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UNIS-MG Engenharia Mecânica

5º Periodo
MECÂNICA DOS FLUÍDOS
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APOSTILA DE
MECÂNICA DOS FLUÍDOS

Professor: Henrique Marcio P. Rosa

Eng. MSc. Henrique Marcio P. Rosa Notas de Aula pag. 1


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1-INTRODUÇÃO, UNIDADES E PROPRIEDADES

1.1-INTRODUÇÃO
A Mecânica dos Fluídos é a parte da mecânica aplicada que se dedica a análise do
comportamento dos líquidos e gases tanto em equilibrio quanto em movimento.

O Que é Fluído?
Fluídos são substâncias capazes de escoar e tomar a forma de seus recipientes.
Quando em equilibrio, os fluídos não suportam forças tangenciais ou de
cisalhamento. Todos os fluídos possuem certo grau de compressibilidade e não
oferecem resistência a mudança de forma.

Sólido Fluído

Duro, resistente a deformação Mole, facilmente deformável

Pequeno espaçamento intermolecular Grande espaçamento intermolecular

força intermolecular elevada Força intermolecular reduzida

Não escoam quando submetidos a uma Escoam quando submetidos a tensão


tensão de cisalhamento de cisalhamento

Metal, concreto, rocha, etc.. Água, ar, óleo, etc...

Fluido como Continuo


Em se tratando de relações sobre escoamento de fluídos em base matemática ou
analítica, é necessário considerar que a estrutura molecular real é substituida por um
meio contínuo hipotético, chamado o contínuo, de forma, que as caracterísitcas dos
fluidos variam contiunuamente através do fluído.
Quando nos referirmos a um ponto, estamos considerando uma pequena esfera de
raio grande se comparado com a distância intermolecular, sendo que dentro desta
pequena esfera há uma quantidade enorme de moléculas. Dessa forma, a
velocidade ou uma caracterísitca qualquer num ponto é a média da característica de
todas as moléculas que estão dentro da esfera.

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1.2-UNIDADES
Os sistemas de unidades mais conhecidos são apresentados na tabela abaixo:

Sistemas de Unidades

Sistema Massa Comprimento Tempo Força

SI (sistema kg m s N
internacional) 1 N = (1 kg) . (1m/s2)

Britânico slug ft s lbf


gravitacional
1 lbf = (1 slug) . (1 ft/s2)
(inglês usual)

Inglês de lbm ft s lbf


engenharia 1 lbf = (1 lbm).(32,174 ft/s2)
(inglês incoerente) gc

Métrico (cgs) g cm s d

Métrico (mks) kg m s Kgf

Os sistemas mais utilizados são o SI e o inglês usual, sendo que com o tempo
deverá permanecer somente o SI.

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Conversão de unidades do sistema Inglês usual para SI

Parâmetro Conversão

Comprimento 1ft = 0,3048m


1in= 1” = 0,0254m

Massa 1slug = 14,59 kg

Força 1lb = 4,448N

Peso específico 1lb/ft3 = 157,1 N/m3

Massa específica 1slug/ft3 = 515,2 kg/m3

Densidade O mesmo valor pois é adimensional nos


dois sistemas

Viscosidade dinâmica 1lb.s/ft2 = 47,88 N.s/m2

Viscosidade cinemática 1ft2/s = 0,0929 m2/s

Pressão 1lb/ft2 = 47,88 Pa


1lb/in2 = 6,895kPa

Tensão superficial 1lb/ft = 14,59 N/m

Temperatura
SI: ºK = ºC + 273,15 (ºK – Kelvin é a temperatura em escala absoluta)
Inglês usual: ºR=ºF+ 459,67 (ºR - Rankine é temperatura em escala absoluta)
TºF = 1,8. TºC + 32
Aceleraçãda da gravidade
Sistema SI: g=9,807 m/s2~9,81 m/s2
Sistema inglês usual: g=32,174 ft/s2

Pressão
1 Pa = 1 N/m2 (sistema SI)
2
1 Psi = 1 lbf/in (inglês usual)
1 Psf = 1 lbf/ft2 (inglês usual)

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Outras unidades de pressão
1 kgf/cm2 = 14,2233 Psi = 105 Pa = 0,9678 atm
1 atm = 101,33 kPa = 10,33 mcH2O (para g=9,807m/s2 e água=1000 kg/m3)
1 atm ~ 760 mmHg (milimetro de coluna de mercúrio)

Outras grandezas
Watts: 1W= 1 J/s = 1 N.m/s (Potência no sistema SI)
1 hp = 745,7 W = 0,7457 kW

Prefixos utilizados no SI

Fator de multiplicação Prefixo Símbolo


da unidade

1012 Tera T
109 Giga G
106 Mega M
103 Kilo k
10 Deca de
10-1 Deci d
10-2 Centi c
10-3 Mili m
10-6 Micro 
10-9 Nano n
10-12 pico p

1.3-PROPRIEDADES DOS FLUÍDOS


Fluídos diferentes podem apresentar características muito distintas.
Exemplo: Gases são leves e compressíveis. Já os líquidos são pesados e
relativamente incompressíveis.
Assim, torna-se necessário certas propriedades para quantificar as diferenças.

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1.3.1-Massa Específica ()
A massa específica de uma substância é definida como a massa por unidade de
volume.
M

V
No Sistema SI é dado em kg/m3

1.3.2-Volume Específico ()


Volume específico é o volume ocupado por unidade de massa.
1 V
 
 M
No Sistema SI é dado em m3/kg

1.3.3-Peso Específico ()


O peso específico de um fluído é defindo como o peso por unidade de volume.
Peso M.g
   .g
V V
Onde g= acelaração da gravidade
No Sistema SI é dado em N/m3

1.3.4-Densidade
Densidade de um fluído é definida como a razão entre a massa específica do fluído
e a massa específica da água numa certa temperatura. Usualmente 4ºC (nesta
temperatura água=1000 kg/m3)
 
d 
 H 2O  H 2O

1.3.5-Lei dos Gases Perfeitos


Os gases são compressíveis e sob certas condições, a massa específica de um gás
está relacionada com a pressão e temperatura através da equação:

P- pressão absoluta (Pres. Relativa + Patmosférica)


P  RT -massa específica
T-temperatura absoluta
R- constante do gás

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A equação acima também é conhecida como a lei dos gases perfeitos ou equação
de estado para os gases perfeitos.
A constante do gás, R, é função do tipo de gás e está relacionada à sua massa
molecular. No SI a unidade de R é J/kg.ºK.

