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Introdução à Ginástica Rítmica

A ginástica rítmica, também conhecida como ginástica rítmica desportiva, é uma


variante da ginástica que, possuindo infinitas possibilidades de movimentos corporais,
combina elementos de ballet e dança teatral, realizados fluentemente em harmonia
com a música e coordenados com o manejo de aparelhos próprios da modalidade
olímpica, sendo estes a corda, o arco, a bola, as maças e a fita, os quais serão
aprofundados mais à frente.

Praticada apenas por mulheres em nível de competição, pode ser iniciada, em média,
aos seis anos não havendo idade limite para finalizar a sua prática, apenas o limite de
dezasseis anos para competir, na qual existem competições individuais ou em
conjunto.

Realizados sempre sobre um tablado, o tempo de prova varia entre 75 segundos, nas
provas individuais, e 150 segundos, nas provas colectivas.

Surgida através dos estudos de Jean-Jacques Rousseau¹, assim como as demais


modalidades, transformou-se com o passar dos anos, sempre ligada à dança e à
musicalidade, até chegar à União Soviética, onde se desenvolve como prática
desportiva e, à Alemanha, onde ganhou os aparelhos conhecidos hoje.

Uma ginasta, praticante desta modalidade, necessita ter graça, beleza, força e técnicas
precisas durante os movimentos executados, de modo a demonstrar harmonia com a
música e com as suas companheiras. Fisicamente, a função desta modalidade é
desenvolver o corpo, na sua totalidade, através de movimentos naturais,
aperfeiçoados pelo ritmo e pelas capacidades psicomotoras nos âmbitos físico,
artístico e expressivo. Devido a estas características, e ao seu cariz estético, é
considerada um desporto-arte.

História e Evolução

Os primeiros estudos sobre a ginástica foram esboçados por Jean-Jacques Rousseau,


que descreveu o seu desenvolvimento técnico e prático na educação infantil. No
entanto, apenas no século seguinte, o XIX, a modalidade começou a ser realmente
aceite. François Delsarte², foi o primeiro a lançar as suas ideias acerca da expressão de
sentimentos pelos movimentos corporais.

Mais tarde, Émile Jaques-Dalcroze³ iniciou a prática de exercícios rítmicos como meio
de desenvolvimento da sensibilidade musical, através dos movimentos do corpo.
Desenvolveu ainda, estudos dos quais obteve, como resultado, a relação harmónica
entre movimentos, equilíbrio e sentimentos. Isto gerou grande influência na formação
de escolas de dança e uma gradual evolução na educação física, por esta ganhar um
novo olhar e uma nova ramificação.

Depois, um aluno de Dalcroze, Rudolf Bode⁴, melhorou os movimentos, deixando-os


mais naturais e integrais, seguindo os passos artísticos do seu tutor. A isso,
acrescentou a utilização de aparelhos, com o objectivo de ornamentar a apresentação
e as características femininas. Bode, estabeleceu os princípios básicos da ginástica
rítmica, seguidos ainda hoje, tornando-se, assim, pai da modalidade.

As suas teorias basearam-se na contracção e no relaxamento, nas essências do


movimento humano e do ritmo corporal. Introduziu ainda a expressão, marca desta
ginástica, e o trabalho em grupo, que destaca a consonância entre as participantes.

Com o trabalho continuado, Isadora Duncan⁵ adaptou o sistema à dança, sua


especialidade, e levou-a até a União Soviética, onde iniciou o ensino desta nova
actividade, como prática independente, incluindo regras para competições. Em 1942,
foi realizado o primeiro evento competitivo: O Campeonato Nacional Soviético.

Enquanto decorria o trabalho de Duncan, na Alemanha Heinrich Medau⁶ estudou os


exercícios rítmicos da época e iniciou a elaboração e a introdução de aparelhos como a
bola, as maças e o arco. Considerado o primeiro passo para a utilização dos aparelhos
nos exercícios femininos, tal como se vê nas competições regidas pela Federação
Internacional de Ginástica.

Em 1961, foi apresentada à F.I.G. Sendo realizado, dois anos depois, o primeiro
campeonato mundial, na cidade de Budapeste, na Hungria, com a participação de dez
nações, na qual a soviética Ludmila Savinkova⁷ se sagrou como primeira campeã!

Em 1975, através da decisão tomada em Assembleia Técnica do 53º Congresso da


F.I.G., passou a ser chamada oficialmente de ginástica rítmica desportiva, regida então
pela entidade. Em 1980, foi reconhecida pelo Comité Olímpico Internacional,
integrando então, os Jogos Olímpicos de Verão de 1980, em Moscovo, como
modalidade de apresentação.

Nesse mesmo ano, passou a ser chamada apenas de ginástica rítmica. Nas Olimpíadas
seguintes, no ano de 1984, em Los Angeles, passou a ser modalidade competitiva com
eventos individuais. A partir dos Jogos de Atlanta, em 1996, passou a ser disputada em
provas de conjunto.

1. Filósofo, escritor, teórico político e compositor musical autodidacta suíço. Figura marcante do
Iluminismo francês e precursor do romantismo.
2. Teórico do gesto, desenvolveu a teoria da "Estética aplicada". Homem do teatro, cantor, orador
e filósofo. Influenciou uma geração de pedagogos e as bases da educação física, da ginástica, do
teatro e da dança.
3. Criador de um sistema de ensino rítmico musical através de passos de dança, que se tornou
mundialmente difundido a partir da década de 1930.
4. Considerado o criador da ginástica moderna, chamada posteriormente de ginástica rítmica.
Formado na escola de Émile Jaques-Dalcroze, pensava que os movimentos eram desenvolvidos
naturalmente por meio do exercício, o que preservava a unidade orgânica do corpo.
5. Bailarina dos Estados Unidos, considerada a pioneira da dança moderna, com movimentos
improvisados, inspirados, também, nos movimentos da natureza: vento, plantas, entre outros.
6. Professor e músico alemão, introdutor da bola, arco e maças na ginástica rítmica.
7. Ex-ginasta soviética, que competiu em provas da ginástica rítmica.

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