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téchne 121 abril 2007
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 121 ano 15 abril de 2007 R$ 23,00
COMO CONSTRUIR
Piso protendido
■ Obras industriais ■ Piso protendido ■ Salas limpas ■ Sidonio Porto ■ Avaliação de concreto
ENTREVISTA
Sidonio Porto
fala da
arquitetura nas
indústrias
Fábrica da Libbs
Farmacêutica, em
Embu das Artes (SP)
Obras industriais
■ Libbs, Embu das Artes (SP):
limpeza padrão internacional
■ Spaipa, Marília (SP):
recorde de protensão de piso
00121
SUMÁRIO
LIBBS FARMACÊUTICA
50 Obra limpa
As soluções de projeto para garantir
a assepsia na fabricação
de medicamentos
56 CBA
Fundação diferenciada
Equipamento importado da Alemanha
facilita escavação de solo rochoso
60 ARTIGO
Avaliação do concreto de peças
estruturais pequenas pelo
Fotos: Marcelo Scandaroli
75 COMO CONSTRUIR
Piso de concreto protendido
Cuidados de execução dessa tecnologia
34 REÚSO DE ÁGUA que pode reduzir patologias
Opções racionais
Conheça as tecnologias disponíveis para
reúso de água nas indústrias
SEÇÕES
36 SPAIPA Editorial 4
Protensão recorde Web 8
Piso protendido de fábrica de Cartas 10
refrigerantes é o recorde brasileiro Área Construída 12
nessa tecnologia Índices 18
IPT Responde 20
40 JOHN DEERE Carreira 22
Planta flexível Melhores Práticas 24
26 Versatilidade é o ponto forte da obra
de fábrica de tratores
P&T
Obra Aberta
67
72
ENTREVISTA Agenda 74
Indústrias mais humanas 44 CEITEC
Sidonio Porto fala da humanização das Controle total Capa
fábricas e da integração entre Produção de circuitos integrados exige Layout: Lucia Lopes
arquitetura e engenharia ambientes totalmente condicionados Foto: Marcelo Scandaroli
É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver
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editorial anun ok.qxd 4/4/2007 16:43 Page 4
EDITORIAL
Menores, melhores e mais exigentes
VEJA EM AU
s plantas industriais no Brasil e no mundo passam por um
A momento de transformação. Na maioria dos casos, a área
construída e o número de usuários (leia-se operários) diminuíram.
A complexidade das instalações e o processo de montagem
industrial ficaram mais sofisticados. Exigências sanitárias,
ambientais e sociais assumiram um papel muito mais relevante.
Com isso, a prosaica idéia de "erguer um galpão" está cada vez mais
limitada às manufaturas de pouca tecnologia embarcada. Nesta Internacional: Day Care
Center, em Copenhague
edição de Téchne, decidimos abordar algumas obras industriais
Hospital Cidade
representativas desse novo momento. Salta aos olhos como cada Tiradentes, em São Paulo
uma das empreitadas reserva peculiaridades que exigiram projetos Revestir 2007
ou execução diferenciados. Foi o que ocorreu, por exemplo, com VEJA EM CONSTRUÇÃO
o piso da área de produção da fábrica de tratores da John Deere, MERCADO
em Montenegro (RS), que, ao invés de armaduras, foi reforçado
com fibras de aço. A alternativa foi necessária para evitar eventuais
transferências das armaduras na comunicação dos equipamentos
da fábrica, orientados por radiofreqüência. Esse e outros casos
revelam que o segmento de obras industriais dispõe de empresas
de engenharia cada vez mais especializadas. E não podia ser
diferente. Na década de 90, com a chegada ao País de várias
multinacionais, as obras nesse segmento passaram a atender aos
Leilões extrajudiciais
padrões internacionais de qualidade. Tiveram também que se INSS
adaptar às especificidades de cada segmento industrial e suas Alojamentos para canteiros
Contratação de obras
particularidades. Colocadas à prova, as empresas de engenharia públicas
envolvidas mostraram criatividade e capacidade técnica,
apresentando alternativas economicamente viáveis. Se em outros
segmentos, como o de obras públicas, as empresas fossem exigidas
não apenas em relação ao custo, mas também em relação às
soluções técnicas, certamente a nossa Engenharia Civil estaria
desfrutando de uma outra imagem perante a sociedade.
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techne
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Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Ceitec mapeado
Confira planta da sala limpa, cortes e perspectivas gráficas do Ceitec (Centro de Excelência
Fórum Téchne
em Tecnologia Eletrônica Avançada), tema de reportagem desta Téchne. Também está O site da Téchne tem um espaço
disponível artigo do diretor-presidente do Ceitec, Sérgio Souza Dias, no qual explica como dedicado ao debate técnico. Confira os
funcionará o processo de fabricação de CIs (circuitos integrados). Localizado em Porto últimos temas abordados.
Alegre e com obras em andamento, o Centro irá concentrar todas as etapas para
fabricação de circuitos integrados. Será a primeira fábrica desse tipo na América Latina. Proibir a construção de marquises
sobre os passeios públicos é uma
solução?
Os problemas que resultam na queda
de marquises só os profissionais da
área conhecem. Quem tem a obrigação
de realizar manutenção e fiscalização
geralmente desconhece ou não possui
projetos e/ou dados para avaliar se é
possível ou não a sobrecarga. Maior
fiscalização durante a execução
também poderia ajudar no combate
Imagens: divulgação
Técnicos de edificações e
tecnólogos devem coordenar obras?
Piso recordista Sou técnico de edificações e tenho todas
as qualificações para assumir uma obra,
Está disponível na versão online da reportagem
sem esquecer que sou subordinado ao
"Protensão recorde" a planta da nova fábrica da
engenheiro civil, com o qual tenho o
Spaipa. A obra, localizada em Marília, interior de
dever de cooperar. Não se faz obra
São Paulo, bateu o recorde de protensão de
sozinho, mas sim em equipe.
piso com uma placa de 4.687,5 m2, sem juntas.
Reinaldo Manriques Filho
Conheça também a solução encontrada para
manter intacta uma paineira cinqüentenária
Engenheiros recém-formados
localizada no terreno da indústria.
devem fazer exame de ordem
para exercer a profissão?
Quando se toca nesse assunto, se
Acabamento de protensão compara com o "exame de ordem" da
OAB. Esse argumento não é válido. O
O corte dos cabos de protensão com curso de direito não é profissionalizante.
maçarico exige cuidados especiais para que Na Engenharia, Arquitetura e Agronomia,
o calor não afete a dureza das cordoalhas. A o egresso sai titulado, pronto para o
técnica está descrita no item 11 do "Manual exercício da profissão na qual se graduou.
para a Boa Execução de Estruturas Ao Crea resta reconhecê-lo como
Protendidas Usando Cordoalhas de Aço qualificado e emitir sua carteira. Se a raiz
Engraxadas e Plastificadas". O material está da preocupação está na formação escolar,
disponível como complemento do cabe à instituição de ensino melhorar a
Fabiana Gobbi
Protensão receio era o aquecimento de forma - "Confecção dos cabos", diz: "O aço
Em relação à seção "Melhores Práti- exagerada tanto das cordoalhas deve ser cortado de acordo com o
cas" da Téchne 119, gostaria de alertar como das cunhas. Os nichos que comprimento (...) por meio de es-
o desacordo do item "Protensão de continham as ancoragens eram de meril rotativo ou tesoura". E ainda:
vigas" com a NBR 14931 (Execução grandes dimensões, pois essas ti- "É vedado efetuar no elemento ten-
de Estruturas de Concreto – Procedi- nham pelo menos quatro cordoalhas sor o endireitamento através de má-
mento), de 2004. Enquanto a revista por bloco. Dessa forma, era fácil cor- quinas endireitadoras ou qualquer
indica o corte das pontas de cordoa- tar as pontas com disco de corte, que outro processo de eliminar torções
lhas com maçarico, a norma proíbe podia ser introduzido nos nichos ou dobramentos, pois esses procedi-
tal procedimento. com facilidade. E assim ficou defini- mentos alteram as propriedades físi-
Maria Regina L. Schmid do na época. cas do aço". Restrição semelhante à
Rudloff Sistema de Protensão Ltda. Na ABNT NBR 14931:2004, de cuja do item A.5, porém, somente quanto
elaboração também participei, o ao endireitamento.
Resposta do engenheiro Eugenio Luiz Anexo A "Execução da protensão em Quanto ao corte final das pontas após
Cauduro: Essa oritentação existe na concreto protendido com aderência a protensão, a norma se omite e dei-
norma, mas refere-se a um conjunto posterior", item "A.5 – Confecção xou para as empresas a escolha da
de duas ações, previstas no item dos cabos", diz o seguinte: "É vedado forma de corte conforme as técnicas
"Confecção dos cabos". O procedi- efetuar no elemento tensor o corte mais modernas e o treinamento do
mento vem da antiga norma de pro- com maçarico, bem como o endirei- pessoal. No caso da protensão não
tensão, de cuja elaboração participei tamento através de máquinas endi- aderente, praticamente só é usado o
como representante da Freyssinet. À reitadeiras ou qualquer outro pro- sistema "monocordoalha", onde cada
época, preferimos proibir o corte cesso, pois esses procedimentos alte- ancoragem só prende uma cordoalha.
com maçarico tanto durante a con- ram radicalmente as propriedades Assim, os nichos para recesso das an-
fecção dos cabos quanto junto às an- físicas do aço". coragens têm dimensões reduzidas,
coragens. Durante a confecção, por- Na fase de confecção, o aquecimento com diâmetro de 5 cm, o que dificulta
que o corte com maçarico forma uma se dá apenas na extremidade do cabo, o corte das pontas de cordoalhas com
borra de solda que engrossa a extre- após o ponto de engate do macaco, discos de corte, mantendo o necessá-
midade do cabo e dificulta a enfiação onde não há problemas quanto a al- rio cobrimento.
das cunhas pela sua extremidade. terações nas características das cor- Quando fomos aos Estados Unidos
Além disso, caso um pingo de metal doalhas, pois os últimos, a aproxima- para conhecer e trazer a atual técnica
incandescente atinja outra cordoalha, damente 50 cm de cabo, externos às da protensão não aderente ao Brasil,
esta pode se romper durante a pro- ancoragens, serão descartados. A res- visitamos diversas firmas de proten-
tensão. Para o corte final das pontas, o trição permaneceu nessa norma de- são e algumas dezenas de obras que
vido à formação da borra de solda, usavam essa protensão com os pe-
que engrossa a extremidade de cabo, quenos nichos, e todas cortavam as
e à possibilidade de um pingo de aço pontas finais das cordoalhas com ma-
incandescente atingir locais depois çarico. Os especialistas americanos
tensionados. O que altera radical- me disseram haver uma técnica sim-
mente as propriedades físicas do aço ples e de treinamento rápido para o
é o eventual endireitamento de cor- corte com maçarico, evitando que o
doalhas com máquinas, o que faz cair aquecimento afete as características e
significativamente o limite de escoa- a segurança das cordoalhas, das anco-
mento do aço em todo o seu compri- ragens e das cunhas. Esse corte é feito
mento e impede seu uso como ele- assim há mais de 40 anos. Outros en-
mento de protensão. genheiros que também visitaram os
Na mesma norma citada, o Anexo C Estados Unidos, onde a utilização da
Fabiana Gobbi
to, fizeram a mesma constatação. O engenharia estabelece-se na Europa e Sei, obviamente, que essa não é a pers-
resultado disso é que também no nos EUA imediatamente após o aci- pectiva da Téchne, que apenas está
Brasil o corte das pontas finais dos dente. É da cultura técnica desses paí- adotando cuidados para não cometer
cabos com maçarico é a solução mais ses mais adiantados aprender ao má- imprecisões ou até injustiças. Mas
corrente e não há notícias de qual- ximo com os acidentes para que coi- convidaria os amigos a refletir sobre
quer problema em cabos cortados sas semelhantes não se repitam. A dis- essas minhas considerações, até por-
desta forma, sendo perfeitamente se- cussão assim conduzida é entendida que os resultados do trabalho do IPT
guro. Algumas alternativas operacio- como uma efetiva colaboração às pró- sairão, na melhor das hipóteses, ape-
nais são aplicadas em algumas obras prias investigações. Infelizmente, em nas em seis meses. Por que não publi-
para o uso de corte das pontas com nosso país, qualquer discussão que se car desde já artigos sérios sobre, por
disco, porém, com importante perda inicie é tida como precipitada, acusa- exemplo, algumas hipóteses interpre-
da praticidade do sistema. tória, desrespeitosa etc. Em 2005, tativas sobre o acidente ocorrido? En-
A técnica e os cuidados para esse corte houve aquele acidente da Linha 4 tenda-se esses artigos como parte de
estão mencionados no item 11, da pá- junto à rua Amaro Carvalheiro (pró- uma discussão respeitosa, como uma
gina 82 do "Manual para a Boa Execu- ximo ao local do acidente da Estação colaboração às investigações e não
ção de Estruturas Protendidas Usan- Pinheiros), em que três casas foram como "atropelamento" destas.
do Cordoalhas de Aço Engraxadas e atingidas. Se esse primeiro acidente Álvaro Rodrigues dos Santos
Plastificadas" *. houvesse sido discutido à exaustão, Geólogo e consultor
Atenciosamente, tenho absoluta certeza de que o trági-
Engenheiro Eugenio Luiz Cauduro co novo acidente da Estação Pinheiros ERRATA
* Material disponível no site da revista não haveria acontecido. Mas na oca- Na revista Téchne de março (ed. 120),
www.revistatechne.com.br sião venceu a cômoda tese dos "im- seção Área Construída, o nome do
previstos geológicos e pluviométri- CBCA constou como "Câmara Brasi-
Acidente no metrô cos". É um preço muito caro que pa- leira de Construção em Aço". O cor-
Uma discussão profissional e respon- gamos por cultivar uma cultura de reto é Centro Brasileiro da Constru-
sável sobre um acidente em obra de "pôr as coisas para debaixo do tapete". ção em Aço.