1.3.6-Viscosidade

Figura 1-Comportamento de um fluído sob força de cisalhamento

-fluído entre duas placas planas paralelas próximas, espaçadas por uma pequena
distância e;
-placa inferior é fixa e a superior pode se movimentar;
-aplicação de uma força F movimenta a placa superior de área A, com velocidade
constante;
-o fluído em contato com superfície sólida tem a mesma velocidade da superfície
(isto é uma característica de qualquer fluído). Assim, junto a placa inferior, o fluído
terá velocidade nula e junto à placa superior terá a velocidade U da mesma;
-o fluído na área abcd escoa para a nova posição ab’c’d com cada particula fluída
movendo-se paralelamente à placa com velocidade u, variando linearmente de zero
até U.
-a experiência mostra que mantendo-se a outras grandezas constantes, F é
diretamente proporcional à A e U, e inversamene proporcional à e. Isto resulta a
seguinte equação:
AU
F
e
 é o fator de proporcionalidade que depende do fluído em estudo.
A tensão de cisalhamento será:
F U
 
A e
A relação U/e é a velocidade angular do segmento ab, ou é também a velocidade de
deformação angular do fluído. A velocidade angular também pode ser du/dy, pois
expressa uma variação de velocidade dividida pela distância ao longo da qual a
variação ocorre. Entretanto du/dy é mais geral porque continua válida em situações
onde a velocidade angular e a tensão de cisalhamento variam com y. Logo:

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du

dy
É a relação entre a tensão de cisalhamento a velocidade angular para escoamento
unidimensional. A equação acima é também chamada de Lei de Newton da
Viscosidade. O fator de proporcionalidade  é denominado viscosidade do fluído.
A viscosidade  é também conhecida como viscosidade dinâmica. Entretanto é
muito comum encontramos a viscosidade dinâmica combinada com a massa
específica, resultando na viscosidade cinemática .



No SI as unidades de viscosidade são:
Viscosidade dinâmica : N.s/m2=Pa.s
Viscosidade cinemática : m2/s

Outras unidades utilizadas para viscosidade cinemática são:


[] = cm²/s = stokes (St)
1 centiStoke = 1 cSt = 10-2 St = 10-2 cm²/s = 10-6 m²/s
Os fluídos podem ser classificados como Newtonianos ou não-Newtonianos. No
Newtoniano existe uma relação linear entre a tensão de cisalhamento aplicada a
velocidade angular de deformação. Já para o fluído não-Newtoniano esta relação é
não-linear. A maioria dos fluídos comuns, tanto líquidos como gases, são
Newtonianos.

Figura 2 – Diagrama reológico

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1.3.7-Módulo de Elasticidade Volumétrica (Coeficiente de Compressibilidade)


O módulo de elasticidade volumétrica Ev é a propriedade normalmente utilizada para
caracterizar a compressibilidade de um fluído.
dp
Ev  
dV / V
Onde dp é a variação diferencial de pressão necessária para provocar uma variação
diferencial de volume dV num volume V. O sinal negativo é incluído para indicar que
um aumento de pressão resultará numa diminuição do volume considerado.
Sabendo que um decréscimo no volume resulta num aumento da massa específica
(M=V), podemos escrever:
dp
Ev 
d / 
No SI a unidade do módulo de elasticidade volumétrico é N/m2 (Pa).

1.3.8-Pressão de Vapor
Quando a evaporação ocorre em um espaço fechado, a pressão parcial provocada
pelas moléculas de vapor é chamada pressão de vapor. A pressão de vapor
depende da temperatura e cresce com ela. Seu valor é tabelado.

1.3.9-Tensão Superficial
Na interface entre um líquido e um gás, ou entre dois líquidos imiscíveis, se forma
uma película ou camada especial no líquido devido à atração entre as moléculas
abaixo da superfície.
Tensão superficial é então a força de coesão necessária para formar a película,
obtida então pela divisão da energia de superfície pela unidade de comprimento da
película em equilíbrio.
Considerando uma pequena gota esférica de raio R, a pressão interna P necessária
para equilibrar a força de tração devido a tensão superficial  é calculada em
função das forças que atuam em um corpo hemisférico.
2
2R  PR 2 P
R

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EXERCICIOS RESOLVIDOS

Exercício resolvido 1: Se 6m3 de óleo pesam 47 kN, cálcule seu peso específico ,
sua massa específica , seu volume específico , e sua densidade.
Considerar H2O=1000 kg/m3
Solução:
Peso 47.10 3
   7833N / m 3
V 6
 7833
  .g      798kg / m 3
g 9,81
1 1
   0,001253m 3 / / kg
 798
 798
d   0,798
 H 2O 1000

Exercício resolvido 2: Um tanque de ar comprimido apresenta volume igual a


2,38x10-2 m3. Determine a massa específica e o peso do ar contido no tanque
quando a pressão relativa do ar no tanque for igual à 340kPa. Admitir que a
temperatura do ar no tanque é 21ºC e que a pressão atmosférica vale 101,3kPa.
Solução:
Utilizando a lei dos gases perfeitos, temos que:
P

RT
Da tabela de propriedade físicas, temos que R=2,869x10 -2 J/Kg.ºK.
Logo:
P (340  101,3) x10 3
   5,23kg / m 3
RT (2,869x10 )(273,15  21)
2

Notar que os valores utilzados para pressão e temperatura são absolutos. Notar
também que as pressões foram dadas em kPa.
Cálculo do peso:
Peso
Temos que:     .g
V
Logo: Peso  .g.V  5,23x9,81x2,38x102  1,22 N

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Exercício resolvido 3: A Distribuição de velocidade do escoamento de um fluído


Newtoniano num canal formado duas placas paralelas e largas (Veja figura a ER-3)
é dada pela equação:

3V   y  
2

u 1    
2   h  

Onde V é a velocidade média. O fluído tem viscosidade dinâmica igual a 192N.s/m2.


