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O Uso de Funções Spline Cúbica no Cálculo de

Volume de Árvores
Mateus M. Nudelmann1
1
Faculdade de Informática – PUCRS
90619-900 – Porto Alegre – RS – Brazil
mateusmn@gmail.com

Resumo. O presente estudo descreve como calcular o volume de árvores e rep-


resentar o perfil de troncos das mesmas com o uso de funções spline cúbica.
Para tanto, inicialmente aborda as caracterı́sticas do problema. Em seguida,
expõe como o problema foi resolvido através de um algoritmo numérico, im-
plementado no ambiente de programação Maple. Trata ainda dos resultados
obtidos com o algoritmo.

1. Introdução
O problema apresentado neste artigo consiste em calcular o volume inteiro de árvores,
que é básico nos estudos de planejamento e de viabilidade econômica. Para a resolução
do mesmo, considera-se alguns fatores que podem influenciar na forma das árvores, como
por exemplo: copa, idade, localização da árvore na floresta, densidade, sı́tio, etc. Devido
a esses fatores, é difı́cil encontrar uma função matemática para descrever o perfil inteiro
do tronco de árvores. Dessa maneira, para calcular o volume de árvores é preciso ex-
pressar o perfil do tronco com equações que representam pedaços do tronco e que ligadas
umas as outras, possam representar todo o perfil do tronco. De acordo com esse proced-
imento, nesse estudo utiliza-se funções spline cúbica para calcular os diâmetros ao longo
do tronco, e assim, definir a forma do perfil do tronco da árvore e obter a estimativa do
volume da mesma.

2. Resolução do problema
Com a finalidade de resolver o problema proposto implementou-se um algoritmo
numérico no ambiente de programação Maple. Para usar como entrada do algoritmo
numérico, mede-se diâmetros em vinte e dois pontos (n + 1) ao longo do tronco nas al-
turas relativas de 1%, 2%, ... ,5%, 1,3m do solo (DAP), 10%, 15%, 25%, 35%, ... , 95%
da altura total da árvore, como é exemplificado na tabela a seguir.

Table 1. Exemplo de diâmetros medidos ao longo do tronco


Dessa forma, a entrada do algoritmo é um vetor com o seguinte formato:

vetor := [[x1 , y1 ], [x2 , y2 ], ..., [xn , yn ]],

onde x são os raios(em centı́metros) obtidos com os diâmetros medidos e y são as al-
turas(em metros) medidas. Dessa maneira, a partir da entrada, o procedimento que im-
plementa o algoritmo define uma função spline cúbica por um polinômio cúbico diferente
para cada intervalo.

f1 (x) = a1 x3 + a1 x2 + b1 x + c1 para x0 ≤ x ≤ x1
f2 (x) = a2 x3 + a2 x2 + b2 x + c2 para x1 ≤ x ≤ x2
..
.

fn (x) = an x3 + an x2 + bn x + cn para xn−1 ≤ x ≤ xn

Então, cuidando de aplicar a função spline cúbica do intervalo correto, calcula


diversos diâmetros ao longo do tronco, e assim, traça o perfil do tronco de uma árvore.
A saı́da do procedimento implementado que corresponde à forma do perfil do tronco de
uma árvore, acordando com o exemplo da tabela 1, é ilustrada a seguir.

Figure 1. Perfil do tronco de uma árvore

Além disso, o algoritmo calcula o volume total da árvore, que é obtido pela
integração dos resultados alcançados através da equação

V = pi ∗ raio2 ∗ altura,

que é aplicada para cada 1cm de altura do tronco e com o raio sendo obtido através da
função spline do intervalo correspondente à altura. Dessa maneira, o volume alcançado
para as medidas mostradas na tabela 1 foi 0.8200003794m3 .
3. Considerações Finais
Quando feita a abordagem desse estudo, constatou-se que através do uso de funções spline
cúbica é possı́vel estimar com precisão e não - tendenciosamente o diâmetro ao longo do
tronco, dessa forma o uso da mesma é adequado para estimar o volume. Além disso,
entendeu-se que a equação usada para o cálculo do volume é apropriada para estimar
precisamente o volume de árvores pois o volume obtido foi comparado com o volume
calculado pela fórmula de Smalian e a diferença obtida foi de 0,06%, que não é significa-
tiva.

References
Kirchner, F. F., Figueiredo Filho, A., Scolforo, J. R. S., Machado, S. A. e Mitishita, E. A.
(1989). O uso de funções spline no cálculo de volume de árvores. Curitiba, Floresta,
vol. 19, p. 116-122.
Angelo, H., Rodrigues Castro, L. H., Hosokawa, R. T. e Kirchner, F. F. (1995). Análise
de componentes principais e função spline para definir a forma do tronco de pinus
tropicais. Curitiba, Floresta, vol. 25, p. 56.
Leite, H. G., Gama, J. R. V., Cruz, J. P. e Souza, A. L. (2006). Função de afilamento para
Virola surinamensis (ROLL.) WARB. Viçosa, Revista Árvore, vol. 30, p. 102.
Couto, H. T. Z., Batista, J. L. F. e Rodrigues, L. C. E. (1989). Mensuração e gerenciamento
de pequenas florestas. Piracicaba, Documentos florestais, p. 10.

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