lá
embaixo, Ana Rosa
levantara-lhe carinhosamente a gola da casaca.
— Agasalha bem o pescoço, Lulu! Ainda ontem tossiste tanto à noite, queridinho! [...]"
Aluísio Azevedo. O Mulato. São Paulo: Ática, 1978. p. 190.
Quanto à obra da qual o fragmento acima faz parte e quanto ao contexto estético em que ela
se insere, analise as observações a seguir.
I II
0 0 O trecho acima relata a vida conjugal de Ana Rosa, quatro anos depois da partida de
Raimundo, protagonista da obra, para Portugal.
2 2 Após a leitura do romance, chegamos à conclusão de que o amor de Ana Rosa por
Raimundo não foi abalado pelo preconceito racial, tema sobre o qual se desenvolve a obra.
3 3 Uma das características dos romances naturalistas é a crítica mordaz feita ao clero.
No caso de O Mulato, essa crítica está expressa também pelo comportamento amoral do
cônego Diogo, personagem antagonista.
Resposta
24. (Ufam) As afirmativas abaixo foram feitas a propósito do romance O Cortiço, de Aluísio
Azevedo. Assinale a que NÃO está correta:
a) Pombinha abandonou o marido e se tornou, pela mão de Léonie, uma prostituta. Nessa
condição, veio a se constituir no único sustento que a mãe, a pobre Dona Isabel, passou a ter
na velhice.
b) Jerônimo é um português que mora com a mulher e a filha no cortiço. Um dia, ele se
apaixona pela negra Rita Baiana. Por causa desse envolvimento amoroso, vem a matar Firmo,
antigo amante de Rita. A conseqüência de tal paixão é a total decadência de sua família.
d) A trama se centra numa habitação coletiva dirigida por João Romão. Ajudado pela negra
Bertoleza, de quem se torna amante, faz com que o local progrida e se torne uma estalagem de
bom nível social. Em troca, e para demonstrar gratidão, ele compra a carta de alforria de
Bertoleza, embora tenha se separado dela.
e) Numa das últimas cenas do romance, João Romão espera pela família do Miranda, um
vizinho rico que chega acompanhado da mulher, Dona Estela, e de Zulmira, a filha. Todos
entram numa confeitaria da rua do Ouvidor, o que demonstra que o proprietário do cortiço
progredira bastante.
Resposta
25. (Unifap) A respeito do período realista-naturalista, pode-se dizer que:
(A) A noite e a solidão são elementos que norteiam a evasão da alma, ou seja, propiciam o
distanciamento do mundo real.
(B) As idéias de cunho materialista estão ligadas intimamente a esse período literário,
contribuindo para o homem voltar-se para o não-eu.
(C) A realidade exterior é sugerida vagamente, através de uma linguagem simbólica com
termos predominantemente abstratos.
(E) A temática explorada durante esse estilo de época é marcada pela intensa valorização das
classes burguesa e clerical.