Admitindo V=0,6m/s e h=5mm, determine:
(a) tensão de cisalhamento na parede inferior do canal
(b) tensão de cisalhamento que atua no plano central do canal

Figura ER-3

Solução:
Para este tipo de escoamento a tensão de cisalhamento pode ser obtida com a eq.
du

dy
Se a distribuição de velocidade, u=u(y), é conhecida, a tensão de cisalhamento, em
qualquer plano, pode ser determinada a partir do gradiente de velocidade, du/dy.
Para a distribuição de velocidade fornecida, temos:
du 3Vy
 2
dy h
(a)-para a parede inferior do canal temos que: y = -h,
du 3V
logo o gradiente de velocidade será: 
dy h
e a tensão de cisalhamento será:
 3V  3x 0,6
 parede. inf erior     1,92 3
 6,91x10 2 N / m 2
 h  5x10

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Esta tensão cria um arraste na parede. Como a distribuição de velocidade é
simétrica, a tensão de cisalhamento na parede superior apresenta o mesmo valor e
sentido da tensão na parede inferior.
(b)-no plano médio, temos que: y = 0
du
logo: 0
dy
Assim a tensão de cisalhamento neste plano é nula, ou seja:
planomédio  0

Exercício resolvido 4: Determinar a viscosidade para que o sistema a seguir tenha


uma velocidade de deslocamento igual a 2 m/s constante. A área de contato entre o
fluído e o bloco é de 0,5m2.
Dado: G = 392,4 N e Pbloco=Peso do bloco = 196,2 N

bloco

Fluido lubrificante
2 mm
30º

Dado: Fios e polias


ideais
G

Figura – ER-4

Solução:
Sabendo que a velocidade é constante, então no corpo G a tensão na corda T será
igual ao peso do corpo.
T = G = 392,4 N

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Para impor a condição acima deve-se inicialmente estabelecer o sentido de
movimento, isto pelo fato da força de resistência viscosa (F) ser sempre contrária
ao mesmo. Consideraremos que o corpo G desce e o bloco sobe. Então:
T= Pbloco x sen30º + F
392,4 = 196,2 x 0,5 + F
F= 294,3 N
Da lei de Newton da viscosidade temos:
F U
 
A e
Para o filme de óleo em estudo temos que:
F=F U= 2m/s ; e= 2mm = 2.10-3 m ; A= 0,5 m2
294,3 2
Logo: 
0,5 2.10 3
= 0,589 N.s/m2

Exercício resolvido 5: A figura ER-5 mostra uma placa grande e móvel localizada
entre duas placas grandes e fixas. Os espaços entre as placas estão preenchidos
com fluídos que apresentam viscosidades dinâmicas diferentes. Determine as
tensões de cisalhamento que atuam sobre as placas imóveis quando a placa móvel
apresenta a velocidade mostrada na figura. Admita que os perfis de velocidade são
lineares.

Figura ER-5

Solução:
O perfil de velocidade linear implica que a relação u(y) será uma relação linear, que
obedecerá a seguinte equação: u = ay + b
Nesta eq. devem ser determinados a e b. Para isto devemos utilizar as condições
de contorno.

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Para a placa imóvel superior temos:
y

V= 4 m/s
Sendo perfil de velocidade linear e adotando o sentido de y como mostrado na figura
acima, temos :
u = ay + b
1ª condição de contorno: para y= 0 -> o fluído faz interface com a placa superior fixa
e possui a mesma velocidade da placa, u= 0, o que resulta: b= 0
2ª condição de contorno: para y= 0,006m -> o fluído faz interface com a placa móvel
e possui a mesma velocidade da placa, u= 4m/s, o que resulta: a=667
Logo: u = ay + b = 667y
du
O gradiente de velocidade será:  667
dy
A tensão de cisalhamento será:
du
  0,02x 667  13,34 N / m 2
dy

Para a placa imóvel inferior temos: V= 4 m/s


y

Sendo perfil de velocidade linear e adotando o sentido de y como mostrado na


figura, temos :
u = ay + b
1ª condição de contorno: para y= 0 -> o fluído faz interface com a placa inferior fixa
e possui a mesma velocidade da placa, u= 0, o que resulta: b= 0
2ª condição de contorno: para y= 0,003m -> o fluído faz interface com a placa móvel
e possui a mesma velocidade da placa, u= 4m/s, o que resulta: a=1334
Logo: u = ay + b = 1334y
du
O gradiente de velocidade será:  1334
dy
A tensão de cisalhamento será:
du
  0,01x1334  13,34 N / m 2
dy

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2-ESTATICA DOS FLUÍDOS

2.1- PRESSÃO

A pressão P é definida como uma força F atuando perpendicularmente a uma


superfície de área A e é dada por

Força F
Pressão   (2.1)
Area A

A pressão é uma quantidade escalar e é expressa em dimensões de ML -1T-2. A


unidade no S.I. para pressão é N/m2 . Esta combinação é denominada Pascal e é
abreviada por Pa (1 N/m2= 1 Pa).
Outras unidades são muito usadas na prática:
-atmosfera (atm)
-bar
-milímetro de mercúrio (mmHg)
-metro de coluna d’água (mcH2O)
-kgf/cm2
-"libra" (lb/in2) (psi)
-lb/ft2 (psf)

Exercício resolvido 1: Tocando um disco, uma agulha de fonógrafo exerce 3,5 g


dentro de uma área circular de 0,30 mm de raio. Determine a pressão exercida pela
agulha do fonógrafo no disco.
SOLUÇÃO

A pressão exercida pela agulha do fonógrafo pode ser determinada da definição de


pressão:
3 2
P = F  m. g2  (3,5. x10 kg ).(9,38ms2 )  1,21x105 N . m 2
A  .r 3,14.(0,30 x10 m)

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2.2- VARIAÇÃO DE PRESSÃO NUM FLUÍDO EM REPOUSO

A pressão num fluído incompressivel em repouso varia linearmente com a


profundidade.

P1  P2  .h (2.2)

P2

h=Z2 - Z1
Z Z2 P1

Z1

Figura 2.1- Notação para variação de pressão num


fluído em repouso e com superficie livre

Da equação 2.2, nós podemos observar que diferença de pressão entre dois pontos
pode ser especificada pela distância h, ou seja:

P1 P 2
h (2.3)

Neste caso “h” é denominada carga ou altura de carga e é interpretada como


altura da coluna de fluído com peso específico .