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ÁREA CONSTRUÍDA
ÁREA CONSTRUÍDA
Divulgação/Parqtec
cionado. Trata-se de um novo tipo de novo produto é constituído por um
fibrocimento, composto por fibras de composto híbrido de fibras poliméri-
escória, produzido pelo engenheiro cas e de celulose.
ÁREA CONSTRUÍDA
ÍNDICES
Custos de Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
edificações 35
IPCE global
em São Paulo 30 IPCE materiais
IPCE mão-de-obra
Maior inflação de março ocorreu no 25
preço do eletroduto de PVC rígido
roscável
20
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com
IPT RESPONDE
Envie sua pergunta para a Téchne.
Utilize o cartão-resposta encartado
na revista.
Traço de concreto
Como calcular a proporção de materiais com as dimensões da estrutura: a di- derando o valor do abatimento do
para fazer 1 m3 de concreto? mensão máxima da pedra não deve tronco de cone (Passo 1) e a dimensão
Atair de Almeida superar 1/5 da menor dimensão livre máxima característica do agregado
São Paulo entre as faces da fôrma, 1/3 da espes- (Passo 2). Admite-se que os agregados
sura das lajes, ou 3/4 do menor espa- tenham forma arredondada e adequa-
Existem diversas formas de se estabele- ço livre entre as armaduras. da distribuição granulométrica.
cer o traço básico de um concreto, ne- Passo 3: Estimativa da água e do teor Passo 4: Escolha da relação água-ci-
cessitando-se ensaios de laboratório de ar – Uma primeira estimativa da mento – Na falta de dados que associem
para se chegar ao traço definitivo. Por quantidade de água a ser utilizada nas a relação água-cimento com a resistên-
exemplo, as quantidades de materiais misturas experimentais, com ou sem cia do concreto, podem ser adotados os
em quilogramas por metro cúbico de ar incorporado, pode ser obtida de valores aproximados dos concretos
concreto (kg/m3) podem ser estimadas forma simplificada na tabela 2, consi- amassados com cimento Portland Tipo
por meio da seguinte seqüência:
Passo 1: Escolha do abatimento do
Tabela 1
tronco de cone – Esse valor deve ser es- Tipos de construção Abatimento do tronco
pecificado considerando-se a condição de cone, em mm
de trabalho e o tipo da construção. Máximo Mínimo
Como base, pode-se utilizar a tabela 1. Fundações, paredes e sapatas armadas 75 25
Passo 2: Escolha da dimensão máxi- Sapatas não armadas, caixões e paredes de vedação 75 25
Vigas e paredes armadas 100 25
ma característica do agregado graúdo Pilares de edifícios 100 25
- Geralmente, esse valor deve ser o Pavimentos e lajes 75 25
máximo possível, desde que coerente Concreto massa 50 25
Tabela 2
Consumo de água, em kg/m3
Abatimento do tronco Dimensões máximas características do agregado, em mm
de cone, em mm 9,5 12,5 19 25 38
Concreto sem ar incorporado
25 208 199 187 178 163
75 a 100 228 217 202 193 178
150 a 175 243 228 214 202 187
Teor aproximado de ar aprisionado, em % 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0
Concreto com ar incorporado
25 a 50 181 175 166 160 148
75 a 100 202 193 181 175 163
150 a 175 217 205 193 184 172
Teor recomendável total de ar, em %, em função do grau de exposição:
Fraco 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5
Moderado 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0
Severo 7,5 7,0 6,0 6,0 5,0
21
carreira.qxd 4/4/2007 17:00 Page 22
CARREIRA
23
melhores praticas 121.qxd 4/4/2007 17:05 Page 24
MELHORES PRÁTICAS
Esquadrias de alumínio
Procedimentos simples, mas que exigem cuidado e atenção, são
essenciais para preservar a estanqueidade e garantir bom desempenho
Grapas
Com a função de manter o contramarco
no lugar correto de chumbar quando da
aplicação da argamassa, as grapas podem
ser apenas encaixadas no perfil e
pressionadas contra a parede. No entanto,
furar a alvenaria e inserir ferros auxiliares
Fotos: Marcelo Scandaroli
Alinhamento global
Para nivelar, utilize mangueira de contramarco em relação à parede e
pedreiro; para alinhar verticalmente, permitem corrigir eventuais distorções. A
prumo e comparação com a prumada em fixação no local correto deve ser feita com
arame do edifício. As taliscas, que devem travamentos de madeira, respeitando
prever a espessura da parede acabada, distanciamento mínimo de 30 mm em
determinam a profundidade do todas as laterais.
Aplicação de argamassa
Aplicada com colher de pedreiro, a deslocar o perfil ou até mesmo entortá-
argamassa deve preencher lo, o que é evitado com o uso de
completamente o interior do perfil em gabarito metálico durante o processo,
"U" do contramarco. Caso contrário, são retirado em seguida. Para verificar a
grandes as chances de ocorrerem presença de vazios, bater no perfil à
infiltrações. A força de aplicação pode procura de sons ocos.
Ajustes finos e
arremates
Após a fixação dos vidros, é necessário se
certificar de que o equipamento funciona
adequadamente. Assim, é importante
realizar os ajustes finos na fechadura e no
trilho. Ambos são realizados por meio de
parafusos de ajuste. Os arremates que
emolduram a esquadria são encaixados
nas presilhas presentes nos parafusos de
fixação da própria janela.
Nota: Devido ao longo período entre fixação do contramarco e instalação da janela, as fotos foram realizadas em duas obras diferentes,
mas com a mesma construtora e fornecedora de esquadrias.
Colaboração: engenheiros Nelson Kost e Fábio Gadioli, da Igê Esquadrias Metálicas, Afeal (Associação Nacional dos Fabricantes de
Esquadrias de Alumínio) e Hernandez Construtora.
25
entrevista.qxd 4/4/2007 17:06 Page 26
ENTREVISTA
Indústrias mais humanas
SIDONIO PORTO
Nascido em Patrocínio (MG), em
1940, formou-se arquiteto pela
Faculdade de Arquitetura da UFMG
(Universidade Federal de Minas
Gerais), em 1964. Em 1967, passou a
explorar a tecnologia do concreto
pré-moldado. A partir do projeto do
complexo rodoviário para a
Itapemirim, em 1979, voltou-se a
projetos maiores e mais complexos,
como conjuntos industriais, hotéis e
centros administrativos. Foi professor
na FAU-UFMG e na Escola
Panamericana de Arte, em São Paulo.
Marcelo Scandaroli
Dirigiu o IAB (Instituto dos
Arquitetos do Brasil), de Minas
Gerais, e foi Diretor e Conselheiro da
AsBEA (Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura), em São
e o bom projeto de arquitetura Para Porto, o sucesso do projeto
Paulo. Recebeu prêmios do IAB-SP e
da AsBEA. Em 2005, venceu o
S depende da eficiência na interpre-
tação de necessidades, o caminho se-
deve-se, além do entendimento das
atividades, à perfeita integração com
concurso nacional de Projetos de
guido pela arquitetura de indústrias os demais projetistas. Por isso, é im-
Arquitetura para a Sede da Petrobras,
foi o natural. As fábricas humani- portante que os arquitetos sejam gene-
em Vitória, no Espírito Santo.
zaram-se para oferecer melhores con- ralistas e abranjam todas as especifici-
dições aos operários e, principalmen- dades, mas com a preocupação sempre
te, para aumentar a produtividade e voltada para demandas de insolação,
também promover a imagem positiva ventilação e implantação, refletindo o
da empresa. De acordo com Sidonio conhecimento sobre a natureza e as ca-
Porto, seu estilo cresceu com a indus- racterísticas do local.
trialização da construção e ganhou Ainda que o projeto sustentável
força depois de projetos em que em- pareça ser a saída para integrar obra e
pregou peças industrializadas. Cita natureza, Porto afirma que não se deve
como exemplo a fábrica de compo- ter uma visão restrita da questão da
nentes eletrônicos da Flextronics, de- sustentabilidade. "A qualidade do es-
vido ao tamanho do projeto e à enor- paço vai mudar, mas não acredito que
me liberdade de que dispôs. "Pratica- surgirá uma nova estética com a utili-
mente criei uma nova linguagem", ex- zação de novos componentes e mate-
plica. A crítica fica por conta de clien- riais", aposta. A seguir, a íntegra da en-
tes que não entendem a proposta e trevista concedida em seu escritório,
priorizam o corte de custos. em São Paulo.
Como funciona a integração do Falando em um programa industrial, mercado da China retirou os investi-
arquiteto com outros profissionais que envolva grande controle de mentos que faria no Brasil e a empre-
envolvidos na construção de uma prazos e custos da obra, o cliente sa decidiu parar por aí, por enquanto.
indústria? A equipe determina exatamente como quer Um dos prédios tem auditório, labo-
multidisciplinar aumenta cada espaço ou o arquiteto tem ratório e restaurante, projetados para
consideravelmente de tamanho? liberdade de propor? atender a todo o conjunto, e hoje
A interação com os projetistas de en- Depende do cliente, da obra e do proje- serve a apenas duas fábricas. Para de-
genharia é das mais intensas, mas to. Existem situações em que o profis- senvolver o projeto visitei fábricas da
esta proximidade também existe no sional tem mais liberdade para propor empresa nos EUA, México e Europa,
projeto de complexos de edifícios de novas maneiras de espacializar o pro- e busquei, por meio do entendimento
escritórios ou de hospitais. Recente- grama, e deve aproveitar este momen- do programa básico, uma nova lin-
mente, fiz o projeto para a sede da to para soltar a mão. E existem projetos guagem, que hoje é desenvolvida em
Petrobras em Vitória, que é um pro- mais restritos, aos quais o arquiteto de- projetos da empresa fora do Brasil.
jeto multidisciplinar, com espaços al- verá adequar sua criatividade a um or- Tive liberdade muito grande para
tamente complexos. No caso, interagi çamento apertado. É uma questão de propor e tudo foi aceito, principal-
muito com projetos complementares aproveitar muito bem quando há mente porque a empresa foi repre-
de engenharia. Em todo projeto maior liberdade para projetar com sentada pelo presidente para a Amé-
grande, com várias novidades, o ar- confiança, competência e criatividade. rica Latina, que gostava de arquitetu-
quiteto deve ser capaz de interagir ra, entendeu a proposta e teve poder
com os profissionais envolvidos. Por Foi este tipo de liberdade que para dizer sim, o que não é comum.
isso, digo que a especialidade do ar- experimentou no projeto da fábrica Algumas vezes, os arquitetos têm que
quiteto é ser generalista e abarcar de componentes eletrônicos lidar com representantes de empresas
todas as especificidades. Não poderá Flextronics, em Sorocaba? que desconhecem seu trabalho e só
ser especialista se quiser equacionar Esse projeto é um case. O planejamen- querem cortar custos.
grandes projetos, mas deve conhecer to inicial previa a construção de 13
a fundo as especificidades de cada edifícios em uma área de 750 mil m2, e Na Flextronics não se nota a estética
programa. não somente as três fábricas atuais. O do pré-moldado, muito difundido em
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ENTREVISTA
Divulgação
placas pré-fabricadas revestidas com
granito branco, em algumas fachadas,
ou pintura, no interior. Portanto, o em-
prego atual de pré-fabricados não mi-
nimiza o caráter inovador de um proje-
to, muito menos sua qualidade estética.
