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Fred Dantas
Em estados do Sul, como ocorre no Rio de Janeiro e São Paulo, essa recuperação tem
sido feita com base em modelos e repertório claramente inspirados na banda sinfônica e
colegial do Ocidente. No Norte e Nordeste, ainda que se execute o repertório impresso e
globalizado, persiste o salutar costume de se criar músicas próprias do conjunto, assim
como em boa parte do interior de Minas Gerais. Do mesmo modo, são ainda preferidas
as composições próprias no interior da Bahia, que foi praticamente o Estado responsável
pela sobrevivência do termo filarmônica, ou filarmónica, que herdamos de Portugal,
onde assim são designadas as sociedades musicais que nos inspiraram. Em outros
lugares, passaram a ser chamadas bandas civis.
Banda de música está desde o início associada à música militar. Nos Estados Unidos,
ainda hoje é mais comum se referir a esse modelo como military band do que wind
band, na prática o mesmo grupo. Foram os turcos que colocaram na vanguarda dos seus
exércitos um estridente grupo de percussão e imprimiram na Europa a idéia de associar
uma marcha musical ao deslocamento das tropas. Surgiram as bandas militares e com
elas os modelos de música para marchar: marcha lenta, para solenidades, marcha rápida,
para situações de ataque de infantaria e, em andamento intermediário (semínima=120),
a marcha militar de passo-dobrado. Este tipo de marcha militar, ao se adaptar às culturas
locais, originou três grandes tradições de composição: o pás-redoublé francês, o
pasodoble espanhol e a marcha militar de passo dobrado em Portugal, que em terras do
Brasil se tornaria o dobrado, a marcha brasileira.
Sociedades com existência jurídica criadas para manter bandas de música nos parece ser
uma idéia imediatamente herdada de Portugal, onde muitos desses conjuntos são
integrados por setores profissionais como bombeiros voluntários ou empregados do
comércio. Na Inglaterra e Alemanha são numerosas as bandas formadas por agricultores
e mineiros de carvão. Para a formação das bandas de música brasileiras, do ponto de
vista musical, fato significativo foi a chegada ao Brasil, em 1808, da Banda da Armada
Real, junto ao que de melhor havia na corte de D. João VI. Do mesmo modo que se
inicia aí a verdadeira vida urbana no Brasil, antes, o que se conhecia aqui eram
conjuntos de sopro e percussão denominado Terços, ou Ternos, que tinham esse nome
por serem formados por três classes distintas de instrumento: madeiras, metais e
percussão. Eram presença obrigatória nas procissões e cerimônias públicas, iniciando
uma tradição musical muito mais adaptada ao nosso clima que a música dos violinos,
instrumentos bem mais perecíveis.
A Banda da Armada Real era um conjunto admirado em toda a Europa e sua presença
inesperada no Brasil teve como imediata conseqüência o desejo, por parte das
corporações militares, de se criar conjuntos semelhantes nas sedes dos destacamentos.
Enquanto isso, a sociedade civil partiu para modernizar seus próprios grupos, onde se
mesclaram a organização administrativa das sociedades civis portuguesas, com
repertório e fardamento dos militares.
Flautim, flautas 1 e 2.
Requinta, clarinetas 1, 2 e 3, clarone.
Sax soprano, sax alto 1 e 2, sax tenor,
sax barítono.
Trompas 1, 2 e 3.
Trompetes 1, 2 e 3
Trombones 1, 2 e 3.
Barítono si b, bombardino ut ou si b
Tuba si bemol, tuba mi bemol.
Caixa, bombo, pratos, percussão
opcional (efeitos).
Desses instrumentos, as flautas e clarinetas podem ter seu número aumentado, por
serem instrumentos de sonoridade suave. Todos os demais só devem ser dobrados,
obedecendo a uma proporção, acompanhada pelos demais naipes.