Na maioria dos casos existe uma superficie livre (contato com a atmosfera) quando
estamos trabalhando com líquidos. Assim é conveniente utilizar o valor da pressão
nesta superfície como referência. Dessa forma, a pressão P0 corresponde a
pressão que atua na superfície livre (usualmente é igual a pressão atmosférica). Se
fizermos P2=P0 e P1=P, temos:

P  .h  P0 (2.4)

considerando que P0 é a pressão atmosférica, então a altura de carga será:

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P
h (2.5)

Da eq. 2,5, conclui-se que um mesmo valor de pressão pode ser dado em alturas de
carga diferentes para liquidos diferentes. Por exemplo, a pressão de 69kPa pode
especificada como uma altura de carga 7,04 metros de coluna de água
(=9810N/m3) ou 519mm de Hg (=13300N/m3).

Exercício resolvido 2: Ache a pressão no fundo de um tanque contendo glicerina


sob pressão, conforme mostrado na figura ER-2 a seguir, considerando que a
densidade da glicerina é 1,258.
Considerar H2O=9810 N/m3

Figura ER-2

Solução:

Pressão no fundo= P  .h  P0  d glic . H 2O .h  P0  1,258x9810x 2  50x10 3

P  74,68x10 3 Pa  74,68kPa

Exercício resolvido 3: Faça as conversões a seguir.

a) Converta uma altura de carga de 4,60m de água em metros de óleo, cuja


densidade é de 0,75.
b) Converta altura de carga de 609mm de mercúrio cuja densidade é 13,6 em
metros de óleo, cuja densidade é de 0,75.

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Solução:

a)-de acordo com a eq. 2.5, temos que:

 H 2O
P  h ´H 2O . H 2O  h ´óleo . óleo  h ´óleo .  h ´H 2O .
 oleo

1 4,60
h ´óleo .  h ´H 2O .   6,13m
d oleo 0,75

b)-similarmente ao item a, fazemos

 Hg
h ´Hg . Hg  h ´óleo . óleo  h ´óleo .  h Hg .
 oleo

d Hg  H 2O d Hg 13,6
h ´óleo .  h Hg .  h Hg .  609x10 3  11,04m.de.óleo
d oleo  H 2O d oleo 0,75

2.3- PRESSÃO ATMOSFÉRICA E VÁCUO

No contexto de pressão, o termo vácuo é usado para referir-se a um espaço que tem
uma pressão menor que a pressão atmosférica. A pressão atmosférica, refere-se,
naturalmente, à pressão existente no ar, em torno de nós. Ela varia um pouco com a
mudança nas condições atmosféricas e diminui com a elevação da altitude. Ao nível
do mar, a pressão atmosférica média é 101,3kPa, 760mm de mercúrio ou 1
atmosfera. Esta é comumente referida como uma “pressão atmosférica padrão”.

Um vácuo é quantificado em relação a quanto de sua pressão está abaixo da


pressão atmosférica. Por exemplo, se o ar for bombeado para fora de um vaso de
pressão até que a pressão interna chegue 60kPa, a pressão no vaso poderá ser
indicada como um vácuo de 101,3 – 60,0 = 41,3kPa.

2.4- PRESSÃO ABSOLUTA E RELATIVA (MANOMÉTRICA)

A pressão num ponto do sistema fluído pode ser designada em termos absolutos ou
relativos. As pressões absolutas são medidas em relação ao vácuo perfeito (pressão
absoluta nula), enquanto que a pressão relativa é medida em relação a pressão
atmosférica local. Deste modo, uma pressão relativa nula corresponde a uma
pressão igual a pressão atmosférica local. As pressões absolutas são sempre
positivas, mas as pressões relativas podem ser tanto positivas (pressão maior do
que a atmosférica local), quanto negativas (pressão menor do que a atmosférica
local). Uma pressão negativa é também referida como vácuo. Por exemplo a
pressão de 70kPa (abs) como –31,33kPa (relativa), se a pressão atmosférica local é
101,33kPa, ou com um vácuo de 31,33kPa.

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A pressão relativa também é conhecida como pressão manométrica.
O conceito de pressão absoluta e relativa está ilustrado graficamente na Figura-
2.2 a seguir.

Figura 2.2- Representação gráfica das pressões relativa e absoluta

A pressão também pode ser especificada pela altura de uma coluna de líquido.
Neste caso a pressão deve ser indicada pela altura da coluna (em metros,
milimetros, etc.) e pela especificação do líquido da coluna (água, mercúrio, etc..).
A altura de coluna de liquido é justamente a carga ou altura de carga mencionada no
item 2.2.

OBSERVAÇÃO: No nosso curso, a maioria das pressões utilizadas são


relativas e nós indicaremos apenas os casos onde as pressões são absolutas.

O aparelho utilizado para medir a pressão atmosférica é conhecido como barômetro.


Desta forma, o termo pressão barométrica pode ser utlizado para se referir à
pressão atmosférica.

Exercício resolvido 4: A água de um lago localizado numa região montanhosa


apresenta temperatura média igual à 10ºC, e a profundidade máxima do lago é igual
à 40m. Se a pressão atmosférida local é igual à 598 mm Hg, determine a pressão
absoluta na região mais profunda do lago.
Considerar H2O=9810 N/m3 ; Hg=133KN/m3

Solução:

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A pressão na água em qualquer profundidade h, é dada pela equação:

P  .h  P0

Onde P0 é a pressão na superfície do lago. Como queremos conhecer a pressão


absoluta, P0 será a pressão atmosférica local. A pressão atmosférica local foi dada
em termos de coluna de Hg. Devemos transformá-la em Pa. Assim sendo:

P0   Hg .h Hg  133x103 x0,598  79,5kPa

Dessa forma, a pressão na profundidade de h=40m será:

P  .h  P0   H 2O .h  P0  9810x 40  79,5x103  471,9kPa

Este exemplo bastante simples mostra que é deve-se estar atento as unidades
utilizadas nos cálculos de pressão, ou seja, utilize sempre unidades consistentes e
tome cuidado para não misturar cargas ou alturas de cargas ( m ) com pressões
(Pa).

2.5– PRINCÍPIO DE PASCAL

O principio de Pascal estabelece “uma pressão externa aplicada a um fluido


confinado será transmitida igualmente a todos os pontos dentro do fluido”. Isto
significa que a pressão transmitida não diminui à medida que se propaga pelo
interior do fluido. Este resultado torna possível uma grande multiplicação de forças,
como se fosse uma alavanca fluida.

Figura 2.3- Princípio de Pascal

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O próximo exercício resolvido mostra melhor o que estamos dizendo.