ENTREVISTA
acústico, para no fim, como conse- de 1951, de Niemeyer, marcou a in- é claro. Existem soluções perfeitas
qüência, transmitir a quem passa na fância de muitos garotos que compra- para uma cobertura industrial,
rua, ao observador, uma imagem po- vam os biscoitos para verem estampa- mesmo sem grande apelo estético,
sitiva da empresa. da nas embalagens o desenho da fá- como as telhas tipo sanduíche, que re-
brica, com suas atrativas curvas. A boa fletem o calor e minimizam o baru-
Quando se acentuou esse cuidado arquitetura sempre deixa sua marca, lho, garantindo ambientes internos
com os projetos industriais? independente da época. com características térmicas e acústi-
Ainda na faculdade eu já pesquisava cas adequadas.
projetos industriais da Europa e Esta- Como fugir das tradicionais soluções
dos Unidos, pois demonstravam grosseiras e sem cuidado estético, A obtenção de ambientes mais
preocupação com a humanização dos comumente utilizadas em coberturas adequados passa pela aplicação de
espaços e estética arquitetônica. Em industriais? conceitos de sustentabilidade no
continuidade, iniciou-se o processo É sempre uma questão de reinterpre- projeto de arquitetura?
de industrialização da construção no tar necessidades. Posso usar uma Desde sempre, e não somente agora,
Brasil, que gerou demanda para a in- abertura zenital tipo shed, uma coisa com tecnologias voltadas à sustenta-
dústria e a arquitetura de maneira simples do século 19, de maneira con- bilidade, o ponto principal é o arqui-
geral. Conjuntos habitacionais, cen- temporânea. Foi assim com o projeto teto saber trabalhar com a natureza,
tros comerciais, galpões, escritórios, e da fábrica da Ipel, em Cajamar, em que tem elementos à sua disposição. O
até edifícios sofisticados se beneficia- São Paulo. Esta solução tradicional arquiteto não parte do nada, mas con-
ram com alguns dos processos de pré- trouxe um resultado excepcional de sidera dados fundamentais do terre-
fabricação. O projeto industrial mais entrada de luz pela face sul. Os gran- no, ventilação, insolação etc. Em um
apurado caminhou junto com um des sheds metálicos receberam vidros primeiro instante, adequar o projeto à
maior entendimento da industrializa- laminados para, em algumas horas do natureza não sai mais caro. Existem
ção da construção. No entanto, dia, as luzes serem apagadas. Com este soluções arquitetônicas de sombrea-
mesmo antes, já existiam exemplares cliente também tive grande liberdade, mento, que geram ambientes mais
de arquitetura industrial significati- embora com recursos muito meno- frescos. A consideração sobre a orien-
vos. A fábrica de biscoitos da Duchen, res, se comparados aos da Flextronics, tação do sol, sobre ventos dominan-
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tes, sobre a proximidade e interferên- dência solar em um local de muita A sustentabilidade não se limita ao
cia dos prédios vizinhos são conceitos mão-de-obra, de trabalho produtivo caráter dos sistemas empregados,
fundamentais na utilização de um intenso, que gera muito calor. Isto é mas passa pela proximidade de
prédio. A orientação correta de edifi- básico em arquitetura, e em todos os produção dos materiais empregados
cação industrial permite a pouca inci- tipos de projeto. e da preocupação social com o
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ENTREVISTA
entorno da obra. O arquiteto Com tantos exemplos de construções e se for adequado ao local e à obra,
brasileiro consegue abarcar sustentáveis no mundo, e mesmo vou preferi-lo. A tendência principal é
tantas questões? no Brasil, é possível afirmar que a busca da ecoeficiência e sustentabili-
A nomenclatura vem crescendo, mas a sustentabilidade é uma dade, pelo menos em discurso. Como
estas questões sempre existiram para tendência irreversível? isto vai ser traduzido em termos ar-
o profissional com visão holística. O progresso é imponderável. No bojo quitetônicos, cada um terá sua forma.
Não se pode ter uma visão estreita da da evolução creio que tudo pode
questão da sustentabilidade. Eu mudar, mas o básico em arquitetura Devido ao número de projetos
mesmo já usei tijolo à vista em uma continua, que é o modo de projetar industriais que já desenvolveu,
obra porque havia produção local. adequado ao ser humano e à natureza. podemos dizer que se tornou
Quando projetei a fabrica da Gessy A evolução dos materiais também não especialista no assunto. O senhor
Lever, em Recife, tive restrições de or- é tão rápida e ainda utilizamos o tijo- acredita na especialização em
çamento pois a fábrica iria produzir lo, que tem dois mil anos. A arquite- arquitetura?
sabão popular, com tecnologia de tura olha para a frente em busca de Os projetos industriais são muito es-
produção muito barata. Então, saí maior adequação ao clima e às neces- pecíficos e complexos e o profissional
atrás de produção de matéria-prima sidades locais. Por conta disto, a quali- precisa de vivência e experiência para
local e encontrei uma fábrica “que- dade do espaço vai mudar, mas não realizá-los. Mas não diria que o arqui-
brada” de pré-moldados na Paraíba. acredito que surgirá uma nova estéti- teto, que ao meu ver deve ser um ge-
Negociamos com os proprietários, ca com a aplicação de componentes e neralista, deva se ater a uma ou outra
compramos os equipamentos e leva- materiais mais sustentáveis.Vamos ter especialidade, principalmente no Bra-
mos para a obra, onde treinamos a atitudes de projeto mais eficientes, sil que é um mercado mais difícil. No
mão-de-obra e produzimos o que não só no desempenho ao longo da entanto, acredito que podemos ser ge-
precisávamos. Além disso, aproveitei vida útil, mas também com relação a neralistas desde que conheçamos a
todo o coqueiral existente para criar materiais que tenham metodologias fundo cada tema desenvolvido, pois
alamedas nas ruas internas. A fábrica de gestão mais ecológicas. Se daqui cada projeto traz um universo total-
está absolutamente integrada à geo- para a frente eu tiver um painel de ve- mente diferente.
grafia local e adequada ao terreno. dação com produtos mais renováveis, Simone Sayegh
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REÚSO DE ÁGUA
A microfiltração (à esquerda) e o
sistema de aproveitamento de águas
pluviais são dois dos inúmeros
processos que a indústria vem adotando
para a reciclagem de água
Fotos: Marcelo Scandaroli
Opções racionais
Custos, legislações restritivas e pressões sociais
devem aumentar reúso de água nas indústrias.
Conheça as tecnologias disponíveis
SPAIPA
Protensão recorde
Construtora executa piso protendido para área de expedição de fábrica
de refrigerantes. Placa de 4.687,5 m2, sem juntas, é o recorde brasileiro
em pisos desse tipo
Marcelo Scandaroli
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SPAIPA
Vibrações neutralizadas
Os compressores de ar da fábrica
são equipamentos que vibram muito
durante seu funcionamento. Para
que as forças resultantes de seu
trabalho não afetassem o Amortecimento
desempenho do piso, a Emisa das vibrações
construiu uma base independente
para as máquinas, com fundações
próprias. Não há contato direto entre Base
o piso e a base elevada – o espaço é independente
preenchido por uma resina
Marcelo Scandaroli
Mudanças na planta
Antes da ampliação, a área construída
da Spaipa tinha 8 mil m2. A prefeitura,
proprietária da área nos fundos da
fábrica, concedeu à indústria mais
23 mil m2 de terreno. Parte dessa área
foi aproveitada para a instalação de
Ampliação implicaria aumento de tráfego de caminhões na antiga portaria, na
novos equipamentos de infra-estrutura.
margem da SP-294. O DER vetou sua utilização, e uma nova portaria teve de ser
O terreno não era muito irregular,
construída nos fundos do terreno
segundo José Aparecido Oliveira, da
Emisa, mas o volume de terra
movimentado não foi tão pequeno – ampliação, entretanto, acompanharia
cerca de 160 mil m3. O solo era argiloso também o aumento do tráfego de
e, na sub-base das regiões caminhões na entrada da Spaipa e a
pavimentadas do interior da fábrica pista não daria conta da demanda.
Todos os elementos estruturais recebe a água não utilizada no pro- ca recebeu um reservatório de cerca
utilizados na fábrica eram pré-fa- cesso industrial. Antes de ser entre- de 1.500 m3, suficientes para abaste-
bricados com concreto armado. gue ao sistema público de coleta, os cer a unidade por até três dias, em
Com a unidade em pleno funciona- efluentes passam por um pequeno caso de falta d'água. O reservatório
mento, os engenheiros não pode- reservatório cheio de peixes, que elevado foi construído com fôrmas
riam se estender muito no processo atestam a qualidade da água. deslizantes e tem 40 m de altura e 7,1
de execução desta etapa da obra. Para a água potável que será m de diâmetro.
Para atender ao cronograma, a usada na linha de produção, a fábri- Renato Faria
Emisa trazia de Londrina – cidade
do norte do Paraná, a 200 km de
Marília – todos os elementos estru-
FORNECEDORES
turais (pilares e lajes) prontos para
a montagem. Uma empresa de Ma- Ancoragem: Dumetal; asfalto: (execução): Construtora Yamashita;
rília forneceu a estrutura metálica Maripav; blocos: Yamashita piso industrial (execução): EP;
da cobertura dos pavilhões. Artefatos de cimento; cabos Engenharia de Pisos; piso industrial
Uma das últimas etapas da obra elétricos: Guaçu Cabos; concreto: (consultoria): Fernandes
envolveu a construção de um sistema Cimpor; espaçadores plásticos: Engenharia; pisos intertravados: San
de captação de águas pluviais, in- Coplas; esquadrias Metálicas: Carlo; postes metálicos: NP Postes;
cluindo um reservatório de 300 m3. A Esquamar; estacas pré-moldadas: resina para concreto: Fitesa; telhas
água seria aproveitada para fins não- Soenvil; estruturas pré-moldadas: metálicas: Regional Telhas;
potáveis, como lavagem de cami- Plenart Pré-Moldados; estrutura terraplenagem: Terraplenagem
nhões, de pisos e uso nos jardins. Metálica: Estrutura Metálica Brasil; Trevo; tubos PVC: Tigre; veneziana:
Junto ao reservatório há uma Esta- forros de PVC: Divimar; luminárias: Gradilux Fixadores: Hard Indústria e
ção de Tratamento de Efluentes, que Philips, Sulpremix; muros e calçadas Comércio Ltda.
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Mudanças na planta
Antes da ampliação, a área construída
da Spaipa tinha 8 mil m2. A prefeitura,
proprietária da área nos fundos da
fábrica, concedeu à indústria mais
23 mil m2 de terreno. Parte dessa área
foi aproveitada para a instalação de
Ampliação implicaria aumento de tráfego de caminhões na antiga portaria, na
novos equipamentos de infra-estrutura.
margem da SP-294. O DER vetou sua utilização, e uma nova portaria teve de ser
O terreno não era muito irregular,
construída nos fundos do terreno
segundo José Aparecido Oliveira, da
Emisa, mas o volume de terra
movimentado não foi tão pequeno – ampliação, entretanto, acompanharia
cerca de 160 mil m3. O solo era argiloso também o aumento do tráfego de
e, na sub-base das regiões caminhões na entrada da Spaipa e a
pavimentadas do interior da fábrica pista não daria conta da demanda.
i Clube
saíam da unidade por meio de uma passaram a seguir mais 500 m até o
Fábrica Spaipa
portaria que ficava de frente para a retorno seguinte da rodovia. De lá, saía
BR-153
Av. Jóque
rodovia. Os veículos entravam em uma uma rua até a nova entrada da Spaipa.
pequena pista de desaceleração, que A prefeitura ficou responsável pela
acabava na entrada da fábrica. À pavimentação da via.
Todos os elementos estruturais recebe a água não utilizada no pro- ca recebeu um reservatório de cerca
utilizados na fábrica eram pré-fa- cesso industrial. Antes de ser entre- de 1.500 m3, suficientes para abaste-
bricados com concreto armado. gue ao sistema público de coleta, os cer a unidade por até três dias, em
Com a unidade em pleno funciona- efluentes passam por um pequeno caso de falta d'água. O reservatório
mento, os engenheiros não pode- reservatório cheio de peixes, que elevado foi construído com fôrmas
riam se estender muito no processo atestam a qualidade da água. deslizantes e tem 40 m de altura e 7,1
de execução desta etapa da obra. Para a água potável que será m de diâmetro.
Para atender ao cronograma, a usada na linha de produção, a fábri- Renato Faria
Emisa trazia de Londrina – cidade
do norte do Paraná, a 200 km de
Marília – todos os elementos estru-
FORNECEDORES
turais (pilares e lajes) prontos para
a montagem. Uma empresa de Ma- Ancoragem: Dumetal; asfalto: (execução): Construtora Yamashita;
rília forneceu a estrutura metálica Maripav; blocos: Yamashita piso industrial (execução): EP;
da cobertura dos pavilhões. Artefatos de cimento; cabos Engenharia de Pisos; piso industrial
Uma das últimas etapas da obra elétricos: Guaçu Cabos; concreto: (consultoria): Fernandes
envolveu a construção de um sistema Cimpor; espaçadores plásticos: Engenharia; pisos intertravados: San
de captação de águas pluviais, in- Coplas; esquadrias Metálicas: Carlo; postes metálicos: NP Postes;
cluindo um reservatório de 300 m3. A Esquamar; estacas pré-moldadas: resina para concreto: Fitesa; telhas
água seria aproveitada para fins não- Soenvil; estruturas pré-moldadas: metálicas: Regional Telhas;
potáveis, como lavagem de cami- Plenart Pré-Moldados; estrutura terraplenagem: Terraplenagem
nhões, de pisos e uso nos jardins. Metálica: Estrutura Metálica Brasil; Trevo; tubos PVC: Tigre; veneziana:
Junto ao reservatório há uma Esta- forros de PVC: Divimar; luminárias: Gradilux Fixadores: Hard Indústria e
ção de Tratamento de Efluentes, que Philips, Sulpremix; muros e calçadas Comércio Ltda.
