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PROCESSOS DE SEPARAÇÃO

DE BIOMOLÉCULAS
Processo downstream

O método de separação e projeto dos equipamentos serão em função:

Da localização do produto: intracelular ou extracelular

Das características físico-químicas das biomoléculas: tamanho molecular,


densidade (centrifugação, filtração em gel), concentração, solubilidade
(precipitação), carga elétrica (cromatografia de troca iônica), hidrofobicidade

Das propriedades físico-químicas do meio: viscosidade, densidade,


impurezas e partículas indesejáveis.
Processo downstream

Isolamento e purificação de um produto formado


biotecnologicamente para um estado adequado para o uso

A elaboração das etapas e eficiente operação destes processos são


importantes para se obter produtos requeridos para um uso comercial.

Etapa de enorme importância evitar a perda do produto

Representa a parte principal dos custos gerais da


maioria dos bioprocessos.

Melhoramentos neste processo traz benefícios enormes para as empresas


Processo downstream

• Purificação de produtos biotecnológicos → Etapa complexa

• Características variadas do meio e das biomoléculas de interesse

• Não existem processos de purificação de aplicação geral

• Na maioria das vezes o que se pretende purificar é uma biomolécula de um


grupo de moléculas com maior diversidade.

Métodos de 1 proteína
purificação isolada

Proteínas de uma célula


Processo downstream

Definição do processo de purificação depende da aplicação final


da molécula-alvo

Sem necessidade operações


Produtos cuja aplicação não
cromatográficas, basta simples
requer alto grau de pureza
concentração do meio para
(ácidos orgânicos, enzimas
comercialização do uso
industriais)

Produtos farmacêuticos Elevada complexidade do


requerem maior grau de pureza processo de purificação (80%
do custo final do produto)
Processo downstream

Dependendo do produto, o isolamento e purificação podem variar


envolvendo mais passos.

É aconselhável incluir poucos passos de purificação para:

→ o custo da produção ser reduzido


→ a perda do produto ser reduzida

Assim, a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas mais econômicas e


simplificadas para a purificação de enzimas e biomoléculas apresentam
grande interesse tecnológico.
Processo downstream

Etapas de diferentes passos envolvidos no isolamento e purificação

Separação de células do meio


(clarificação)

Purificação inicial

Purificação de alta resolução

Polimento (purificação final)


Processos de Separação de Biomoléculas

A seqüência de operações para a obtenção de um produto de alta pureza,


constitui-se basicamente de quatro etapas.

1. Remoção de material insolúvel (particulado)


Exemplo: filtração, centrifugação, decantação.

2. Isolamento primário (Concentração ou purificação de baixa resolução)


Remoção de componentes com propriedades significativamente diferentes →
não seletiva.
Durante esta etapa a concentração de produto aumenta consideravelmente.
Operações típicas: extração por solvente, precipitação e ultrafiltração.
Processos de Separação de Biomoléculas

3. Purificação (Purificação de alta resolução)

Separação do produto de outros com propriedades semelhantes →


altamente seletiva
Exemplos são: muitos tipos de cromatografia líquida de alto desempenho.

4. Isolamento final do produto

Esta última etapa deve fornecer o produto desejado em uma forma


adequada para formulação final ou comercialização direta.
As operações aqui incluem: secagem de um produto cristalizado (liofilizado
ou seco por spray drying).
Filtração e centrifugação

Operações unitárias de clarificação amplamente


aplicadas em escala industrial

Filtração obtenção do meio clarificado

Centrifugação recuperação de células


Filtração

Na filtração, partículas sólidas são separadas de uma mistura sólido-fluido


através da passagem através de um meio filtrante.

Os sólidos são depositados no filtro e a medida que a torta de filtração


aumenta de espessura, aumenta a resistência à filtração.