Exercício resolvido 5: Um exemplo do Princípio de Pascal é visto no macaco


hidráulico, mostrado na Figura abaixo. Se uma força de 300 N é aplicada a um
pistão de 1 cm2 de área transversal, determine a força de ascensão transmitida a um
pistão de área transversal de 100 cm2.

Solução:

De acordo com o Princípio de Pascal, a pressão p 1 exercida na coluna da esquerda


de área 1 cm2 por meio de uma força de 300 N deve ser igual a pressão p2 que
aparece coluna da direita de área 100 cm2.

A1 A2

Figura ER-5- Macaco hidráulico

F1 F
PA1  PA 2   2
A1 A 2

300 F2
  F2  30000 N
1 100

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Um exemplo de utilização de macacos hidráulicos é no levantamento de automóveis.

Figura 2.4 – Principio de Pascal aplicado no levantamento de


automóveis

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2.6– MANOMETRIA
Uma técnica padrão para medição de pressão envolve a utilização de colunas de
líquido verticais ou inclinadas. Os dispositivos para a medida de pressão baseados
nesta técnica são denominados manômetros.

2.6.1– Tubo Piezométrico


O tipo mais simples de manômetro consiste num tubo vertical aberto no topo e
conectado ao recipiente no qual desejamos conhecer a pressão (Figura 2.5).


A

Figura 2.5-Tubo piezométrico

Como a coluna de líquido está em equiliíbrio podemos aplicar a eq. 2.4

P   .h  P0

Esta equação fornece a pressão provocada por qualquer coluna de fluído


homogêneo em função da pressão de referência P 0 e da distância vertical entre os
planos que representam P e P0.

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2.6.2– Manômetro com o Tubo em U


O manômetro com o tubo em U, é largamente utilizado. O fluído que se encontra no
tubo do manômetro é denominado fluído manométrico (Figura 2.6). A maior
vantagem do manômetro em U, é que o fluído manométrico pode ser diferente do
fluído no recipiente aonde a pressão deve ser determinada.

h2
h1

1

2
(Fluído
manométrico)

Figura 2.6 – Manômetro com tubo em U

Para determinar a pressão PA em função das várias colunas, nós aplicaremos a eq.
2.4. nos vários trechos preenchidos com o mesmo fluído.

A pressão no ponto B é igual a soma de PA com 1h1. A pressão no ponto C é igual a


pressão em B, porque as elevações são iguais e os fluídos são iguais. Como
conhecemos a pressão em C, nós vamos nos mover para a superfície livre da
coluna onde a pressão relativa é nula. Quando nos movemos verticalmente para
cima a pressão cai de um valor 2h2. Estes vários passos podem ser equacionados
da seguinte forma.
PA   1. h1   2 . h 2  0
A pressão em A pode ser escrita em função das alturas das colunas do seguinte
modo:
PA   2 . h 2   1. h1

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Exercício resolvido 6: Um tanque fechado (Figura ER-6) contém ar comprimido e um


óleo que apresenta densidade 0,9. O fluído manométrico utilizado no manômetro em
U conectado ao tanque é mercúrio (densidade igual a 13,6). Para os dados de altura
dados a seguir, determine a leitura no manômetro localizado no topo do tanque.
h1=914mm ; h2=152mm ; h3=229mm

Figura ER-6

Solução:

A pressão no ponto 1 será:


P1  Par   óleo .(h1  h 2 )
Esta pressão P1 é igual à pressão no ponto 2, pois os pontos 1 e 2 apresentam a
mesma elevação e estão num trecho ocupado pelo mesmo fluído. Por outro lado, a
pressão no ponto 2 é igual a pressão na interface fluído-manométrico/ar atmosférico
mais a provocada pela coluna com altura h3. Considerando que estamos
trabalhando com pressões relativas, então, temos:

P2   Hg .h 3  0  P2   Hg .h 3

Como P1 = P2, então:


Par   óleo .(h1  h 2 )   Hg .h 3

Par   Hg .h 3   óleo .(h1  h 2 )

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Par  dHg . H2O .h 3  dóleo . H2O .(h1  h 2 )

considerando H2O=9810N/m3, temos

Par  13,6x9810x0,229  0,9x9810x(0,914  0,152)

Par = 21140 Pa = 21,14 kPa

A pressão Par determinada acima corresponde à pressão na interface ar


comprimido/óleo. Entretanto, como o peso específico do ar é muito pequeno, e pode
ser desprezado, a pressão devida a coluna de ar entre o medidor de pressão e a
interface ar/óleo pode ser desprezada. Dessa forma, a leitura do medidor será igual
a Par. Logo:
Pmedidor = 21,14 kPa

Exercício resolvido 7: O manômetro em U mostrado na Figura ER-7, contém óleo


(densidade=0,9), mercúrio (densidade=13,6) e água. Determine a diferença entre as
pressões nos pontos A e B.

100 mm

75 mm

305 mm

Figura ER-7

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Solução:

A pressão na interface água/mercúrio é igual a pressão no mesmo plano horizontal


no mercúrio (trecho do tubo do lado esquerdo). Logo:
PA   óleo .( 0,1  0,075)   Hg .0,305  PB   H2O .( 0,305  0,075)

PA  dóleo H2O .( 0,1  0,075)  dHg H2O .0,305  PB   H2O .( 0,305  0,075)

considerando H2O=9810N/m3, temos


PA  0,9x9810x(0,1  0,075)  13,6x9810x0,305  PB  9810x(0,305  0,075)
PA  1545  40692  PB  3728
PA  PB  38509Pa

Exercício resolvido 8: Determinar o peso específico do fluído desconhecido que está


contido no tubo em U mostrado na Figura ER-8.