As formas mais comuns de composição para banda são: o dobrado, a polaca, as marchas
solenes, marchas religiosas e fúnebres, valsas, sambas e maxixes, marcha-frevo,
fantasias e arranjos. A polaca, em compasso ternário, se diferencia da valsa por
“binarizar” cada tempo do compasso de 3, tornando-o mais lento. O contrário da
polonesa, um estilo em 6 por 8, compasso que “ternariza” o binário. Polacas são peças
para solista, em geral compostas com nome de mulher, a quem se deseja dedicar.
Famosas são as polacas para bombardino, principalmente, onde o instrumento dialoga,
em trechos em geral de difícil execução, com o restante do conjunto. A polaca Maria
Almeida, para trompete e filarmônica, composta por Tertuliano Santos, mestre da
filarmônica Victória de Feira de Santana, é um exemplo de fina e delicada escrita
musical, uma espécie de êxtase do estilo. Na primeira página lê-se, em caligrafia de
pena: “dedico esta pállida composição à ilustre senhorinha Maria Almeida...” As
marchas solenes, no Recôncavo baiano, no mais severo quaternário, adquiriram estranha
feição social: também são feitas com nome de mulher.
As marchas de procissão deram a oportunidade aos mestres-compositores idealizarem
os mais sublimes cantos e instrumentações, livre de pressas, já que eram feitas para
conduzir as longas jornadas, carregando andores, nas festas de padroeiro. Nas marchas
fúnebres as melodias se tornam ainda mais tocantes, como em Uma lágrima sobre o
túmulo de Carlos Gomes, de Remíggio Domenèch, marcha fúnebre composta em
Salvador em 1896. Os sambas e maxixes eram tocados depois das missas, quando uma
vez cumpridas as obrigações as pessoas se divertiam, leves. Fantasias, como na música
sinfônica, são peças com vários andamentos e climas. As marchas-frevo são a resposta
do Recife, onde o dobrado foi posto a ferver, na disputa entre os blocos, gerando
vigoroso estilo à parte.
Chega a era do rádio e das gravações de sucesso em disco, dando início à nossa versão
de indústria cultural. Dos tanguinhos ao “arrocha”, os modismos musicais foram se
sucedendo e as bandas se escorregavam entre a execução dos dobrados da tradição e as
transcrições dos sucessos do momento para a linguagem dos sopros. Examinando um
arquivo poderoso, como o Arquivo Deraldo Portela, da Oficina de Frevos e Dobrados,
vamos observando as longas e complicadas músicas de 1920 cedendo lugar aos
revolucionários dobrados de Estevam Moura, nos anos 50, para finalmente chegarmos
aos anos 1960 com uma coleção de arranjos simplistas e em caligrafia canhestra.
Se os anos 60 foram “a década que mudou tudo”, para as filarmônicas foram a época de
menor prestígio social. Antes, as orquestras americanas já haviam proposto um outro
modelo, com base no entretenimento e na dança de salão, onde a banda de música
ficava como alternativa à antiga. Nos anos 50 muitas filarmônicas, para atender às
situações de baile, mantinham um “jaze”, com a inclusão de instrumentos harmônicos.
Com a chegada da guitarra elétrica e depois dos teclados, a música dos instrumentos de
sopro passou a ser definitivamente discriminada. Certo que, sobrevive na música de
rádio o chamado “naipe”, formado por sax, trompete e trombone, mas o que se
questionava então era o próprio modelo de organização, tudo o que não fosse
identificado com a revolução dos cabeludos.
Bandas de música, que eram parte de um cenário de cidades pequenas, com infra-
estrutura urbana bem estruturada, prédios de arquitetura sólida e bela, praças, coretos,
famílias e também preconceitos e politicagem, estavam agora em meio à migração dos
melhores talentos para cidades maiores, inchaço da periferia por gente pobre que
abandonou a roça, a chegada do asfalto e violência. E uma juventude a princípio
entusiasmada com essa nova ordem, onde a música comercial divulgada na TV e no
rádio serve de veículo para mensagens de diversão sem conseqüências, sexismo e busca
de vantagens sem escrúpulos. Realidades duras e amorais das grandes metrópoles
estavam ali mesmo, na sala de cada casa.