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JOHN DEERE
Planta flexível
Novos conceitos de operação industrial e elevados padrões de qualidade
pautaram projeto e gerenciamento da obra da fábrica de tratores
RESUMO
Obra: Fábrica de tratores da
John Deere
Execução: Hochtief do Brasil e
Marco Projetos e Construções
Localização: Pólo Petroquímico,
em Montenegro (RS)
Área construída: fábrica –
52.6 mil m2; prédio
administrativo – 3.865,36 m²
Área de depósito: 5.042 m2
Área de jardim: 317 mil m2
Pavimentos: concreto – 12.472 m²;
asfáltico – 78.990 m²
Terreno: total – 957.486,99 m²;
preservação ambiental –
Fotos: Marcelo Scandaroli
Reforço aéreo
Se um dos princípios do projeto da fábrica extrapolam os exigidos em norma. Isso
é a flexibilidade, não faria sentido amarrar porque, em caso de sinistro, o seguro
o layout à fixação de ferramentas no chão. cobre materiais e também prejuízos
Sendo assim, a estrutura metálica para decorrentes de paralisações. Com decisões
fixação aérea foi reforçada para que os técnicas pautadas em padrões americanos,
instrumentos fossem suspensos e houve dificuldades no gerenciamento do
qualquer alteração fosse mais prática. As empreendimento, na escolha de mão-de-
pontes rolantes, que demandariam cerca obra capacitada e na compra de materiais
de 12 pilares cada, também são suspensas. por meio de contratos de fornecimento
Pelo mesmo motivo, nenhuma instalação mundial. "Foi difícil conciliar a cultura e os
hidráulica ou elétrica foi disposta sob o padrões, visto que, para atender a todas as
piso. Enquanto a rede de esgoto corre por especificações, tivemos que recorrer à
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JOHN DEERE
Ambiente protegido
Por estar em uma área de preservação Dois lagos artificiais foram criados. Um,
ambiental, a fábrica de tratores foi com 11,2 mil m2, para substituir uma
obrigada a respeitar algumas lâmina d'água existente no local onde
determinações da Fepam (Fundação hoje está a fábrica. Este deve sempre
Estadual de Proteção Ambiental preservar determinado nível de água,
Henrique Luís Roessler). Além de não permitindo o uso pelos animais da
poder ocupar 41% do terreno – e ter de região. O outro, uma bacia de 9,1 mil m2
veis Mecanizados). Esses veículos freqüência seja limpo. Por isso, o piso lizar fibra de aço."Inicialmente aumen-
fazem parte de um moderno conceito precisou de uma solução diferenciada, tei a espessura da placa, mas essa solu-
de linha de produção conhecido como para que as armaduras não causassem ção se mostrou antieconômica", expli-
sistema flexível de fabricação.Baseados as indesejadas interferências. "Foi o ca Públio Penna Firme Rodrigues, da
em sinais de radiofreqüência emitidos grande desafio da obra, com algumas LPE Engenharia e Consultoria, enge-
por cabos dispostos no piso, os equipa- mudanças de layout e incrementos de nheiro responsável pelo projeto do
mentos rebocam produtos de um carga no meio do projeto", lembra o piso.A fibra de aço, portanto, foi adota-
ponto a outro para dar seguimento ao diretor de negócios da Hochtief, Plínio da. O motivo: apesar de também ser
processo produtivo. Autônomos, esco- Michalski Ramos. metálica, a fibra de aço não causa inter-
lhem o melhor caminho para realizar As soluções possíveis para o impas- ferências nos AGVs por ser um elemen-
as tarefas, baseando-se, justamente, se eram três: ter uma quantidade redu- to disperso, não contínuo. Logo, não há
por tais cabos ou fios indutivos. Extre- zida de armaduras ou eliminá-las; au- corrente para transmitir o sinal emitido
mamente precisos, a margem de erro mentar o cobrimento de modo que a pelos cabos dispostos no piso.
admitida para o percurso é de uma po- superfície do piso ficasse suficiente- Um dos efeitos colaterais positivos
legada, exigindo que o sinal de radio- mente distante do aço ou, por fim, uti- do uso das fibras foi o incremento na
Entre os pisos das áreas de produção (à esquerda) e estoque, a diferença é a dosagem de fibras de aço e a espessura, ambas
maiores no segundo. A ausência de armaduras permite que, no caso de ampliações, o estoque também receba os AGVs
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CEITEC
Controle total
Limpeza, ausência de vibrações e ambiente totalmente condicionado
desde a construção são os desafios da obra que pode colocar o Brasil
na rota da microeletrônica
RESUMO
Obra: Ceitec (Centro de
Excelência em Tecnologia
Eletrônica Avançada)
Cliente: Ministério da Ciência
e Tecnologia
Execução: Consórcio Racional –
Delta
Localização: Porto Alegre (RS)
Construção: entre maio de 2005
e o segundo semestre de 2007
Área construída: 14,6 mil m2
Terreno: 56 mil m2
Volume de concreto: 5.350 m3
Quantidade de aço utilizada:
concreto armado – 435 t;
estruturas metálicas – 100 t
Fotos: Marcelo Scandaroli
Com fechamentos de blocos de concreto e painéis de concreto branco, o prédio onde estão as salas limpas se
une ao de projeto por uma passarela metálica
mil m2 divididos entre centro de de- a 3 mil chips por lâmina. Inicialmen- se à miniaturização dos componentes.
sign, escritórios administrativos, en- te, o dimensionamento mínimo dos Primeiro, alterou-se a implantação
genharia de processo, incubadora tec- circuitos será de 0,65 µ, "mas o proje- no terreno, que dispunha a sala limpa
nológica, salas de aula, anfiteatros e to está dimensionado para produzir próxima demais à estrada. Com a ro-
outros. As fundações são em estacas chips com 0,185 µ", salienta Marcos tação da planta em 180°, ficou a 40 m
hélice contínuas, que propiciaram Santoro, diretor executivo da Racio- da via, distância suficiente para mini-
maior velocidade de execução, e os fe- nal Engenharia. mizar os efeitos da vibração. Com es-
chamentos em blocos de concreto e trutura totalmente isolada do prédio
pele de vidro. Complexidade tecnológica que a envolve, a sala limpa ISO 5 conta
Já o prédio da manufatura conta- As dimensões microscópicas, in- com fundações também em estaca hé-
biliza 9,6 mil m2, com 1,1 mil m2 de compreensíveis à escala humana (ver lice contínua. No entanto, penetram
sala limpa ISO 7 (classe 1.000) e 800 quadro), determinaram projeto, exe- 14 m no terreno e têm 1,6 m de diâme-
m2 de sala limpa ISO 5 (classe 100). cução e operação da fábrica. "Tudo em tro para absorver cargas relativamente
Esta, o coração da planta, onde serão função do processo de manufatura, baixas, da ordem de 125 t. Para a carga,
processadas até 4 mil lâminas de silí- sendo determinante a espessura de as 55 estacas poderiam ter dimensões
cio, a matéria-prima dos CIs, por linha", conta o gestor do contrato, o reduzidas, mas o volume auxilia na
mês. Irão gerar, mensalmente, de 300 engenheiro Robinson Sezar, referindo- absorção de vibrações periféricas. A
Limpeza microscópica
No ambiente da sala limpa classe 100 – ou fabricantes de processadores do mundo Estes circuitos são sobrepostos por entre
ISO 5 – não são toleradas mais do que 100 diz, em seu site, que um grão de sal em 16 e 50 camadas, conectadas
partículas por pé cúbico de ar, as quais não um circuito integrado é como uma rocha tridimensionalmente entre si. "Se uma
são maiores que 0,5 µm (mícron) – 1 µm é grande o suficiente para bloquear contaminação se misturar ao processo de
igual a um milionésimo de metro. O acesso centenas de vias em uma grande cidade. fabricação, pode causar curto ou
é restrito e, para evitar queda de cabelo ou Assim, apenas uma partícula microscópica interrupção do funcionamento de vários
mesmo de partículas de pele, a vestimenta é capaz de obstruir diversos circuitos e chips", explica Sezar.
é especial. Temperatura e umidade do ar torná-los imprestáveis. Além disso, a impressão dos circuitos é
também são rigidamente controladas. "O Ceitec está preparado para receber feita por exposição à luz ultravioleta, em
Para entender a necessidade de uma sala tecnologias de até 0,18 µ", conta Robinson um processo semelhante ao da
tão limpa – mais até que salas cirúrgicas e Sezar, gestor do contrato da obra. Com fotografia. A precisão, em decorrência
para transplantes – e tão isenta de 0,3 mm de espessura e 6" de diâmetro, os das dimensões, é extrema. Logo, o
vibrações, é necessário adentrar no wafers de silício – como são chamados as ambiente deve estar totalmente livre de
universo das dimensões envolvidas na lâminas em que são confeccionados os vibrações, que, como em uma fotografia,
manufatura desses circuitos integrados. circuitos –, trabalham com espessuras até causariam imprecisões e inutilizariam
Para efeito de ilustração, uma das maiores 240 vezes mais finas que um fio de cabelo. os processadores.
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CEITEC
REDES DE UTILIDADES
Sistema Características Especificações técnicas
UPW (Ultra Pure Water, Dimensionado para a tecnologia Composta por plantas de pré-tratamento; make-up;
ou água ultrapura) de 0,65 µ, mas passível de acabamento; recuperação/recirculação e reutilização
expansão para 0,18 µ.
Água resfriada Atende aos equipamentos da central Vazão: 150 m3/h; Pressão de utilização: 6,0 bar;
de utilidades e da sala limpa. Bombas de circulação: três, para 75 m3/h; Trocadores
Temperaturas no circuito secundário: de calor: três, de 530 KW; Estação de filtragem:
Suprimento, 18 ºC; Retorno, 24ºC. 40 µm; Tanque de armazenagem: 20 m3; Tubulações
de aço inoxidável AISI 316L schedule 20
Vácuo de limpeza predial Composto por bombas turbovácuo, Bomba turbovácuo: 600 m3/h, 24 Kpa; Bomba jockey
tubulações, mangueiras e válvulas. turbovácuo: 260 m3/h, 28 Kpa; Separador de
Distribuição por tubulação principal partículas secas de 50 Kpa; Tubulação galvanizada
com conexões para mangueiras
nas paredes e pisos.
Vácuo de processo Composto por bombas de vácuo em Capacidade total nominal: 405 m3/h; Redundância:
redundância, tanques, tubulações 3+1 unidades bombas de vácuo; Pressão no ponto de
e sistema de controle. utilização: 125 mbar; Capacidade de vazão na tubulação
principal: 540 m3/h - 6"; Capacidade de vazão na
tubulação lateral: 154 m3/h - 3"; Capacidade de vazão
da tubulação no ponto de uso: 54,3 m3 - 2"; Tubulação
principal na central de utilidades: aço inoxidável AISI 304;
Tubulação na área da sub-fab: PVC (Schedule 80)
Ar comprimido Composto por compressores isentos Compressor parafuso, isento de óleo, refrigerado a
de óleo, secadores, filtros, tubulações, água, pressão nominal 8,6 bar, 474 m3/h; Compressor
sistema de controle. Utilização em parafuso, isento de óleo, refrigerado a água, pressão
equipamentos pneumáticos da sala nominal 8,6 bar, 930 m3/h; Tanque de ar, capacidade
limpa e equipamentos da fábrica. 5.000 l; Tubulações de aço inoxidável AISI 304 e
AISI 316 L, quimicamente limpas
Gases a granel Fornecimento de gases por tanques, Gases especiais inertes: Argônio 5.0, Argônio 4.8,
vaporizadores, filtros, reguladores, Argônio líquido 5.0, Nitrogênio 5.0, Nitrogênio 5.5,
purificadores e distribuição para Nitrogênio 5.5(up), Nitrogênio líquido, Hélio 5.0,
produção de gases ultrapuros Hélio 5.5. Tóxicos, corrosivos e inflamáveis: Trifloreto
para utilização na sala limpa. de Boro, Arsina, Fosfina, Diclorosilano, Silano, Amônia,
Diborano 6,5%, Fosfina 15%, Óxido nitroso 4.8, Dióxido
de Carbono 4.0, Clorina, Tricloreto de Boro, Brometo
de Hidrogênio, Hexafluoreto de Enxofre, Tetrafuormetano,
Hexafloretano, Trifluormetano, Trifloreto de Nitrogênio,
Hexafluoreto de Tungstênio Arsina 10%
Tratamento de efluentes Neutralização de ácidos fosfórico,
fluorídrico e misturados com descarte
do lodo ativado; Coleta de solventes;
Tratamento de água pluvial e rejeito de
UPW para reaproveitamento na planta
mesma função justifica a espessura de limpa em si foi moldada in loco. Isso é motivada pela quantidade de gases
1,10 m da laje nervurada de concreto e porque, apesar de o primeiro ter exe- ministrados – 36, sendo nove inertes e
o uso de bases e coxins antivibratórios cução mais limpa, também está mais 27 corrosivos e/ou inflamáveis –, e que
em equipamentos. O objetivo é limitar suscetível a vibrações. depois de usados têm de ser lavados
a vibração a 6,25 µm por segundo. "Os A quantidade de sistemas envolvi- para descarte. Para efeitos de compara-
seres humanos percebem vibrações dos na produção tornou a obra ainda ção, um hospital trabalha com cerca de
apenas a partir de 500 µm por segun- mais complexa do ponto de vista exe- dez gases. Além disso, são dois sistemas
do", compara Sezar. cutivo (veja tabela). "Tem praticamente de vácuo – um de limpeza e outro do
A estrutura do prédio externo à todas as exigências que uma indústria processo –, sistema de água ultrapura
sala limpa é pré-moldada. A sala pode ter", afirma Santoro. A afirmação para manufatura das lâminas de silício,
água gelada para ar condicionado e estar pressurizado e os equipamentos dos desde as primeiras etapas de cons-
para produção, água quente, ar com- devem ser devidamente higienizados trução. Os locais limpos só podem ser
primido, tratamento de efluentes e sis- antes de adentrarem o ambiente da acessados por pessoas treinadas para o
tema elétrico redundante e protegido fábrica. "A obra tem que ter condições nível de limpeza ali exigido e portando
por no-breaks e geradores. rigorosas de assepsia para a instalação ordens de serviço pertinentes ao am-
No lado externo, valas duplo- dos equipamentos", salienta Santoro. biente. Os treinamentos são graduais e
contidas circundam a área de carga e Os conceitos das salas limpas são ba- escalonados. A primeira fase garante
descarga de químicos para a produ- seados em não introdução, não gera- uma identificação de cor verde que
ção. Em caso de derramamentos, os ção e não retenção de partículas. atesta treinamento para ambientes
líquidos não entram em contato com Para tanto, três contêineres equi- com limpeza normal.A segunda, ama-
o meio ambiente. pados para realizar a limpeza serão rela, para a fase limpa.A vermelha, ter-
passagem obrigatória para a entrada ceira e última, é ultralimpa.