Aberto Aberto

Água

140 mm
124 mm

84 mm
Fluído
Desconhecido
36 mm

Figura ER-8

Solução:

A pressão na interface entre a água e o fluído desconhecido no lado esquerdo é


igual à pressão no mesmo plano horizontal no fluído desconhecido no trecho do tubo
do lado direito. Logo:

 H2O .( 0,14  0,036)   H2O .( 0,124  0,084)   x .( 0,084  0,036)

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considerando H2O=9810N/m3, temos


9810.( 0,14  0,036)  9810.( 0,124  0,084)   x .( 0,084  0,036)
1020,2  392,4   x .( 0,084  0,036)
Logo o peso específico do fluído desconhecido será:
 x  13079N / m3

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2.7– FORÇA HIDROSTÁTICA SOBRE SUPERFICÍE PLANA

Nós detectamos a presença de forças nas superfícies de corpos que estão


submersos nos fluídos. A determinação destas forças é importante nos projetos de
tanques de armazenamento de fluídos, navios, barragens e outras estruturas
hidráulicas. A força com que o fluído atua nas superfícies é perpendicular a estas
quando o fluído está em repouso.
A distribuição de forças resultantes da ação do fluído numa superfície de área finita,
pode ser substituída por uma força resultante conveniente na medida em que
estejamos interessados apenas nas reação externas.
Neste item determinaremos a intensidade e a linha de ação (centro de pressão) da
força resultante.
Na Figura 2.7 está representada uma superfície plana com uma inclinação º em
relação á horizontal. Adotemos como eixo x, interseção da superfície livre com o
plano da superfície em estudo. O eixo y pertencerá ao plano da superfície em
estudo.
Sabendo que força é igual a pressão multiplicada pela área (F=PA), a força que atua
na área diferencial A será:
dF  PdA  .hdA
Logo, o módulo da força resultante na superfície pode ser determinado somando-se
todas as forças diferenciais que atuam na superfície, ou seja:
FR    .hdA    .y sendA (pois h=y.sen
A A

Sendo e constantes, temos que:


FR   sen  ydA (2.6)
A

A integral da equação 2.6 é o momento de primeira ordem em relação ao eixo x.


Logo:

 ydA  y A
A
c

Onde yc é a coordenada do centróide (centro de gravidade) medida a partir do eixo


x que passa através de O. Assim a equação 2.6 pode ser reescrita como:
FR  Ay c sen
Ou de modo mais simples:
FR  Ah c (2.7)
Onde hc é a distância vertical entre a superfície livre do fluído e o centróide da área.

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

y
hC h
yC

yR

dA

xC
Centróide C
xR
Ponto de aplicação da
força resultante (centro de
pressão, CP)

Figura 2.7 – Força hidrostática numa superfície plana

Apesar de nossa intuição sugerir que a força resultante deveria passar através do
centróide da área, este não é o caso. A coordenada yR da força resultante pode ser
determinada pela soma dos momentos em torno do eixo x, ou seja, o momento da
força resultante precisa ser igual aos momentos das forças devidas a pressão, ou
seja,
FR y R   ydF    sen .y 2 dA
A A

Como FR  Ayc sen  então:

 y dA
2

yR  A

ycA
A integral no numerador desta equação é o momento de segunda ordem (momento
de inércia) Ix , em relação ao eixo formado pela interseção do plano que contém a
superfície em estudo e a superfície livre. Assim, nós podemos escrever:

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I
yR  x
ycA
Se utilizarmos o teorema dos eixos paralelos para expressar I x, como:
I x  I xc  Ayc2
Onde Ixc é o momento de inércia em relação ao eixo que passa pelo centróide e é
paralelo ao eixo x, temos:
I xc
yR   yc (2.8)
ycA
A equação 2.8 mostra que a força resultante não passa através do centróide, mas
sempre atua abaixo dele.
A coordenada xR do ponto de aplicação pode ser determinada de modo análogo, ou
seja somando-se os momentos em relação ao eixo x.
FR x R    sen .xydA
A

 xydA I xy
xR  A

y c .A y c .A
Onde Ixy é o produto de inércia em relação aos eixos x e y. Utilizando novamente o
teorema dos eixos paralelos podemos escrever:
I xyc
xR   xc (2.9)
y c .A
Onde Ixy é o produto de inércia em relação ao sistema de coordenadas ortogonal
que passa que passa através do centróide da área.

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b
1 1 3
a x A  b.a Ixc  b.a 3 Iyc  b .a Ixyc  0
12 12

R R 4 1
x A  R 2 Ixc  Iyc  Ixyc  0
4

x R 2 Ixc  0,1098R4 Iyc  0,3927R4 Ixyc  0


R A
2

y
y

R
x R 2 Ixc  I yc  0,05488.R 4 Ixyc  0,01647.R4
A
4

a
x
a.b b.a 3 b.a 2
A Ixc  Ixyc  (b  2d)
2 36 72

y
b

Figura 2.8 – Propriedades geométricas de algumas figuras

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Exercício resolvido 9: A figura ER-9 mostra o esboço de uma comporta plana circular
que está localizada num grande reservatório de água. A comporta está montada
num eixo que corre ao longo do diâmetro horizontal da comporta. Se o eixo está
localizado à 10m da superfície livre, determine o módulo e o ponto de aplicação da
força resultante na comporta.

60o

10 m

Centro de
pressão

Figura ER- 9

Solução:
Empregando a eq. 2.7 temos que: FR  Ah c
Como hc é a distancia vertical entre a superfície livre e o centróide. Como temos uma
comporta plana circular, o centróide da mesma se localiza exatamente em seu
centro.
Desta forma: hc=10m
Como o diâmetro da comporta é 4,0m (ver figura), temos:

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D 2  .4 2
A   12,57m 2
4 4
Considerando H2O=9810N/m3, temos:
 .D 2
FR  Ah c   hc  9810x12,57 x10
4
FR = 1232761 N = 1232,7 kN
O ponto de aplicação da força (centro de pressão) será dado pela eq. 2.8.
I xc
yR   yc
ycA
hc 10
De acordo com a figura ER-9, temos que: y c    11,547m
sen sen60º
Como a comporta é plana circular de raio R=2,0m, temos
R 4  .2 4
Ixc    12,56m 4
4 4
12,56
logo: yR   11,547 y R  11,63m
11,547 x12,57

Exercício resolvido 10: Considerando a figura ER-10 a seguir determinar:

a)-a força resultante decorrente da ação da água sobre a comporta retangular A-B
de 3m por 6m. Determinar também o ponto de aplicação desta força.

b)-a força resultante decorrente da ação da água sobre a comporta triangular D-C de
4m por 6m, sendo que o vértice superior do triangular está em C. Determinar
também o ponto de aplicação desta força.
Considerar H2O=9810N/m3.