A filtração de meios biológicos complexos ou de meios de fermentação pode


ser difícil devido ao tamanho pequeno, à natureza gelatinosa das partículas e
ao comportamento viscoso e não-Newtoniano do meio de fermentação
Filtração

Filtração convencional aplica-se à:

• grandes volumes (milhares de litros);


• suspensões diluídas de células, produtos extra-celulares;
• situações nas quais a assepsia não é necessária

Filtração de fungos filamentosos, pois o micélio


apresenta densidade baixa e de difícil separação do meio
líquido por centrifugação
Filtração

A suspensão, sob pressão, é perpendicularmente direcionada a um meio


filtrante

Velocidade de filtração depende:

• Área de filtração,
• Volume do filtrado.
Filtração

Resistência da torta de filtração depende:

R = α X (V/A)

• Concentração das células na suspensão X (kg/m3)


• Volume filtrado até um instante (t) V (m3)
• Área de filtração A (m2)
• Resistência específica da torta (α)

Tortas incompressíveis → α constante


Tortas compressíveis → α varia com a pressão
(células microbianas)

Tortas rígidas apresentam tempo de filtração menor em comparação às


tortas compressíveis formadas por células microbianas
Filtração

Auxiliares de filtração

Diâmetro dos poros dos meios filtrantes = 10 – 1000 µm


Tamanho das bactérias e fungos = 1 µm – 10 µm

Há necessidade de uso de um auxiliar de filtração

• Reduzem a compressibilidade ou compactação da torta de filtração e, por


conseguinte, aumentam a permeabilidade do leito,

• Podem ser agregados à suspensão inicial ou depositados na forma de


uma fina camada sobre o meio filtrante.
Filtração

Auxiliares de filtração

Terra diatomácea:

• Utilizada quando o produto é extracelular.

A adsorção das células (fragmentos de micélios e bactérias) sobre as


partículas de terra reduz o efeito dos dois problemas cruciais da filtração:

1. Compressibilidade da torta

2. Entupimento do filtro devido à penetração de células e, sobretudo, de


fragmentos de micélio e bactérias no meio filtrante
Filtração

Filtro rotativo a vácuo (FRV)

Utilizado com mais freqüência na clarificação de grandes volumes de


suspensões microbianas – em geral bolores cultivados na produção de
antibióticos

Capacidade: 0,1 – 0,2 m3.h

Consiste em um tambor oco e


rotativo (1 rpm) coberto com
malha metálica filtrante, a
qual, por sua vez, é coberta
com uma camada de 5 a 10 cm
de terra diatomácea ou outro
auxiliar de filtração
Filtração

O tambor fica parcialmente submerso em um recipiente que


contém a suspensão a ser filtrada, a qual é brandamente
agitada para evitar a sedimentação das células e também pode
ser acrescida do auxiliar de filtração
Centrifugação

Células em suspensão em um meio líquido sedimentam


por ação da gravidade.

A centrifugação compreende a aceleração dessa sedimentação por


ação de um campo gravitacional centrífugo.

Velocidade de sedimentação depende:


• Diferença de densidade da célula e líquido
• Viscosidade do meio líquido
• Força motriz
• Diâmetro da partícula
Centrifugação

Os equipamentos de centrifugação são mais caros que os de filtração,


contudo a centrifugação normalmente é mais eficiente na separação de
pequenas partículas, difíceis de filtrar.

Fatores que auxiliam a centrifugação:

• Partículas grandes.
• Baixa viscosidade do líquido.
• Grande diferença de densidade entre as partículas a serem separadas e
o fluido.
Centrifugação

É utilizada para:

• Remover células do caldo fermentado;


• Eliminar restos celulares;
• Coletar precipitados

Quando as células ou o caldo fermentado devem voltar ao


biorreator ou quando o produto deve ser estéril, pode-se
utilizar centrífugas esterilizáveis por vapor.
Centrifugação

A centrifugação freqüentemente é Amostra


Câmara blindada sedimentando
uma das primeiras etapas de
purificação aplicada a um extrato
bruto.