Acesso controlado tanto de pessoas quanto de maquiná- A laje de concreto que receberá o
Tão logo os equipamentos este- rio, que já é recebido em embalagens piso elevado de alumínio perfurado
jam instalados, o que não havia ocor- adequadas à higienização. também é vazada para garantir o
rido até o fechamento desta edição, a O acesso dos funcionários é proto- fluxo de ar contínuo e as 300 trocas de
montagem das salas limpas será ini- colado e exigiu treinamento para que ar por hora. Assim como as paredes, a
ciada. Nessa etapa, o prédio tem de os procedimentos fossem implanta- laje foi pintada com epóxi para facili-
47
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CEITEC
FICHA TÉCNICA
projeto básico: Spectra Consulting e
Entre o forro da sala de manufatura e o steel deck estão as passarelas metálicas e todas
Tx-US; projeto executivo: Consórcio
as instalações e tubulações. Desse ponto é possível fazer manutenções sem adentrar os
Racional-Delta; consultoria em
ambientes limpos
vibrações: Zuckriegel Engineering
Gmbh; impermeabilização: Phi
quinário das salas limpas, Carlos Consultoria e Projetos de
Aguiar e Hendrik Pantlen. Impermeabilização e RBL
O sistema HVAC (Heating, Ventila- Engenharia; instalações
tion and Air Conditioning, ou aqueci- eletromecânicas, hidrossanitárias e de
mento, ventilação e ar condicionado) incêndio: Temon Técnicas de
conta com dois condicionadores de ar Montagens e Construções Ltda.;
insuflando 100% do ar exterior. Cada sistema de água gelada e água quente:
um, com 18 t, tem vazão de 66 mil Heating & Cooling; sistema de gases a
m3/h, capacidade de resfriamento de granel: Air Products; sistema de
1.300 kW e de aquecimento de 700 kW. tratamento de efluentes industriais:
Para que permaneça o ano todo Kurita do Brasil Ltda.; sistema de
com a mesma temperatura, umidade e tratamento de água ultrapura: GE
Apoio à sala limpa ISO 5, que abrigará
limpeza, o ar oriundo do exterior é Water & Process Technologies;
a montagem, a sala limpa ISO 7 tem,
condicionado por dois ventiladores, sistema de vácuo de processo: Heating
no máximo, 1.000 partículas por pé
duas serpentinas de água quente e duas & Cooling; sistema de água resfriada
cúbico e será sede de treinamentos
de água gelada, um lavador de ar, um de processo: Heating & Cooling;
atenuador de ruído e três baterias de fil- compressores: Atlas Copco; fundações:
tar a limpeza que é feita constante- tro.Cada uma responde por um estágio Serki; concreto: Supermix; aço: Belgo
mente. Sobre a sala, laje de steel deck, de filtragem: grosso, fino e absoluto. Mineira; estruturas metálicas:
recoberta com um sanduíche de Tratado, o ar é insuflado no ple- Metasa/Metalplan; isolamento
manta de EPDM, placas de isolamen- num, localizado sobre o forro, com térmico e impermeabilização:
to térmico e, novamente, EPDM. 99,999% de pureza. Ali, FFUs (Filter Firestone/Áries; painéis de fachada:
Fan Units, ou unidades constituídas Verticon; pavimentações:
Condicionamento do ar por ventilador e filtro), em conjunto Concrepedra; blocos de concreto:
Considerando que uma UTI com as serpentinas geladas, fazem a re- Tecmold; epóxi: Fosroc/Laservi;
(Unidade de Terapia Intensiva) troca circulação do ar e o tornam 99,99999% esquadrias: Alcoa – Kadesk; chillers:
de ar cerca de 40 vezes por hora, é pos- limpo. A exaustão, após tratamento, é York; sala limpa: Raumtechnik
sível compreender a importância do feita por ventiladores. Fellbach Gmbh – Inovate System;
perfeito funcionamento das utilida- As serpentinas são alimentadas por instrumentação: Jenoptik; mecânica
des e equipamentos em operação do uma central de água gelada com capa- seca: VSS – Umwelttchnick Gmbh;
Ceitec. "Tem que se atentar para con- cidade para 2.300 TR (Toneladas de Re- sala limpa, instrumentação, mecânica
trole de temperatura, de umidade re- frigeração) e por uma central de água seca e vácuo de limpeza: MW Zander
lativa, limpeza, pressão e nível de quente com capacidade de 2.800 kW. FE; grupos geradores: Stemac; UPS:
ruído", resume a dupla de projetistas Todas as tubulações de água e dutos de Caterpillar; instrumentação e
da MW Zander, responsável pelo ma- ar se apóiam em amortecedores para automação: Johnson Controls
LIBBS FARMACÊUTICA
Fotos: Marcelo Scandaroli
Obra limpa
Indústria demanda sistema de fechamento, ar condicionado e hidráulica
diferenciados para atender às exigências de órgãos oficiais para produção
de medicamentos
construção de uma unidade de na região metropolitana de São Paulo, sólidos, semi-sólidos, líquidos, injetá-
A produção farmacêutica abrange
uma série de particularidades, como o
a construção da nova unidade da
Libbs Farmacêutica não escapou a
veis e hormônios.
Com 33.600 m² de área construída
alto controle sobre técnicas e materiais essa regra. No local, onde a empresa em um terreno de 133 mil m², a nova
construtivos e a necessidade de apro- brasileira pretende produzir 53,6 mi- unidade fabril compreende sete edifí-
vação das instalações por órgãos ofi- lhões de unidades de medicamentos cios de produção (depósito de matéria-
ciais, como a Agência Nacional de Vi- por ano, uma intrincada rede de utili- prima e produtos acabados,controle da
gilância Sanitária (Anvisa) e do órgão dades e instalações foi projetada e exe- qualidade,líquidos e semi-sólidos,hor-
norte-americano Food and Drug Ad- cutada com tecnologias e materiais es- mônios, sólidos, central de embalagens
ministration (FDA) – no caso dos pecíficos para suprir a fábrica de água, e centro de desenvolvimento de produ-
grandes players da indústria farma- energia, ar e gases, insumos impres- tos), além de refeitório, estacionamen-
cêutica mundial. Em Embu das Artes, cindíveis para a produção de remédios to e edifícios de apoio, como central de
RESUMO DA OBRA
Unidade de produção de sólidos,
semi-sólidos, líquidos, injetáveis e
hormônios da Libbs Farmacêutica
Local: Embu das Artes (SP)
Início da obra: fevereiro de 2004
Conclusão: início de 2007
Área construída: 33.600 m²
Área do terreno: 133 mil m²
Fundação: tubulões escavados
mecanicamente até 20 m de
profundidade
Estrutura: pré-fabricada de
lixo, manutenção, utilidades, caldeira, concreto armado com lajes
portaria e estação de tratamento de nervuradas protendidas
efluentes. A planta, que teve sua cons- Fechamento externo: painéis
trução iniciada em abril de 2003 e foi autoportantes termoisolantes
concluída recentemente, dispõe, na (na área de produção) e alvenaria
área de utilidades, de instalação elétrica de blocos de concreto (nos demais
de alta e baixa tensão, abastecimento edifícios)
de vapor industrial e condensado, rede Fechamento interno: painéis
de provimento de gás liquefeito de pe- termoisolantes
tróleo (GLP), água purificada (PW) e Cobertura: telhas metálicas zipadas
água para injetáveis (WFI), vapor com núcleo de poliestireno
puro, compressores de ar respirável, expandido
nitrogênio, esgoto sanitário e indus- Piso: industrial, executado com
trial, além de uma moderna estação de concreto de 30 a 35 MPa e adição de
tratamento de efluentes (ETE), com fibra de polipropileno
tanques de neutralização e controle de Revestimentos internos: painéis
pH automáticos. térmicos com chapas de aço pré-
O projeto tinha como princípio pintado e isolante de EPS. Em áreas
seguir à risca as diretrizes GMP ISO Classes 2 e 1, painéis térmicos
(Good Manufacturing Practice, em Ao alto, central de utilidades onde com chapas de aço inoxidável e
português, "boas práticas de fabrica- ficaram as principais instalações da isolante de EPS.
ção"), obedecidas principalmente por fábrica, em edifício separado da área de Revestimento externo
aqueles que têm pretensão de expor- produção; acima, corredor de acesso às (fachada): painéis térmicos com
tar para Estados Unidos e Europa, salas limpas chapas de aço pré-pintado e
como é o caso da Libbs. Entre as reco- isolante de lã de rocha.
mendações atendidas está, por exem- Ar condicionado: sistema
plo, garantir que todo e qualquer ma- simples barra de ferro ou um bloco de industrial com central de água gelada
terial ou serviço utilizado nas obras concreto, foram certificados", comen- e fancoils individuais para cada
civis da planta seja acompanhado de ta João Carlos Rossi Neto, diretor de ambiente de produção.
um certificado de garantia emitido engenharia da Patri Empreendimen- Instalações hidráulicas: tubos de
por seu fornecedor. "Isso significa que tos Industriais, responsável pela cons- polipropileno (esgoto industrial), aço
toda nossa produção, os serviços e os trução e pelos projetos de utilidades. inox eletropolido (águas limpas) e
materiais que entraram na obra, A cada material ou serviço entre- cobre (para rede de abastecimento
desde um tubo de aço inox até uma gue na obra, um certificado fornecido de água e prevenção de incêndio)
51
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LIBBS FARMACÊUTICA
Salas limpas
Pisos diferenciados
Resistência, facilidade de limpeza e No depósito de matéria-prima, uma área de soldadas e nivelado a laser. Além disso, com
manutenção e segurança para o tráfego 3.200 m², o piso precisou ter características o mesmo objetivo, os panos de laje foram
de máquinas e pessoas são propriedades adicionais de nivelamento (FF entre 70 e reduzidos à metade, para 5 m de largura,
desejáveis em pisos industriais. Na busca 80) e planicidade (FL de 100). Isso porque com juntas construtivas.
por tais propriedades, os projetistas da no local são utilizadas empilhadeiras Cuidados adicionais em relação ao
Patri especificaram um piso especial para trilaterais com leitura ótica, que precisam terreno, de solo muito expansivo, também
tráfego pesado executado com concreto acessar produtos em estanterias de até 14 tiveram de ser adotados. Sob o depósito
dosado em central com fck entre 30 e 35 metros de altura (a mesma altura do pé- de matéria-prima foi realizado um reforço
MPa e adição de fibra de polipropileno, direito do edifício). "Qualquer erro de nível de subleito com solo brita e uma camada
que tem a função de aumentar a ou de planicidade no piso certamente vai de 15 cm de espessura de brita graduada
elasticidade e ajudar a evitar fissuras. O comprometer o funcionamento dessas tratada com cimento. Adicionalmente,
acabamento foi realizado com máquinas", justifica Neto, da Patri. sobre a sub-base foi colocada lona
desempenadeira mecânica dupla, com Segundo ele, para alcançar esses plástica, com a finalidade de reduzir o seu
posterior aplicação de resina epóxi resultados, o piso, de 15 cm de espessura, atrito com a placa de concreto, além de
multicamada com pó de quartzo colorido. foi executado com armadura dupla de telas evitar a perda de água do concreto.
total, a construção da Libbs Farma- grama da obra, compensando o tral de utilidades e percorre aproxi-
cêutica consumiu 13 mil m² de pai- maior tempo despendido na comple- madamente 640 metros lineares, che-
néis de forro e fechamento. xa etapa de instalações, informa o en- gando a todos os edifícios de produ-
Com exceção do refeitório e de genheiro João Carlos Rossi Neto. ção do complexo. O anel foi projetado
parte do centro de desenvolvimento – Diante do grande número de uti- com bombas, válvulas, tubos de aço
onde se adotou vedação de alvenaria lidades a serem adicionadas, primeiro inoxidável 316 L eletropolido e soldas
com blocos de concreto – todos os optou-se por executar as instalações orbitais (ver boxe), de forma que o lí-
prédios tiveram estrutura e fecha- mais simples, de elétrica e hidráulica quido fique em constante movimen-
mentos industrializados a partir de industrial. Só então passou-se para a to, sem pontos de acúmulo de água ou
pré-moldados de concreto armado, montagem da infra-estrutura de resíduos, obedecendo às normas da
com lajes alveolares de concreto pro- abastecimento de água purificada Anvisa. Um anel semelhante, de apro-
tendido e painéis termoisolantes. A (PW), que funciona por osmose re- ximadamente 145 m lineares, foi pro-
especificação desses sistemas contri- versa, para a qual foi concebido um jetado para a distribuição de água
buiu para o cumprimento do crono- sistema de distribuição que sai da cen- para injetáveis (WFI).
