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Por mais terras que eu percorra,

Canção Do Expedicionário Não permita Deus que eu morra


Sem que volte para lá;
Você sabe de onde eu venho ? Sem que leve por divisa
Venho do morro, do Engenho, Esse "V" que simboliza
Das selvas, dos cafezais, A vitória que virá:
Da boa terra do coco, Nossa vitória final,
Da choupana onde um é pouco, Que é a mira do meu fuzil,
Dois é bom, três é demais, A ração do meu bornal,
Venho das praias sedosas, A água do meu cantil,
Das montanhas alterosas, As asas do meu ideal,
Dos pampas, do seringal, A glória do meu Brasil.
Das margens crespas dos rios, Venho do além desse monte
Dos verdes mares bravios Que ainda azula o horizonte,
Da minha terra natal. Onde o nosso amor nasceu;
Por mais terras que eu percorra, Do rancho que tinha ao lado
Não permita Deus que eu morra Um coqueiro que, coitado,
Sem que volte para lá; De saudade já morreu.
Sem que leve por divisa Venho do verde mais belo,
Esse "V" que simboliza Do mais dourado amarelo,
A vitória que virá: Do azul mais cheio de luz,
Nossa vitória final, Cheio de estrelas prateadas
Que é a mira do meu fuzil, Que se ajoelham deslumbradas,
A ração do meu bornal, Fazendo o sinal da Cruz !
A água do meu cantil, Por mais terras que eu percorra,
As asas do meu ideal, Não permita Deus que eu morra
A glória do meu Brasil. Sem que volte para lá;
Eu venho da minha terra, Sem que leve por divisa
Da casa branca da serra Esse "V" que simboliza
E do luar do meu sertão; A vitória que virá:
Venho da minha Maria Nossa vitória final,
Cujo nome principia Que é a mira do meu fuzil,
Na palma da minha mão, A ração do meu bornal,
Braços mornos de Moema, A água do meu cantil,
Lábios de mel de Iracema As asas do meu ideal,
Estendidos para mim. A glória do meu Brasil.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Você sabe de onde eu venho ?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.

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