rotor
Através do movimento de rotação ângulo
fixo
do rotor da centrífuga, uma força
centrífuga é aplicada à amostra,
separando seus componentes
através de suas massas e/ou refrigeração vácuo
densidade.
Centrifugação

A força centrifuga é dada por: F = mw2r


onde m é massa do corpo,
w → rotação angular (radianos/s)
r → distância radial desde o centro da centrífuga até a célula

A força centrífuga relativa é FCR = 0.00001118 × R × N2

onde R é o raio de centrifugação, em centímetros, e N a velocidade de


centrifugação em rotações por minuto (rpm). A unidade de medida da
força centrífuga relativa é o "g”

Fc deve ser mencionado na caracterização de uma centrifugação juntamente


com o tempo adotado para se obter determinado grau de clarificação.

Ex: centrifugação de leveduras 3.000xg por 5 minutos


Centrifugação

Centrífugas tubulares x Centrífugas de discos

Tubulares:

• Podem ter sistema de refrigeração


• Valores de Fc bastante elevados (13.000 – 15.000 xg)
• Limitação de capacidade (dezenas de litros)
• Operação descontínua (limitação devido ao acúmulo interno da torta)
• Aplica-se suspensões com no máximo 30 g/L de células

Discos:

• Valores de Fc menores (5.000 a 15.000 xg)


• Processamento contínuo (até 200 m3/h)
• Inclusão de discos aumenta a área de sedimentação, reduzindo o tempo em
relação a uma centrífuga sem discos
• Aplica-se suspensões com no máximo 250 g/L de células
Centrifugação

Ampliação da escala (scale up)

• Critério qualitativo:

(Fc . t)1= (Fc . t)2

Útil à decisão do tipo de centrífuga a ser empregada

1) Labotarório: 3.000 xg por 5 minutos

2) Indústria: 1.500 xg por 10 minutos


Centrifugação

Auxiliares de centrifugação

Agregação pode ser induzida pelo ajuste do pH ou por adição de eletrólitos à


suspensão (sais polivalentes ou moléculas sintéticas)

pH → reduzir a carga superficial das células a fim de favorecer a coagulação entre


elas, resultando partículas maiores e mais densas
Sais de alumínio, cálcio ou ferro atuam da mesma maneira, reduzindo a repulsão
eletrostáticas entre as células de modo a favorecer a reunião destas.

Polieletrólitos sintéticos atuam simultaneamente reduzindo a repulsão


eletrostática entre as células e formando uma ponte entre elas, por sua ligação a
radicais iônicos de caráter positivo ou negativo na superfície delas. São
empregadas poliacrilamidas, polietileminas e derivados de poliaminas.
Centrifugação

Centrifugação em gradiente de densidade

A centrifugação em um
meio com gradiente de
densidade melhora a
eficiência da separação.
As partículas se deslocarão
através do gradiente até
encontrarem uma região
com densidade equivalente
a sua, quando param de se
mover, formando “bandas”.

Gradientes podem ser


utilizados para separar
diferentes tipos de células,
organelas, ácidos
nucléicos, complexos
protéicos, etc.
Filtração X Centrifugação

Centrifugação gera um concentrado de células

Filtração gera uma torta relativamente seca: Vantagem!

No entanto, a filtração gera grandes volumes de torta, dificulta a


manutenção de assepsia e demanda significativa mão-de-obra.

Células microbianas (bactérias e leveduras) podem ser separadas do


meio líquido por centrifugação, enquanto na filtração elas causam severos
problemas de entupimento dos filtros.