Soldagem automatizada
Um dos recursos especiais empregados na para ser usada principalmente nos outras vantagens desse tipo de solda são a
construção da nova unidade da Libbs comandos hidráulicos e nas tubulações de diminuição da possibilidade de
Farmacêutica foi a solda orbital, sistema de combustíveis em foguetes e aeronaves. Mas desenvolvimento de colônia de bactérias,
soldagem automatizada GTAW (Gas Tungster a partir dos anos 1980, por recomendação devido ao acabamento interno liso, e a
Arc Welding), no qual um microprocessador do FDA, a solda orbital passou a ser redução da quantidade de intervenções no
controla todos os parâmetros durante o empregada nas indústrias farmacêuticas, sistema para higienização da linha, informa
processo de soldagem, com grau de em especial, nas linhas de água purificada Rubem Born, da Torres & Marshal
penetração correto e constante em todo (PW) e de água para injetáveis (WFI). Na Engenharia. Segundo ele, em todas as
perímetro do tubo, garantindo a fusão obra da Libbs, foram executadas soldas nos linhas montadas com solda orbital foram
adequada do material. A purga interna é anéis de aço inox 316L eletropolido, para executados testes de endoscopia e
controlada com introdução de gás inerte distribuição da rede de PW e WFI, e na certificação das soldas, para elaboração de
(argônio puro), proporcionando melhor montagem dos equipamentos de documentação de validação e qualificação
acabamento interno. purificação de água, bem como nas linhas das linhas. Ao todo foram executadas
Por conta de sua confiabilidade e de vapor puro e água gelada. aproximadamente 1.500 soldas nos
estanqueidade, esta tecnologia foi Além de garantir estanqueidade e diâmetros de 1/2 polegada
desenvolvida pela indústria aeroespacial homogeneidade em todas as emendas, a 2 1/2 polegadas.
53
materia_libbs.qxd 4/4/2007 17:02 Page 54
LIBBS FARMACÊUTICA
CBA
Fundação diferenciada
Construtora entrega obra de 35 mil m2 com dois meses de antecedência.
Uso de ferramenta importada da Alemanha permitiu escavar solo
extremamente duro com rapidez e precisão
56
materia_cba.qxd 4/4/2007 17:13 Page 57
Galpão pré-fabricado
A Munte executou outra sala de fornos, um Munte foi alterar alguns itens do projeto
pouco menor, no complexo industrial da estrutural que apresentavam para a CBA - a
CBA, em Alumínio, SP. Chamada de Caster empresa de pré-fabricados já participou de
12, a sala é também dividida em dois outras 13 obras deste cliente. "A primeira
módulos - um de fundição de alumínio e providência foi aumentar, em pilares e
um de beneficiamento do material. O vigas, o cobrimento de 2 cm para 3 cm",
conjunto tem 58 m de comprimento e 60 revela Gil. A segunda solução apresentada
m de largura (um vão de 30 m para cada pela empresa foi elevar a resistência à
módulo). Um ambiente agressivo exigia compressão do concreto usado nos
maior durabilidade das peças que elementos estruturais de 45 MPa
compunham a estrutura. "A CBA pediu para 50 MPa. adicionada uma mistura de microssílica
relatórios técnicos que atestassem que O maior feito da obra, no entanto, estava ativa, que permitiu reduzir a permeabilidade
nossas estruturas apresentariam maior na cobertura, também a cargo da Munte. da telha. "Ela deixa o concreto mais denso e
vida útil em relação aos outros galpões", Foram fabricadas 108 telhas de 1,25 m de menos permeável. Com isso, a peça torna-
explica o gerente de operações da Munte, largura e 30 m de comprimento, que se mais resistente à agressão do meio
Laércio de Souza Gil. conseguiam vencer cada um dos vãos da ambiente e sua vida útil aumenta", informa
A solução encontrada pelos engenheiros da Caster 12. Ao concreto das telhas foi o engenheiro. Relatório técnico apresentado
pela empresa à CBA mostra os resultados de
Pilarete in loco sobre o pilar existente ensaios comparativos de absorção:
Viga aproveitada Detalhe 2 Detalhe 1 enquanto o concreto "normal" apresentava
4% de absorção de água, aquele com
adição de microssílica ativa apresentava
Viga aproveitada um índice de 1%.
O transporte das telhas da fábrica da Munte,
Consolo a demolir em Itapevi, à cidade de Alumínio demandou
um esquema especial. "Não é por qualquer
lugar que passa uma carreta com 35 m de
comprimento", lembra Gil. O trecho mais
Edifício existente complicado era dentro da cidade de Itapevi,
0 5 SP, onde as ruas são bastante estreitas e,
durante o dia, movimentadas. Por isso, o
caminhão saía da fábrica no começo da
madrugada, para que pudesse sair da cidade
até 5h da manhã, liberando as vias
interditadas para sua passagem. O trajeto
Pilarete Pilar pré-fabricado total, de aproximadamente 120 km, era feito
in loco sobre o em cerca de 3h. "Não seria possível fazer
pilar existente todo o trajeto pela rodovia Raposo Tavares
com um veículo com aquelas dimensões. Por
isso, tivemos que seguir pela Rodovia
Castelo Branco até Sorocaba e, de lá, voltar
para Alumínio por um trecho da Raposo
detalhe 1 0 1 2 3 detalhe 2 0 1 2 3 Tavares", afirma.
mensões um pouco menores. O geren- em dois módulos paralelos. Cada um, dulos tinham, juntos, mais de 5 mil pi-
ciador geral da obra é a própria CBA. A segundo a Construcap, com 720 m de lares. A empresa, que já havia partici-
cargo da empresa ficou a contratação comprimento, 25 m de largura e pé- pado da construção da Sala Fornos VI,
direta dos projetos civis feitos pela direito de 15 m. aproveitou na nova obra boa parte do
Exata Engenharia; dos executores da Toda a estrutura foi produzida projeto anterior, entregue em 2003.
obra, a Construcap; e da montadora da com concreto armado moldado in No entanto, houve necessidade de re-
cobertura metálica, a Icec. loco. Segundo o engenheiro Fernando visá-lo com atenção para adequá-lo às
A sala, que receberá fornos de be- José Relvas, responsável pelos projetos exigências da nova versão da norma
neficiamento de alumínio, é dividida civis da Exata Engenharia, os dois mó- NBR 6118. "Quando o primeiro pro-
57
materia_cba.qxd 4/4/2007 17:13 Page 58
CBA
Avaliação do concreto
de peças estruturais
pequenas pelo método
dos cilindros montados
avaliação de propriedades mecâ- em corpos-de-prova cilíndricos obti-
A nicas em estruturas acabadas nem
sempre é viável, muitas vezes devido à
Pedro Carlos Bilesky
Encarregado da Área de Concreto do
dos de testemunhos extraídos da pró-
pria estrutura, por meio de coroas
geometria dos elementos estruturais, Laboratório de Materiais de Construção diamantadas rotativas, refrigeradas a
quando esta não permite a extração de Civil do Instituto de Pesquisas água, conforme a NBR-7680 (1983).
testemunhos com dimensões normali- Tecnológicas do Estado de São Paulo Extraídos os testemunhos, devido
zadas para os ensaios (altura do corpo- e-mail: pcbareta@ipt.br a defeitos no concreto ou exigüidade
de-prova no mínimo igual ao diâme- de dimensões da peça, nem sempre é
tro, ou maior que três vezes a dimensão Carlos Eduardo de Siqueira Tango possível obter corpos-de-prova com
máxima do agregado graúdo). Doutor em Engenharia – Consultor dimensões adequadas para ensaio. A
Os experimentos apresentados autônomo e colaborador do Laboratório altura do corpo-de-prova, muitas
mostraram ser possível "montar" um de Materiais de Construção Civil do vezes, tem que ser menor que o dobro
corpo-de-prova extraído de relação al- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do do diâmetro, relação considerada
tura-diâmetro ideal, empregando seg- Estado de São Paulo ideal, ou até mesmo menor que uma
mentos de testemunhos do mesmo e-mail: tango@ipt.br vez o diâmetro, relação mínima admi-
concreto solidarizados com argamas-
sa, obtendo-se resultado semelhante
ao de um corpo-de-prova ideal, ex-
traído íntegro. A semelhança mos-
trou-se bastante evidente para ensaios
a compressão e promissora para en-
saios de módulo de deformação.
O método dos "cilindros monta-
dos" vem, assim, auxiliar na análise
das propriedades mecânicas de estru-
turas, nas quais, pelos métodos tradi-
cionais, não era possível obter resulta-
dos confiáveis.
Fotos: divulgação
Metodologia
Em caso de necessidade de avalia-
ção das propriedades mecânicas do
concreto, é comum efetuar os ensaios Figura 1 – Moldagem dos protótipos
12,5
,5
7,5
22,5 12,5
ø7
Considerando a exigência de que o
diâmetro do corpo-de-prova deve ser 17,5
ø15
15
10
pelo menos o triplo da dimensão má- c c c c c c c c c c c c c c a b
xima do agregado, ficam ainda mais b b b b b b b b b b
evidentes as limitações dimensionais b b b b b b
a a a a a a a a a a
0
ø1
para a viabilização de tais ensaios. a a a a a a c c c c c c c c b b b
210
10
Além disso, as correções usuais, para
15
b b b b b b b b a a a
os resultados de resistência à com- c c c c c c
a a a a a a a a b b b
pressão obtidos com relações altura- a a a
b b b b b b c c c c c c c c
diâmetro entre 2 e 1, não estão livres
15 a b b b b b b b b b b b
de propiciar erros de avaliação. a a a 15 a a 15 10
a a a a a a a a a a a 15
15
Propõe-se metodologia objeti-
10
vando viabilizar a avaliação nas con- 420
dições de impossibilidades geométri- Medidas em cm
151515
de modo a obter-se sempre uma rela-
30
45
ção altura/diâmetro (h/d) igual a 2,0, 22 32
10101010101010101010101010 15151515151515151515151515
a partir da superposição de segmen-
130 200
tos de testemunhos extraídos da Medidas em cm Medidas em cm
mesma região, quando não for possí-
Figura 3 – Croqui da Viga tipo I e Figura 4 – Croqui da Viga tipo II e
vel obter-se um corpo-de-prova ínte-
pontos de extração pontos de extração
gro com esta relação h/d.
Cada corpo-de-prova representati-
vo de uma região da estrutura a ser en- 1 Laje: altura = 0,15 m x largura = e 200 mm de altura e de 150 mm de diâ-
saiada é montado a partir de segmentos 2,10 m x comprimento = 4,20 m metro e 300 mm de altura, para cada
de testemunhos extraídos de locais O concreto foi lançado nas fôrmas traço de concreto avaliado (Figura 2).
próximos, nessa região, tendo suas par- diretamente do caminhão betoneira e Após 14 dias de cura dos protóti-
tes unidas por uma fina camada (< 3 adensado com vibrador de imersão pos, foram extraídos de cada laje
mm) de argamassa, que deve garantir (Figura 1). (NBR-7680/1983) testemunhos de 150
distribuição adequada dos esforços de Foram moldados e curados cor- mm, 100 mm e 75 mm de diâmetro.
compressão, sem alterar significativa- pos-de-prova cilíndricos, de dimen- Das vigas tipo I foram extraídos teste-
mente o resultado dos ensaios. sões nominais de 100 mm de diâmetro munhos de 100 mm de diâmetro, com
Para verificação da eficiência do
método foram realizados, no Institu-
to de Pesquisas Tecnológicas, ensaios
laboratoriais de desempenho com-
parativos entre corpos-de-prova
moldados, de acordo com a NBR-
5738 (2003) e corpos-de-prova ex-
traídos (NBR-7680/1983) de protó-
tipos de elementos estruturais não
armados, lajes e vigas moldadas com
concretos de linha do mercado da ci-
dade de São Paulo, com agregado
graúdo de origem calcária, de 25
mm de diâmetro máximo.