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Solução:
a)Sabendo que a comporta é retangular e analisando a figura ER-10 é possível
verificar que :
hc=4 + 6/2 = 7m
A= 3x6 = 18m2
Assim a força resultante será:
FR  Ah c  9810x7x18 FR = 1236060 N = 1232,6 kN
I xc
O ponto de aplicação da força resultante será dado por: y R   yc
ycA
Para cálculo de Ixc, utilizamos as fórmulas tabeladas (ver figura 2.8)
ba3 3x6 3
Ixc    54m 4
12 12
(cuidado: para não trocar os valores de a e b é necessário transpor corretamente o
desenho tabelado para o desenho do exercício)
Como a comporta está na posição vertical yc = hc = 7m, logo:
54
yR   7  7,43m
7 x18

4x6
b)Sabendo que a comporta é triangular de base 4m e altura 6m: A   12,0m 2
2
e o seu centróide ficará a 2m da base (ponto D), e à 4m do vértice (ponto C). Dessa
forma analisando a figura ER-10, verifica-se que:

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hc=3 + 4xsen45º = 5,83m
então:
FR  Ah c  9810x12x5,83 FR = 686308 N = 686,3 kN
Para o cálculo do ponto de aplicação, devemos determinar I xc utilizando as fórmulas
tabeladas.
ba3 4x6 3
Ixc    24m 4
36 36
(cuidado: para não trocar os valores de a e b é necessário transpor corretamente o
desenho tabelado para o desenho do exercício)
hc 5,83
Da figura ER-10, temos: y c    8,24m
sen45º 0,707
Então:
Ixc 24
yR   yc   8,24 y R  8,48m
yc A 8,24x12

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2.8– FORÇA HIDROSTÁTICA SOBRE SUPERFICÍE CURVA

Figura 2.9 – Força hidrostática sobre superfície curva

Na figura 2.9, F1 e F2 são determinadas utilizando as relações empregadas para


superfícies planas. W é o peso do fluído contido no volume limitado pela superfície
curva e pelos planos que passam por AB e AC. F H e FV representam as
componentes da força que a superfície exerce no fluído.
Do diagrama de corpo livre da figura 2.9, temos.
FH = F 2
FV = F 1 + W

O módulo da força resultante é obtido pela equação:

FR  (FH ) 2  (FV ) 2

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Exercício resolvido 11: A figura ER-11 mostra o esboço de um conduto utilizado na


drenagem de um tanque e que está parcialmente cheio de água. Sabendo que a
distância entre A e C é igual ao raio do conduto, determine o módulo, a direção e o
sentido da força resultante sobre a curva BC, devida a presença da água. Admita
que esta seção apresenta comprimento igual à 1m.

Considerar H2O=9810N/m3.

Figura ER-11

Solução:
As forças que atuam no volume são a força horizontal F 1, que age na superfície
vertical AC, o peso W da água contida no volume e as componentes horizontal e
vertical da força que a superfície do conduto exerce sobre o volume (F H e FV).

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O módulo da força F1 pode ser determinado pela equação:
0,9
F1  Ahc  9810x (0,9x1) x ( )  3970 N
2
O módulo do peso W, será:
x 0,92
W  V  9810x ( x1)  6240 N
4
Logo:
FH = F1 = 3970 N
FV = W = 6240 N

O módulo da força resultante é:

FR  (FH )2  (FV )2  (3970)2  (6240)2  7400N

2.9– EMPUXO
O principio de Arquimedes diz que a força de empuxo que atua num corpo
parcialmente ou totalmente imerso no fluído, é igual ao peso específico do fluído ()
multiplicado pelo volume de fluído deslocado (V desl.) devido a presença do corpo
(volume do corpo que está imerso). O empuxo é uma força que o fluído faz sobre o
corpo e é sempre vertical e com sentido para cima.
E  Vdesl.

Exercício resolvido 12: A figura ER-12 mostra uma bóia com diâmetro e peso iguais
à 1,5m e 8,5kN e que está presa ao fundo do mar por um cabo. A bóia esta
completamente submersa. Determine a força que tensiona o cabo na condição
mostrada na figura.
Considerar H2Omar=10100 N/m3.

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Figura ER- 12

Solução:
Fazendo o diagrama de corpo rígido da bóia, temos que:
T=E–W
O empuxo será:
d 3 .1,5 3
E  Vdesl.  10100x  10100x  17848N
6 6
então:
T = 17848 – 8,5x103 = 9350 N = 9,35 kN.

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2.10– PRISMA DAS PRESSÕES


Consiste no método de interpretação gráfica da força desenvolvida por um fluído
numa superfície plana. Considere a distribuição de pressão ao longo de uma parede
vertical de um tanque com largura b e que contém um liquido que apresenta peso
específico . Nós podemos representar a variação de pressão do modo mostrado na
figura 2.10, porque a pressão varia linearmente com a profundidade. Nós podemos
representar tridimensionalmente a distribuição de pressão como mostrado na figura
2.10-b, e teremos um volume. A base deste volume é a superfície plana que
estamos analisando e a altura em cada ponto é dada pela pressão. Este “volume” é
denominado prisma das pressões e a força resultante que atua na superfície vertical
é igual ao volume deste prisma. No caso da figura 2.10, trata-se de um prisma
triangular, cuja seção transversal é um triangulo. Assim a força resultante será dada
por:

( .h ).h
FR  volume  .(b) (2.10)
2

Figura 2.10 – Prisma das pressões

A linha de ação da força precisa passar pelo centróide do prisma das pressões. O
centróide no caso da figura 2.10, está a uma distância de h/3, medido de baixo para
cima.
A mesma abordagem pode ser utilizada nos casos em que a superfície plana está
totalmente submersa (figura 2.11). Neste caso a seção transversal do prisma é um
trapézio. Entretanto, o módulo da força resultante que atua sobre a superfície ainda
é igual ao volume do prisma das pressões e sua linha de ação passa pelo centróide
do volume. A figura 2.11-b mostra que o módulo da força resultante pode ser obtido
decompondo o prisma das pressões em duas partes (ABDE e BCD). Deste modo,

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FR  F1  F2
Onde F1 corresponde a parte de seção transversal retangular e F 2 a parte de seção
transversal triangular.

yR

Figura 2.11- Prisma das Pressões para superfície


totalmente submersa

A localização da linha de ação de F R pode ser determinada a partir da soma de seus


momentos em relação à algum eixo conveniente. Por exemplo se utilizarmos o eixo
que passa através de A, temos,

FR y R  F1 y1  F2 y 2

Exercício resolvido 13: Aplicando o método do prisma das pressões, determinar a


força hidrostática resultante e sua linha de ação na parede vertical mostrada na
figura ER-13. A parede possui largura de 10m.