Para produtos intracelulares, a centrifugação é uma boa alternativa visto


que auxiliares de filtração não podem ser adicionados.
Processo downstream

Etapas de diferentes passos envolvidos no isolamento e purificação

Separação de células do meio


(clarificação)

Purificação inicial ou concentração

Purificação de alta resolução

Polimento (purificação final)


Processos de Separação de Biomoléculas

O processo de purificação de biomoléculas intracelulares (aquelas que são


produzidas pelas células, mas não são naturalmente liberadas) constitui
etapa complexa do processo produtivo por dois principais motivos:

i) envolve uma etapa adicional de rompimento celular, gerando assim um


meio ainda mais complexo, chamado homogeneizado, com resíduos
celulares, organelas, ácidos nucléicos, proteínas contaminantes,
componentes do meio de cultura, pigmentos, polissacarídeos, entre outros.

ii) devido às características das biomoléculas de interesse, as quais no geral,


são sensíveis à temperatura, pH, entre outros.
Rompimento celular

Critérios para a seleção da técnica de rompimento celular:

• Tamanho da célula;
• Tolerância a tensões de cisalhamento;
• Necessidade de controle de temperatura;
• Tempo de operação;
• Rendimento de processo;
• Gasto de energia;
• Custo e capital de investimento

Células envolvidas só por membranas celulares, como células de animais são


frágeis e facilmente rompidas sob baixas tensões de cisalhamento. Por outro
lado, há células com estruturas de paredes robustas, caso das microbianas,
que são de difícil rompimento.
Rompimento celular

Métodos divididos em 4 classes:

1. Mecânicos (homogeneizador de alta pressão, moinho de bolas, prensa


francesa e ultra-som)

2. Não-mecânicos ou físicos (choque osmótico, congelamento de


descongelamento, aquecimento, secagem)

3. Químicos (álcalis, solventes, detergentes, ácidos)

4. Enzimáticos (lise enzimática)


Rompimento celular

Após o rompimento celular obtém-se homogeneizado celular


constituído por molécula–alvo, biomoléculas contaminantes e
fragmentos celulares.

Os compostos indesejáveis devem ser removidos por processos de


filtração, centrifugação, precipitação ou extração líquido-líquido.
Processo downstream

Precipitação de biomoléculas
Precipitação da molécula-alvo

Uma perturbação , química ou física, em uma solução


protéica causa a formação de partículas insolúveis de
proteína, recuperadas posteriormente por uma
operação de separação sólido-líquido
Precipitação da molécula-alvo

Escala laboratorial x Escala industrial

Método tradicional de concentração e purificação

Precipitação: sem elevada capacidade de separação de diferentes proteínas

Método de moderado poder de purificação

Precede processos de elevada resolução: cromatografia


Precipitação da molécula-alvo

Método agressivo

Proteínas precipitadas têm sua estrutura tridimensional modificada

Função bioquímica depende da estrutura

Portanto, só é viável quando a adequada conformação da


proteína é recuperada após a precipitação
Precipitação da molécula-alvo

Precipitação fracionada

Os meios que contêm a proteína a ser purificada apresentam, em geral


misturas de diferentes biomoléculas e as precipitações devem ser conduzidas
em duas ou mais etapas

Primeira etapa → remoção de proteínas indesejáveis menos solúveis

Seguintes etapas → precipitação de uma ou mais biomolécula alvo

Precipitação simples, em um único estágio → concentração

Precipitação fracionada → largamente utilizada industrialmente para a


purificação
Precipitação da molécula-alvo

Precipitação fracionada

Inconveniente:

• Pouca reprodutibilidade dos resultados obtidos em laboratório


• Redução da eficiência observada com o aumento da escala

O sobrenadante de uma precipitação fracionada é o material inicial para o


próximo fracionamento e podem ocorrer mudanças conformacionais e
perdas.

Principal variável é a concentração de precipitante. Porém, pH, temperatura,


força iônica e concentração de proteínas também podem ser usadas como
variáveis.
Precipitação da molécula-alvo

Em soluções aquosas a precipitação pode ocorrer:

• Concentração de sais

• Ajuste de pH

• Adição de solventes orgânicos

• Polieletrólitos

• Polímeros não iônicos

• Calor
Precipitação da molécula-alvo

Precipitação Isoelétrica

Ponto isoelétrico:

pH no qual as proteínas apresentam a


carga líquida igual a zero.