Protótipos:
2 vigas Tipo I: altura = 0,30 m x lar-
gura = 0,22 m x comprimento = 1,30 m
2 vigas Tipo II: altura = 0,45 m x
largura = 0,32 m x comprimento =
2,00 m Figura 5 – Moldagem dos corpos-de-prova e dos protótipos
61
artigo.qxd 4/4/2007 16:54 Page 62
ARTIGO
h/d = 2,00 e das vigas tipo II foram ex- apresentadas nas Figuras 9 a 12 e fo- de elasticidade (NBR-8522/2003) foi
traídos testemunhos com diâmetro de tografia na Figura 13. realizada montando-se séries de três
150 mm de diâmetro, com h/d = 2,00, Todos os corpos-de-prova molda- cilindros de relação h/d = 2,00, mon-
conforme Figuras 3 e 4. dos e preparados conforme descrito tagens Tipo A, B e C , de acordo com
Para consolidação dos testemu- anteriormente foram capeados com as figuras 9, 10 e 11.
nhos, utilizou-se argamassa dosada pasta quente de enxofre e pozolana na Na figura 21, apresentam-se os
para resistência média superior à do proporção de 80% e 20% e ensaiados diagramas tensão-deformação (mé-
concreto, preparada de acordo com aos 28 dias de idade, de acordo com a dias de três corpos-de-prova cada)
a NBR-7215 (1996). A necessidade NBR-5739 (1994) e NBR-8522 (2003), obtidos em primeiro carregamento,
da resistência da argamassa de con- sendo três dias a idade das argamassas discriminados pelos tipos de corpos-
solidação ser maior do que a resis- de consolidação. Aspectos dos ensaios de-prova.
tência esperada do concreto foi veri- a compressão e de módulo são apre- Na figura 22, são mostrados os
ficada em experimentos prelimina- sentados nas figuras 15 e 16. diagramas tensão-deformação (mé-
res realizados com esta finalidade, Os resultados obtidos nos ensaios dias de três corpos-de-prova cada)
variando-se a resistência das arga- a compressão estão apresentados obtidos em primeiro carregamento,
massas conforme resultados apre- graficamente nas figuras 17, 18 e 19. discriminados pelos tipos de corpos-
sentados nas Tabelas 1 e 2 e no Grá- Na Figura 20, apresentam-se as di- de-prova.
fico da Figura 6. ferenças observadas nos resultados mé- As Figuras 23 e 24 apresentam
A partir dos testemunhos extraí- dios de resistência à compressão obti- a comparação das médias e dos
dos dos protótipos, Figuras 7 e 8, dos em corpos-de-prova extraídos ín- desvios-padrão obtidos para mó-
foram montadas aos 25 dias de idade tegros e montados, em relação aos res- dulos de deformação tangente ini-
séries de corpos-de-prova, usando pectivos corpos-de-prova moldados. cial e módulo de deformação secan-
partes de testemunhos dos respecti- A avaliação da utilização de cilin- te (nível de 0,3 vezes a carga de rup-
vos concretos, com as dimensões dros montados no ensaio de módulo tura prevista).
55
50
45
40
35
30
25
20
15
15 25 35 45 55 65 75 85
Resistência da argamassa (MPa)
Concreto A Concreto B Concreto C
Fotos: divulgação
150 100
Pelos resultados obtidos nos en-
saios de determinação da resistência à
compressão, figura 14, podemos con-
58
88
120
Argamassa de
melhantes, diferindo, ora para mais, B consolidação B Argamassa de
ora para menos, cerca de até 3%, dife- consolidação
renças provenientes da variabilidade
88
do próprio ensaio.
58
C
Os corpos-de-prova extraídos Medidas em mm C Medidas em mm
B
58
63
artigo.qxd 4/4/2007 16:54 Page 64
ARTIGO
Figura 13 – Diversos tipos de montagens Figura 14 – Aspecto do ensaio a Figura 15 – Detalhe dos
estudados antes da consolidação compressão extensômetros
Concreto A
moldado
15 x 30 cm h/d = 2 extraído
Série A 88/120/88 montado
moldado
h/d = 2 extraído
10 x 20 cm Série D 99/99 montado
Série C 58/80/58 montado
Série B 38/120/38 montado
7,5 x 15 cm h/d = 2 extraído
Fotos: divulgação
0 5 10 15 20 25 30 35
Média Desvio-padrão Resistência à compressão (MPa)
Figura 17 – Concreto A: Comparação de resistências à compressão média e
respectivos desvios-padrão obtidos de corpos-de-prova moldados, extraídos íntegros Figura 16 – Aspectos dos ensaios
e extraídos montados. de módulo
Tensão (MPa)
65
artigo.qxd 4/4/2007 16:54 Page 66
ARTIGO
Figura 23 – Comparação de médias e desvios-padrão obtidos para módulos de NBR 7680 – Extração, preparo,
deformação tangente inicial ou módulo de elasticidade. ensaios e análise de testemunhos
de estruturas de concreto –
Procedimento. Associação
Módulo de Deformação Secante (0,3) Brasileira de Normas Técnicas. Rio
moldado de Janeiro, 1983.
15 x 30 cm íntegro extraído
NBR 7215 – Cimento Portland –
Série A montado
Determinação da resistência à
moldado compressão. Associação Brasileira de
íntegro extraído Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 1996.
10 x 20 cm Série B montado
NBR 8522 – Determinação do
Série C montado
módulo de deformação estática e
0 5 10 15 20 25 30
Médias – concreto A diagrama – tensão deformação –
Módulo de deformação secante (0,3) (GPa)
Médias – concreto B Método de ensaio. Associação
Desvios-padrão – concreto A Brasileira de Normas Técnicas. Rio de
Desvios-padrão – concreto B Janeiro, 2003.
PLACAS CIMENTÍCIAS
SELANTE As placas cimentícias Useplac
Trafix Mastique Mono, da CERÂMICAS
Inspirada no design dos aceitam os mais diversos tipos
Bautech, é um adesivo selante
tradicionais ladrilhos hidráulicos, de revestimento e são TELHAS
elastomérico para colagem não-
a Baepi apresenta uma linha de resistentes às intempéries. A fabricante gaúcha Cláudio
estrutural de substratos como
cerâmicas composta de Segundo a fabricante, as placas Vogel lança novas telhas
madeira, alumínio, vidro e
desenhos que proporcionam o são incombustíveis e evitam o cerâmicas modelo Americana,
cerâmica, entre outros. Sua cura
mesmo efeito arquitetônico dos desenvolvimento de fungos e disponíveis em variada cartela de
é feita a frio e, segundo a
ladrilhos, mas com aplicação e bactérias. Cada peça pesa cerca cores na linha esmaltada ou com
fabricante, possui grande
manutenção mais simples. Os de 18 kg/m2. revestimento de poliéster.
aderência e desempenho
motivos são geométricos, Useplac Segundo o fabricante, seus
mecânico.
abstratos, florais, étnicos, 11 5506-9531 encaixes permitem o uso de 12
Bautech
marinhos, pincelados e useplac@useplac.com.br peças por metro quadrado.
11 5572-1155
esponjados. www.useplac.com.br Cláudio Vogel
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67
P&T.qxd 4/4/2007 17:08 Page 68
MANTA ASFÁLTICA
A Bituthene 3000 é uma manta
auto-adesiva aplicada a frio, FÔRMAS
IMPERMEABILIZANTE criada pela Grace para A cofragem modular Orma, da APARELHOS DE APOIO
Tecnoacqua, da Tecnocola, é uma impermeabilizações. Sua A Rudloff fabrica aparelhos de
Ulma, é constituída por painéis
argamassa cristalizante espessura de 1,5 mm é apoio que absorvem esforços
de 2,7 m de altura e por uma
monocomponente à base de composta por 1,4 mm de asfalto horizontais e de rotação das
garra de regulação com outros
cimento Portland. É indicada emborrachado e um filme de estruturas e os transmitem aos
elementos básicos. Painéis de
para impermeabilização de áreas 0,1 mm de polietileno de alta apoios verticais. Projetados de
1,2 m de altura, em conjunto
sujeitas à ação de umidade e densidade. Ideal para superfícies acordo com normas européias,
com esquadras e chapas de
pode ser aplicada em interiores que, em serviço, não atingirão acompanham a vida útil
compensação, permitem
ou exteriores. temperaturas maiores que 54 ºC. projetada para a estrutura.
complementar e adaptar o
Tecnocola Grace Rudloff
sistema a qualquer forma
48 626-7676 (15) 3235-4702 11 6948-1001
geométrica da obra.
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Ulma
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68
P&T.qxd 4/4/2007 17:08 Page 69
PAINÉIS DE FACHADA
A Pavi fabrica painéis de fachada
em GFRC, um microconcreto de
AÇO ESTRUTURAL alta resistência formado por
Os aços estruturais da Usiminas cimento, areia silicosa, aditivos e
(USI Civil 300 e 350, USI SAC fibras de vidro álcali-resistentes.
300 e 350 e o USI Fire 350) têm, Segundo o fabricante, o produto
segundo a fabricante, alta possui alta resistência ao
resistência à corrosão desgaste, a impactos, a agentes
atmosférica. O USI Fire possui químicos e ao fogo.
ainda alta resistência ao fogo. Os Pavi
maiores níveis de escoamento, 11 3129-3783
informa a Usiminas, possibilita www.pavidobrasil.com.br
maior economia em peso.
Usiminas
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69
P&T.qxd 4/4/2007 17:08 Page 70
ILUMINAÇÃO
A Reeme possui ampla linha de DISJUNTORES
luminárias para iluminação Além do novo design e do duplo
pública. Fabricados com alumínio sistema de fixação, os BOMBA DE VÁCUO
PISO fundido, os produtos possuem disjuntores DLBE apresentam A Ingersoll-Rand possui uma
Piso Box, da Astra, é um difusores de policarbonato. A outros benefícios para as linha de bombas a vácuo com
compartimento pré-fabricado de empresa dispõe, também, de instalações elétricas. Entre eles potências que variam de 1,5 a 20
poliéster reforçado com fibra de luminárias de longo alcance, estão a melhoria contra HP. Os motores trabalham em um
vidro para aplicação em boxes de blindadas e industriais, entre desarmes indesejáveis, caixa e ou dois estágios, e permitem
banheiros. É antiderrapante e outras. tampa de poliamida aditivada, alcançar, segundo o fabricante,
tem alta resistência mecânica e Reeme com elevada resistência ao calor vácuo perfeito em até 29,75 mm
química, segundo o fabricante. 11 5562-1944 e à chama e propriedades de de mercúrio.
Astra www.reeme.com.br auto-extinguibilidade. Ingersoll-Rand
11 4583-7777 reeme@reeme.com.br Lorenzetti 21 2402-5457
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70
P&T.qxd 4/4/2007 17:08 Page 71
MÁQUINAS, PROJETOS E
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS TÉCNICOS
FERRAMENTAS
ETE
A EEA (Empresa de Engenharia
Ambiental) trabalha, entre
JATEAMENTO outros, com sistemas especiais
A Brasibrás fornece de esgoto. Um de seus produtos,
equipamentos para jateamento o sistema anaeróbio seguido de
de vidros, mármores, granitos, filtros de areia, atinge eficiência
acrílicos, resinas e metais. Com de até 90% na remoção de
dimensões de 750 mm x 800 mm matéria orgânica e tem, segundo
x 1.800 mm, possuem regulador a empresa, baixo custo
de pressão, filtro separador de operacional e de implantação.
umidade e exaustor com motor EEA
elétrico de 0,75 HP. (19) 3524-5327
Brasibrás www.eea.eng.br
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www.brasibras.com.br
71
obra aberta121.qxd 4/4/2007 17:09 Page 72
OBRA ABERTA
Livros Sites
AGENDA
Seminários e promoverá a divulgação de novos internacional de negócios e tecnologia da
conhecimentos sobre as manifestações cadeia de concreto e seus usuários.
conferências patológicas das estruturas. Fone: (11) 4689-1935
20o Congresso Brasileiro de Fone/Fax: (88) 3677-4261 Site: www.concreteshow.com.br
Siderurgia E-mail: cinpar2007@yahoo. com.br
28 a 30/5/2007 www.sobral.org/cinpar2007 Intercon
São Paulo 25 a 29/9/2007
O período de intensas transformações 10o Simpósio de Sistemas Prediais: Joinville (SC)
pelo qual tem passado o setor será o Desenvolvimento e Inovação Evento deve reunir fabricantes,
tema central dos debates a serem 30 e 31/8/2007 distribuidores, revendedores,
realizados durante o evento. Em paralelo, São Carlos (SP) construtores, engenheiros, arquitetos e
ocorre a SiderExpo, exposição de O evento será realizado na UFSCar entidades de todo o Brasil e do exterior,
representantes dos vários elos da cadeia (Universidade Federal de São Carlos-SP) promovendo a divulgação e,
produtiva do aço. e é voltado ao estudo e à pesquisa de principalmente, a realização de negócios.