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=9810 N/m
3

h=8m

Figura ER-13

Solução:
Para este caso o prisma das pressões será de seção transversal triangular,
conforme figura a seguir.

Foi dado que:


h=8m
b=10m.
A força hidrostática resultante será:
( .h ).h (9810.8).8
FR  volume  .(b)  .10  3139200( N)  3139(kN)
2 2

A linha de ação da força ocorrerá no centróide do prisma, ou seja:

h 8
yR    2,67m (medido de baixo para cima)
3 3

Eng. MSc. Henrique Marcio P. Rosa Notas de Aula pag. 43


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5º Periodo
MECÂNICA DOS FLUÍDOS
___________________________________________________________________

Exercício resolvido 14: Aplicando o método do prisma das pressões, determinar a


força hidrostática resultante e sua linha de ação na comporta quadrada 3mx3m
submersa mostrada na figura ER-14.


=9810 N/m
3 h1=2m

h2=5m

Comporta quadrada
3mx3m

Figura ER-14

Solução:
Foi dado que:
h1= 2m
h2= 5m
h= 3m (comprimento da comporta)
b= 3m (largura da comporta)

Eng. MSc. Henrique Marcio P. Rosa Notas de Aula pag. 44


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MECÂNICA DOS FLUÍDOS
___________________________________________________________________

Para este caso o prisma das pressões será de seção transversal trapezoidal,
conforme figura a seguir.

yR
F1

F2

Este prisma trapezoidal pode ser dividido em 02 prismas. Um com seção transversal
retangular ABDE cuja força resultante correspondente é F1 e o outro com seção
transversal triangular BCD, cuja força resultante correspondente é F 2.
Assim sendo, a força resultante F R será a soma das forças referentes a cada prisma.
FR  F1  F2
Cálculo de F1 e F2:
F1  Volume 1  .h 1 .h.b  9810.2.3.3  176580( N)  176,6(kN)
 (h 2  h 1 ).h 9810(5  2).3
F2  Volume 2  .b  .3  132435( N)  132,4(kN)
2 2
A força resultante será:
FR  F1  F2  176,6  132,4  309(kN)

Determinação do ponto de aplicação da força resultante.


Para obtermos o ponto de aplicação da força resultante, antes é necessário
determinar os pontos de aplicação das forças resultantes parciais F1 e F2.

O ponto de aplicação da força F 1 ocorrerá no centróide do prisma de seção


transversal retangular:

Eng. MSc. Henrique Marcio P. Rosa Notas de Aula pag. 45


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MECÂNICA DOS FLUÍDOS
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h 3
y1    1,5m (medido de cima para baixo em relação à aresta superior da comporta)
2 2
O ponto de aplicação da força F 2 ocorrerá no centróide do prisma de seção
transversal triangular:
h 2 2
y2  h   .h  .3  2m (medido de cima para baixo em relação à aresta superior da
3 3 3
comporta)
O ponto de aplicação da força resultante é determinado sabendo que o momento da
força resultante deve ser igual à soma dos momentos das forças F 1 e F2. Logo:
FR y R  F1 y1  F2 y 2
309.y R  176,6.1,5  132,4.2 309.y R  529,7
y R  1,71m (medido de cima para baixo em relação à aresta superior da comporta)

OBS: se desejássemos determinar o ponto de aplicação em relação à superfície


livre do fluído, então o cálculo seria:
y L  1,71  2  3,71m (medido de cima para baixo em relação à superfície livre do fluído)

Exercício resolvido 15: Aplicando o método do prisma das pressões, determinar a


força hidrostática resultante e sua linha de ação na comporta retangular mostrada na
figura ER-15. A comporta possui largura de 5m.

45º h1=7m

=9810 N/m 3

h2=11m

LC
Comporta
retangular

Figura ER-15

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Solução:
Primeiramente devemos determinar o comprimento L C da comporta. Analisando a
figura ER-15, tiramos que:
11  7 4
sen 45º   LC   5,65m
LC sen 45º
Recapitulando os dados, temos:
h1= 7m
h2= 11m
LC= 5,65m (comprimento da comporta)
b= 3m (largura da comporta)
Para este caso o prisma das pressões será de seção transversal trapezoidal,
conforme figura a seguir.

h1

FR
F1 y1
F2
yR

(h2-h1) y2

LC

Este prisma trapezoidal pode ser dividido em 02 prismas. Um com seção transversal
retangular cuja força resultante correspondente é F 1 e o outro com seção transversal
triangular, cuja força resultante correspondente é F 2.
Assim sendo, a força resultante FR será a soma das forças referentes a cada prisma.
FR  F1  F2
Cálculo de F1 e F2:
F1  Volume 1  .h 1 .L C .b  9810.7.5,65.5  1939927( N)  1939,9(kN)

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(h 2  h 1 ).L C 9810(11  7).5,65
F2  Volume 2  .b  .5  554265( N)  554,3(kN)
2 2
A força resultante será:
FR  F1  F2  1939,9  554,3  2494,2(kN)

Determinação do ponto de aplicação da força resultante.


Para obtermos o ponto de aplicação da força resultante, antes é necessário
determinar os pontos de aplicação das forças resultantes parciais F 1 e F2.
O ponto de aplicação da força F 1 ocorrerá no centróide do prisma de seção
transversal retangular:
L C 5,65
y1    2,825m (medido de cima para baixo em relação à aresta superior da comporta)
2 2
O ponto de aplicação da força F 2 ocorrerá no centróide do prisma de seção
transversal triangular:
LC 2 2
y2  LC   .L C  .5,65  3,767m (medido de cima para baixo em relação à aresta
3 3 3
superior da comporta)

O ponto de aplicação da força resultante é determinado sabendo que o momento da


força resultante deve ser igual à soma dos momentos das forças F 1 e F2. Logo:
FR y R  F1 y1  F2 y 2
2494,2.y R  1939,9.2,825  554,3.3,767 2494,2.y R  7568,3
y R  3,03m (medido de cima para baixo em relação à aresta superior da comporta)

OBS: se desejássemos determinar o ponto de aplicação em relação a superfície


livre do fluído, então o cálculo seria:
7
y L  3,03   3,03  9,9  12,92m (medido de cima para baixo em relação à superfície
sen 45º
livre do fluído)

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