Não ocorre migração das molécula se submetidas a um campo elétrico.

• Abaixo do PI: forma catiônica.

• Acima do PI: forma aniônica.


Processo downstream

Processos de separação
por membranas
Processos de Separação por Membranas

Diferenças entre a filtração convencional e a


separação por membranas

Meio filtrante:

• Os filtros convencionais são estruturas espessas de estrutura aberta.


• As membranas possuem estrutura mais fina com tamanho de poro
bastante controlado.
Processos de Separação por Membranas

Limites de separação das membranas

O limite de separação de uma membrana é determinado pelo menor peso


molecular que pode ser separado.

A precisão da separação é determinada pelo tamanho dos poros e pela


distribuição do tamanho de poro.
Processos de Separação por Membranas

Definição geral de membrana

Barreira que separa duas fases e restringe, total ou parcialmente, o


transporte de uma ou de várias espécies químicas presentes nas fases

Os filtros convencionais são estruturas espessas e abertas.


As membranas possuem estrutura mais fina com tamanho de poro
bastante controlado

A membrana atua como uma barreira seletiva permitindo a passagem de


determinados componentes enquanto impede a passagem de outros;
Processos de Separação por Membranas

Vantagens da Separação por Membranas

Economia de Energia: Os PSM, em sua grande maioria, promovem a


separação sem que ocorra mudança de fase.

Seletividade: Em algumas aplicações estes processos se apresentam como a


única alternativa técnica de separação.

Separação de Compostos Termolábeis: são operados à temperatura


ambiente, podendo ser aplicados no fracionamento de misturas envolvendo
substâncias termossensíveis amplamente empregados na indústria
farmacêutica e de alimentos.
Processos de Separação por Membranas

Vantagens da Separação por Membranas

Simplicidade de Operação e Escalonamento: são simples do ponto de


vista operacional e em termos de escalonamento (scale up).

Os sistemas são modulares e os dados para o dimensionamento de uma


planta podem ser obtidos a partir de equipamentos pilotos operando com
módulos de membrana de mesma dimensão daqueles utilizados
industrialmente.

Além disso, o operação dos equipamentos com membranas é simples e não


intensiva em mão-de-obra.
Processos de Separação por Membranas

Classificação dos Sistemas

- Morfologia

- Força motriz

- Mecanismos de separação
Processos de Separação por Membranas

Classificação dos Sistemas

Força motriz

• concentração
• pressão
• potencial elétrico
• temperatura
Processos de Separação por Membranas

Força motriz

Pressão:

- Microfiltração (MF);
Mais utilizados na biotecnologia
- Ultrafiltração (UF); para concentração e na purificação
- Nanofiltração (NF); de macromoléculas.
-Osmose Reversa (OR);

Diferença de potencial elétrico:

-Diálise
-Eletrodiálise Reversa
Processos de Separação por Membranas

Mecanismos de separação

Diferença de tamanho entre os contaminantes e os poros das


membranas:
- Microfiltração (MF);
- Ultrafiltração (UF);
- Diálise.

Solubilidade e difusividade dos materiais nas membranas:


- Pervaporação;
- Osmose Reversa (OR).

Cargas elétricas das espécies a serem separadas:


- Eletrodiálise;
Processos de Separação por Membranas

Microfiltração

• Poros entre 0,05 – 5 µm

• Permeáveis aos compostos solúveis, independente do tamanho de suas


massas moleculares

• Filtração usada em esterilização de mostos e ar em biorreatores

• As membranas são comercialmente caracterizadas pelo tamanho dos


seus poros
Processos de Separação por Membranas

Ultrafiltração

• Poros entre 1 – 500 nm

• Retém macromoléculas em solução, dependendo do tamanho do poro

• O limite de retenção de uma membrana de ultrafiltração é definido como o valor


da massa molar de uma macromolécula rejeitada em 95% pela membrana

Aplicações

• Biotecnologia - Utilizada na purificação e concentração de proteínas e enzimas,