Fone: (11) 4153-7588 sistemas que compõem o item serviços Fone: (11) 3451-3000
E-mail: contato@ibs.org.br das edificações. E-mail: feiras@messebrasil.com.br
www.ibs.org.br Fone: (16) 3351-8262 r. 212
E-mail: simar@power.ufscar.br
Solução para empresas de projeto – www.deciv.ufscar.br/sispred10/
Cursos e treinamentos
Uma nova visão sobre gestão Curso Especializado para Projetistas
01/06/2007 10a Construsul – Feira da Indústria 7/5 a 25/6/2007
São Paulo da Construção São Paulo
O evento é resultado de um trabalho 1o a 4/8/2007 O Departamento de Projetistas da Abrava
realizado pelo Programa de Mestrado Porto Alegre (RS) (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-
da Escola Politécnica da USP, com nove Vista atualmente como um dos principais Condicionado, Ventilação e Aquecimento)
empresas de projetos, na eventos dirigidos à construção civil da inicia em maio um curso especializado para
implementação de um plano de gestão região Sul, a feira é realizada projetistas. São nove módulos e tem como
através do modelo desenvolvido pelo paralelamente à Expo Máquinas, que objetivo formar e reciclar desenhistas/
Professor Otávio de Oliveira. O objetivo apresenta também uma grande exposição projetistas de ar-condicionado de
do encontro é mostrar iniciativas de de plataformas elevatórias, indústrias, empresas e escolas.
empresas do setor que conseguiram retroescavadeiras, gruas, perfuratrizes e Fone: (11) 3361-7266 (r. 123)
melhorar a organização interna e a diversos equipamentos e máquinas para E-mail: vilma.silva@abrava.com.br
divulgação de projetos, aumentar a construção pesada.
produtividade e dinamizar as Fone: (51) 3225-0011 2o Congresso Brasileiro de Pontes e
atividades gerais. E-mail: construsul@feiraconstrusul.com.br Estruturas
E-mail: flavia.souza@poli.usp.br www.feiraconstrusul.com.br 12 a 14/10/2007
Rio de Janeiro
Cinpar 2007 – Congresso Concrete Show South América Promovido pela ABPE (Associação Brasileira
Internacional sobre Patologia e 15 a 17/8/2007 de Pontes e Estruturas), o evento pretende
Recuperação de Estruturas São Paulo divulgar trabalhos recentes e relevantes,
7 a 9/6/2007 Realizado com o apoio de entidades tanto de pesquisa quanto de aplicação de
Fortaleza (CE) importantes do setor, como a ABCP inúmeros profissionais. Será aberto a
Promovido em parceria entre a Regional (Associação Brasileira de Cimento engenheiros, projetistas, arquitetos,
do Ibracon (Instituto Brasileiro do Portland), Abesc (Associação Brasileira pesquisadores e professores que queiram
Concreto) no Ceará, a UVA das Empresas de Serviço de se atualizar, discutir, divulgar e inovar idéias
(Universidade Estadual Vale do Acaraú) e Concretagem) e a Ficem (Federação na área de engenharia estrutural.
o IEMAC (Instituto de Estudos dos Interamericana do Cimento), o evento Fone: (21) 2232-8334
Materiais de Construção), o evento deve se tornar um ponto de encontro www.abpe.org.br
75
como construir.qxd 4/4/2007 16:47 Page 76
a dosagem racional do concreto, a sideram sempre as tensões longitudi- parâmetros de dosagem do concre-
construção e o controle apropriados. nais e transversais que decorrem de to, como tipo do cimento, consumo
Segundo Bina e Teixeira (2002), vários esforços solicitantes. Por se tra- mínimo de cimento, relação água ci-
pode-se afirmar que, para pisos indus- tar, na maioria dos casos, de placas de mento, abatimento, teor máximo de
triais, são importantes o baixo número grandes comprimentos e de relação ar incorporado e aditivos, dimensão
de juntas e a baixa ocorrência de fissu- área/espessura elevada, para que a máxima do agregado graúdo e teor de
ras, o correto acabamento superficial protensão seja eficiente, deve-se levar argamassa;
(planicidade, nivelamento e conforto em consideração, no cálculo, os se- plano de controle tecnológico do
ao rolamento), a baixa incidência de guintes fatores: concreto no estado fresco e endurecido,
manutenções e facilidade de restaura- Variações de temperatura; ressaltando-se nesta etapa o controle do
ção, a alta produtividade e a fácil imple- Atrito com a sub-base; abatimento e o controle das resistências
mentação da tecnologia construtiva. Força de protensão; mecânicas e da espessura das placas;
Portanto, as diretrizes a serem Carga de rodagem e armazenamento. Valores mínimos dos índices de
adotadas para a elaboração de um No projeto devem constar as se- planicidade e nivelamento do piso
projeto de piso protendido devem guintes informações: (F- Numbers).
obedecer aos seguintes requisitos: a) Projeto geométrico com todas as Para a determinação dos índices de
a) Estudos geotécnicos, tais como informações topográficas necessárias à planicidade e nivelamento, deverá ser
sondagem, ensaios de solo – ensaio perfeita locação das placas de piso; empregado equipamento específico
de placa, ensaio de compactação b) Detalhes de dimensionamento denominado DipStick Floor Profiler.
CBR (Índice de Suporte Califórnia, dos pisos com definições dos tipos, ca- A medição é feita pela amostra-
em Português); racterísticas tecnológicas e espessuras gem total da superfície do piso, recor-
b) Avaliação das condições dos tanto dos pisos como das camadas rendo-se ao tratamento matemático e
carregamentos estáticos e dinâmicos constituintes de sua estrutura; estatístico dos dados.
às quais o piso será submetido; c) Projeto geométrico de distribui-
c) Concepção arquitetônica da ção das placas, posicionamento dos Execução – montagem das fôrmas
edificação; cabos de protensão, detalhamento de As fôrmas deverão ser convenien-
d) Estudos de layout com a dispo- armações de reforço e fretagem, deta- temente dispostas para a delimitação
sição das máquinas e equipamentos lhamento de todos os tipos de junta, das áreas a serem concretadas, confor-
de fabricação, transporte e armazena- bem como detalhes de interação do me definições de projeto. Poderão ser
gem de materiais e produtos; piso com as demais estruturas (pilares, usadas fôrmas de madeira ou metáli-
e) Tipo de equipamentos rodantes paredes, caixas, requadros e reforços cas, de modo a assegurar nivelamento
sobre o piso (modelo das empilhadei- necessários); perfeito, alinhamento e contenção do
ras com suas respectivas capacidades d) Recomendações de execução e concreto fresco.
de carga). controle, com as especificações dos As fôrmas devem apresentar furações
As diretrizes descritas anterior- materiais utilizáveis, tais como: laterais para o correto posicionamento
mente são requisitos básicos para resistência característica do concre- dos cabos de protensão e das barras de
qualquer método construtivo a ser es- to à tração na flexão (fct,k) medida aos transferência,bem como apresentar local
colhido, seja com concreto simples, 28 dias; para a fixação das ancoragens.Um exem-
concreto reforçado com fibras de aço e resistência característica do concre- plo de fôrma usualmente empregada é
concreto armado (vergalhão ou tela). to à compressão (fcj) medida às 10, 12, mostrado nas fotos 3 e 4.
Os critérios de dimensionamento 14 e 20 horas e também aos três , sete e
dos pisos de concreto protendido con- 28 dias; Colocação da camada de
deslizamento
A camada de deslizamento é exe-
cutada mediante a colocação de duas
mantas de polietileno (habitualmente
chamada de lona plástica) sobre toda
a área a ser concretada (foto 5). Tal ca-
mada tem como função principal re-
duzir o atrito entre a placa de concre-
to e a sub-base, permitindo livre mo-
Fotos: divulgação
Concretagem da placa
Tendo em vista o volume de mate-
rial envolvido, deve-se utilizar concre-
to usinado em conformidade com os
parâmetros mínimos descritos no item
"d", em "Recomendações". O lança-
mento do concreto poderá ser realiza-
do diretamente do caminhão betonei-
ra e/ou por bomba e lança.
A área a ser concretada deverá ser
dividida em faixas, e a definição das lar-
guras e comprimentos das faixas que
compõem uma placa deverá estar em
conformidade com o tipo de equipa-
mento que fará o espalhamento e aden-
samento do concreto. Os equipamen-
Foto 5 – Colocação da camada de deslizamento
tos habitualmente utilizados são a
régua vibratória treliçada, para traba-
amassamento do concreto necessária transferência da carga dos cabos de pro- lho em faixas de menores dimensões,
à perfeita hidratação do cimento, evi- tensão à placa de concreto. A foto 6 ilus- ilustrada na foto 9, e a laser screed, para
tando que seja absorvida pela sub- tra detalhes das armações. faixas e placas de grandes dimensões.
base, e formar uma barreira dificul- Os cabos de protensão deverão ser Este equipamento executa sarrafea-
tando a ascensão de umidade do solo cortados em conformidade com os mento, nivelamento e adensamento do
à superfície do piso. comprimentos indicados em projeto. concreto, conforme ilustrado na foto
Os cabos e demais armaduras de- 10. O nível do piso em execução é con-
Armação da placa verão ser convenientemente dispostos trolado por meio de um emissor laser
A armação da placa de concreto conforme definições de projetos e po- fixo e dois receptores existentes na má-
protendido recebe duas nomenclaturas: derão ser compostos de cordoalhas, quina, os quais recebem sinais do emis-
"armação ativa" (composta pelos cabos telas, vergalhões, barras de transferên- sor e os informam ao comando hidráu-
de protensão – no caso em estudo, as cia e treliças. lico que, conseqüentemente, controla o
cordoalhas plastificadas engraxadas) e Para a garantia do correto posicio- nível de concretagem com precisão.
"armação passiva" (composta pelas de- namento dos cabos e demais armadu- O concreto deverá ser lançado de
mais ferragens – de fretagem e de refor- ras deverão ser usados espaçadores maneira uniforme, sem a formação de
ço – constituídas de aço CA50 e CA60). plásticos e/ou metálicos, conforme pilhas, como ilustrado na foto 11. O
No processo de armação da placa de ilustrado na foto 7. abastecimento de concreto deve ser
concreto protendido também estão in- Os cabos devem estar alinhados e constante, de modo que os equipa-
seridas as placas de ancoragem e acessó- com suas extremidades posicionadas e mentos sejam regularmente abasteci-
rios de protensão, os quais são respon- ancoradas conforme definições de dos e não haja interrupção na concre-
sáveis pelo posicionamento, fixação e projeto. tagem, sob pena de retardar o início da
77
como construir.qxd 4/4/2007 16:47 Page 78
COMO CONSTRUIR
Acervo ABCP
protensão, ou de gerar retrações dife- dução, por meio do manejo de insumos Em seguida, após o endurecimento
renciais ao longo da pista e afetar o e materiais acabados, seja pela necessi- parcial do concreto, deverá ser executa-
acabamento superficial do piso. É re- dade de limpeza, higiene e manutenção. do o desempenamento mecânico da
comendável que o fornecimento mí- A camada superficial do piso indus- sua superfície, com a finalidade de "tra-
nimo de concreto seja de 35 m³/h. trial deverá atender às definições de zer" argamassa à superfície, que forma-
O adensamento do concreto deverá projeto quanto aos requisitos de acaba- rá a camada final do acabamento. Tal
ser mais intenso nas regiões das fôrmas mento superficial (na maioria dos desempenamento deverá ser iniciado
onde estão concentradas as placas de casos liso vítreo ou espelhado, podendo aproximadamente três horas após o
ancoragem, para que permaneçam in- ser também desempenado fino, quan- lançamento do concreto (este tempo
tegralmente envolvidas pelo concreto. do necessário receber revestimento poderá variar em função do concreto e
Nesta região, o adensamento deverá ser posterior), planicidade e nivelamento. do tipo de cimento utilizado). Na prá-
executado por vibradores de imersão. O acabamento superficial do con- tica, o início do desempenamento me-
creto é iniciado com seu sarrafeamento cânico usualmente ocorre quando a
Acabamento superficial e desempenamento,que,embora sejam superfície apresenta-se parcialmente
O perfeito desempenho de um processos executados concomitante- endurecida, de modo que uma pessoa,
piso industrial não está associado so- mente à etapa de lançamento do con- ao caminhar sobre o concreto, deixe
mente à qualidade dos materiais em- creto, já constituem o início do acaba- "pegadas" com aproximadamente 4
pregados e a um projeto bem elabora- mento. O sarrafeamento deve ser exe- mm. Trata-se de avaliação bastante
do, mas também a todos os cuidados cutado com régua vibratória ou laser empírica, demandando a fixação de
na sua execução, de modo particular screed, em conformidade com o nivela- outros parâmetros. Os equipamentos
ao seu acabamento superficial. mento do piso definido em projeto. Já o empregados para o argamassamento
A camada superficial do piso cons- desempenamento deve ser executado mecânico são acabadoras autopropeli-
titui a plataforma onde o trabalho in- com aplicação de rodos lisos (metálicos das duplas, com utilização de discos de
dustrial se realiza, seja escoando a pro- ou de madeira) tipo float (foto 12). flotação (foto 13).
Fotos: divulgação
Em seguida ao desempenamento obtenção de uma superfície com as- tecido, saturadas em água. Em casos
mecânico deverá ser executada a pecto vítreo (bastante liso). específicos, quando há alta exposição
correção de possíveis ondulações su- do piso concretado ao vento, sol e lo-
perficiais, mediante o emprego do Cura do concreto cais com baixa umidade do ar (por
rodo de corte, ferramenta constituí- O processo de cura deverá ter iní- exemplo: locais descobertos ou com
da de perfil de alumínio de seção re- cio tão logo a superfície esteja acabada, ausência de fechamento lateral), deve-
tangular dotada de pesos para per- para evitar a evaporação da água e o rão ser feitos os dois tipos de cura.
mitir o "corte da superfície", como surgimento de fissuras no piso, assim
ilustrado na foto 14. como para aumentar a resistência do Protensão
O acabamento final da superfície concreto à abrasão. Poderá ser feita A protensão dos cabos deverá ser
deverá ser executado com acabadoras cura química, aspergindo-se agentes executada em etapas, seguindo a se-
duplas autopropelidas dotadas de pás de cura à base de sódio ou resinas, com qüência determinada pelo projetista,
(fotos 15 e 16). As pás têm regulagem ou sem formação de película. Também no intuito de combater o apareci-
de inclinação para as variações neces- poderá ser realizada a cura úmida, em- mento de fissuras. A primeira proten-
sárias aos serviços de acabamento, até a pregando-se mantas de poliéster não- são é feita poucas horas após a con-
Foto 15 –Acabadora de superfície duplada, Foto 16 – Acabamento final tipo liso vítreo executado com acabadoras
com o uso de pás para o acabamento final duplas de alta rotação
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COMO CONSTRUIR