O que restou nos anos 1980 foi uma idéia de banda de música como atividade de velhos,
sujeita a aparições de caráter jocoso em novelas de televisão, onde sempre a filarmônica
era mostrada de forma caricata, tocando em alguma recepção à beira de uma estação de
trem ou inauguração promovida por personagens risíveis. A ação na Bahia da Sociedade
Lítero-Musical 25 de Dezembro, da cidade de Irará, e o surgimento da Oficina de
Frevos e Dobrados, na capital do Estado, foram dois momentos fundamentais para
chegarmos aos resultados da década seguinte.
É natural que se pergunte sobre o papel das bandas militares nesse contexto, já que elas
são por excelência mantenedoras das bandas de sopro, onde vão se empregar os músicos
advindos das bandas do interior. Ora, nas situações de caserna elas são o que são,
bandas de parada e marcha, onde se destacam os bons dobrados militares do baiano
Antonino Manoel do Espírito Santo, dois deles tornados hinos oficiais, a Canção do
Soldado e o Cisne Branco, o Hino da Marinha do Brasil. A banda de música Maestro
Wanderley, da Polícia Militar da Bahia, foi a primeira banda de música a gravar um
disco em 78 rpm, ainda em 1906, quando foi de navio para o Rio de Janeiro com a
regência do próprio João Antônio Wanderley, lembrado pelos baianos por ser o autor da
melodia do Hino ao Nosso Senhor do Bonfim.
Pois bem, por volta de 1980 a Banda Maestro Wanderley se tornou banda sinfônica,
gravando um disco LP sem nenhuma conseqüência cultural, onde se usam tímpanos e
violoncelos. As bandas das corporações militares federais, por outro lado, nunca mais se
conformaram em ser bandas querendo, a todo momento, se tornar orquestras de swing
ao estilo Glenn Miller. Felizmente bem equipadas e regidas por maestros competentes
essas bandas militares desperdiçaram a enorme contribuição que poderiam dar à cultura
da sua gente, preferindo àquela época, se tornar imitações pálidas das bandas-orquestras
que volta e meia desembarcam por aqui, através de intercâmbios com as forças armadas
americanas.
No quesito divulgação, brilha solitária a estrela de Luis Ayala, o radialista, que por mais
de 25 anos, manteve o seu programa Aí vem a banda, na Rádio Excelsior da Bahia.
Numa tarefa obstinada, comparada ao papel que desempenha hoje o homem de rádio
Perfilino Neto a favor do chorinho, Ayala acumulou um acervo de raras gravações de
filarmônicas brasileiras, que levava ao público junto a comentários esclarecedores sobre
grupos e músicas. Contrastando nas ondas do rádio com uma máquina gigantesca
funcionando incessantemente na busca de novos lucros, o programa manteve aceso o
gosto pela música instrumental das bandas.
Mas então o que fizeram de positivo a Oficina e a 25 de Dezembro nos anos 1980? A
banda de Irará demonstrou para as demais cidades da Bahia que o importante mesmo é a
própria comunidade amar e valorizar sua banda. Que não adiantava o governo doar
dezenas de instrumentos sem que a própria comunidade não emprestasse seus garotos
para usá-los. Que nenhum equipamento novo iria ter bom aproveitamento por parte de
músicos veteranos muito mal-acostumados, mais interessados em usar a banda como
clube social que a um interesse musical genuíno.
Em Irará dissolveu-se a velha rivalidade entre duas corporações e iniciou-se uma nova
banda. Crianças foram postas a aprender leitura musical, o comércio e cidadãos foram
convocados a apoiar materialmente o novo conjunto. Surge, à frente de tais iniciativas, a
figura carismática do médico Deraldo Portela, carinhosamente chamado de “o doutor”
pelos seus conterrâneos. Contratou-se um hábil maestro, o veterano da Rádio Sociedade
da Bahia, Norberto de Aquino, conhecido como maestro Xaxá, e a união entre iniciativa
social e talento musical não tardaram a produzir efeitos, materializados na gravação
pioneira de um disco vinil.