• Indústria alimentícia – pré-concentração do leite e recuperação de proteínas do
soro do queijo,
• Indústria automobilística e têxtil – recuperação de pigmentos para reciclo da
água
Processos de Separação por Membranas

Nanofiltração

Utilizada para obtenção de água potável a partir de águas superficiais

Aplicada na concentração de antibióticos de meios fermentados e


microfiltrados
Processos de Separação por Membranas

Osmose Inversa

Membranas são permeáveis ao solvente (em geral, água), retendo,


praticamente, todas as espécies solúveis e, com maior razão, materiais em
suspensão

Δ∏ = diferença de pressão osmótica entre os dois lados da membrana

O solvente passa a escoar do lado da solução para o lado do solvente puro.


Processos de Separação por Membranas

Diafiltração

• Modo alternativo de operar sistemas de micro, ultra e nanofiltração.

• Processo de purificação a volume constante.

• Consiste em adicionar continuamente um solvente puro ou solução tampão


na solução a ser processada em vazão equivalente à vazão de permeado que
sai do sistema.

Empregada quando se deseja eliminar componentes de menor tamanho


ou de menor massa molar, de uma dada mistura
Processo downstream

Processos de Extração Líquido-Líquido


Processos de Extração Líquido-Líquido

A extração líquido-líquido é uma operação unitária de transferência de


massa que permite a recuperação de um soluto de interesse a partir de
uma solução multicomponente.

Fundamentos

 A solução que contém o soluto de interesse é colocada em contato


com um solvente que possui alta afinidade preferencial pelo soluto que
se deseja recuperar.
Processos de Extração Líquido-Líquido

 Visa extrair um soluto de interesse que está presente em um solvente


(alimentação);

 Utiliza-se um segundo solvente (solvente extrator), imiscível ou apenas


parcialmente miscível no primeiro.

 O soluto de interesse deverá apresentar maior afinidade pelo solvente


extrator do que pelo solvente da corrente de alimentação.
Processos de Extração Líquido-Líquido

Dentre as técnicas estudadas para recuperação e/ou purificação de


biomoléculas, esta se destaca devido à sua eficiência, versatilidade, baixo
custo e facilidade de ampliação em escala.

A extração convencional aplicada na indústria química, consiste em sistemas


água-solvente orgânico, de forma que apresenta elevado risco de danos às
biomoléculas.

Na purificação de biomoléculas, com a finalidade de capitalizar os benefícios


da extração líquido- líquido convencional, fluidos aquosos complexos têm
sido utilizados nos processos de extração, formando sistemas mais amenos.
Processos de Extração Líquido-Líquido

Fase aquosa + Solvente → purificação de antibióticos e ácidos orgânicos


há 60 anos!!

Proteínas altamente sensíveis à desnaturação → uso de solventes não


é adequado

Podem ser purificadas em sistemas constituídos por duas fases aquosas


imiscíveis em decorrência de uma partição diferenciada da molécula alvo
e impurezas entre as fases líquidas.
Processos de Extração Líquido-Líquido

A extração líquido-líquido apresenta uma variante que foi relatada


pela primeira vez em 1960: os sistemas aquosos bifásicos.

Desde essa época a extração em SAB tem sido aplicada a separação de


produtos obtidos em células animais, vegetais ou microbianas, extração de
vírus, ácidos nucléicos, proteínas...

As propriedades superficiais das proteínas são fatores decisivos:


massa molecular, carga elétrica e hidrofobicidade
Processos de Extração Líquido-Líquido

Sistemas Aquosos Bifásicos

Estes sistemas se formam quando se misturam soluções aquosas de dois


polímeros incompatíveis ou uma solução aquosa de um polímero e um sal.

As biomoléculas tendem a se dividir nestas duas fases conforme a


afinidade.

A separação entre a biomolécula a ser purificada e os contaminantes


decorre das diferentes solubilidades em cada uma das fases.

Após a extração líquido-líquido, segue-se outra operação unitária de


separação como precipitação ou cristalização.
Processos de Extração Líquido-Líquido

Sistemas Aquosos Bifásicos

Princípio

Substância “P” é mais solúvel na fase de topo em relação a de fundo

Haverá um aumento
do grau de pureza
da molécula alvo
caso os
contaminantes
apresentem mais
solubilidade na fase
de fundo
Processos de Extração Líquido-Líquido

Sistemas Aquosos Bifásicos

Vantagens:

• A água se encontra em grande quantidade em ambas as fases:


ambiente é “ameno” e adequado para aplicações em processos de
separação de biomoléculas sem prejuízo à estrutura;

• Ambientalmente seguros;

• Possibilidade de recuperação e reutilização dos componentes;

• Baixo custo.
Processos de Extração Líquido-Líquido

Sistemas Aquosos Bifásicos

Vantagens:

• Manutenção das proteínas em solução em meio a polímeros ou sais que as


protegem da desnaturação;

• Possibilidade de eliminação de algumas etapas do processo de purificação


para moléculas intracelulares, devido à separação de células e seus
fragmentos em uma determinada fase (geralmente fundo) simultânea ao
fracionamento de proteínas e outras moléculas

• Possibilidade de operação contínua em larga escala à temperatura ambiente.


Processos de Extração Líquido-Líquido

Sistemas Aquosos Bifásicos

Vantagens

 Permite recuperar componentes que possuem volatilidade relativa


ou pontos de ebulição muito próximos.

 Pode ser usada quando o composto de interesse é sensível ao


calor e poderia ter suas características químicas, físicas e ou
estruturais total ou parcialmente modificadas.
Processo downstream

Separação de células do meio


(clarificação)

Purificação inicial (baixa resolução)

Purificação de alta resolução

Polimento (purificação final)


Cromatografias
Cromatografias

Cromatografia líquida

• Solutos de um meio líquido são adsorvidos ou retidos em um leito de material


poroso (por adsorção, química ou física, partição ou exclusão molecular)

• Fase estacionária : sílica porosa, polímeros orgânicos sintéticos, polímeros


de carboidratos, (esféricas de 100 µm) embebidos em solvente (gel)

• Fase líquida eluente (fase líquida móvel): remove gradualmente os solutos


separando as diferentes moléculas
Cromatografias

 Exclusão molecular

 Troca iônica

 Interação hidrofóbica

 Afinidade

 Imunoafinidade
Processo downstream

Separação de células do meio


(clarificação)

Purificação inicial (baixa resolução)

Purificação de alta resolução

Polimento (tratamento final)


Liofilização

Definição

A liofilização pode ser definida como processo de secagem de uma


substância congelada no qual a maior parte de água é removida
diretamente por sublimação, sem passar pelo estado líquido.
Liofilização

• A liofilização é reconhecidamente o melhor método para obtenção de


produtos desidratados de alta qualidade.

• É o método preferido para conservação de materiais biológicos.

• O material é mantido congelado do início ao fim do processo, mantendo


os constituintes originais e a forma estrutural inicial.

• Modificações físico-química são inibidas minimizando a perda de


atividade biológica.

• O produto liofilizado tem aparência porosa, podendo ser reconstituído


imediatamente à forma original, pela adição de água.

• Como a quantidade de água do material é reduzida, diminui-se a


possibilidade de ocorrerem reações de oxidação ou ação enzimática.
Liofilização

• Muitos produtos atualmente são liofilizados, incluindo desde antibióticos,


anticoagulantes, enzimas, hormônios até frações de sangue.

• Na indústria farmacêutica, a utilização mais direta está relacionada à


produção de injetáveis.

• Em biotecnologia, o uso de microrganismos e proteínas recombinantes e


nanopartículas tornaram a liofilização um processo comum.

• Costuma-se também liofilizar bactérias e vírus para a manutenção de sua


viabilidade e uso após longos períodos de armazenamento.

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