A proposta da Oficina era revelar os mestres que, a despeito do que haviam feito, não
tiveram exegetas, como os expoentes citados neste artigo. Assim, foram surgindo as
homenagens a Álvaro Villares Neves, um refinado compositor nascido em Mucugê e
radicado em Caetité; Isaías Gonçalves Amy, um ferroviário da Leste que criou desde
baiões irresistíveis, como Toada no Sertão até peças sofisticadas para solista; Abelardo
Enéas Campos, que levou uma banda de operários da usina de açúcar de Maracangalha
a executar missas e trechos de ópera italiana. A Oficina enfatizou, sobretudo quando se
comemorava os 100 anos da Abolição da Escravatura, a contribuição dos ritmos de
origem negra à escrita dos dobrados na Bahia, com destaque para o tangado, o
acompanhamento sincopado que veio a diferenciar os nossos dobrados do estilo
tradicional de marcha.
Mas não foi só isso: as músicas compostas por Fred Dantas, fortemente influenciadas
pela música contemporânea dos Seminários de Música da Universidade Federal da
Bahia, apontavam para uma filarmônica de música atonal e com elementos de
improvisação, presentes no Dobrado Novo, no Dobrado Pepezinho e na futurista
Marcha Santo Antônio, onde um declamador bradava, com direito a rittornelo “- Isso é
tão importante! Será que eu compreendo? Santo Antônio! E o amor? E o amor?”
Acredito que a Casa das Filarmônicas tem sido de uma importância fundamental, como
implantadora da oficina de reparos e do banco de partituras, e também como
batalhadora de recursos e instrumentos junto ao governo federal, e por, utilizando-se da
internet, divulgar o universo das bandas da Bahia aos quatro ventos. Essa casa deveria
ser a voz a favor das bandas de música e um vetor de divulgação da sua cultura.
Do mesmo modo, devemos nos sentir a vontade, por sabermos que as filarmônicas têm
sobrevivido e formado excelentes músicos há muitos anos, para rejeitar a aplicação, à
guisa de política oficial, de métodos de ensino totalmente alheios à nossa realidade. O
que funciona em determinada cultura pode simplesmente prejudicar o trabalho das
bandas. Um método, por exemplo, inspirado em iniciativas bem sucedidas de igrejas
protestantes na recuperação de garotos-problema nos Estados Unidos não pode
funcionar da mesma maneira nas bandas da Bahia, cheias de jovens músicos netos de
músicos, acostumados a uma longa tradição de ensino e muitas, muitas partituras bem
feitas. Nada disso invalida o contato dos professores de orquestra sinfônica, que visitam
o interior por conta de projetos também ligados ao governo, com seus novos e eventuais
pupilos das filarmônicas. Se a coisa for feita sem carregos de imposição cultural, está aí
uma rara oportunidade de ver um músico sinfônico de verdade, demonstrando com
paciência as virtudes da técnica utilizada nas orquestras.
Isso serve também para o repertório importado. A mais simples e rasteira composição
feita por um cidadão de determinada cidade é mais importante em termos de realização
cultural que a melhor execução de um arranjo do tema do filme Titanic. Certa feita, fui
convidado a ser jurado em um concurso de bandas no Rio de Janeiro e retornei chocado
ao ouvir entidades centenárias se comportando como bandas de colégio, muito bem
equipadas mas tocando um repertório totalmente sem alma. Mas na mesma ocasião
constatei surpreso a presença de vários dobrados do nosso Estevam Moura, como o
Verde e Branco e o Tusca, disputando ao lado das StarWars ou Flashdances da vida.
O fato cultural mais significativo envolvendo bandas de música entre a última década e
os primeiros anos desse terceiro milênio é o Festival de Filarmônicas do Recôncavo,
que chegou ano passado à sua 12a versão. Quem nunca lá esteve não pode supor. São
noites de muita beleza, quando todas luzes do Centro Cultural Dannemann, em São
Félix, são acesas, projetando a linda arquitetura neoclássica por sobre as águas do
Paraguaçu, enquanto pessoas de todas as idades comentam, aguardam e torcem pela sua
banda, naquela atmosfera com leve odor de finos charutos feitos lá mesmo.
Doando alguns instrumentos como prêmio, depois gravando Cds com as vencedoras,
esse festival ajudou, mas sua maior contribuição ao crescimento das bandas foi a
reinvenção da rivalidade. Estimulou-se a vontade de crescer, para descontar no próximo
ano, ou manter a posição galgada. Mas não é só: todos os anos há um homenageado, do
qual levantamos a biografia e editamos duas músicas, usadas como peças de confronto.
E como os organizadores não premiam música comercial, cada evento é um desfile
formidável do que de melhor já se escreveu para filarmônicas.
Mas, que tipo de ajuda é bem vinda a esse universo tão singular, para que mantenham e
ampliem seu atual momento de expansão? Primeiramente, é preciso que se reconheça
que as prefeituras gastam fortunas com uma ultrapassada política de circo, contratando
grupos musicais da moda, que pouquíssimo retorno trazem, como contribuição
permanente, às suas comunidades, e sempre dedicam uma ajuda muito modesta, ou
nenhuma, aos grupos que realmente atuam e engrandecem os seus municípios. Por outro
lado, é preciso fazer um trabalho de conscientização nas cidades do interior, para
reforçar junto à população uma tendência hoje existente de valorizar o que é seu, e parar
de buscar ideais externos. Reformular a banda, declinando de valores machistas,
politiqueiros e preguiçosos, reforçando a idéia de mobilização social, valorização das
figuras idealistas e geniais que habitavam o passado das cidades, enquanto se estimula a
criação de um novo repertório voltado para sopros e percussão.
A política de apoio oficial, a nível federal, estadual e municipal, deve ter continuidade.
As bandas de música ao oferecerem serviços gratuitos de educação musical, lanche e
fardamento, merecem ser contempladas com recursos públicos. O poder público deve
incentivar, sem interferir no conteúdo musical e na independência administrativa dos
conjuntos, a formação de novos líderes através de cursos para mestres de banda e
aperfeiçoamento de músicos. O banco de partituras, com o programa de edições
revisadas, deverá ter o crivo de profissionais capazes de identificar quais as músicas
com real importância artística e histórica, devam ser editadas, corrigindo nelas os erros
de copistas e preenchendo partes faltantes. Sem esses cuidados, o mestre recebe o
pacote, agradece mas nunca bota aqueles papéis para tocar.
Tudo deverá ser feito para que voltem a surgir compositores, para que se volte a
produzir repertório. Cursos de composição, concursos de músicas novas para
filarmônica, intercâmbio entre grupos e outros estímulos aos jovens, que muitas vezes
não são devidamente preparados pelos mestres atuais, que não sabem compor, portanto
não ensinam a compor. A graça da filarmônica é produzir maior parte do que toca, por
isso no último festival do Recôncavo já houve um curso rápido de composição e
regência para contramestres das bandas participantes.
Finalmente, a divulgação da ação das filarmônicas deve se dar mais ou menos como
ocorre todos os anos em relação ao Encontro de Filarmônicas no 2 de Julho. As
matérias jornalísticas acerca da efeméride são sempre redigidas num tom ao mesmo
tempo simpático e sério, onde se procura ressaltar, sobre as bandas, a saúde que se
respira, a simplicidade digna do público e a solenidade própria das entidades, refletida
nos vistosos uniformes. A filarmônica hoje é, tal qual o Dois de Julho, cívica e popular,
formal e matreira, séria e divertida, erudita e gingada. Qualquer tipo de ação junto a elas
seja em nível de equipamento, pedagogia ou divulgação, tem que levar em conta esses
traços que lhe são próprios. Ajudar sem interferir.